Vez ou outra algumas cenas nos chocam. Lemos, em uma revista de circulação internacional, que uma senhora foi ao teatro com seus dois filhos.
Narra ela que, logo que o espetáculo começou, duas crianças que estavam sentadas mais à frente começaram a chorar, em altos brados.
Uma espectadora que estava próxima às crianças falou para a mãe delas: Não seria melhor a senhora sair com os dois, até que eles se acalmem? Eu cuido dos seus lugares.
Mais do que depressa, a mulher respondeu: Claro que não vou sair. Comprei três ingressos. Meus filhos e eu temos o direito de ficar até o fim do espetáculo. Os outros que agüentem.
* * *
São fatos de tal natureza que nos apontam o porquê da má educação de tantas crianças e jovens, na atualidade.
É que seus pais não estabelecem normas. Exatamente porque eles mesmos não têm normas.
E, para muitos pais, seus filhos sempre têm razão. Se o garoto ficou no banco de reservas no jogo da escola, partem com vigor para cima do técnico, desejando saber as razões do que chamam perseguição gratuita.
Com tal atitude, não exemplificam ao filho que há momento para se participar ativamente e momento para se aguardar.
Que uma equipe é o resultado do esforço de todos e de cada um, no momento oportuno.
Se o time mirim perde, eis novamente os pais culpando o técnico, o treinador. Afinal, todos têm má vontade com as suas crianças, não as preparam.
Em nenhum momento cogitam de falar ao filho que há momento de ganhar e momento de perder. Que tudo é uma questão de treino, dedicação, esforço e que, numa disputa, naturalmente, o melhor deve vencer.
A derrota deve servir para estímulo a mais treinamento.
Com tal atitude, não é de estranharmos que torcidas organizadas, compostas por adolescentes, bloqueiem uma estrada e destruam um ônibus a pedradas e pauladas, desejando agredir os jogadores do seu time de futebol, que foi desclassificado do torneio esportivo.
Quando os filhos apresentam o boletim com notas baixas, a culpa sempre é dos professores ou da direção da escola.
Nunca dos seus rebentos que não estudaram ou quiçá tenham apresentado baixo desempenho escolar, por alguma problemática que estejam atravessando.
É tempo de pensar e tomar atitude. Antes de mais nada, exemplificar, como pais, a cortesia, a gentileza, a honestidade, enfim, todos os valores que desejamos portem os nossos filhos.
Não há mais tempo para se descurar dessa infância do hoje que se constituirá nos homens do amanhã, os cidadãos do novo mundo que todos aspiramos.
* * *
De forma muito freqüente, o comportamento rude das crianças é resultado de falta de orientação.
É que os pais descuidam de estabelecer normas de comportamento, e assim eles agem como observam outros agirem.
Críticas e xingamentos somente contribuem para tornar as crianças mais tensas e agressivas.
Assim, a educação exige que se estabeleçam normas claras para as crianças seguirem. Normas ditadas pelas boas maneiras, respeito aos semelhantes, modéstia e justiça.
Redação do Momento Espírita com base no artigo Como criar filhos educados em um mundo rude, da Revista Seleções do Reader’s Digest, outubro/1997.
Nenhum comentário:
Postar um comentário