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28 fevereiro 2011

Alegria e Excitação - Raul Teixeira


Alegria e Excitação

Todos sabemos que vivemos num mundo de sofrimentos, de provações e de expiações, se quisermos dizer assim.

O próprio Cristo anunciou que no mundo só teríamos aflições. Logo, este é um mundo de aflições.

E por que é que o Homem de Nazaré se expressou assim?

Por causa do nível dos Espíritos que vivem aqui. Com certeza, nós todos não somos pessoas muito fáceis, não porque sejamos maus, mas porque somos ainda dotados de uma grande dose de atraso. Atraso ético, atraso moral.

A questão que queremos tratar é a respeito das nossas comemorações.

Ora, se somos Espíritos portadores dessas limitações, todas as coisas que fazemos no mundo refletem essas limitações. E as nossas comemorações não ficam fora disso.

Retirando aquelas evocações fúnebres, as datas de guerras, as referências históricas a respeito das nossas sociedades diversas, as comemorações do mundo são pró-alegria. Comemoram-se aniversários, bodas e deste modo, a alegria.

Se nos detivermos nesse capítulo das bodas, das festas, de comemorações alegres, nos aperceberemos o quanto não sabemos fazer as festas, do quanto as nossas festas são do nosso tipo. Atrasadas, perturbadas.

Muito raramente alguém consegue fazer uma comemoração sem excessos de comida, de bebida alcoólica, de barulho. É muito complicado.

Não respeitamos o fato de morarmos numa vila de casas, num edifício de apartamentos. O que queremos é festejar, egoisticamente, porque os vizinhos não tolerarão nosso barulho, nossa bulha. Mas, fazemos porque é assim que pensamos na Terra, com raras e expressivas exceções.

É muito importante que saibamos valorizar as comemorações felizes do mundo. Há tantas delas.

Quando comemoramos alegria, isso corresponde a louvar a Deus, a agradecer a Deus. Para aqueles que não creem em Deus, a louvar os poderes superiores da vida, as capacidades superiores dos homens.

Por causa disso é que encontramos o Dia de Ação de Graças, nos Estados Unidos, o Dia do Perdão entre os judeus. Também Valentine, o Dia do Amigo, tanto nos Estados Unidos, quanto na Europa e em alguns outros países do mundo.

São datas de festas, de comemorações, em que se come, se bebe, em que se dança, se brinca. Mas, tudo isso precisa ter a marca da verdadeira alegria. Quando fugimos da marca da verdadeira alegria, entramos na marca das excitações.

É muito comum que, no mundo, confundamos a alegria com excitação. Sempre que se fala em alegria, tem que se falar em batuques, em folguedos, em bailados, em gritarias, em alcoólicos e, desde alguns anos, em drogas.

No carnaval, que deveria ser uma festa de alegria popular, as drogas estão presentes.

As nossas autoridades fazem campanhas nada educativas com relação ao sexo. O indivíduo pode despautar como quiser, no capítulo da sexualidade, desde que use camisinha.

Não importa que ele seja um tarado, um desrespeitador, um inveterado consumista de sexo, desde que ele use camisinha.

Não há nenhuma preocupação ética, nenhum cuidado estético. Excitações. Muito barulho, trios elétricos, tambores muito altos.

Nada contra a música, nada contra os folguedos. Estamos falando das excitações por causa dos excessos, essas alegrias que acabarão por nos vitimar, que provocarão acidentes morais e materiais.

* * *

As consequências que advêm dessa desarmonia, que acaba por acontecer nas nossas festas, é que vamos ensinando às novas gerações o nosso modelo, o nosso padrão de alegria, desde as nossas festas familiares.

Já estamos pensando como é que será o nosso aniversário. Estamos pensando como é que será aquela festa em casa.

É muito comum que os moços, os jovens, os adolescentes queiram até que os pais saiam de casa para que eles possam fazer suas festas.

Por que razão os pais têm que sair de casa? Por que é que os adultos não podem conviver na festa com os jovens? O que haverá de tão especial, nestas festas, onde a família não possa estar reunida? Alguma coisa inútil existe, alguma coisa negativa há.

Cabe então nos voltarmos às bases da saúde familiar, retornarmos aos fundamentos éticos da família, da vida social, porque essa barulheira que fazemos em casa, esses excessos de alcoólicos, que aprendemos a consumir em casa, o tabagismo, o desrespeito à vizinhança é o que têm gerado, nessa atualidade do mundo, as famosas festas raves.

E a sociedade então começa a gritar porque os nossos jovens estão se matando ao som de músicas fortes, de sons altos, de estupefacientes, de drogas, de tropismo neurológico, de tropismo cerebral, noites e noites, dias e dias.

Mas, onde foi que essa juventude aprendeu isso? De onde essa moçada retirou esses modelos de festas?

Eles apenas apimentaram, tão somente incrementaram.

Fomos nós, pais, mães, sociedades, autoridades, nós é que deixamos essa herança perniciosa para que os moços, desarmonizados em si mesmos, sem objetivo na vida, sem coisa séria para trilhar os próprios pensamentos, resolvessem retomar e dar o seu toque particular.

Todas essas festas orgíacas, donde saem os nossos moços desencarnados, onde os pais vão buscar seus filhos mortos, têm origem, têm nascedouro nesse arremedo de alegria que, verdadeiramente, não passa de uma grande excitação.

E isso configura a nossa condição terrestre de Espíritos em expiação, de Espíritos em provação, criaturas que têm necessidade de aprender no capítulo das provas, mas que têm urgência em resgatar os erros antigos, no campo das expiações.

Vale a pena pensarmos que a saúde doméstica precisa ser retomada, a fim de que a saúde social ganhe terreno.

Se a família representa, como estabeleceu Émile Durkheim, na França do século XIX, a célula fundamental da sociedade, se uma célula está doente, toda a sociedade enferma estará.

É por causa disso então, que cabe à família começar a ensinar a seus filhos que comemoração por alegria é louvor a Deus, é orar, é cantar, é brincar, é partir o bolo sim, é chamar os amigos para compartilhar a mesa, mas sem fugir às bases do equilíbrio, sem descambar da ética, sem nos perdermos nesses labirintos dos excessos.

Caso contrário, a nossa festa não passará de excitação do sistema nervoso onde nos agitaremos, gritaremos, comeremos, beberemos e morreremos.

Hoje é o dia em que deveremos iniciar essa reflexão.

Este é o tempo em que as religiões do mundo deverão estar ocupadas com seus fiéis, com o seu rebanho e, ao invés de apenas explorar esse rebanho para o lucro que vai ficar na Terra, trabalhar essas consciências, essas mentalidades para que entendamos o que disse o nosso Mestre: Onde estiverem dois ou mais reunidos em meu nome, no meio deles Eu estarei.

Que as nossas comemorações, as nossas reuniões festivas sejam desenvolvidas em nome do Senhor e a nossa alegria então será santa.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 183, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.

27 fevereiro 2011

É tão bom ser espírita - Raul Teixeira

É tão bom ser espírita


É tão bom ser espírita

E ter esse compromisso com a fraternidade que nos une

Que nos ensina a dizer sim

A dizer não

A ser fiéis

Sem que tenhamos que perder a fraternidade.


É tão bom ser espírita

E ter essa lucidez diante da imortalidade

E cantar

E estudar

E servir

E ser feliz

Mantendo a nossa alegria

A nossa alacridade.


É tão bom ser espírita

Olharmos uns aos outros

Com harmonia

Sem desejos malsãos

Sem lascívia

Iluminando com as luzes da amizade

Da ternura e da afabilidade

Cada um dos nossos dias.


É tão bom ser espírita

Para entender que a dor não é coisa nossa apenas

Que a dor invade o mundo

Aturde as almas

E que mesmo quando vivemos horas difíceis

Esperamos por certo outras horas amenas.


É tão bom ser espírita

E manter acesa a lucidez

E trabalhar o bem

O bom servir

Colocando tudo em seus lugares por nossa vez.



Ser espírita é ter esse compromisso com a harmonia interior

É cantar as blandícias que nos chegam do Senhor

É ser feliz

É colocar os passos sob a doce diretriz

É tomar do sangue amargo

Usar o pão sem fermento

Mas mantendo lucidez, dentro do próprio pensamento.



Ser espírita é colocar Jesus na nossa vida

E, enquanto passeamos pela Terra,

Desenvolvamos a própria vida,

Erguer os olhos às constelações

Fazer brilhar os próprios corações.



E nesta hora do mundo

Quando divisamos dos Evangelhos os apogeus

Ser espírita é ter certeza

De que, irmãos de Jesus,

Somos filhos de Deus.


Encerramento da Conferência de Raul Teixeira no Encontro Estadual Espírita do Interior do Paraná, em Londrina, em 2005.

26 fevereiro 2011

Reflexões sobre a Calúnia - Joanna de Ângelis

Reflexões sobre a Calúnia

Ninguém passa pela jornada terrestre sem experimentar o cerco da ignorância e da imperfeição humana.

Considerado como planeta-escola, o mundo físico é abençoado reduto de aprendizagem, no qual são exercitados os valores que dignificam, em detrimento das heranças ancestrais que assinalam o passado de todas as criaturas, no seu penoso processo de aquisição da consciência.

Herdando as experiências transatas nos seus conteúdos bons e maus, por um largo período predominam aqueles de natureza primitiva, por estarem mais fixados nos painéis dos hábitos morais, mantendo os instintos agressivos-defensivos que se vão transformando em emoções, prioritamente egoicas, em contínuos conflitos com o Si-mesmo e com todos aqueles que fazem parte do grupo social onde se movimentam. Inevitalmente, as imposições inferiores são muito mais fortes do que aquelas que proporcionam a ascensão espiritual, liberando o orgulho, a inveja, o ressentimento, a agressividade, o despotismo, a perseguição, a mentira, a calúnia e outros perversos comportamentos que defluem do ego atormentado.

Toda vez, quando o indivíduo se sente ameaçado na sua fortaleza de egotismo pelos valores dignificantes do próximo, é dominado pela inveja e investe furibundo, atacando aquele que supõe seu adversário.

Porque ainda se compraz na situação deplorável em que se estorcega, não deseja permitir que outros rompam as barreiras que imobilizam as emoções dignas e os esforços de desenvolvimento espiritual, assacando calúnias contra o inimigo, gerando dificuldades ao seu trabalho, criando desentendimentos em sua volta, produzindo campanhas difamatórias, em mecanismos de preservação da própria inferioridade.

Recusando-se, consciente ou inconscientemente, a crescer e igualar-se àqueles que estão conquistando os tesouros do discernimento, da verdade, do bem, transforma-se, na ociosidade mental e moral em que permanece, em seu cruel perseguidor, não lhe dando trégua e retroalimentando-se com a própria insânia.

Torna-se revel e não aceita esclarecimento, não admitindo que outrem se encontre em melhor situação emocional do que ele, que se autovaloriza e se autopromove, comprazendo-se em persegui-lo e em malsiná-lo.

Ninguém consegue realizar algo de enobrecido e dignificante na Terra sem sofrer-lhe a sanha, liberando a inveja e o ciúme que experimenta quando confrontado com as pessoas ricas de amor e de bondade, de conhecimentos e de realizações edificantes.

A calúnia é a arma poderosa de que se utilizam esses enfermos da alma, que a esgrimem de maneira covarde para tisnar a reputação do seu próximo, a quem não conseguem equiparar-se, optando pelo seu rebaixamento, quando seria muito mais fácil a própria ascensão no rumo da felicidade.

A calúnia, desse modo, é instrumento perverso que a crueldade dissemina com um sorriso e certo ar de vitória, valendo-se das imperfeições de outros cômpares que a ampliam, sombreando a estrada dos conquistadores do futuro.

Nada obstante, a calúnia é também uma névoa que o sol da verdade dilui, não conseguindo ir além da sombra que dificulta a marcha e das acusações aleivosas que afligem a quem lhe ofereça consideração e perca tempo em contestá-la.

* * *

Nunca te permitas afligir, quando tomes conhecimento das acusações mentirosas que se divulgam a teu respeito, assim como de tudo quanto fazes.

Evita envenenar-te com os seus conteúdos doentios, não reservando espaço mental ou emocional para que se te fixem, levando-te a reflexões e análises que atormentam pela sua injustiça e maldade.

Se alguém tem algo contra ti, que se te acerque e exponha, caso seja honesto.

Se cometeste algum erro ou equívoco que te coloque em situação penosa e outrem o percebe, sendo uma pessoa digna, que se dirija diretamente a ti, solicitando esclarecimentos ou oferecendo ajuda, a fim de que demonstre a lisura do seu comportamento.

Se ages de maneira incorreta em relação a outrem e esse experimenta mal-estar e desagrado, tratando-se de alguém responsável, que te procure e mantenha um diálogo esclarecedor.

Quando, porém, surgem na imprensa ou nas correspondências, nas comunicações verbais ou nos veículos da mídia, acusações graves contra ti,sem que antes haja havido a possibilidade de um esclarecimento de tua parte, permanece tranquilo, porque esse adversário não deseja informações cabíveis, mas mantém o interesse subalterno de projetar a própria imagem, utilizando-se de ti...

Quando consultado pelos iracundos donos da verdade e policiais da conduta alheia com a arrogância com que se comportam, exigindo-te defesas e testemunhos, não lhes dês importância, porque o valor que se atribuem, somente eles mesmos se permitem...

Não vives a soldo de ninguém e o teu é o trabalho de iluminação de consciências, de desenvolvimento intelecto-moral, de fraternidade e de amor em nome de Jesus, não te encontrando sob o comando de quem quer que seja. Em razão disso, faculta-te a liberdade de agir e de pensar conforme te aprouver, sem solicitar licença ou permissão de outrem.

Desde que o teu labor não agride a sociedade, não fere a ninguém, antes, pelo contrário, é de socorro a todos quantos padecem carência, continua sem temor nem sofrimento na realização daquilo que consideras importante para a tua existência.

Desmente a calúnia mediante os atos de bondade e de perseverança no ideal superior do Bem.

Somente acreditam em maledicências, aqueles que se alimentam da fantasia e da mentira.

Alegra-te, de certo modo, porque te encontras sob a alça-de-mira dos contumazes inimigos do progresso

Todos aqueles que edificaram a sociedade sob qualquer ângulo examinado, padeceram a crueza desses Espíritos infelizes, invejosos e insensatos.

Criando leis absurdas para aplicarem-nas contra os outros, estabelecendo dogmas e sistemas de dominação, programando condutas arbitrárias e organizando tribunais perversos, esses instrumentos do mal, telementalizados pelas forças tiranizantes da erraticidade inferior, tornaram-se em todas as épocas inimigos do progresso, da fraternidade que odeiam, do amor contra o qual vivem armados...

Apiada-te, portanto, de todo aquele que se transforme em teu algoz, que te crie embaraços às realizações edificantes com Jesus, que gere ciúmes e cizânia em referência às tuas atividades, orando por eles e envolvendo-te na lã do Cordeiro de Deus, sedo compassivo e misericordioso, nunca revidando-lhes mal por mal, nem acusação por acusação...

A força do ideal que abraças, dar-te-á coragem e valor para o prosseguimento do serviço a que te dedicas, e quanto mais ferido, mais caluniado, certamente mais convicto da excelência dos teus propósitos, da tua vinculação com o Sumo Bem.

* * *

Como puderam, aqueles que conviveram com Jesus, recusar-Lhe o apoio, a misericórdia, a orientação?

Após receberem ajuda para as mazelas que os martirizavam, como é possível compreender que, dentre dez leprosos, somente um voltou para agradecer-Lhe?

Como foi possível a Pedro, que era Seu amigo, que O recebia no seu lar, que convivia em intimidade com Ele, negá-lO, não uma vez, mas três vezes sucessivas?!

...E Judas, que O amava, vendê-lO e beijá-lO a fim de que fosse identificado pelos Seus inimigos naquela noite de horror?!

Sucede que o véu da carne obnubila o discernimento mesmo em alguns Espíritos nobres, e as injunções sociais, culturais, emocionais, neles produzem atitudes desconcertantes, em antagonismos terríveis às convicções mantidas na mente e no coração.

Todos os seres humanos são frágeis e podem tornar-se vítimas de situações penosas.

Assim, não julgues a ninguém, entregando-te em totalidade Àquele que nunca Se enganou, jamais tergiversou, e deu-Se em absoluta renúncia do ego, para demonstrar que é o Caminho da Verdade e da Vida.

Joanna de Angelis

Mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco,na manhã de 29 de outubro de 2010, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia.

25 fevereiro 2011

Não se deve constranger ninguém a aceitar nossa Doutrina - Lins de Vasconcellos

Não se deve constranger ninguém a aceitar nossa Doutrina

O problema não é de ensinar ou não ensinar o Espiritismo, mas sim da excelência do ensino cultural e a educação que se deve dar à juventude e à infância.

Não devemos repetir o erro que cometeu a Igreja Católica, que tentou impor odiosamente seus postulados e em nada melhorou a Humanidade.

Não podemos profissionalizar o ensino da Doutrina e não será justo exigir do professor espírita, que lecione matéria curricular sem ganhar e, se receber, estará profissionalizando o ensino da Doutrina. O ensino da Doutrina é no Centro, nos trabalhos de evangelização.

O Instituto é para educar e ensinar com honradez e dignidade, dando exemplo de lisura no cumprimento do dever de ensinar.

Devemos melhorar as condições culturais do Educandário, a fim de que ele seja conceituado pelo valor do ensino e pela conduta exemplar espírita...

O Ginásio espírita será conhecido não porque ensina Espiritismo, mas pela qualidade excelente do ensino que oferece aos alunos espíritas ou não.

Imaginem o resultado de maus exemplos dados por professores espíritas, que ensinam Espiritismo a alunos que não são espíritas e especialmente aos espíritas.

Que os pais espíritas levem seus filhos aos Centros, pois lá é que devem aprender Espiritismo.

No currículo escolar por enquanto não é lógico e nem aplicável o ensino da Doutrina, pois nem sequer possuímos um sistema uniforme para o ensino doutrinário.

Não devemos ser mais intolerantes que os católicos, devemos agir com equilíbrio e bom senso.

É preferível que o Espiritismo soe bem aos ouvidos dos jovens estudantes não espíritas pela atitude correta dos professores espíritas e pelo valor do ensino que ministrem, do que assumindo uma atitude antipática que nos situe como intolerantes.

Na hora grave que o Brasil atravessa, deve sobressair o esforço cultural do Instituto, procurando contribuir para o bom ensino e educação da juventude.

Excerto da mensagem recebida pelo médium Divaldo P. Franco, ditada pelo Espírito Lins de Vasconcellos, em Curitiba, no dia 26 de novembro de 1968.

24 fevereiro 2011

Jesus: Estrela de Primeira Grandeza - Joanna de Ângelis

Jesus: Estrela de Primeira Grandeza

Aqueles dias eram semelhantes aos atuais. Os valores éticos encontravam-se pervertidos pelo poder temporal dos dominadores transitórios do mundo.

A sociedade estorcegava nas aflições decorrentes da prepotência de uns, da perversidade de outros, da ignorância da grande maioria.

Louvava-se a força em detrimento da razão.

Cantavam-se hinos à glória terrestre com desprezo pelos códigos morais propiciadores de dignidade.

As criaturas submetiam-se às injunções das circunstâncias, tentando sobreviver à tirania dos governadores que mudavam de nome e prosseguiam com as mesmas crueldades.

Saía-se de um para outro regime de ignomínia e insânia com a mesma naturalidade.

Tudo era lícito, desde que apoiado na governança arbitrária que se impunha.

O monstro das guerras contínuas devorava os povos mais fracos, que eram submetidos à escravidão e à morte.

A traição e a infâmia davam-se as mãos em festival de hediondez.

Embora Roma homenageasse os artistas, os poetas, os filósofos que iluminavam o século de Otaviano, prestigiava com destaque os espetáculos sórdidos a que se atiravam o patriciado e o povo sedentos de prazer e de loucuras.

Os seus domínios estendiam-se por quase todo o mundo conhecido, embora temida e detestada.

As suas legiões estavam assentadas nas mais diferentes regiões da Terra, esmagando vidas e destruindo esperanças.

O Sol nunca brilhara no planeta sem que estivesse iluminando uma possessão do império invencível.

Havia grandeza em toda parte e miséria abundante ao seu lado, competindo vergonhosamente.

* * *

Mas hoje também é assim.

As glórias da inteligência e do conhecimento, da ciência e da tecnologia confraternizam com a decadência da moral e dos valores de enobrecimento humano.

O terrorismo e a guerra encontram-se por toda parte, destruindo vidas e civilizações.

O planeta aquecido e desrespeitado agoniza, experimentando a própria destruição imposta pelos seus habitantes insensatos, embora poderosos...

Os idealistas que amam os apóstolos do bem que trabalham pela renovação da sociedade, quando não desconsiderados, são tidos por dementes e alucinados.

Enquanto isso, a soberba, a mediocridade, a astúcia tomam conta das multidões que desvairam, impondo os seus códigos de valores perversos que logo são aceitos pelas legiões de criaturas sem norte, destituídas de consciência moral.

Há também, é certo, almas grandiosas que lutam com acendrado amor e sacrifício, a fim de modificar as ocorrências danosas, tentando implantar novos significados psicológicos direcionados à felicidade, mas que são insuficientes para vencer os múltiplos segmentos da sociedade em desconserto.

Admira-se o Bem, mas pratica-se o Mal.

Preconiza-se a saúde e estabelecem-se programas de desequilíbrio emocional, geradores das doenças de vário porte.

O futuro glorioso, decantado pelas conquistas invulgares da modernidade, está sombreado pelo medo, aturdido pela ansiedade e caracterizado pela solidão dos indivíduos que constituem a mole humana.

Naqueles dias difíceis, na Palestina sofrida e submetida às paixões de César e aos caprichos de Herodes, o Grande, nasceu Jesus.

Estrela de Primeira Grandeza que é, Jesus surgiu na noite das estúpidas e escuras ambições dos povos, para iluminar as consciências e despertar os sentimentos de humanidade, como dádiva de Deus respondendo às súplicas dos humilhados e esquecidos.

Passaram-se os tempos, foram sucedidos os criminosos de então por outros não menos odientos e, apesar disso, Sua luminosidade permanece até hoje.

* * *

É certo que outros homens e mulheres, tão infelizes quanto aqueles do Seu tempo, procuraram dominar o mundo utilizando-se da Sua claridade, mas, desequilibrados, produziram mais trevas e aumentaram os volumes de dor.

O carro inexorável do Tempo continuou a sua marcha, avançando na direção de outros períodos, enquanto os apaniguados do Mal, que se apresentaram nos espetáculos de luz, sucumbiram, vencidos pelos tormentos que escondiam nos tecidos da própria crueldade.

Ainda reina muita sombra na Terra. Mas amanhece dia novo.

A grande transição de mundo de provas e de expiações para mundo de regeneração, embora ainda assinale a presença do sofrimento e da desordem, do desrespeito pela vida e pela mãe-Terra, caracteriza a chegada de uma nova Era, impossível de ser detida.

O Bem triunfará, sem qualquer dúvida, sobre o Mal.

A verdade vencerá a mentira onde quer que essa se homizie.

A vida sobrepõe-se à morte, e a espiritualidade, por fim, reinará entre todos.

* * *

Conforme sucedeu naqueles dias, Jesus encontra-se novamente entre as Suas criaturas, repetindo a sinfonia das bem-aventuranças, conclamando as massas ao despertamento, antes que se agravem as circunstâncias e ocorrências não desejadas.

O Consolador que Ele prometera já veio e vence, com segurança, as barreiras impostas pela tirania e pelos indivíduos orgulhosos, vazios de sentimentos nobres, conquistando os corações e oferecendo-lhes esperanças de alegrias infindas.

Travam-se lutas acerbas em toda parte.

Os argonautas do amor nada temem e multiplicam-se sob a inspiração do Mestre, avançando, estoicos, no cumprimento do dever: renovar a humanidade através da própria transformação moral, que a todos permite neles ver a mensagem luminosa.

Sem dúvida, ainda predominam as trevas ameaçadoras que a Estrela de Primeira Grandeza vem diluindo de maneira compassiva e misericordiosa.

* * *

Faze a tua parte, sem preocupação com o trabalho dos outros.

Desincumbe-te do teu dever ante a consciência, servindo ao Consolador, mesmo que te encontres incompreendido e crucificado nas traves invisíveis da perversidade dos áulicos do egoísmo e dos seus servos.

No próximo Natal, entoa o teu hino de amor, ajudando o teu próximo, em memória da Estrela que veio à Terra, para que não mais permaneça a sombra.

Será ideal que todos os dias da tua vida sejam uma homenagem ao Aniversariante esquecido, mas triunfante da maldade humana e da morte que Lhe foi imposta, demonstrando que Ele prossegue contigo edificando o mundo melhor, sem excluídos nem abandonados à própria sorte, porque estará com eles, por teu intermédio, amando-os com enternecimento e carinho.

Joanna de Ângelis
Página psicografada por Divaldo Pereira Franco
Do livro Dádivas do Natal, ed. Leal

23 fevereiro 2011

Considerando a Reencarnação - Joanna de Ângelis

Considerando a Reencarnação

A reencarnação é Lei da Vida.

Impositivo estabelecido, irrefragavelmente, constitui processo de evolução, sem o qual a felicidade seria impossível.

Programada pelo Criador, faculta os mecanismos naturais de desenvolvimento dos valores que jazem latentes, no ser espiritual, que assim frui, em igualdade de condições, dos direitos que a todos são concedidos.

A reencarnação favorece com dignidade os códigos da Justiça Divina, demonstrando as suas qualidades de elevação e de amor.

* * *

Sem a reencarnação – que proporciona a liberdade de opção, com as consequências decorrentes da escolha – a vida não teria sentido para os párias sociais, os homens primitivos, os limitados mentais, os amargurados e infelizes...

Sem a reencarnação, o ódio inato e o amor espontâneo constituiriam aberração perturbadora em a natureza humana.

Da mesma forma, as tendências e propensões que comandam a maioria dos destinos, seriam fenômenos cruéis de um determinismo absurdo, violentador das consciências e dos sentimentos.

Sem a reencarnação, permaneceriam como incógnitas geradoras de revolta, as razões dos infortúnios morais, das enfermidades de alto porte, mutiladoras e degradantes, da miséria social e econômica que vergastam expressivas massas e grupos da sociedade terrestre.

Sem a reencarnação, os laços de família se diluiriam aos primeiros impactos defluentes dos acontecimentos danosos...

* * *

A reencarnação enseja reequilíbrio, resgate, reparação.

Faculta o prosseguimento das atividades que a morte pareceria interromper.

Proporciona restabelecimento da esperança, entrelaçando as existências corporais que funcionam como classes para o aprendizado evolutivo no formoso Educandário da vida terrestre.

Oferece bênçãos, liberando de qualquer fatalidade má, que candidataria o Espírito a um estado permanente de desgraça.

A reencarnação enobrece o calceta, santifica o vilão, eleva o caído, altera a paisagem moral do revoltado, dulcificando-o ao largo do tempo, sem pressa, nem violência.

A reencarnação é convite ao aproveitamento da oportunidade e do tempo, que sempre devem ser colocados a serviço do progresso espiritual e da perfeição, etapa final da contínua busca do ser.

Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo Pereira Franco

22 fevereiro 2011

Caravana da Fraternidade - Lins de Vasconcellos

Caravana da Fraternidade

Amigos queridos,

Permaneça conosco o Mestre de Nazaré.

Há 60 anos os espíritas, conscientes da sua responsabilidade, reunimo-nos para a tarefa de levar a proposta de unificação pelas terras do Nordeste e do Norte do Brasil.

Constituída a Caravana da Fraternidade não poupamos esforços para demonstrar que o Espiritismo é o Consolador prometido por Jesus.

Esta ciência, que comprova a imortalidade da alma e a justiça divina, através do laboratório da mediunidade, tem por finalidade despertar as consciências adormecidas para a responsabilidade filosófica e ético-moral da vivência do Mestre Jesus no dia a dia da sua existência.

Quando, mais tarde, foi dissolvida a Caravana da Fraternidade, acreditamos aqueles que éramos seus membros, que o nosso compromisso com a unificação e a divulgação do Espiritismo havia sido encerrado. Ledo engano, porque, à medida que os seus membros fomos retornando à Pátria, logo demo-nos conta que aquele ensaio de unificação necessitava, essencialmente, de prosseguir com mais entusiasmo, com acendrado vigor e até mesmo com sacrifício.

E quando todos nos libertamos do corpo físico, reconstruímos a Caravana da Fraternidade, que vem sendo enriquecida pelos espíritas responsáveis, na Terra, pela divulgação do Espiritismo e pela união entre as instituições, unificando-as como unindo os indivíduos.

Vivemos os dias que nos testam as resistências morais, especialmente as que dizem respeito a vós outros no mergulho da névoa carnal, muitas vezes com dificuldade de discernir o que fazer, como fazer e onde fazê-lo.

Aqui estamos, os companheiros de sempre, para dizer-vos que o código do Evangelho de Jesus é o paradigma no qual temos todas as diretrizes de segurança e as metodologias mais eficazes para a vivência do Espiritismo de maneira eminentemente cristã.

É certo que, dentro da visão do Codificador, haveria desertores. Como em qualquer segmento da Sociedade, sempre sucedem as deserções dos Espíritos imaturos, dos homens e das mulheres interessados mais no procedimento da ilusão, das quimeras terrestres que o túmulo invariavelmente devora e propõe a realidade.

Mas apesar dessa lamentável ocorrência, os servidores fiéis estão a postos, denodados, enriquecidos pela responsabilidade de servir, de promoverem Jesus e Kardec, ao invés de autopromover-se.

Essa tese, defendida pelo Batista quando proclamava É necessário que eu diminua para que Ele cresça, está em vigência no Movimento Espírita da atualidade, em que o personalismo, as manifestações lamentáveis do egotismo, cedem lugar ao altruísmo cristão, desaparecendo o indivíduo para que Jesus reine, para que Ele triunfe.

O que vindes realizando é a demonstração cabal da consciência espírita, que por fim é assinalada e vivenciada em nossa Casa e no território nacional, expandindo-se nos inúmeros países que hoje agasalham o Consolador, e perspectivas felizes para o futuro, quando o Espiritismo se transforme no grande iluminador das religiões, oferecendo-lhes aquilo que lhes falta, que é exatamente a prova da sobrevivência do ser à disjunção molecular.

Prossegui, portanto, obreiros, na fé renovada.

Construí o Bem onde por momentos prolifera o Mal.

Drenar os pântanos, ao invés de amaldiçoá-los.

Transformai o solo sáfaro em jardim, mesmo que irrigado com lágrimas e suor.

Bem sabemos que a tarefa não é fácil, mas nada é fácil quando nos voltamos para a verdade, em razão das nossas heranças que nos amarram aos vícios e se manifestam como tendências perturbadoras.

O Senhor que nos protege vela por todos nós, e os vossos amigos espirituais, de pé, estamos a postos para que implantemos na Terra o Cristianismo puro, que somente vigeu durante os três primeiros séculos e depois foi vilipendiado.

Que aprendamos com essa lição a não repetir os enganos de outros, unindo-nos ao poder temporal mentiroso para recolhermos migalhas e perdermos o contato com a pulcritude da doutrina de verdade.

Desejamos agradecer aos amigos que em nossa memória agora aqui se encontram e traçam como metas para o futuro programas de dignificação humana neste Recanto que evoca a cátedra de Jesus em pleno coração da Natureza.

Muita paz, meus amigos, meus irmãos, e o carinho dos companheiros de lide que se encontram conosco nesta imensa Caravana da Fraternidade.

Vosso irmão e amigo,

Lins de Vasconcellos
Mensagem psicofônica através do médium Divaldo Pereira Franco, no Recanto Lins de Vasconcellos, em 26.11.2010

21 fevereiro 2011

Sentimentos e Afetividade -

Sentimentos e Afetividade

A expressiva maioria da sociedade encontra-se desassisada, especialmente pela falta de amor.

Assevera-se que o amor não conseguiu sobreviver à época da ciência de pesquisas frias e da tecnologia, tornando-se uma vaga sensação de prazer, que se experimenta nos encontros momentâneos.

Informa-se, ainda, que a convivência consegue destruí-lo, produzindo a rotina, o desinteresse, sendo ideal, portanto, que os relacionamentos da afetividade ocorram sem a contínua convivência.

Como efeito, as pessoas que se dizem amar, residem em locais diferentes, encontrando-se, sem maiores responsabilidades para os prazeres do repasto, das festas, do teatro e do cinema, dos períodos de férias, sobretudo, para a união sexual...

A experiência vivida por Jean-Paul Sartre e Mme. Beauvoir, no século passado, amando-se e vivendo em residências separadas, influenciou toda uma geração e ressurge com características especiais, ensejando relacionamentos sem maiores compromissos, nos quais os parceiros têm a sua própria vida, sua liberdade inalterada, mantendo fidelidade ao elegido.

Essa conduta leviana proporciona uma falsa existência de gozo, na qual a amizade enriquecedora, os diálogos recheados de experiências e de permutas de bondade desaparecem, dando lugar a encontros fortuitos somente para a preservação do egoísmo. Em consequência, o isolamento das criaturas faz-se, cada dia, mais volumoso, e as distâncias tornam-se mais difíceis de ser vencidas. A desconfiança substituiu o prazer da companhia, a insensibilidade domina os sentimentos, e quando os desafios, em forma de enfermidades, de conflitos, de problemas econômicos surgem, o outro, imediatamente, desaparece, deixando ao abandono o ser com o qual se vinculava...

Dir-se-á que o mesmo ocorre nos relacionamentos convencionais, no matrimônio, na parceria no mesmo lar, o que não deixa de ser verdade, porém, em número de vezes muito menor.

O prazer sensual, como é compreensível, desaparece logo depois de um período de experiências, dando lugar à busca erótica de novas sensações, especialmente para as pessoas sem formação moral equilibrada.

Isto porque, nessas relações o amor verdadeiro é dispensável, não se tornando essencial para a perfeita identificação dos sentimentos.

O amor é uma emoção profunda, que merece considerações especiais, caracterizando-se por valores significativos.

Ele inspira a amizade sem jaça, o apoio incondicional, o respeito contínuo, a dedicação integral, porque é fator de imensurável significado para a existência humana. Mesmo entre os animais, o instinto que se transforma em afetividade no processo da evolução, é responsável pela preservação da prole e sua preparação para os enfrentamentos da sobrevivência.

Pessoas imaturas, sonhadoras e fantasistas mantêm o sentimento de amor dentro do padrão lúdico, vivendo em busca da sua alma gêmea, a fim de completar-se, como se os indivíduos fossem metades aguardando a outra parte.

As almas nascem gêmeas nos sentimentos universais, nos ideais de engrandecimento, na grande família, na qual se destacam os Espíritos mais evoluídos, capazes dos gestos nobres da renúncia e da abnegação em favor daqueles a quem ama e, por extensão, por todas as criaturas...

Desejando-se a alma gêmea, intimamente, anela-se por encontrar alguém disposto a servir e estando sempre presente nas necessidades, sem pensar-se na retribuição e nos cuidados que devem ser mantidos, por sua vez.

* * *

Os sentimentos são conquistas valiosas do curso evolutivo, que se vão aprimorando através das vivências, das longas reencarnações.

Viajando do instinto, aprimora-se e pode apresentar-se de formas variadas: a atração, que pode ser física, social, econômica, na qual o aspecto externo do outro exerce papel preponderante; a mental, que se expressa como de natureza intelectual, em razão da lucidez e da vivacidade que são detectadas noutrem e, por fim, aquela de natureza espiritual, que transcende aos interesses imediatos, facultando bem-estar, alegria na convivência, sentimento de companheirismo.

As emoções, no entanto, estão sempre variando, não raro, de acordo com as circunstâncias,as reações fisiológicas, transformando o sentimento de afeto em antipatia, após certo período de descobrimento da outra pessoa.

Essa ocorrência é comum quando o amor se manifesta numa das duas primeiras expressões a que nos referimos.

No sentimento profundo, mesmo havendo variação de emoções, o amor se torna mais significativo, capaz de resistir e superar as alterações que venham a ocorrer.

Quando se manifestam as expressões do amor, quase sempre aqueles que não têm maturidade para a vivência expressiva do sentimento enobrecido, logo pensam em adaptar-se àquele por quem se sentem atraídos, alterando a programação existencial.

O amor não necessita que ocorram mudanças de compromissos, antes, pelo contrário, é um dínamo de forças e dispensador de energias para que se levem adiante as tarefas abraçadas, impulsionando ao crescimento interior e ao desenvolvimento da sabedoria.

É compreensível que esse sentimento não atrela uma a outra pessoa, gerando dependência de qualquer matiz. Ao invés, liberta os que se envolvem, dando-lhes um encantamento especial que, na esfera física se traduz como contínuas descargas de adrenalina invadindo a corrente sanguínea e proporcionando estímulos renovados.

Por outro lado, estimula a produção equilibrada da dopamina, a denominada substância responsável pela alegria, entre outras finalidades especiais, facultando júbilo, mesmo quando sem a presença física do ser amado.

É comum dizer-se que a distância esfria o amor, apaga-o. Essa ocorrência tem lugar quando é fruto do entusiasmo, da paixão, e arde como labareda que rapidamente consome...

O amor a outrem, desse modo, é também resultado do autoamor, quando o indivíduo se pode relacionar bem consigo, sustentando-se e possuindo as valiosas energias da saúde que pode esparzir.

Normalmente, quando se fala em amor e se o confunde com sexo, o pensamento reveste-se do interesse de fruir-se, de utilizar-se do outro, de receber benefícios. E como o fenômeno é recíproco, a aparente união mantém dois solitários sob o mesmo sentimento, distante dos benefícios que devem resultar quando a afeição é verdadeira.

Indispensável, portanto, nas tentativas de aprimorar-se os sentimentos e a afetividade, investir-se no autoaprimoramento, no esforço de tornar-se melhor, dessa maneira, podendo ser feliz com aquele a quem se elege para companhia.

* * *

É necessário que o amor eleve aquele que se lhe entrega, e não se constitua uma base para segurança pessoal, para fruição, porquanto sempre se recebe conforme se doa.

Se alguém espera receber é frágil ou fragiliza-se, tornando o outro seu protetor, que também tem necessidade de beneficiar-se, e não encontrando esse concurso na pessoa com quem se relaciona, consciente ou inconscientemente parte em busca de outrem.

No enfraquecimento, as emoções inferiores aparecem e transtornam a afetividade.

Ama, portanto, deixando que os teus sentimentos nobres governem a tua existência, e poderás fruir os benefícios que defluem dessa conduta.

Joanna de Angelis

Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã do dia 21 de maio de 2010, no G-10, em Zurique, Suíça


20 fevereiro 2011

Rei Solar - Divaldo P.Franco

Rei Solar

Após a trágica morte de Júlio César, assassinado na escadaria do Senado em Roma, nos idos de março de 44 a.C., por Brutus e os inimigos que lhe tramaram a ocorrência nefasta, o segundo triunvirato constituído por Marco Antônio, Otávio e Lépido, embora as inimizades que vigiam entre os mesmos, predispôs-se a equilibrar as forças do Império sacudidas pelas agressões contínuas que irrompiam de todo lado...

Depois do triunfo de Otávio sobre Marco Antônio e Cleópatra no Egito, o vitorioso retornou à capital imperial coroado de glórias e assumindo a governança na condição de novo César, como imperador.

Anteriormente, Lépido fora mandado ao exílio distante de Roma, a fim de que não oferecesse qualquer perigo em relação à coroa...

Otávio, utilizando-se do amor à pátria e dos recursos provenientes do seu caráter severo e da sua moral austera, lentamente alterou as diretrizes até então vigentes, estimulando as artes, os esportes, a arquitetura e as leis de justiça, facultando um período inabitual de paz na grandiosa potência que dominava quase três quartas partes do mundo conhecido...

Tantas glórias eram motivo de surpresa, considerando-se a belicosidade então dominante no mundo. Entretanto, essa ocorrência derivava-se da aproximação de sublimes hostes espirituais que se acercavam do planeta, modificando-lhe a psicosfera, a fim de prepararem o momento em que Jesus, o Rei Solar, mergulharia nas suas sombras para alterar por definitivo a história da Humanidade.

Os carros de guerra e as legiões de soldados voluptuosos e sanguessedentos cederam lugar aos instrumentos de construção da paz e de amanho do solo, propiciando um período diferente em relação a todos os anteriores repletos de beligerância e de crueldade.

O berço de Jesus tornou-se o divisor dos tempos, inaugurando especial cultura e singular civilização que deveriam trocar os instrumentos de escravidão e de morte pelos recursos de inefável bem.

Ficariam para trás, na memória dos lamentáveis fastos da História, as batalhas hediondas, as carnificinas brutais, as destruições de aldeias, povoados e cidades vencidos, assim como dos seus habitantes infelizes...

Surgia um período de paz, que ficaria assinalado pelo amor e pela dedicação ao próximo, seguido pelo holocausto das vítimas que se entregariam felizes em favor da instalação da nova Era.

Porque ainda, no entanto, predominassem os instintos de violência e de primitivismo na sociedade, depois que Ele implantou as bases de um novo tempo distante do poder mentiroso de César e da força bruta das legiões, ressurgiram os algozes da sociedade, dando prosseguimento às trágicas façanhas de destruição, do crime e do horror até quando o cansaço dos réprobos e o seu sofrimento reclamarem pela paz e pela renovação espiritual...

É o que ocorre nestes tormentosos dias da sociedade...

Dois mil anos da sementeira de Jesus se passaram e ainda é escassa a colheita de bênçãos.

* * *

Nunca mais, porém, desde aqueles momentosos dias em que Ele desceu à Terra na condição de Rei Solar, o desconhecimento da Verdade vigeu nos corações e nas mentes.

A incomparável sinfonia das bem-aventuranças assinalou o ápice da Sua presença, alterando por definitivo os códigos vigentes então, embora ainda hoje não vivenciados quanto seria de esperar-se.

Os atos por Ele praticados e as incomparáveis parábolas por Ele narradas, nas quais vestiu o Seu luminoso pensamento, tornaram-se culminantes na história do planeta terrestre, como o mais grandioso legado capaz de libertar os seres humanos das tormentosas paixões nas quais estorcegam.

Sua sublime compaixão e Sua ímpar capacidade de perdão tornaram-se os mais eficazes processos psicoterapêuticos para curar as enfermidades morais e espirituais que dilaceram as criaturas e as degradam...

Jesus é o marco vigoroso de um novo começo.

Nunca antes ou depois dEle algo havia sucedido ou se dará igual: a glória do bem fazer!

Ainda há muito pranto no mundo e multiplicam-se as ocorrências e as ameaças de hórridos crimes e de infortúnios de fora como no íntimo dos seres humanos. Nada obstante, as soluções já se encontram ao alcance de todos quantos anelam pela paz e pela plenitude.

Jesus é o roteiro de segurança, único, aliás, que se pode seguir sem vacilações.

Toda a Sua vida, Seus exemplos, Seus testemunhos de amor demonstram-Lhe a grandeza de excelente Filho de Deus, que nos veio ensinar a viver em alegria, construindo a felicidade mediante o dever retamente cumprido e a vivência do amor sem jaça.

A Sua voz alcança a acústica de todos os corações que se detenham a ouvi-lO.

Voz alguma que se Lhe equipare.

* * *

Diante da atual paisagem humana assinalada pelo desar e pelo vazio existencial, pela violência e pelo mergulho no paul das paixões dissolventes, a evocação do nascimento de Jesus modifica a psicosfera morbífica dominante no momento, e as vozes dos Céus novamente cantam os hinos de louvor e de gratidão a Deus pela presença de Jesus no mundo.

Celebra o Seu Natal com paz no coração e programações de amor nas tuas atividades.

Aproveita as doces vibrações que dominam a Terra e faze-te súdito dedicado do Rei Solar, cooperando com Ele na instalação definitiva da era de paz e de amor por que todos anelam.

Joanna de Angelis Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 22 de setembro de 2010, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, BA.

19 fevereiro 2011

Temor da Morte - Joanna de Ângelis

Temor da Morte

O temor da morte é resultado da ignorância a respeito da vida.

Tradicionalmente renegada como sendo o fim, considerada como o momento de prestação de contas, normalmente apavorante, em razão do comportamento existencial durante a jornada terrestre, quase sempre reprochável, ou aniquilamento da consciência, a morte se transformou em hedionda realidade da qual, porém, ninguém consegue eximir-se.

Para morrer, basta encontrar-se vivo.

Em algumas culturas ancestrais e em diversas atuais, procura-se mascarar a morte, ora realizando-se cultos prolongados e afligentes, noutros momentos produzindo-se festas de libertação do corpo, ainda, outras vezes, promovendo-se cerimoniais, maquilando-se o cadáver para dar-lhe melhor aparência, como se isso fosse importante, com o objetivo de diminuir-se a dor do seu enfrentamento.

Quando se tem consciência do significado real da morte, na condição de passaporte para a vida, a alegria da imortalidade substitui a angústia do eterno adeus, ou da promessa do juízo final, ou ainda, a respeito do nunca mais...

Se o corpo pudesse prolongar a sua permanência na Terra, como agradaria a alguns aficionados da ilusão, mas apenas temporariamente, como isso seria terrível para os portadores de enfermidades degenerativas, de distúrbios psicóticos profundos, de deformidades congênitas, de paralisias, de transtornos psicológicos destrutivos, da miséria social e econômica, das expiações em geral.

Para quem se compraz na fantasia da ignorância, pretendendo manter a eterna juventude, desfrutar dos esgotantes prazeres, permanecer em foco onde quer que se encontre, seria, aparentemente, muito bom e compensador. No entanto, tudo quanto se faz repetitivo, num continuum demorado, corre o risco de tornar-se tedioso, de produzir o vazio existencial por falta de significado psicológico...

A Divindade, ao estabelecer os limites orgânicos, em razão das energias que vitalizam a matéria, proporciona tempo e oportunidade necessários para o desenvolvimento ético-moral e espiritual do ser humano.

Mediante as existências sucessivas, adquirem-se os valores inalienáveis para a conquista do bem-estar, da harmonia, da individuação.

Com a sua constituição imortal, o Espírito progride e alcança os patamares superiores da vida, podendo fruir todas as bênçãos que se lhe encontram ao alcance.

A felicidade não é deste mundo – assevera o Eclesiastes, demonstrando, que sim, existe a plenitude, mas não a anelada pelo corpo físico no mundo material.

A consciência da sobrevivência à disjunção molecular proporcional real alegria de viver e de lutar, ensejando um grandioso significado à existência que se adorna de possibilidades que facultam a conquista do estado numinoso.

Alguns objetam que esse comportamento pode proporcionar acomodação ao sofrimento, aceitação passiva das ocorrências perturbadoras, pensando-se que as futuras reencarnações tudo resolvem.

Pelo contrário, ocorre, pois que a consciência de si faculta ampliação dos horizontes mentais, enriquecimento emocional superior, esperança de alcançar-se as metas dignificantes da vida, à medida que se luta por consegui-las.

* * *

Morre-se a cada instante, em razão das contínuas transformações que ocorrem no organismo.

Centenas de milhões de células decompõem-se e morrem, em minutos, ensejando o surgimento de outras tantas, até o momento quando a energia vital em deperecimento resultante do desgaste diminui e se consome, ensejando a morte de todo o organismo.

Em uma lúcida comparação, toda vez quando o sono fisiológico toma o organismo e obscurece a consciência, defronta-se uma forma de morte, sem grande variação a respeito daquela que encerra o ciclo terrestre.

O medo da morte, de alguma forma, é atávico, procedente da caverna, quando o fenômeno biológico sucedia e o homem primitivo não o entendia, desconhecendo a razão da sua ocorrência.

Do desconhecido sucesso às informações que foram sendo recolhidas ao longo dos milênios, os mitos e arquétipos remotos se encarregaram de criar funestos conceitos a seu respeito.

Nada obstante, nesse mesmo período, ocorrem, as memoráveis comunicações espirituais cujas informações são encontradas em algumas escritas rupestres, assim também originando-se o culto aos Espíritos, como uma forma de os manter vivos, de os tranquilizar, de os encaminhar ao mundo de origem.

Guardadas hoje as proporções, cerimônias religiosas, as recomendações litúrgicas e os ritos constituem um aperfeiçoamento daqueles cultos primitivos, nos quais, durante um largo período, realizavam-se holocaustos de animais e de seres humanos, afim de acalmar aqueles que se proclamavam deuses e responsáveis pelos acontecimentos em geral.

Houve, sem dúvida, um grande progresso na celebração dos cultos aos mortos, permanecendo ainda, lamentavelmente, a ignorância em torno da imortalidade.

Retornando ao convívio com aqueles que ficaram na Terra, dispõe-se de claras e significativas informações a respeito da sobrevivência do ser, de como contribuir em seu benefício, substituindo a pompa e as extravagâncias muito do agrado da insensatez pelas orações ungidas de amor e de respeito pela sua memória, recordando-o com carinho, trabalhando-se em benefício do próximo, em homenagem ao que representa na afetividade...

A reverência ao corpo fixou-se de tal maneira no comportamento humano, que a arte utilizou-se desse fenômeno, para preservar o carinho dos que permaneceram no mundo, afinal, por pouco tempo, porque também foram convocados a seguir para o Além, através dos monumentos colossais, dos mausoléus ricamente decorados, das capelas revestidas de mosaicos e de mármores de altos preços... Os artistas aumentarem esse tipo de .culto, estimulando as decorações com estátuas imponentes ou comovedoras, utilizando do bronze, do ferro, do ouro e de outros metais, como de pedras preciosas, de pinturas faustosas, para expressar a grandiosidade do desencarnado, muitas vezes em situações deploráveis no mundo espiritual, como decorrência da vida que levou na Terra...

Ainda aí, vemos uma forma de dissimular a morte, dando um aspecto festivo aos despojos já consumidos pelos fenômenos naturais...

...E todos esses recursos poderiam ser encaminhados para diminuir o sofrimento de milhões de criaturas enfermas, esfaimadas, excluídas do conjunto social...

Infelizmente, porém, a morte é um dos fatores que empurram as pessoas fracas e despreparadas para os enfrentamentos normais da existência, para a depressão, para a revolta, para a violência.

Ninguém conseguirá driblar a morte, por mais que o intente.

* * *

Pensa com frequência e tranquilidade na tua desencarnação.

Considera que o momento, por mais distante se te apresente, chegará fatalmente. Recorda os teus desencarnados com carinho, envolvendo-os em ternura e orações.

Fala-lhes mentalmente a respeito da realidade na qual se encontram e de como se devem comportar, procurando o apoio dos seus Guias e a proteção do Senhor da Vida.

Morrendo e retornando, logo depois, Jesus cantou o hino da imortalidade gloriosa que culmina a Sua trajetória na Terra de maneira insuperável.


Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 25 de maio de 2010, na residência de Josef Jachulak, em Viena, Áustria

18 fevereiro 2011

Tua Mulher - Ayrtes

Tua Mulher

Se estamos falando do lar, não podemos nos esquecer da mulher, que orna esse ambiente e sustenta a casa com muita Esperança.

Ela certamente caminha em um processo de despertar de valores espirituais e quase sempre é consciente disso; o marido e os filhos são os seus instrumentos de redenção e é por isso que a mulher deve manifestar sua gratidão àqueles que a ajudaram a subir e desfrutar das glórias geradas pelo seu sacrifício em família. Mulher, procura o ENTENDIMENTO, que ele te abastecerá de forças cada vez mais novas, para que possas lutar contra as tuas próprias deficiências!

Quem entende, vive melhor. Quando ferida, não deves fazer o mesmo; quando apedrejada, perdoa; quando injuriada, não deves injuriar. Esse modo de proceder com Jesus se chama ENTENDIMENTO, que ajuda a criar a paz na tua casa e luz no teu coração .

Deus fez a mulher , por saber o que estava fazendo e idealizou seu companheiro, por Ter consciência da sua necessidade. Estamos querendo mostrar a todos o valor do culto do Evangelho no Lar. Ele faz lembrar a fraternidade dentro da família e se o resultado não for imediato, o tempo não nos decepcionará, no decorrer dos dias, o ENTENDIMENTO irá surgindo e, com mais tempo, o lar vai se enriquecendo de valores espirituais, capazes de assegurar em cada coração a certeza de que somente o amor vale a pena em toda a vida.

Seja o que sejas, amai! Sejas o que sejas, torna, torna a amar , porque se revidares o ódio com ódio, vingança com vingança, nunca poderás ser feliz.

Cada vez que esforçares para melhorar o teu ENTENDIMENTO, o ganho será Todo teu. Há muitas mulheres que dizem "se eu tudo a aceitar , vou-me tornando escrava do opressor ". Deveis aceitar não tudo, mas o que analisas que seja bom; podes demonstrar o que não e conveniente , sem que a violência use a tua língua e que o teu gesto denuncie a que ponto compreendeste a vida e até onde Jesus está visível dentro de ti.

Os que te ferem, com o tempo - se souberes proceder - passarão a Ter respeito pelo que és e sem quererem, copiarão a tua vida . Podes, se queres melhorar, servir de instrumento para a educação dos que moram contigo. Mulher, a tua estadia no lar que escolheste, não foi por acaso; analisa o teu dever, que os teus direitos irão surgindo por acréscimo de misericórdia, porque justiça é virtude que vibra onde a lei achar conveniente.

Companheiro, a tua mulher é a parte valiosa em teu lar ; não te esqueças de ajudá-la! A tua percepção já te avisou várias vezes no que tange ao teu comportamento , mas procuras esquecer ; não a maltrates com teu silêncio nem com o teu desdenhoso falar! Vê que o teu lugar é onde estás e o teu dever primeiro é com a família; quem esforça para compreender, recebe compreensão, essa é a lei. A tua vida é uma lavoura , os teus atos sementes e a tua colheita nunca será diferente daquilo que plantares.

Mulher e marido, vivendo bem, até o ar que os filhos respiram tem algo de paz. O alimento, a água e as próprias vestes ficarão enriquecidas de amor. Vê a influência do procedimento dos pais para com os filhos ! Não te esqueças do Evangelho em teu lar, que ele te ajudará em todas as melhorias que pretendes conquistar.!!!!!!

Que Deus te abençoe.

De "Tua Casa",
Médium: João Nunes Maia
Pelo Espírito Ayrtes

17 fevereiro 2011

Que Será de Nós? - Cid Franco

QUE SERÁ DE NÓS?


Que será de nós se não sobrevivermos em Cristo

Tanto quanto o Cristo busca sobreviver em nós?

Não passaremos de símios acorrentados à teia dos cromossomas,

Nascendo,

Morrendo

E renascendo

A fim de aprender a edificar a vida pelo amor,

Mas acabando por ceder às tentações do ódio para destruí-la

Qual vem acontecendo

Na sucessão dos evos.

Que será de nós sem a sobrevivência em Cristo?

Quem livrará os povos superdesenvolvidos dos polvos da ambição e dos cogumelos do extermínio?

Time Square, Piccadilly, Champs Elysées,

Festivais de Cannes, passarelas de Roma, Carnavais do Rio,

Quem vos garantirá, na retorta da existência, a transformação gradativa convertendo-vos o brilho exterior em felicidade real?

Sociedades de Nações, Academias de Ciências, Institutos de Pesquisas e Organizações Culturais,

Quem vos assegurará a subida em demanda do sol do sentimento,

Para que os vossos raciocínios brilhem de sublimação à plena luz?

Companheiros que vos ocultais sob a névoa grossa da anfetamina

Ou que transitais nas alucinações do ácido lisérgico,

Quem vos soerguerá com paciência, restituindo-vos o equilíbrio nas trilhas naturais?

Que será de nós se não sobrevivermos em Cristo?

Sem Ele, ai de vós entregues às mandíbulas das máquinas, Semelhantes a Moloques insaciáveis do sangue das vítimas! E ai de nós no Plano Espiritual da Terra,

Que não podemos rogar piedade aos computadores nem pedir vida nova aos foguetes espaciais!

Que será de nós se não sobrevivermos em Cristo?

Homens, comunidades e nações conhecem a resposta...

Sem sobrevivermos em Cristo, na marcha em direção à solidariedade isenta das pedras do sarcasmo e livre dos punhos e golpes 6a violência, não passaremos de animais amando e odiando, edificando e arrasando, nas viagens de ida e volta berço-túmulo e túmulo-berço, embora refulgindo no ápice das conquistas biológicas, transistorizadas em nossas lembranças ancestrais a rebentarem através de guerras e mais guerras, conforme a filosofia do imanente e segundo o registro do imemorial.

Pelo Espírito Cid Franco
Do livro: Astronautas do Além

Médium: Francisco Cândido Xavier e J.Herculano Pires - Espíritos diversos

16 fevereiro 2011

A Moléstia Salvadora - Humberto de Campos

A MOLÉSTIA SALVADORA

Voltara Antonino Tinoco da reunião habitual; entretanto, a palavra amorosa e sábia dos amigos espirituais não lhe aliviara o coração atormentado, como sucedia de outras vezes. Generosas entidades lhe falaram ao íntimo, da beleza da consciência pura, exalçando a felicidade no dever cumprido, e, contudo, parecia agora inabilitado à compreensão.

Aquele vulto de mulher ocupava-lhe a mente, como se fosse uma obcecação doentia. Não lhe dera Deus o lar honesto, o afeto caricioso da companheira e dos filhinhos? Que lhe faltava ao coração? Agora, sentia-se quase sem forças. Conhecera-a numa festa elegante, íntima. Recordava nitidamente o instante em que se cumprimentaram pela primeira vez. Não tencionava dançar, mas alguém insistira, apresentando-lhe Gildete. Entendeu-lhe de pronto o temperamento original. Conversaram envolvidos em simpatia franca, embalados em sons musicais, dentro da noite linda, sob árvores tranquilas e balouçadas de vento descuidoso.

A história de Gildete comovera-o e os dias enlaçaram ambos cada vez mais, em repetidos encontros.

Não valeram explicações, advertências e conselhos de sua parte. Abandonara-se-lhe a jovem teimosamente, enredando-o em maravilhosa teia de seduções. Contara-lhe complicado romance de sua vida, que Antonino aceitou com a boa-fé que lhe caracterizava o espírito fraternal. Gildete, no entanto, vinha de mais longe. Espírito envenenado de aventuras inconfessáveis, presumia em Tinoco outra presa fácil.

A princípio, encontravam-se duas vezes por semana, como bons amigos plenamente identificados entre si; mas a gentileza excessiva embebedara-o, devagarinho, e não se sentiu surpreendido quando entraram a falar de atração, desejos, amor. A partir dessa noite, tornara-se mais assíduo e interessado.

De quando em quando, advertia-o a consciência nos recessos do ser. Seria crível que, integrado no conhecimento de sublimes revelações espirituais, se entregasse inerme a condenáveis aventuras, quando assumira sagrados compromissos de família? Por vezes, acentuava-se-lhe o impulso de resistência, beijava ardentemente os filhinhos, alegrava a esposa, renovando delicadezas cariciosas; subitamente, porém, lembrava a outra e, qual animalzinho magnetizado, inventava pretextos para ausentar-se.

Gildete obcecara-o. Cada noite, lia-lhe novas páginas de ternura, que afirmava escritas somente para ele, na soledade do coração. Dirigia-lhe olhares súplices, lacrimosos, tímidos, de criança ingênua, e que Tinoco interpretava como carícias de primeiro e único amor. Em vão tentava referir-se à dedicação platônica que lhe competia, aos sagrados compromissos que o prendiam. A sereia destacava sempre novas possibilidades e descobria diferentes caminhos para satisfação dos criminosos desejos. Antonino escutava-lhe os apelos, sob emoções fortes, devorando cigarros avidamente. Em determinadas ocasiões, cedera quase. Mas no instante preciso, quando a perigosa criatura se julgava triunfante na batalha oculta, algo lhe ocorria ao espírito bem-intencionado, impedindo a total rendição. Eram lembranças vagas dos filhos queridos, recordações de gestos amorosos da companheira; outras vezes, parecia-lhe escutar de novo as preleções evangélicas das reuniões espiritistas que costumava frequentar periodicamente. Gildete exasperava-se, sentindo-se espicaçada pela vaidade ferida.

Mais de um ano decorrera, no qual Antonino perdera energias e tranqüilidade. Emagrecera. Nunca mais se lhe observara o olhar sereno de outros tempos. Ele próprio não sabia explicar a causa de sua resistência moral, ante a situação complicada e indefinida.

É que o abnegado Ornar, velho companheiro de existências transcorridas, seguia-o espiritualmente de há muitos séculos e permanecia vigilante. À tirania da mulher inconsciente sobrepunha-se uma influência superior. Se Gildete emitia conceitos tendentes a desintegrar o caráter de Antonino, oferecia-lhe Ornar pensamentos nobres. A imaginação do rapaz convertera-se em campo raso de luta.

Naquela noite, todavia, Tinoco revelava-se mais fraco. Era-lhe quase impossível resistir por mais tempo.

Debalde aproximou-se o benfeitor trazendo-lhe socorro. Cérebro escaldando, Antonino refletia: não via tantos amigos, aparentemente respeitáveis, sustentando episódios afetivos longe do lar? Possuindo recursos financeiros para atender às suas obrigações, como deixar Gildete em abandono? Afinal, não seria generosidade amparar uma criatura sem arrimo e sem família? O nosso Antonino aproximava-se da capitulação integral.

Preocupado, nervoso, esperou o dia imediato e, à noite, procurou ansiosamente a perigosa diva.

Depois de trivialidades usuais, penetraram o terreno das considerações afetivas. Gildete parecia-lhe mais sedutora que nunca.

– O dever é cruz bem pesada – suspirou ele com amargura.

– Mas não se trata de fugir ao dever – tentou ela esclarecer sutilmente –, longe de mim a idéia de comprometer teu nome, arruinar tua paz doméstica. Não achas, porém, que também eu tenho direito à vida? Sou o faminto atormentado, junto ao celeiro rico de afetos. Teus escrúpulos são naturais e respeitáveis e sou a primeira a louvar a nobreza do teu proceder; entretanto, não podes desconhecer minha condição de mendigo batendo-te à porta. Há quanto tempo suplico migalhas de amor que te sobram no lar? Encontrando-te, supus-me acompanharam a vida e os pensamentos. Nossa primeira noite de baile pareceu-me a entrada em paraísos maravilhosos. Guardei a impressão de que tua voz chegava de longe, do pais delicioso do sonho... Depois, Antonino, informei-me da tua vida. Estavas preso a outra, eras pai de filhinhos que não são meus. A realidade encheu-me de sombras e, não obstante a sorte adversa, nunca desanimei. Amo-te com ardor sempre novo, esperando-te ansiosa.

E porque o rapaz lhe guardava as mãos entre as dele, a revelar carinho, Gildete tinha os olhos úmidos, brilhando à luz cariciosa e discreta, e continuava:

– Não exijo que sacrifiques teus deveres, não desejo te transformes em marido execrado, mas suplico a migalha de afeto, algo que alivie os pesares imensos desta minha solidão angustiosa...

A essa altura, desfez-se em pranto convulsivo, que Tinoco procurava estancar carinhosamente. Abraçando-a, comovido, renovou protestos amorosos e tudo prometeu, decidido a todas as conseqüências :

– Não chores assim; deves saber que vives comigo em toda a parte, no coração e no pensamento. Ouve, Gildete! Iremos amanhã para Petrópolis, organizaremos nossa vida. Não posso desprezar a família, mas passarei a manter o lar e o ninho, a mãe de meus filhos e a companheira ideal.

A pérfida criatura exibia gestos de felicidade imensa.

Depois de venturosos votos muitas vezes renovados, separaram-se com a promessa de união definitiva, para o dia seguinte.

Nessa noite, todavia, enquanto Tinoco tentava a custo conciliar o sono, absorvido em projetos de voluptuosa exaltação, Omar, aflito, trazia um nobre amigo da Espiritualidade, mais experiente que ele próprio, a fim de opinar na difícil conjuntura.

Anacleto, o venerando guia, examinou Antonino, atentamente meneou a cabeça e esclareceu :

– Toda a zona mental está invadida de larvas venenosas. As zonas de receptividade permanecem fechadas à influenciação superior. Teu protegido está absolutamente hipnotizado pela mulher que lhe armou o laço de mel.

Abismando-se Ornar em amargurosa tristeza, Anacleto explicou :

– Só há um meio de salvá-lo.

– Qual? – perguntou o generoso amigo.

– A enfermidade grave e longa, algo que, abalando-o nos recessos da personalidade, lhe esgote o terrível conteúdo psíquico.

Trocaram idéias durante alguns minutos e, voltando Anacleto à esfera superior, podia-se ver Omar em agitação intensa.

Alta madrugada, Tinoco despertou de breve sono, experimentando dores agudas. Levantou-se, mas as cólicas e vômitos incoercíveis obrigaram-no a deitar-se novamente.

A esposa abnegada, depois de mobilizar os recursos possíveis, telefonou inquieta ao médico da casa. O facultativo atendeu prontamente. Após minucioso exame, prescreveu banhos quentes e injeções intravenosas de água salgada. Ao despedir-se, falou ao Sr Tinoco em caráter confidencial:

– O caso é muito grave. Tenho a perfeita impressão da cólera morbus. A fraqueza, a algidez, os vômitos e contrações, são sintomáticos. Voltarei mais tarde para colher elementos necessários ao exame bacteriológico.

Mal clareava o dia e Antonino já apresentava lividez cadavérica.

O dia correu entre inquietudes angustiosas. À noite apareceu Gildete, acompanhada de amigos, para visita aparentemente sem significação. Acercando-se do leito, não dissimulou a surpresa profunda ao ver Antonino palidíssimo, ofegante, aguilhoado de cólicas dolorosas.

Não obstante as pesquisas de laboratório e renovação de tratamento, Tinoco piorava dia a dia.

Acabrunhado e lacrimoso, na fase culminante do sofrimento, suplicou a presença da mãezinha querida, que desencarnara dois anos antes. Evocado com veemência, o Espírito materno não se fez demorado. Reconhecendo-lhe os padecimentos rudes, a velhinha venerável abraçava-o, rezando. Nesse instante, aproximou-se Omar e lhe falou entre enérgico e compassivo :

– Minha irmã, não implore a Deus providências favoráveis à saúde de seu filho.

– Oh! generoso amigo – objetou emocionada –, acaso não sou mãe afetuosa? Como poderia ver meu filho atormentado, sem rogar a Deus lhe devolva o equilíbrio indispensável à vida?

– Sim, você foi mãe dele por trinta e cinco anos, mas eu estou em serviço ativo pela saúde espiritual de Antonino há mais de quinze séculos. A moléstia não o abandonará, até que se anulem os perigos. Enquanto há condensação de vapores, a nuvem não desaparece do céu.

De fato, somente depois de onze meses voltava Tinaco do consultório, fisionomia radiante, ao lado da esposa carinhosa. O médico afirmara, abraçando-o:

– Você deve orgulhar-se do organismo que possui.

A princípio, alarmei-me com os sintomas da cólera; todavia, embora lhe descobrisse a forma benigna, eram tantas as complicações que cheguei a duvidar da sua resistência. Na verdade, a Natureza o dotou de reservas vigorosas.

Tinoco, restabelecido, não sabia como agradecer a Deus a bênção da harmonia orgânica, e quando, mais tarde, perguntou por Gildete, soube que a perigosa mulher residia em Madureira, ligada a outro homem. Só então compreendeu que, se o amor é capaz de todos os sacrifícios, o desejo costuma extinguir-se ao primeiro sinal de falência orgânica, ou de mocidade evanescente.

Pelo Espírito Humberto de campos
Do livro: Reportagens de Além Túmulo
Médium: Francisco Cândido Xavier

15 fevereiro 2011

Bem Aventurado Anônimo - Alma Eros

BEM AVENTURADO ANÔNIMO

Bem-aventurado anônimo
Ninguém, te viu a mão vigilante e sábia
Quando semeavas a leira escura
Para que todos tivessem pão,
Nem te observou o esforço enorme,
Quando abrias caminho à água distante
Para que a sede não aniquilasse os homens da Terra!

Olhos humanos não te fixaram,
Quando levantaste o companheiro abatido,
Quando suportastes os espinhos dos maus,
Chorando em silêncio para, que outrem não chorasse.

Gastaste muitos anos,
Tecendo ninhos para as alheias asas,
Levantando palácios fulgurantes
Que jamais te acolheriam...

De mãos votadas
Ao labor mais humilde,
Traçastes roteiros
Dentro do dia da Natureza agreste,
Ergueste cidades e parques
Para a alegria de todos.

Ninguém te conheceu, nem louvou...

E quase todos
Que se rejubilaram nos benefícios,
Através de teu amor,
Acreditaram que te bastavam
As moedas que lhes sobravam na bolsa
E esqueceram-te para sempre.

Entretanto,
Observas, mudo,
Que os grandes arautos do morticínio
Eram anunciados com ruído
No caminho das nações...
Muitos dos que destruíram as obras do bem
E os que falsearam a verdade
Eram incensados no galarim de fama,
Por milhão de vozes sedentas de poder!...

Bem aventurado anônimo! Bem aventurado anônimo,
E quando a morte chegou
A gratidão terrestre não veio socorrer-te,
Ninguém apareceu para enxugar-te o pranto.
Para os irmãos que te deviam
Não passava teu nome de palavra sem eco...
Somente a caridade
Envolveu-te em seu manto...

Mas, ó trabalhador desconhecido!
Para teus ouvidos venturosos,
Soou, na imensidão dos céus,
A frase inesquecível :
- Vem a mim servo bom e fiel!

Num transporte de júbilo indizível,
Reconheceste, então,
A grandeza das vidas pequeninas,
A glória das tarefas obscuras,
Descobriste a ti mesmo nas alturas,e, atravessando as amplidões divinas,
Abençoastes os dias teus,
A luz do Grande Anônimo que é Deus.

Pelo Espírito Alma Eros Do livro: Correio Fraterno Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos

14 fevereiro 2011

Hora da Divulgação - Marcelo Ribeiro

HORA DA DIVULGAÇÃO

Quem possui um tesouro e é sábio, investe-o, gerando bênçãos.

Quem conduz claridade, esparze luz onde se encontra.

Quem frui felicidade, distribui alegria, promovendo esperança.

Quem ama, irradia júbilo.

Quem tem conhecimento, elucida problemas e auxilia nas dificuldades.

*

O Espiritismo é um tesouro de alto valor, que tem a missão de produzir lucros de amor e juros de paz.

Ocultá-lo, sem o promover entre as criaturas, é o mesmo que enterrar uma fortuna, que assim perde a finalidade para a qual existe.

Retê-lo, constitui crime de avareza, considerando-se a fome de luz de que padecem as criaturas.

Adiar a sua divulgação, onde se encontre o espírita, representa perda de oportunidade valiosa, que não se repetirá.

Condicioná-lo às circunstâncias e interesses, seria desfigurá-lo na legitimidade dos seus conceitos e objetivos edificantes.

Pessoas existem que sofrem hipertrofia dos sentimentos e não se dão conta.

Criaturas movimentam-se, no mundo, fátuas e risonhas, ignorando, porém, porque vivem e para que vivem.

Homens agem sob os automatismos de que se tornaram vítimas.

Indivíduos desajustam-se por desconhecerem os valores do espírito.

Coletividades desarticulam-se, porque vencidas pelo egoísmo e pelas paixões dissolventes.

O Espiritismo é o antídoto eficiente e rápido para os males que grassam, na Terra, destruindo o materialismo e promovendo a vida.

Difundi-lo, a rigor, é tarefa de quantos se identificam com as suas lições e nele encontraram satisfação de viver.

Não é lícito impô-lo, nem justo deixar de apresentá-lo.

A convicção de que ele se faz objeto, favorecendo a pessoa com bênçãos, deve emular o seu beneficiário a levá-lo a quantos o ignoram.

E porque este é o momento da renovação espiritual da Humanidade, que se encontra exaurida por dores superlativas, também

é a hora da divulgação, consciente e nobre, da Doutrina, que “mata a morte” e alonga a vida, elucidando os enigmas complexos

da existência carnal com acenos seguros de felicidade à vista.

Marcelo Ribeiro
De “Terapêutica de Emergência
De Divaldo P. Franco, por diversos Espíritos


13 fevereiro 2011

Deus Nosso Pai - Emmanuel

DEUS NOSSO PAI

A pedra sonha com a sensação de planta.

A árvore aspira o instinto animal.

A fera vislumbra a inteligência.

O selvagem candidata-se à luz da razão.

O homem deseja para si o brilho do anjo.

E o anjo entrevê a celeste escalada de posições que ainda lhe cabe atravessar, no rumo da integração com a Munificência Divina.

-0-

Seres em crescimento, tão distantes da sublimação, quanto o orangotango ainda se encontra longe de nós, na insignificância de nossas aquisições e valores, qualquer definição de Deus nos escapa por insuficiência de percepção e compreensão.

-0-

O verme defrontado pela excelsitude da natureza, jamais conseguirá,
em sua condição, penetrar as leis da botânica e a ave pequenina, embora
refletindo nas asas tenras o fulgor solar, não pode analisar os fenômenos da
luz.

-0-

Entretanto, o verme e a ave atendem às funções que lhes cabem na economia do mundo e evoluem, dia a dia, para mais altos recursos da forma, no caminho do progresso constante.

-0-

Seria temeridade de nossa parte desafiar a Divina Sabedoria com qualquer classificação de seus atributos.

-0-

Espíritos humanos em desenvolvimento, no corpo físico ou fora dele, não podemos trair a posição em que nos situamos, competindo-nos, por agora, não a veleidade de compreender o Plano do Universo, mas sim a obrigação de acatar-lhe os desígnios, abraçando o serviço que a Lei nos reserva no campo de aperfeiçoamento que nos cabe lavrar.

-0-

Ainda assim, se buscamos exata notícia do Criador, adotemos a de Cristo que no-lo revelou na posição de “Nosso Pai”.

Nosso Pai que nos provê de recursos em todas as necessidades e que se acurva amoroso e solícito na proteção para todas as criaturas.

-0-

Nosso Pai que vela pela magnificência dos astros com a mesma ternura com que sustenta a larva no subsolo.

-0-

Em verdade, por agora, nossa inteligência é demasiada estreita par conter qualquer conceituação do Infinito, cabendo-nos, por bênção e honra, o trabalho incessante no bem para libertação e aprimoramento de nossas possibilidades virtuais.

*

Pelo coração, no entanto, ser-nos-á possível buscar o exemplo de Jesus e sentir o Supremo Senhor por Nosso Pai de Sabedoria e Misericórdia.

Através do amor, a estrela se comunica com o grão de areia e se a gota do oceano não lhe pode medir a extensão e a grandeza, traz consigo, na intimidade da própria estrutura, o gosto característico do mar.

De “Canais da Vida”
De Francisco Cândido Xavier
Pelo Espírito Emmanuel

12 fevereiro 2011

Esmorecer, Jamais! - Antônio de Aquino

ESMORECER, JAMAIS!

Algumas vezes, encontramos nas criaturas humanas, até mesmo entre os espíritas, sinais de desânimo.

Parece paradoxal que aqueles que deveriam falar das alegrias de Jesus, das alegrias do bem, os que deveriam falar da boa nova, com força e ânimo, se deixaram envolver por sinais claros, evidentes, de descompensações mentais ou mesmo do sentimento.

A que se deve isso? A uma pouca assimilação dos conhecimentos doutrinários?
A um sinal de que são apenas seres humanos, em lutas correntes e decorrentes da própria estrutura de vida que escolheram por força da reencarnação? Ou será apenas que as pessoas não sabem se sustentar diante de um episódio de luta moral, física, espiritual?

Provavelmente, nosso coração ainda não aprendeu a crer em Deus em plenitude e em Jesus como sendo o Mestre condutor de nossas existências. Talvez nossas almas não tenham conseguido ligar-se, efetivamente, ao sentimento maior que deve estar perfeitamente fixado em nossa mente, para que estejamos ligados a Jesus Cristo.

Pode ser ainda que o espírito precise de dar ênfase à meditação, de pesquisar as causas de suas dores e constatar que existem falhas no seu próprio ser, necessitando de correção; reconhecer, enfim, que precisamos melhorar.

Quando falamos assim, no entanto, não queremos deixar de reconhecer o lado da fraqueza humana. A carne, com o peso de suas dificuldades, muitas vezes traz ao homem a sensação de impotência diante dos problemas que lhe surgem à mente. Há também a dificuldade própria, causada pelo medo, pela inconformação diante de suas provas.

Vamos, portanto, observando que, cada vez mais, o espírita, o cristão, de um modo geral, precisa modificar seus próprios sentimentos.

O tempo que se dedica à distração, as horas que se perdem diante de uma televisão, os momentos que se dedicam a escutar os mexericos, tudo isso poderia ser transformado em uma firme determinação do espírito, fazendo com que esses momentos fossem empregados no estudo de si mesmo, analisando as próprias fraquezas, analisando os próprios problemas.

Outras vezes, oh! meus irmãos, encontramos trabalhadores da causa com dificuldades, e temos vontade de chegar a cada um deles e dizer assim:

- Meu irmão, pára, pensa, medita, ora, dedica-te a analisar as próprias dificuldades interiores e vê, vê sinceramente se em teu coração deixaste espaço para o estudo de ti mesmo.

Ah! meus irmão, realmente o nosso espírito é espírito itinerante; nosso espírito ainda não conquistou os valores totais do Céu. Somos itinerantes do bem. Construímos, passo a passo, lentamente, como se subíssemos uma escada ou como se andássemos numa estrada, construímos a nossa passagem para o alvo supremo que é Deus.

Estabeleçamos, assim, a coragem da fé. Estabeleçamos a dedicação ao bem.
Estabeleçamos, também, em nós, um tempo para nos auto-analisarmos. Fazendo dessa forma, certamente, de muitos problemas nos furtaremos e muitas coisas poderão ser transformadas dentro do nosso coração.

Trabalhemos, meus irmãos, a nós mesmos. Repito: do tempo dedicado a alguma espécie de distração, retirai pequena parcela para vós mesmos, para vosso estudo, para a vossa transformação.

Que Deus nos ajude, nos abençoe, nos conduza e traga muita fé para todos, a coragem da fé! Deus a todos conduza durante o dia, a noite, a semana, o mês, porque estais nesta vida para pagar um débito com a lei de Deus.

Tende a certeza, no entanto, de que esse débito está sendo pago. Tende a certeza de que todos estão no caminho do bem. Tende a certeza de que estais vencendo.

Deus fique com todos!

Antônio de Aquino

Mensagem psicofônica recebida pelo médium Altivo C. Pamphiro, no Centro Espírita Léon Denis, em 11/08/1999