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12 agosto 2009

A Grande Tribulação - Amélia Rodrigues

A GRANDE TRIBULAÇÃO

"E Jesus, vendo a multidão ..." informa o evangelista Mateus, no capítulo cinco das suas narrativas.

Em cada acontecimento da Boa Nova encontramos a figura do Senhor cercada pela multidão:

- Médico Divino, atendia aos magotes de enfermos de todo matiz, ansiosos das bênção da saúde...

- Justo Juiz, inspirava a confiança nos corações perturbados pela disputa nos jogos imediatos dos valores perecíveis, de que se faziam mordomos infiéis...

- Sábio Instrutor, inundava os espíritos sedentos da luz do saber com o verbo eloquente da bondade e do discernimento...

- Augusto Amigo, socorria as massas desvairadas rumando sem norte...

- Enviado Celeste, distendia as compassivas mãos em auxílio dos homens, perdidos nas malhas escravizantes da matéria...

- Sublime Pastor, fez-se o refúgio dos rebanhos humanos sitiados pelos lobos rapazes, em marcha para os abismos da morte.

Nos lares onde pousava, após as fadigas do dever, demorava-se solicitado pela ansiedade familiar, atendendo aos problemas domésticos.

No harmonioso cenário da Natureza, acolhia as almas humildes dos discípulos simples, comprometidos com os problemas da carne, entre os desejos do Céu e as necessidades da Terra.

Nas jornadas pelos longos caminhos, fazia-se alvo das mulheres humildes que Lhe rogavam bênçãos e atenções.

Somente quando, ocultando-se por entre os ciprestes verdes, desaparecia para mergulhar no oceano da soledade, é que encontrava ensejo para comungar com o Amorável Pai, a fim de logo após descer à multidão desarvorada, aflita e necessitada.

Materialização do Bem, privou o Excelso Mestre com a decomposição moral da Humanidade.

Sol esplendente de misericórdia, desceu às furnas do espírito humano comprometido com as sombras.

Hálito divino nas baixadas terrenas, respirou no clima miasmático das iniquidades daqueles a quem veio servir.

Jesus é o símbolo e a realidade da vida triunfante.

Na grande noite que envolve o mundo entre ameaças e conflitos de toda ordem, Sua promessa de ficar conosco até o fim dos tempos é a única esperança que equilibra e conduz as almas ardentes e confiantes.

"E Jesus, vendo a multidão..." ansiosa, consoante as sábias anotações, abriu sua boca e lhes ensinou, dizendo:

- "Bem-aventurados..."

A multidão de hoje, enredada nas mesmas aflições da sociedade de ontem, recebe, no Espiritismo, o Mestre Redivivo, abrindo a boca e ensinando novamente, como outrora:

- "Toma sobre ti o meu jugo e aprende comigo que sou manso e humilde de coração..."

Renúncias e sacrifícios são os campos onde se travam as batalhas da redenção.

Dores e agonias são os tributos exigidos nas guerras continuadas de extermínio ao mal.

Liberdade e paz serão os lauréis e os espólios a fulgurarem atraentes além das fronteiras bélicas, em que o amor se faz general intimorato, espargindo luz sob o comando do Incansável Lutador, alçando o homem, em triunfo, aos páramos da luz, após a grande tribulação.

No seio da multidão está a oportunidade de serviço, em nome Daquele que, vendo a multidão, se pôs a ensinar.

Por: Amélia Rodrigues
De "Sementeira da Fraternidade",
de Divaldo Pereira Franco - Diversos Espíritos

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