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08 janeiro 2013



Vencedor Incomparável


O cadáver das nações vencidas encontrava-se exposto em decomposição moral, devorado pelos abutres do poder transitório, sucedidos sempre pelos mais fortes momentaneamente.
 
Naqueles dias, as legiões romanas esmagavam o mundo conhecido, enquanto a decadência moral tomava conta da capital do Império e se espalhava por toda parte.
 
A degradação humana atingira o clímax da sua degenerescência.
 
A sombra do terror diminuía a claridade do sol do discernimento e a crueldade reinava soberana em todo lugar, devorando aqueles que se lhe faziam vítimas, sendo substituída por mais terríveis manifestações de selvageria.
 
As musas haviam-se refugiado no Parnaso e os deuses do bem e da justiça, da harmonia e da ética, que sempre eram cantados nas expressões da beleza foram expurgados da sociedade, que agora cultivava as paixões bélicas e as transitórias forças do poder exaustivo.
 
Deus silenciara a Sua mensagem de amor nos penetrais do infinito, e mesmo Israel, que afirmava cultuá-lO, sentia-Lhe a ausência, dominada pelas ambições desmedidas e orgulhosas das suas tradições.
 
O crime campeava à solta e os mais vis conciliábulos eram firmados entre os triunfadores de um dia.
 
Nesse clima de hediondez veio, então, Jesus, confirmando a promessa apresentada pelos profetas do passado, a fim de inaugurar a Era do amor, e para modificar a estrutura moral da sociedade para sempre.
 
Um pouco antes, enviados especiais nas artes e na cultura enriqueceram o Império romano com beleza, diminuindo a arbitrariedade dominante e, ao mesmo tempo, preparando o advento do Evangelho de luz e de misericórdia.
 
De um lado, a barbárie em predomínio, enquanto que, de outro, o raiar de glorioso amanhecer de bênçãos.
 
Desprezando as honrarias do mundo e as ilusões vigentes, Jesus nasceu na pobreza e dignificou a simplicidade, demonstrando que o maior poder existente e que perdura para sempre é aquele que se origina nos sentimentos de ternura e de compaixão, renovando as ressequidas searas do coração desolado...
 
A partir de então, nunca mais a Humanidade seria a mesma.
 
Por mais teimassem os destruidores da esperança e os zombadores do bem, a Sua mensagem penetraria o âmago das criaturas que, mesmo destituídas, no momento, da capacidade de entendê-la para modificar-se, ficaria ensementada para o futuro por todo o sempre.
 
Tocados por esse fluxo divino, renasceriam nas páginas sombrias da História do futuro, deixando as imorredouras lições da fraternidade e do sacrifício como normativas felizes para o triunfo sobre todas as paixões asselvajadas.
 
Por essa razão, nos dias atuais, quando as paisagens humanas encontram-se devoradas pelo fogo da insensatez e do orgulho, da violência e dos descalabros morais, ressurgem do silêncio dos túmulos as vozes da Imortalidade, entoando o hino de compaixão e de caridade para com todas as criaturas terrestres.
 
Repontam, em toda parte, aqueles mesmos Espíritos que ouviram a mensagem no passado e não a souberam vivenciar, agora habilitados para transmiti-la aos ouvidos e aos corações dos sofredores de todo jaez.

*   *   *
 Jamais a sociedade recebera no seu seio alguém semelhante a Jesus.
 
A Sua presença incomum dividiu os períodos históricos, tornando-se imorredoura na memória e no comportamento de todos os tempos.
 
Adulterada, a fim de atender as conveniências de alguns daqueles que se lhe diziam vinculados, utilizada como arma de vingança e de destruição pelos insensatos mistificadores que não acreditavam na sobrevivência ao túmulo, permaneceu incorruptível na memória dos tempos, a fim de ser reapresentada pelos imortais, por Ele enviados, para inaugurar a Era do Consolador que prometera, antes da partida...
 
... E ao retornar a sinfonia de incomparável beleza, que o mundo parecia haver esquecido, aqueles que O ouviram e não O seguiram ou O acompanharam conforme os próprios interesses, levantaram-se para apresentá-la ao mundo contemporâneo, rico de inteligência e saber, mas sofrido e desgastado nas emoções superiores asfixiadas pelos vícios e comprometimentos infelizes.
 
Sendo o Espiritismo, que O desvela, a doutrina dos que vivem além da sepultura, ninguém o pode deter, nem o conspurcar, conforme o fizeram com a mensagem inicial.
 
É certo que tentarão reverter a ordem dos ensinamentos, adaptando-os aos infiéis conteúdos do passado, que procurarão apresentar desvios de condutas próprias às alucinações da época, porém, sem o êxito a que se propõem, porque os Espíritos que sopram em toda parte, demonstrarão os equívocos hediondos e manterão puros os paradigmas e as lições de inconfundível beleza do Evangelho.
 
Embora estes dias apresentem-se com muitas das características daqueles em que Ele viveu com as criaturas humanas, as circunstâncias são diferentes, por causa da grande transição que o planeta experiencia, deixando as sombras densas em que se encontra mergulhado para flutuar nas divinas claridades da regeneração que se aproxima.
 
Força alguma, de qualquer procedência, poderá impedir o processo irreversível da evolução comandada por esse Vencedor incomparável, que transformou os braços de uma cruz de vergonha em asas luminosas de libertação perene.
O Espiritismo é a sublime realidade da volta de Jesus a todos quantos padecem injunções penosas e caminham pelas estradas difíceis da ignorância, aguardando o guia e seguro mentor.
 
Não havendo outra alternativa para que seja conseguido o significado psicológico da existência física, senão o alvo da Imortalidade, é inevitável que as propostas incomparáveis do amor de Jesus encontrem ressonância no íntimo de todos e permaneçam como diretrizes de segurança emocional, para a jornada feliz.
 
As conquistas da ciência, as admiráveis realizações da tecnologia, os altos índices de conhecimento do mundo exterior, na atualidade, inevitavelmente conduzem, também, o ser humano, à viagem interna, a fim de que decifre as incógnitas do sentimento e equacione os desafios existenciais, abraçando as causas do bem e da fraternidade como as mais dignas de serem vivenciadas.

*   *   *
 Ante as dúlcidas melodias evocativas do Natal que recorda o momento em que Jesus mergulhou nas sombras do planeta para viver com os Seus discípulos humanos, mantém-te vigilante, procurando descobrir se já O sentes nos recessos do ser e se te entregas, realmente, à Sua programação.
 
O Natal é mais do que uma data elegida aleatoriamente no calendário, para assinalar o dia do Seu nascimento.
 
É, também, o momento em que Ele, nascendo no teu coração passa a comandar a tua existência, nela edificando o reino de Deus que se espalhará por toda a Terra, tornando todas as criaturas melhores e mais felizes.
 
Felicidades, pois, no Natal e em todos os Anos Novos da tua jornada terrestre!
 
                             Joanna de Ângelis

Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na manhã de 11 de agosto de 2012, na residência do Dr. Epaminondas Corrêa e Silva, em Paramirim, Bahia.

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