Quem deveria estar escrevendo isto era o nosso mentor Odilon, mas ele está ocupado, assim pediu-me para transmitir-lhes estes apontamentos.
O que esperamos dos médiuns:
Estudem o evangelho, de preferência em grupo.

Se vejam como menor de todos.

Se aceitem com as suas potencialidades, fugindo de sonhos “mediúnicos”.

Que falem mais de amor e menos duras verdades.

Que se eduquem no lúdico momento do alimento.

Que falem menos, ouçam mais, de preferência não falem.

Que se aceitem doentes. O único são que passou por aqui, pregamos na cruz.

Que não seja alcoviteiro em crises matrimoniais. Sua vida já é rica de problemas sem os de fora.

Que não se sinta isento de culpas, de vez que são os mais culpados.

Que a mediunidade não é banca de jogo com corações humanos.

Que quem manda em nós é Jesus. Quem não concordar entregue o boné.

Se conscientizem que somos um nada, vivendo em um mundo de faltos, coma missão de servir.

Que entendam que de uma maneira geral a diferença entre nós e os presidiários, é que a justiça divina, ainda, não nos encontrou.

Que entendam que não existem médiuns espíritas, umbandistas e outros. Existem médiuns que deveriam servir a Deus não a Mamon ou, por outra, a si mesmos.

Que na mediunidade não temos gazofilácio. Quem desejar fazer vida com a mediunidade, não seja espírita. Quem desejar vida reta com os espíritos pegue a enxada e cale a boca.

Que o fato de ser médium não o isenta de cumprir suas funções humanas. 

Espíritos não pagarão suas contas.

Que na mediunidade com Jesus não existe trabalho para isto ou para aquilo. 

Quem desejar milagres, estude-se para conhecer-se: já é um grande milagre.

Médium pode até ser psicólogo, mas quem vai resolver os problemas dos outros são eles. No máximo poderemos ser todo ouvidos e, se possível nenhuma boca ou pensamento.

Que o médium deve esperar sempre as diretivas de Jesus, na liça mediúnica, não seguir cartilhas frias, sem amor.

Que se o livro gera conhecimento para a mente, o mesmo conhecimento será luz, pela transformação do coração. Muita luz sem nenhuma ação é mergulhar em piscina sem água.

Que médium crítico assina a própria sentença. Se estudassem, seriam mais felizes. Não obstante muitos médiuns adoram os mofos da ortodoxia. É uma pena.

Que não existe trabalho mediúnico sob nosso controle. Existem os mais necessitados, nós, e os assistidos, nossos médicos. A barca de Jesus é imensa.

Que não nos importa muito o que o médium tem no estômago, mas quanto ao coração...

Que nós todos, daí ou daqui somos, em essência, indisciplinados. Sirvamos apenas, a disciplina correta virá com o tempo.

Que nenhum médium deve ser “moleque de recado” e que os médiuns devem conversar-se e confessar-se mais uns com os outros. O diálogo é a liga do amor.

Esta mensagem é antes cristã. Se os espíritas julgarem-se doentes podem fazer dela espírita-cristã. Se não, podem apagá-la.

Que os chamados “espíritos da umbanda” ou de “mesa branca” só existem em nossa mente parva e preconceituosa. A rigor todos somos espíritos de Deus, numa barca cujo timoneiro é Jesus.

Que aceitem estas palavras como sinceras e com carinho e, em se não concordarem, me esqueçam.

*
Esperamos que os médiuns, não todos, pois a fogueira me aguarda:
Sejam mais humildes e menos “eles”;

Sigam os exemplos de Jesus, não dos médiuns referência;

Ocupem cargos de comando, pois médium deve se ver como servo, se é que entenderam de quem;

Preocupem antes em seu melhorar que dar passagem a contos da carochinha;
Não pensem que somos deuses ou infalíveis; somos doentes como vocês e o médico é Jesus;

Não pensem que mentor é ama seca, pois este é um ser co-evolutivo, ou seja, se cairmos vai tudo para as brecas;

Entendam que o estudo é importante, mas seu excesso sem a prática, enferruja o coração;

Entendam que a mediunidade é ferramenta a ser usada com o coração, sem dispensar as primícias das razão;

Entendam que a mediunidade é ferramenta com a razão que, em excesso pode afastar seres e sofrimento;

Entendam que o espiritismo, sob a égide dos valores de Jesus, serve a nós, cristãos. Assim devemos conhecer rudimentos das outras religiões;

Entendam que reunião mediúnica não é nem missa medieval, nem circo dos horrores; com todo respeito ambos os grupos, encarnados ou não, é um local onde lambemos feridas uns dos outros;

Entendam que por mais horrível seja o espírito comunicante, dele promana um espírito humano carente, lembrando sempre que a beleza é relativa aos valores do coração;

Entendam que mensagens mediúnicas, embora possa ter caráter genérico ou aparentemente pessoal, é receituário bendito aos corações que querem amar com a consciência Crística. Quem desejar entender, fique à vontade;

Entendam que a mediunidade não deve ser vista com pressa. Quem tem pressa “come cru” ou erra desnecessáriamente. Embora “o erro em clima de sinceridade seja aprendizado”, errar podendo acertar nos faz ganhar tempo;

Entendam e aceitem, se puderem, pois pode ser muito para muitas cabeças bucéfalas, que nunca vi “preto-velho” que não estalasse os dedos ou não cantasse os pontos e, sem desconsiderar os confrades e as confreiras espíritas que tive e tenho como amigos, os melhores passes que tomei foram na simplicidade dos casebres, no meio da mato, sem nada material ou teórico, mas com muito amor;

Entendam que médium espírita com teoria é manancial de luz; só com teoria, é candidato ao hospital da esperança;

Entendam que somos portadores de várias mediunidades obrigatórias: e a primeira a ser praticada é a do auto-amor, curando as próprias feridas;

Entendam que raros médiuns saberão, de início, qual mediunidade Jesus demandará dele. Isto não é importante, mas, se vale a dica: olhemos o espelho da consciência e verifiquemos como estamos perante a contabilidade divina;

Entendam que médium que premeditadamente escolhe a mediunidade gloriosa, é médium doente; médium que se forma na fôrma do conhecimento, da sabedoria e do amor, é útil a Jesus;

Entendam que alguns médiuns, mormente os portadores de processos psico-patológicos graves e incuráveis, dos quais somos igualmente portadores, em níveis diversos, deveriam ser direcionados para tarefas subsidiárias. Nestes casos, o médico é o Cristo e nós devemos preservar estas mentes sofridas;

Entendam que médiuns que falam muita via aparelhos eletro-eletrônicos, deveriam falar mais pessoalmente. O afeto e o afago são essenciais.

Entendam que jogar conversa fora é erva daninha a corroer espíritos, tanto encarnados quanto desencarnados. Se fofoca fosse positiva teríamos menos dor na terra;

Entendam, mais uma vez, que médium bom é aquele que ouve e não escuta, pensa muito e não fala. O coração alheio é precioso demais para que nossos devaneios destruam.

Entendam que desabafo é uma coisa, auto-apiedar-se sem lógica, razão e bom-senso é outra.
Por ora me vou, mas volto.

Médium: Paulo Viotti
Espírito: Inácio Ferreira