GLÓRIA DA IMORTALIDADE - II
O triunfo da imortalidade do Espírito inicia-se no momento da sua ressurreição após a morte do corpo físico.
Despertando
na dimensão espiritual e dando-se conta da sobrevivência, o Espírito
compreende o significado da existência corporal e faz um balanço das
realizações durante toda a jornada, aprofundando os conteúdos felizes
daquelas que o enriqueceram de paz e de lucidez, enquanto confere
aqueloutras nas quais não logrou o êxito que poderia ter conseguido se
houvesse persistido nos sentimentos nobres.
Dá-se
conta da oportunidade que se lhe apresenta, assim como das infinitas
possibilidades de que passa a dispor, caso deseje avançar no rumo da
plenitude.
Descortina,
mediante a reflexão calma e sábia, as bênçãos que o aguardam através
das futuras reencarnações e começa a empenhar-se na autopreparação para
os futuros empreendimentos libertadores.
Indizível
alegria invade-o ante a perspectiva de que é possível conseguir a
autoiluminação e que tudo quanto produza de bem ou de mal reverte-se em
sua própria direção, propiciando-se alegrias inauditas ou desventuras
perturbadoras.
Mesmo
que haja vivenciado a existência de maneira incorreta, agora dispõe de
novos recursos para a autorrecuperação, que passa a depender
exclusivamente do empenho com que se dedique à conquista dos valores
mal-utilizados.
Quando,
porém, deixou-se intoxicar pelos vapores da soberba e do orgulho,
entregando-se aos despautérios nos quais se comprazia, toma conhecimento
dos terríveis danos a si próprio infligidos e, não tendo amadurecimento
psicológico para compreender a responsabilidade que lhe pesa sobre os
ombros, permite-se a revolta e o desespero que mais o atormentam,
empurrando-o para as sombras demoradas da perturbação e do
desequilíbrio.
Cada
ser é responsável pelas consequências dos atos que pratica. O seu
livre-arbítrio proporciona-lhe a eleição do que considera como digno de
respeito, arrastando-o, mesmo quando a contragosto, pelo caminho
escolhido, naturalmente assumindo os resultados da atitude infeliz.
O
Senhor do Universo não aplicaria mais de dois bilhões de anos para que a
vida se iniciasse no orbe terrestre até alcançar o nível da razão e do
discernimento, da consciência e do saber, se a mesma não tivesse a
finalidade sublime da perfeição.
Negar-se-Lhe
a causalidade é fuga e transferência para a ilusão, na qual se compraz o
invigilante, pensando em evadir-se das responsabilidades, sob a vão
justificativa da ignorância.
Tudo
no Cosmo fala de ordem, de equilíbrio, de harmonia, mesmo quando se
contempla o aparente caos, que oculta os princípios que o produzem,
embora permaneçam desconhecidos.
Há, portanto, em tudo e em todos a fatalidade para a glória da imortalidade em permanente triunfo.
A vida jamais se extingue, desde quando foi iniciada.
O Espírito é criação do amor com o destino da alegria sem limites.
* * *
Enquanto
se transita na carne, a memória dos acontecimentos espirituais diminui
de intensidade, momentaneamente bloqueada em parte, a fim de não gerar
embaraços no processo de crescimento interior.
As
heranças atávicas dos instintos primários, não poucas vezes, tentam
obstaculizar a lucidez do pensamento que aspira por mais altos voos na
direção do Infinito.
Isso
concorre para os equívocos morais lamentáveis e as fixações tormentosas
no prazer, que nunca se faz saciado, sempre aspirando a novas sensações
proporcionadoras de gozos.
Os
elevados conceitos de dever e de responsabilidade, invariavelmente
cedem lugar aos de direitos e permissões, sem a correspondente
contribuição que confere essas ofertas existenciais.
As
mentes desvairadas pelos tormentos ancestrais, que se encontram fixados
nos mapas do processo de crescimento ético-moral, elaboram apressadas,
informações diluentes dos sérios compromissos com a realidade,
proporcionando comportamentos materialistas, utilitaristas, investindo
no aniquilamento do Espírito a partir do fenômeno da morte orgânica.
Embora
a intuição e as lembranças vagas da imortalidade, da experiência fora
do corpo, durante o interregno da desencarnação anterior e da
reencarnação atual, o ser irresponsável e presunçoso vitaliza essa
conduta aberrante e permite-se apenas o uso da indumentária fisiológica
para as satisfações egoístas em que se compraz.
Arrebatado
pela desencarnação que a todos alcança, desperta em desvario,
procurando o esquecimento absoluto, a ausência de vida, encontrando-a
estuante, experimentando, então, uma frustração terrível que o amargura e
atormenta.
A
vida é constituída de valores bons e maus, a depender de como são
aplicados por cada criatura, cabendo-lhe a sábia eleição que faculte o
resultado da alegria inefável da consciência reta, que permanece fiel
aos ditames da ordem e do dever.
Por
que a uns, a vida exigiria ações dolorosas, fadigas e lutas, enquanto
que, a outros concederia somente comodidades e júbilos, numa eleição
desigual e absurda?
Não
existem privilégios nas Soberanas Leis que regem o Universo, todos os
seres que nele se encontram estão subalternos aos mesmos códigos morais e
responsabilidades espirituais, que permitem as bênçãos dos sorrisos,
tanto quanto as dádivas das lágrimas.
Vive,
portanto, de tal modo que, ao chegar o momento de despedida das vestes
corporais, disponhas de recursos para a libertação plena do seu
ergástulo que, por um período permitiu-se fruir os meios que
proporcionam o estado de paz.
Enquanto
estejas no corpo, utiliza-o com respeito e desincumbe-te dos deveres
que te cabem, porque desencarnarás conduzindo as ações em que te
empenhaste e que se constituirão nos recursos indispensáveis para a
continuação da jornada.
O
mesmo ocorre com os familiares e amigos que fazem parte do teu
relacionamento, assim como sucede com aqueles que te geraram
dificuldades e criaram embaraços existenciais, tornando-se inimigos e
perseguidores.
Ninguém foge de si mesmo.
A glória da ressurreição é o incomparável despertar para a vida em triunfo.
* * *
Dia de finados!
Aqueles
que são considerados mortos encontram-se vivos em processo de
autoavaliação dos próprios atos, ansiosos pela oportunidade de recomeçar
e refazer os caminhos mal percorridos.
À
sua semelhança, aqueles que se empenharam na obra da verdade, também
anelam pela felicidade de ajudar e de crescer na direção de Deus, o Amor
sem Limites.
Ora pelos que desencarnaram e ajuda os Espíritos encarcerados na matéria, que ainda ignoram o destino que os aguarda.
(...)E segue em paz, amando e servindo sempre.
Joanna de Ângelis
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na
tarde de 11 de agosto de 2012, na residência do Dr. Epaminondas
Corrêa e Silva, em Paramirim, Bahia.
tarde de 11 de agosto de 2012, na residência do Dr. Epaminondas
Corrêa e Silva, em Paramirim, Bahia.
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