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29 maio 2011

A Lei da Reencarnação - Irmão José


A LEI DA REENCARNAÇÃO

Ao passar deste mundo para o outro, o espírito conserva a inteligência que tinha aqui? — Sem dúvida, pois a inteligência nunca se perde. Mas ele pode não dispor dos mesmos meios para manifestá-la. Isso depende da sua superioridade e da idade do corpo que adquirir.

(“O Livro dos Espíritos”, questão 180).

Certas perguntas e respostas de O Livro dos Espíritos, a fim de serem mais bem assimiladas em seu conteúdo, necessitam de serem meditadas dentro do contexto em que foram formuladas.

A inteligência é patrimônio inalienável do espírito, que depende, para se manifestar, dos meios à sua disposição, notadamente de um instrumento físico mais ou menos adequado à sua livre expressão.

Um exímio violinista necessitará de instrumento à altura de sua habilidade, pois, caso contrário, sentir-se-á cerceado em sua capacidade de utilizá-lo.

Encarnando em mundos inferiores, é óbvio que o espírito, algo intelectualmente evolvido, quase sempre não disponha de um corpo compatível com seus anseios de raciocinar; muito embora possa ser portador de inteligência acima da média dos demais habitantes dos referidos orbes, ele não logrará avançar para além dos limites impostos pela sua condição cerebral...

Alguns espíritos, quando encarnam como vanguardeiros do progresso em meio a povos de natureza primitiva, conseguem, até certo ponto, sob o amparo de Entidades Superiores, impor-se à influência da matéria, interferindo, no que tange à genética, na constituição do corpo que irá ocupar. Outros, no entanto, ver-se-ão compelidos a expiar os deslizes cometidos no campo da inteligência em um corpo com reduzidos reflexos cerebrais, à feição de um doente cuja agressividade muitas vezes requer uma camisa-de-força que o contenha.

A Lei da Reencarnação, pois, em sua aplicabilidade, varia de espírito para espírito, de acordo com o seu grau de consciência e da evolução no mundo a que se destine.

A Reencarnação deste ou daquele espírito praticamente é possível em todas as Esferas, consideradas físicas e extrafísicas, consoante a disposição das partículas que compõem a matéria nas infinitas dimensões do Universo.

O termo reencarnação condicionou a mente humana à veste corpórea, como se o invólucro mais externo, no qual o espírito se apresenta nos demais mundos, tivesse sempre a mesma constituição do organismo físico, principalmente no que se refere à densidade.

Na resposta à questão acima aqui examinada por nós, os Espíritos condicionaram a atividade intelectual a ser exercida pelo espírito reencarnante, num outro mundo, à sua superioridade e à “idade do corpo que adquirir”! A colocação, bastante enfática, leva o estudioso da Doutrina a deduzir que, de fato, a Reencarnação não é menos Reencarnação porque, em certas circunstâncias, deixe de ocorrer segundo os estágios por ele conhecidos até o presente momento.

Em mundos de ordem hierárquica mais elevada, os espíritos candidatos à reencarnação não se ligam de imediato e tão estritamente ao corpo em sua fase embrionária, não estando, portanto, sujeitos à ação da amnésia temporária que acomete os homens, em sua generalidade.

Em relação às vidas anteriores, o esquecimento do passado será tanto mais profundo quanto menor a capacidade demonstrada pelo espírito de se impor ao corpo que venha a habitar, nas circunstâncias, também hereditárias, que lhe sejam adversas.

Seria interessante, para maior aproveitamento, os estudiosos confrontarem a pergunta acima com a de numero 183, do mesmo O Livro dos Espíritos: “Passando de um mundo para outro, o espírito para por nova infância? Resposta: “A infância é por toda parte uma transição necessária, mas não é sempre tão estúpida como entre vós”.

Página extraída do livro “Segundo O Livro dos Espíritos”, editora Didier
Carlos A. Baccelli /Irmão José

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