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16 julho 2009

Jogo Perigoso - Richard Simonetti

JOGO PERIGOSO

Há um jogo sinistro, de humor negro, atribuído aos soviéticos, denominado "roleta russa". Sorteia-se o primeiro participante, que introduz uma bala no revólver. Em seguida gira aleatoriamente o tambor, encosta o cano nas têmporas e aciona o gatilho. Se ouvir um clique respirará aliviado e passará a arma ao parceiro. Este repetirá o ritual. Assim farão ambos, sucessivamente, até que um deles estoure os miolos.

Variante brasileira é a "roleta paulista", praticada por jovens em São Paulo, há alguns decênios. Consistia em cruzarem vias preferenciais em alta velocidade, sem respeitar sinais de trânsito, montados em suas possantes motos. Ao sabor da sorte o motoqueiro poderia chegar incólume do outro lado ou arrebentar-se de encontro a um veículo.

Mortes dessa natureza não podem ser atribuídas à fatalidade. Tanto quanto os que pressionam o corpo com suas intemperanças, estes cultores da aventura regressam prematuramente à Espiritualidade, expulsos do próprio corpo, após destrui-lo com sua inconseqüência. São suicidas inconscientes. Nunca pararam para pensar que acabariam se matando e que responderiam por isso.

Algo semelhante ocorre com milhares de pessoas, no mundo inteiro, que se espatifam nas estradas de rodagem, em acidentes fatais. Embora muitas dessas tragédias sejam cármicas, representando o resgate de velhos débitos, há aquelas que não estavam programadas. Aconteceram por imprudência..

Em qualquer setor de atividades há leis humanas e divinas a serem observadas. Nas estradas as primeiras estabelecem limites de velocidade, faixas de trânsito, sinalização, locais de conversão, trechos para ultrapassagem. As segundas orientam o respeito à Vida, seja nossa ou do semelhante.

Sempre que deixamos de cumpri-las candidatamo-nos a acontecimentos funestos que complicam a existência, mormente quando envolvemos outras pessoas.

Somos artífices de nosso destino e o fazemos a curto, médio e longo prazo, no dia-a-dia, no desdobramento de nossas ações. Num momento de imprudência podemos complicar a vida física ou deixá-la antes do tempo.

Evidentemente tudo isso representa experiência, num planeta de expiação e provas como a Terra, onde a Sabedoria Divina harmoniza os eventos e aproveita até nossa inconsequência para nos ensinar, porquanto sempre colhemos os frutos dela, aprendendo o que devemos ou não fazer.

No entanto, poderíamos aprender de forma mais suave, com prudência, orando e vigiando, segundo a expressão evangélica. Os que não o fazem jogam uma "roleta existencial", candidatando-se a problemas que poderiam ser evitados e a sofrimentos não programados.

De "Quem tem medo da morte?",
de Richard Simonetti

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