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16 julho 2012

Os Valores da Vida - Alírio de Cerqueira Filho


OS VALORES DA VIDA

Existem três grandes valores representados pelos verbos ser, fazer e ter. a harmonia desses valores é fundamental para o equilíbrio da vida, pois determinam a forma como levamos a vida e, conseqüentemente, o grau de felicidade, ou infelicidade, que nos proporcionamos, dependendo das escolhas por nós efetuadas para viver.

Possuem as seguintes características:

Ser: através do ser entramos em contato com os valores intrínsecos da vida, experimentando a sensação de sermos conscientes, responsáveis pela nossa própria felicidade e plenitude. É o estado de identificação com o Ser Essencial que somos.

Fazer: o fazer representa o movimento e atividade imanente no universo. Tem origem na energia criativa que permeia todo o universo. É com o fazer que nos tornamos co-criadores e podemos agir criativamente, quando em sintonia com o Ser Essencial que somos. Estaremos realizando harmoniosamente, as nossas atividades em família, no trabalho, no lazer, nos estudos, em sociedade.

Ter: através do ter, nos relacionamos com as pessoas e coisas em nossa vida. Entramos em contato com as posses, bens e relacionamentos. É através do ter que usufruímos aquilo que fazemos e desenvolvemos o desapego daquilo que temos e que é fundamental para o aprimoramento do Ser.

Quando a pessoa se encontra com as características de cada valor alinhadas entre si, todas concorrem para o mesmo fim. O aperfeiçoamento do Ser gera para si mesmo harmonia e equilíbrio, resultando num estado de felicidade e plenitude, em que a vida encontra o seu verdadeiro sentido, na qual o fazer e o ter são realizados para manter a harmonia e o equilíbrio do Ser.

Quando acontece uma inversão de valores, estará em desarmonia. Mesmo que ela busque com essa atitude ser feliz, ocorrerá aquilo que ela não quer: a infelicidade.

Essa postura produz muita ansiedade, inquietude. A vida deixa de ter um sentido, pois se busca a felicidade em coisas materiais, em atividades e na realização dos desejos puramente egóicos, e esta não se encontra nos valores materiais, mas nos valores espirituais do Ser.

O fazer e o ter são apenas meios para a evolução do Ser. Quando esses níveis tornam-se fins e não meios, acontece uma ruptura com a missão transpessoal de todo ser humano, que é a evolução para alcançar a plenitude e o amor.

Dinheiro, bens, posição social são recursos valioso que temos á nossa disposição, para exercemos o nosso papel de co-criadores.

O problema está na forma como conseguimos o dinheiro, os bens, as posições sociais. Se conquistarmos tudo isso com o nosso esforço, sem prejudicar ninguém, sem nos apegarmos a esses valores transitórios da vida, estaremos atuando em conformidade com as leis de amor e conseguiremos viver em harmonia e felicidade.

Ao contrário, se para ter bens materiais, lesamos outras pessoas, a comunidade, o meio ambiente e nos apegamos intensamente àquilo que sabemos ser transitório na vida, estamos vivendo uma forma contrária à lei de amor.

A conseqüência dessa atitude é a infelicidade e a desilusão, mesmo que tenhamos tudo que o dinheiro possa comprar, porque, diferentemente daquilo que, as pessoas, numa tentativa de fuga da realidade, dizem, o dinheiro jamais irá comprar a felicidade, pois ela é uma conquista interior, fruto da consciência tranqüila, daquele que já reconhece o verdadeiro sentido da vida.

Essa situação é muito comum. Muitas vezes a pessoa busca fazer coisas ilícitas para ter cada vez mais dinheiro e, com isso, ser feliz, jamais encontrando a felicidade. Outras vezes, a pessoa até faz coisas lícitas do ponto de vista humano, mas, por serem contrárias à lei de amor, podem trazer muitas posses a quem as faz, mas jamais trarão a felicidade e a plenitude.
Somente buscando ter posses que não prejudiquem os outros, fazer atividades com amor, enfim, utilizar o amor como um direcionador da nossa vida, é que seremos plenamente felizes.
Outra dificuldade muito comum em relação ao ter, é o apego que as pessoas sentem àquilo que não têm e lhes faz muita falta. Isso acontece quando elas não possuem determinados bens ou relacionamentos, que acham imprescindíveis para conseguirem a felicidade. Desesperam-se quando não conseguem o que desejam, numa clara relação de apego ao que não têm.

Psicoterapia à Luz do Evangelho de Jesus
Alírio de Cerqueira Filho

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