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07 janeiro 2013

Autodoação - Joanna de Ângelis


AUTODOAÇÃO

Aprende a doar-te, se desejas atingir a prática legítima do Evangelho.
 
Pregador que se alça à tribuna dourada, derramando conceitos brilhantes, mas não se gasta nos labores que propõe é apenas máquina de falar, inconsciente e inconsequente. O verdadeiro aprendiz da Boa Nova está sempre a postos.
 
Se convidado a dar algo, abre a bolsa humilde e, recordando-se da parábola da viúva pobre, oferta o seu óbolo sem constrangimento. Se chamado a dar-se, empenha-se no trabalho, gastando-se em amor, consumindo as energias, recordando o Mestre na carpintaria nobre.
 
Há muita gente nas fileiras do Cristianismo que ensina com facilidade, utilizando linguagem escorreita, falando ou escrevendo, mas logo que é convocada a dar ou doar-se recua apressadamente ferida no amor próprio.
 
Prefere as posições superiores de mando, distante das honrosas situações do serviço.  Pode ser comparada a parasitas em alta posição na árvore de que se nutrem, inúteis.
 
Em comezinhos exemplos, encontrarás, no quotidiano, o ajudar gastando-se.
 
A pedra que afia a lâmina consome-se no mister.
 
A grafite que escreve, desaparece enquanto registra.
 
O sabão que higieniza, dissolve-se, atendendo ao objetivo.
 
Em razão disso, não receies sofrer nas tarefas a que te propões.
 
São os maus que de ti necessitam, Os enfermos te aguardam e os infelizes confiam em ti.
 
Pede a ti mesmo algo por eles e, embora o teu verbo não tenha calor nem a tua pena seja portadora da fraseologia retumbante, haverá sempre muita beleza em teus atos e muita bondade em teus gestos quando dirigidos àqueles para quem, afinal, a Boa Nova está no mundo, recordando que Jesus, após cada pregação sublime, dava-se a si mesmo para a felicidade geral.
 
A estes oferecia a palavra de alento e paz.
 
Àqueles ministrava, compassivo, lições de vida e gestos de amor.
 
A uns abria os olhos fechados ou os ouvidos moucos. A outros lavava as mazelas em forma de pústulas ou recuperava a paz, afastando os Espíritos infelizes.
 
E a todos se doava, sem cessar, cantando a Boa Nova e vivendo-a entre os sofredores até a Cruz, que transformou em ponto de luz na direção da Vida imperecível.
 
Joanna de Ângelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco,
da obra Espírito e vida, ed. Leal.

 

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