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30 abril 2014

Sem Medo de Morrer - Momento Espírita

 

SEM MEDO DE MORRER


A oradora concluíra a conferência. Demorados foram os aplausos. Depois, longa foi a fila para os cumprimentos.

Muitos lhe foram elogiar a fala esclarecedora, em torno da imortalidade da alma. Mais do que tudo, o desassombro que revelara, naqueles sessenta minutos, afirmando, mais de uma vez, que os espíritas não temem a morte.

Quem quer que se haja convencido de que a morte é simples transição, de um para outro estágio, não a teme.

Quem quer que esteja convicto de que somos imortais, pois somos Espíritos, aguarda a morte com tranquilidade.

Ante sua presença, não se atemoriza, nada teme. Verdadeiramente, o discurso fora coerente, perfeitamente embasado na lógica e no bom senso.

Passadas algumas horas, a ilustre conferencista foi levada ao aeroporto, para a tomada do voo que a conduziria ao lar, em outro Estado.

Enquanto aguardava o embarque, aproximaram-se dois casais, dizendo que haviam assistido sua conferência, e alongaram-se em elogios, detalhando alguns dos itens abordados, especialmente o destemor à morte, que ela tão bem evidenciara.

Poucos minutos passados, todos a bordo, inicia-se a viagem. Enquanto se servia o lanche, repentinamente, o comandante informa de turbulência à frente. Logo, todos a sentem. Não se trata de uma leve e rápida turbulência, mas de problema mais grave e demorado.

O avião parecia estar sendo sacudido por mãos invisíveis. Em seguida, dava a impressão de mergulhar num grande vácuo. Foram alguns minutos, que pareceram horas, e foram suficientes para estabelecer o pânico.

Vamos cair! Vamos morrer! – Bradavam os mais desesperados.

Outros simplesmente gritavam, enquanto lhes parecia ver, como em um filme, toda a sua vida. É o momento da morte. – Pensavam. E gritavam mais alto.

A conferencista, ante tanto pânico, desestruturou-se um pouco e estava a ponto de juntar-se ao coro dos gritos, quando lembrou do que falara, fruto dos seus aprofundados e reflexivos estudos.

Lembrou-se mais: Como poderia dar mostras de pavor, de pânico, perante pessoas que a tinham ouvido elucidar a respeito da inexistência da morte?

Calou-se, fechou os olhos e pôs-se a orar por si, pelos que estavam no mesmo avião, pelos familiares de que, de imediato, recordou.

Quando tudo asserenou, o avião prosseguiu viagem, ela se deteve a refletir. Naqueles poucos momentos, dera-se conta de que ainda não vencera o temor da morte.

Sim, intelectualmente, ela sorvera a mensagem lógica, de bom senso. Emocionalmente, no entanto, ainda não a administrara o suficiente para agasalhá-la como verdade inconteste.

Retornou ao lar, pensativa e passou dias a meditar a respeito do assunto.

As verdades divinas são simples e fácil é, a quem raciocina, com lógica, aprendê-las.

Algo bem diferente é vivê-las, ou seja, conduzir a própria vida, dentro dos seus parâmetros.

Isso tem a ver com a grande diferença que existe entre o intelecto e o emocional: o pensar e o sentir.

O intelecto aceita, mas nem sempre o sentimento o faz, na mesma dimensão e temporalidade.

Pensemos nisso e nos permitamos reflexionar um tanto mais em torno da vida que não morre, que prossegue ativa e exuberante.

Pensemos a respeito da passagem de uma para outra realidade, a qualquer tempo em nossa vida.

Por Redação do Momento Espírita, com base em fato narrado por Sandra Della Pola, em ciclo de Qualificação do Trabalhador Espírita, no Recanto Lins de Vasconcellos, em Balsa Nova, PR, em 15 de fevereiro de 2014. 


29 abril 2014

Disciplinando Pensamentos - Scheilla



DISCIPLINANDO PENSAMENTOS


A autoridade benfeitora é aquela que exercemos conosco mesmos, ampliando conhecimentos espirituais em todas as áreas da vida, para que a nossa vida se torne uma vida em flor.

Temos muito a disciplinar dentro e fora de nós, desde que a preguiça não nos inspire para deixar para amanhã o que poderemos começar hoje mesmo. A conduta da criatura deve acompanhar o progresso espiritual e as modificações são necessárias em todos os âmbitos da vida.

Os pensamentos nos vêm com a missão de formar ideias e elas são de nossa inteira responsabilidade, no mundo das nossas cabeças. O que fazer destas ideias que não se afinam com o bem da comunidade inteira? Responderemos por elas e por todos os distúrbios que elas nos causarem, seja nesta ou em outras existências. Se já sabemos destas verdades, para que sofremos?

O pensamento surge na engrenagem da alma e é neste momento que devemos vigiar na formação daquilo que vamos falar aos outros, no sentido de que a nossa fala não nos coloque como deturpadores das força de Deus em nós.

Façamos as correções necessárias antes que seja pior; retifiquemos, nos mínimos detalhes, aquilo a que chamamos de verbo falante, que ele nos acordará para a luz da divindade.

Mas se negligenciares ante a disciplina contigo mesmo, cada vez cairás mais ainda para o abismo das conversações inferiores, fazendo um círculo vicioso, porque é no clima dos teus próprios pensamentos que passarás a respirar o que pensas e o que falas, e a comer do que falas e do que pensas, alterando, assim, todo o teu metabolismo físico e espiritual, sofrendo, portanto, as consequências dos males sintetizados por tua ignorância.

É neste sentido que Jesus é a salvação da humanidade, pois veio nos mostrar a verdade. Ele é a própria Verdade; veio nos mostrar a vida, Ele que é a própria Vida; veio nos mostrar o caminho, Ele que é o próprio Caminho.

Quem aprende com o Cristo nunca mais erra o caminho para a felicidade. A escola do Evangelho é a melhor para todos nós, no corpo e fora dele. Instala, meu filho, a ordem em tua cabeça e passa a pensar melhor, a falar com mais proveito e a viver com mais decência.

Educa-te com amor, lê a Doutrina Espírita, se queres avançar na tua perfeição. Ela nos mostra, com mais facilidade, as leis a que devemos obedecer. Quem não é contra Deus, é com Ele, na luz do seu coração, que pulsa e dá vida a toda a criação.

Corrige tudo que em ti esteja errado e deixa aos outros a parte que lhes cabe. Dá o exemplo de dignidade e segue avante, que os outros te acompanharão no que estiveres certo.

De “Flor de Vida”
De João Nunes Maia
Pelo Espírito Scheilla

28 abril 2014

Desenvolvimento Psíquico - Emmanuel


DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO

Tentando definir a mediunidade, podemos ainda interpretá-la como sendo a capacidade de fazer-se alguém intermediário entre pessoas e regiões distintas. E assim como existem agentes de variada espécie para variados assuntos da vida humana, temos medianeiros de especialidades múltiplas para a vida espiritual.

Informados hoje de que a morte física não expressa sublimação, não podemos assim admitir que o desenvolvimento das faculdades psíquicas constitui só por si, credencial de superioridade.

Daí o imperativo de fixarmos no aprimoramento pessoal a condição primária do êxito em qualquer tarefa de intercâmbio.

Aqui, encontramos clarividentes notáveis e além somos defrontados por excelentes médiuns falantes, mas se aquele que vê não possui discernimento para o esforço de seleção e se aquele que se faz portador do verbo não consegue auxiliar a obra de esclarecimento construtivo, o trabalho de transmissão sofre naturalmente consideráveis prejuízos, desajudando ao invés de ajudar.

Nesse sentido, somos obrigados a reconhecer que o espírito do Cristianismo jamais foi alterado, em sua pureza essencial, mas os representantes ou medianeiros dele, no curso dos séculos, impuseram-lhe cultos, interpretações, aspectos e atividades, simplesmente artificiais.

O médium de agora deve exprimir-se em mais altos níveis.

Acham-se, frente a frente, os dois grandes grupos da Humanidade - encarnados e desencarnados - e, em ambos, persistem os “altos e baixos” do mundo moral...

Se o intermediário entre eles não se aperfeiçoa, convenientemente, permanece na posição do aprendiz retardo, por tempo indefinível, nas letras iniciantes, quando lhe constitui obrigação avançar sempre, na direção da sabedoria.

O artista é o representante da música.

O violino é o instrumento.

Mas se o violino aparece irremediavelmente desajustado, como revelar-se o portador da melodia?

A força elétrica é o reservatório de poder.

A lâmpada é o recipiente da manifestação luminosa.

Mas se a lâmpada estiver quebrada, como aproveitar a energia para expulsar as travas?

O benfeitor espiritual é o mensageiro da perfeição e da beleza.

O homem é o veículo de sua presença e intervenção.

Todavia, se o homem está mergulhado no desespero ou no desalento, na indisciplina ou no abuso, como desempenhar a função de refletor dos emissários divinos?

Há muita gente que se reporta ao automatismo e à inconsciência nos estudos da mediunidade, perfeitamente cabíveis no círculo dos fenômenos. Não podemos olvidar, entretanto, que o serviço de elevação exige esforço e boa vontade, vigilância e compreensão daquele que o executa, a fim de que a tarefa espiritual se sustente em vôo ascensional para os cimos da vida.

Por esse motivo, quem se disponha a cooperar em semelhante ministério, precisará buscar no bem a sua própria razão de ser.

Amando, arrancamos no caminho as mais belas notas de simpatia e fraternidade, que constituem vibrações positivas de auxilio e apoio, na edificação que nos compete efetuar.

A bondade e o entendimento para com todos representam o roteiro único para crescermos em aprimoramento dos dons psíquicos de que somos portadores, de modo a assimilarmos as correntes santificantes dos planos superiores, em marcha para a consciência cósmica.

Não há bom médium, sem homem bom.

Não há manifestação de grandeza do Céu, no mundo, sem grandes almas encarnadas na Terra.

Em razão disso, acreditamos que só existe verdadeiro e proveitoso desenvolvimento psíquico, se estamos aprendendo a estudar e servir.

Pelo Espírito Emmanuel
Do Livro: Roteiro
Médium: Francisco Cândido Xavier

27 abril 2014

Sabedoria do Amor - Joanna de Ângelis


SABEDORIA DO AMOR

Considerando-se as glórias incomparáveis da Ciência e da Tecnologia contemporâneas que devassaram o Cosmo e penetraram nas micropartículas, revelando a grandeza universal e o milagre da energia, seria de se esperar que os desafios existenciais se encontrariam solucionados.

Certamente incontáveis problemas foram equacionados, enigmas terríveis se tornaram decifrados, o conforto e as comodidades multiplicaram-se favorecendo benefícios que, na evolução, tornaram a Terra quase um paraíso...

Nada obstante, se alteraram a face do sofrimento humano, proporcionando modificações profundas no mapeamento das aflições, não conseguiram eliminá-los como seria de desejar-se.

Pandemias terríveis foram eliminadas do planeta, enquanto outras, não menos dilaceradoras, vieram tomar-lhes o lugar.

A abundância de víveres em grãos e os processos tecnológicos de produção em massa de animais e aves tornou-se surpreendente, mas não foi possível diminuir a fome no mundo, que continua irreversível, ceifando centenas de milhões de vidas.

Substituíram os mecanismos das guerras perversas de corpo-a-corpo pela crueldade das criaturas bomba, portadoras de insanidade de ódio inigualável.

As angústias emocionais, defluentes dos fatores diversos, especialmente dos eventos de vida, são mais temíveis do que o pavor da ignorância medieval.

O crime continua assolando em formas variadas e o medo domina a sociedade, que já não sabe como proceder.

Horrores dificilmente catalogados dominam as multidões.

Excessos de poder, de fortuna, de êxtases mundanos são olhados pela miséria extrema dos excluídos.

As mansões de luxo iluminadas confraternizam com as cracolândias e os depósitos de lixo ameaçadores.

Para onde ruma a humanidade?

Pergunta-se por qual razão há tantos paradoxos, assim como por que existem tantos humanos contrastes?

Jesus ofereceu as respostas conforme inseridas no Sermão da Montanha, no cântico mais profundo e espetacular que a humanidade teve ocasião de escutar.V O Seu brado sobre o amor radical ainda não foi ouvido e, perdendo-se nos desvãos do prazer, a criatura humana é responsável pela grandeza das conquistas anotadas, assim como pelos prejuízos éticos e morais.

Tem semeado trigo e cardos simultaneamente, no entanto, o escalracho predomina, com a natural colheita de dores.

Quase ninguém que não esteja experimentando o convite da aflição e sem rumo, assim fugindo de maneira vergonhosa do enfrentamento com a consciência.

Renova-se a mensagem do Mestre na Doutrina que os Espíritos trouxeram, a fim de repetir-lhe os enunciados, apresentando as soluções para os aziagos dias do presente.

*

Reflexiona: a fortuna de hoje nas tuas mãos, se não souberes bem administrá-la, será carência e compromisso negativos no futuro.

A comodidade de agora pode ser véspera da escassez de logo mais.

Semeia luz no caminho bem traçado e confortável ou naquele coberto de abrolhos por onde sigas.

Não te canses de servir, de ser útil, de fazer a parte que te cabe na economia coletiva e espiritual da existência.

Dá-te conta que os desastres de todo tipo, que ora tomam conta das manchetes da mídia escandalosa, são efeitos da conduta de cada indivíduo no seu passado atual.

Sem dúvida, muitos males que ora são enfrentados defluem das ações infelizes desta existência, da negligência, dos desacertos, das animosidades, da insensatez.

Outros, porém, transcendem a presente jornada e ressurgem como heranças nefárias de existências anteriores.

Não desanimes, porém, insistindo na ação edificante, fruto de pensamentos retos e dignificadores.

A sociedade será melhor e mais feliz na razão direta em que cada um dos seus membros assuma a responsabilidade de alterar o comportamento, elegendo diferente proceder.

Não será necessária uma severa mudança para uma conduta mística, alienada, mas para atitudes consentâneas com as lições sublimes das bem-aventuranças.

É sublime que te permitas instalar nos sentimentos as diretrizes da afetividade do bem fazer.

Não estás isento de experienciares sofrimentos inesperados e bem-estares agora, da mesma forma que a segurança econômica e social podem, sem aviso prévio, alterar-se para pior.

De igual maneira, a carência, a solidão, a dor selvagem, podem modificar-se, como ocorre amiúde.

Precata-te interiormente, agradecendo a Deus tudo que te ocorre e acende a sublime luz da alegria de amar no país do teu coração.

Frui as bênçãos do conhecimento, espalhando-as com os esfaimados de misericórdia, de oportunidade e de paz.V *

A jornada terrestre é caracterizada pelos acontecimentos inesperados.

Quem poderia imaginar que a multidão que recepcionou Jesus na entrada de Jerusalém seria a mesma que, em poucos dias, o apuparia e o levaria à cruz?

Resguarda-te na confiança em Deus e avança, crucificado ou liberto, vivenciando a sabedoria do amor para seres sempre livre.

Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na noite de 12 de dezembro de 2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

26 abril 2014

Entre as Força Comuns - Emmanuel



ENTRE AS FORÇAS COMUNS


Indiscutivelmente a mediunidade, no aspecto em que a conhecemos a Terra, é a resultante de extrema sensibilidade magnética, embora, no fundo, estejamos informados de que os dons mediúnicos, em graus diversos, são recursos inerentes a todos.

Cada ser é portador de certas atividades e, por isso mesmo, é instrumento da vida.

A luz nasce da chama sem ser a chama.

O perfume vem da flor sem ser a flor.

A claridade do núcleo luminoso une-se a radiações do ambientes e o aroma da rosa mistura-se a emanações do meio, dando origem a variadas criações.

Assim também o pensamento invisível do homem associa-se no invisível pensamento das entidades espirituais que o assistem, estabelecendo múltiplas combinações, em benefício do trabalho de todos, na evolução geral.

Importa reconhecer, porém, que existem mentes reencarnadas, em condições especialíssimas, que oferecem qualidades excepcionais para os serviços de intercâmbio entre os vivos da carne e os vivos do Além. Nessas circunstâncias, identificamos os medianeiros adequados aos fenômenos de manifestação do espírito liberto, nos círculos de matéria mais densa.

Contudo, nem sempre os donos dessas energias são mensageiros da sublimação interior.

Na extensa comunidade de almas da Terra avultam, em maioria, as consciências ainda enfermiças, por moralmente endividadas com a Lei Divina; conseqüentemente, a maior pare das organizações medianímicas, no Planeta, não podem escapar a essa regra.

Mais de dois terços dos médiuns do mundo jazem, ainda, nas zonas de desequilíbrio espiritual, sintonizados com as inteligências invisíveis que lhes são afins. Reclamam, em razão disso, estudo e boa vontade no serviço do bem, a fim de retomarem a subida harmônica aos cimos da luz, assim como os cooperadores de qualquer instituição respeitável da Terra necessitam exercício constante no trabalho esposado para crescerem na competência e no crédito moral.v Ninguém se esqueça de que estamos assimilando incessantemente as energias mentais daqueles com quem nos colocamos em relação.

E, além disso, estamos sempre em contacto com o que podemos nomear como sendo “geradores específicos de pensamentos”. Através deles, outras inteligências atuam sobre a nossa.

Um livro, um laço afetivo, uma reunião ou uma palestra são geradores dessa classe. Aquilo que lemos, as pessoas que estimamos, as assembléias que contam conosco e aqueles que ouvimos influenciam decisivamente sobre nós.

Devemos ajudar a todos, mas precisamos selecionar os ingredientes de nossa alimentação mais íntima.

Certo, não podemos menosprezar o nosso irmão que se arrojou aos despenhadeiros do crime, constituído simples dever nosso o auxílio objetivo em favor do reajuste e soerguimento dele, todavia, não podemos absorver-lhe as amarguras e os remorsos, que se dirigem a natural extinção.

Visitaremos o enfermo, encorajando-o e levantando-lhe o bom ânimo, contudo, não será aconselhável adquirir-lhe as sensações desequilibrantes, que precisam desaparecer, tanto quanto os detritos de casa que nos cabe eliminar.

A obra da caridade tudo transforma em favor do bem.v A atitude é oração. E, pela atitude, mostramos a qualidade dos nossos desejos.

Os pensamentos honestos e nobres, sadios e generosos, belos e úteis, fraternos e amigos, são a garantia do auxílio positivo aos outros e a nós mesmos.

Quanto mais nos adiantamos na ciência do espírito, mais entendemos que a vida nos responde, de conformidade com as nossas indagações.v O princípio dos “semelhantes com os semelhantes” é indefectível em todos os planos do Universo.

Caminhamos no encontro de nós mesmos e, por isso, surpreendemos invariavelmente conosco aqueles que sentem com o nosso coração e pensam com a nossa cabeça.

Os médiuns, em qualquer região da vida, filtros que são de rogativas e respostas, precisam, pois, acordar para a realidade de que viveremos sempre em companhia daqueles que buscamos, de vez que, por toda parte, respiramos ajustados ao nosso campo de atração.


Pelo Espírito Emmanuel
Do Livro: Roteiro
Médium: Francisco Cândido Xavier 


25 abril 2014

Doenças e Educação Mental - Espíritos José Lázaro e Klaus


DOENÇAS E EDUCAÇÃO MENTAL


Devo alertar os encarnados que, em número incontável, muitos adoecem por uma questão de “deseducação mental”. A mente poluída deflagra a doença no corpo. Obviamente tal informação não se trata de uma revelação, não obstante, é válido comentar.

Muitas enfermidades, tais como as chamadas viroses, são em verdade, consequências de uma contaminação fluídica.

A própria ciência já admite que muitas enfermidades físicas têm a causa no emocional. Ampliem várias vezes essa dedução e então estaremos próximos da realidade.

O sexo sem amor…
A cólera…
A maledicência…
A inveja…

São sentimentos e atitudes que fatalmente ocasionarão a enfermidade no veículo físico.

Em verdade, tudo foi criado para o bem, e toda vez que utilizamos nossas faculdades para o mal, contrariamos as Leis Equânimes do Criador, e teremos que arcar com as consequências.

É por essa razão que muitos indivíduos, após serem beneficiados por tratamentos de ordem espiritual, tais como os passes, os reikes, as cirurgias espirituais ou as cromoterapias, obtendo uma melhora significativa, voltam a adoecer.

A recidiva é ocasionada pela não mudança de comportamento e pela teimosia em não se renovarem os sentimentos.

O homem terreno necessita despertar antes que seja tarde demais.

Nesse aspecto, que mais, nós, espíritos amigos, podemos adir?

A “decrepitude moral” fatalmente colocará o homem em situação complexa de difícil resolução.

Gastará algumas encarnações para resolver questões que poderiam ter sido solucionadas em uma única existência.

Permanecerá por séculos sofrendo por causa da consciência culpada pelos crimes cometidos. Algo que poderia ter sido evitado se tivessem amado um pouco mais.

Será constrangido a ver corações queridos se distanciando, simplesmente porque foi negligente com o tempo, ficando para trás na caminhada evolutiva.

Mas não pense que há alguma aflição por parte de Deus. O Pai sabe que, mais cedo ou mais tarde, independente de quantos séculos e milênios se passarem, o homem se curvará à força do amor.


Livro Então Virá o Fim…, cap. 1
Espíritos José Lázaro e Klaus
Psicografia de Agnaldo Paviani

24 abril 2014

O que podemos suportar? - Espírito Lúcius


O QUE PODEMOS SUPORTAR?


A sociedade moderna, tendo adestrado os homens para serem hábeis e astutos competidores, não os treinou para enfrentarem a derrota com a mesma coragem com que se atiram às lutas da conquista material.

Derrotadas em seus sonhos, perdendo seus nichos dourados, decaídas de seu status, as criaturas se veem diante de seu real nível de evolução espiritual, surpreendendo-se quais crianças perdidas, derrubadas do caminhão que transportava os seus sonhos ao destino que, agora, não poderão mais atingir.

E por causa disso, a maioria se permite o exercício da autodilaceração, da depressividade, da vontade de vingar-se do mundo, das pessoas, atribuindo culpas e responsabilidades a todos aqueles que surjam à frente de seus pensamentos.

A vergonha da derrota ainda não foi convenientemente transformada pelas pessoa

s em uma força de reação no caminho da autossuperação, da renovação de esforços, da ruptura com o passado de erros, para a construção de um futuro diferente. Os que perdem seu tempo nos caminhos da indignação infantil, procurando responsáveis pelos momentos dolorosos que passaram, são homens e mulheres pela metade, não crescidos espiritualmente, carentes de confiança em si mesmos e em uma Força Superior que só lhes parecia existir enquanto lhes favorecia com concessões e regalias.


Livro: Despedindo-se da Terra - Cap. 42
Espírito Lúcius
Psicografia de André Luiz Ruiz

23 abril 2014

O Problema da Igualdade - Emmanuel



O PROBLEMA DA IGUALDADE


A igualdade, sem dúvida, é realidade nas raízes da existência.

Todos os seres possuem direitos idênticos de acesso à elevação, sob qualquer prisma, entretanto, é preciso considerar que os deveres graduam as vantagens, dentro da vida.

No caminho da evolução, desse modo, a teoria igualitária absoluta é invariável utopia que nenhum sistema político poderá materializar.

A experiência e o esforço pessoal são as duas alavancas da diferenciação à cuja influência decisiva não conseguiremos fugir.

Mas, se é verdade que não podemos improvisar a ancianidade do Espírito, que só o tempo confere a cada criatura, na jornada para a maturação, o trabalho é sempre a riqueza real, suscetível de ser ampliada em nosso destino, ao preço de nossa boa vontade.

Assim sendo, não te esqueças das oportunidades que a Divina Providência te oferece cada dia, em favor do teu crescimento.

Os degraus da subida de nossa alma no rumo da perfeição destacam-se, hora a hora, através das situações e das pessoas que nos rodeiam.

Não residem nas facilidades que nos acomodam o coração com as linhas inferiores do mundo. Salientam-se nos obstáculos com que somos defrontados.

Cada problema e cada aflição, cada prova mais rude e cada luta mais árdua representam pontos vivos de ascensão que podemos aproveitar, em favor do próprio aprimoramento.

Aprendamos a respeitar o próximo e auxiliá-lo, na convicção de que amparando os nossos irmãos de caminho, auxiliaremos a nós mesmos, de vez que adquiriremos o tesouro da experiência, que nos enriquecerá de visão para os cimos que nos cabe alcançar.

Cada fonte vive em seu nível.

Cada projeção de luz caracteriza-se por determinado potencial de radiação.

Cada flor guarda o perfume que lhe é próprio.

Cada árvore produz segundo a espécie a que se subordina.

Cada Espírito respira na esfera que elege para clima ideal da própria existência.

Compete-nos buscar a posição de superioridade que Jesus nos oferece, aceitando o sacrifício pelo bem que a vida nos impõe, a fim de que nos façamos hoje desiguais da personalidade que ostentávamos ontem, perdendo os envoltórios pesados que ainda nos imantam à zonas escuras da Terra e tentando a sintonia com os benfeitores que nos esperam na Glória Espiritual.


De “Trilha de Luz” 
De Francisco Cândido Xavier 
Pelo Espírito Emmanuel



22 abril 2014

Desapego - Momento Espírita


DESAPEGO

Vivemos uma época de celebridades, apelos fáceis à riqueza, ao consumismo, às paixões avassaladoras. Transitamos aturdidos por um mundo em que o destaque vai para aquele que mais tem.

E a todo instante os comerciais de televisão, os anúncios nas revistas e jornais, os outdoors clamam: Compre mais. Ostente mais. Tenha mais e melhores coisas.

É um mundo em que luxo, beleza física, ostentação e vaidade ganharam tal espaço que dominam os julgamentos.

Mede-se a importância das pessoas pela qualidade de seus sapatos, roupas e bolsas.

Dá-se mais atenção ao que possui a casa mais requintada ou situada nos bairros mais famosos e ricos.

Carros bons somente os que têm mais acessórios e impressionam por serem belos, caros e novos. Sempre muito novos.

Adolescentes não desejam repetir roupas e desprezam produtos que não sejam de grife. Mulheres compram todas as novidades em cosméticos. Homens se regozijam com os ternos caríssimos das vitrines.

Tornamo-nos, enfim, escravos dos objetos. Objetos de desejo que dominam nosso imaginário, que impregnam nossa vida, que consomem nossos recursos monetários.

E como reagimos? Será que estamos fazendo algo – na prática – para combater esse estado de coisas?

No entanto, está nos desejos a grande fonte de nossa tragédia humana. Se superarmos a vontade de ter coisas, já caminhamos muitos passos na estrada do progresso moral.

Experimente olhar as vitrines de um shopping. Olhe bem para os sapatos, roupas, joias, chocolates, bolsas, enfeites, perfumes.

Por um momento apenas, não se deixe seduzir. Tente ver tudo isso apenas como são: objetos.

E diga para si mesmo: Não tenho isso, mas ainda assim eu sou feliz. Não dependo de nada disso para estar contente.

Lembre-se: é por desejar tais coisas, sem poder tê-las, que muitos optam pelo crime. Apossam-se de coisas que não são suas, seduzidos pelo brilho passageiro das coisas materiais.

Deixam para trás gente sofrendo, pessoas que trabalharam arduamente para economizar...

Deixam atrás de si frustração, infelicidade, revolta.

Mas, há também os que se fixam em pessoas. Veem os outros como algo a ser possuído, guardado, trancado, não compartilhado.

Esses se escravizam aos parceiros, filhos, amigos e parentes. Exigem exclusividade, geram crises e conflitos.

Manifestam, a toda hora, possessividade e insegurança. Extravasam egoísmo e não permitem ao outro se expressar ou ser amado por outras pessoas.

É, mais uma vez, o desejo norteando a vida, reduzindo as pessoas a tiranos, enfeiando as almas.

Há, por fim, os que se deixam apegar doentiamente às situações.

Um cargo, um status, uma profissão, um relacionamento, um talento que traz destaque. É o suficiente para se deixarem arrastar pelo transitório.

Esses amam o brilho, o aplauso ou o que consideram fama, poder, glória.

Para eles, é difícil despedir-se desse momento em que deixam de ser pessoas comuns e passam a ser notados, comentados, invejados.

Qual o segredo para libertar-se de tudo isso? A palavra é desapego. Mas... Como alcançá-lo neste mundo?

Pela lembrança constante de que todas as coisas são passageiras nesta vida. Ou seja: para evitar o sofrimento, a receita é a superação dos desejos.

Na prática, funciona assim: pense que as situações passam, os objetos quebram, as roupas e sapatos se gastam.

Até mesmo as pessoas passam, pois elas viajam, se separam de nós, morrem...

E devemos estar preparados para essas eventualidades. É a dinâmica da vida.

Pensando dessa forma, aos poucos, a criatura promove uma autoeducação que a ensina a buscar sempre o melhor, mas sem gerar qualquer apego egoísta.

Ou seja, amar sem exigir nada em troca.

Por Momento Espírita
Redação do Momento Espírita

21 abril 2014

Cooperação - Emmanuel



COOPERAÇÃO


Para que alguém dirija com êxito e eficiência uma empresa importante, não lhe basta a nomeação para o encargo.

Exige-se-lhe um conjunto de qualidades superiores para que a obra se consolide e prospere. Não apenas autoridade, mas direção com discernimento.

Não só teoria e cultura, mas virtude e juízo claro de proporções.

Dilatados recursos nas mãos, a serviço de uma cabeça sem rumo, constituem tesouros nos braços da insensatez, assim como a riqueza sem orientação é navio à matroca.

Quem governa emitirá forças de justiça e bondade, trabalho e disciplina, para atingir os objetivos da tarefa em que foi situado.

Quando o poder é intemperante, sofre o povo a intranqüilidade e a mazorca, e, quando a inteligência não possui o timão do caráter sadio, espalha, em torno, a miséria e a crueldade.

Daí, conhecermos tantos tiranos nimbados de grandeza mental e tantos gênios de requintada sensibilidade, mas atolados no vício.

No mundo íntimo, a vontade é o capitão que não pode relaxar no mister que lhe é devido.

E assim como o administrador de um serviço reclama a ajuda de assessores corretos, a vontade não prescindirá da ponderação e da lógica, conselheiros respeitáveis na chefia das decisões.

No entanto, urge que o senso de cooperação seja chamado a sustentar-lhe os impulsos.

Nas linhas da atividade terrestre, quem orienta com segurança não ignora a hierarquia natural que vige na coexistência de todos os valores indispensáveis à vida.

Na confecção do agasalho comum, o fio contará com o apoio da máquina, a máquina esperará pela competência do operário, o operário edificar-se-á no técnico que lhe supervisiona o trabalho, o técnico arrimar-se-á na diretoria da fábrica e a diretoria da fábrica equilibrar-se-á no movimento da indústria, dele extraindo o combustível econômico necessário à alimentação do núcleo de serviço que lhe obedece aos ditames.

Observamos, assim, que no Estado Individual a vontade, para satisfazer à governança que lhe compete, sem colapsos de equilíbrio, precisa socorrer-se da colaboração a fim de que se lhe clareie a atividade.

A cooperação espontânea é o supremo ingrediente da ordem.

Da Glória Divina às balizas subatômicas, o Universo pode ser definido como sendo uma cadeia de vidas que se entrosam na Grande Vida.v Cooperação significa obediência construtiva aos impositivos da frente e socorro implícito às privações da retaguarda.

Quem ajuda é ajudado, encontrando, em silêncio, a mais segura fórmula de ajuste aos processos da evolução.


Pelo Espírito Emmanuel
Do Livro: Pensamento e Vida
Médium: Francisco Cândido Xavier


20 abril 2014

O Espiríta e a Páscoa - Rudymara



O ESPÍRITA E A PÁSCOA


O ritual da Páscoa mantém viva a memória da libertação, ao longo de todas as gerações. "Cristo é a nossa Páscoa (libertação), pois Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" - (João, 1:29).

João usou o termo Cordeiro, porque usava-se na época de Moisés, sacrificar um cordeiro para agradar á Deus. Portanto, dá-se a idéia de que, Deus sacrificou Jesus para nos libertar dos pecados. Mas para nos libertarmos dos "pecados", ou seja, dos erros, devemos estar dispostos a contribuir, utilizando os ensinamentos do Cristo como nosso guia. Porque Jesus não morreu para nos salvar; Jesus viveu para nos mostrar o caminho da salvação.

Esta palavra "salvação", segundo Emmanuel, vale por "reparação", "restauração", "refazimento".

Portanto, "salvação" não é ganhar o reino dos céus; não é o encontro com o paraíso após a morte; salvação é "libertação" de compromisso; é regularização de débitos. E, fora da prática do amor (caridade) de uns pelos outros, não seremos salvos das complicações criados por nós mesmos, através de brigas, violência, exploração, desequilíbrios, frustrações e muitos outros problemas que fazem a nossa infelicidade.

Portanto, aproveitemos mais esta data, para revermos os pedidos do Cristo, para "renovarmos" nossas atitudes. Como disse Celso Martins, no livro "Em busca do homem novo" : "Que surja o homem NOVO a partir do homem VELHO. Que do homem velho, coberto de egoísmo, de orgulho, de vaidade, de preconceito, ou seja, coberto de ignorância e inobservância com relação às leis Morais, possa surgir, para ventura de todos nós, o homem novo, gerado sob o influxo revitalizante das palavras e dos exemplos de Jesus Cristo, o grande esquecido por muitos de nós, que se agitam na presente sociedade tecnológica, na atual civilização dita e havida como cristã.

Que este homem novo seja um soldado da Paz neste mundo em guerras. Um lavrador do Bem neste planeta de indiferença e insensibilidade. Um paladino da Justiça neste orbe de injustiças sociais e de tiranias econômicas, políticas e/ou militares. Um defensor da Verdade num plano onde imperam a mentira e o preconceito tantas e tantas vezes em conluios sinistros com as superstições, as crendices e o fanatismo irracional.

Que este homem novo, anseio de todos nós, seja um operário da Caridade, como entendia Jesus: Benevolência para com todos, perdão das ofensas, indulgência para com as imperfeições alheias."

Por isso, nós Espíritas, podemos dizer que, comemoramos a páscoa todos os dias. A busca desta "libertação" e/ou "renovação" é diário, e não somente no dia e mês pré determinado. Queremos nos livrar deste homem velho. Que ainda dá maior importância para o coelhinho, o chocolate, o bacalhau, etc., do que renovar-se. Que acha desrespeito comer carne vermelha no dia em que o Cristo é lembrado na cruz. Sem se dar conta que o desrespeito está em esquecer-se Dele, nos outros 364 dias do ano, quando odiamos, não perdoamos, lesamos o corpo físico com bebidas alcoólicas, cigarro, comidas em excesso, drogas, sexo desregrado, enganamos o próximo, maltratamos o animal, a natureza, quando abortamos, etc. Aliás, fazemos na páscoa o que fazemos no Natal. Duas datas para reflexão. Mas que confundimos, infelizmente, com presentes, festas, comidas, etc.

Portanto, quando uma instituição espírita se propõe a distribuir ovos de páscoa aos carentes não significa que esteja comemorando esse dia, apenas está cumprindo o preceito de caridade, distribuindo um pouco de alegria aos necessitados.

Aspectos históricos dos ovos de páscoa.

Na Antigüidade os egípcios e persas costumavam tingir ovos com cores da primavera e presentear os amigos. Para os povos antigos o ovo simbolizava o nascimento. Por isso, os persas acreditavam que a Terra nascera de um ovo gigante.

Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos amigos. Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as crianças. Na Armênia decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outras figuras religiosas.

Os ovos não eram comestíveis, como se conhece hoje. Era mais um presente original simbolizando a ressurreição como início de uma vida nova. A própria natureza, nestes países, renascia florida e verdejante após um rigoroso inverno.

Em alguns lugares as crianças montam seus próprios ninhos e acreditam que o coelhinho da Páscoa coloca seus ovinhos. Em outros, as crianças procuram os ovinhos escondidos pela casa, como acontece nos Estados Unidos.

Antigamente, me lembro, há mais de 20 anos, o costume era enfeitar e pintar ovos de galinha, sem gema e clara, e recheá-los com amendoim revestido com açúcar e chocolate. Os ovos de Páscoa, como conhecemos hoje (de chocolate), era produto caro e pouco abundante.

De qualquer forma o ovo em si simboliza a vida imanente, oculta, misteriosa que está por desabrochar.

A Páscoa é a festa magna da cristandade e por ela celebramos a ressurreição de Jesus, sua vitória, sua morte e a desesperança (Rm 6.9). É a festa da nova vida, a vida em Cristo ressuscitado. Por Cristo somos participantes dessa nova vida (Rm 6.5).

O chocolate 

Essa história tem seu início com as civilizações dos Maias e Astecas, que consideravam o chocolate como algo sagrado, tal qual o ouro. Os astecas usavam-no como moeda. Na Europa aparece a partir do século XVI, tornando-se popular rapidamente. Era uma mistura de sementes de cacau torradas e trituradas, depois juntada com água, mel e farinha. O chocolate, na história, foi consumido como bebida. Era considerado como alimento afrodisíaco e dava vigor. Por isso, era reservado, em muitos lugares, aos governantes e soldados. Os bombons e ovos, como conhecemos, surgem no século XX. 

Escrito por Rudymara    
Fonte: Revista Cristã de Espiritismo

19 abril 2014

Semana Santa - Visão Espírita - Espiritismo na Rede

 


Todo ano, a cena se repete. Chega a época dos feriados católicos da chamada "Semana Santa" e surgem as questões:

1. Como o Espiritismo encara a Páscoa;Sexta-feira Santa"?;

2. Qual o procedimento do espírita no chamado "Sábado de aleluia" e "Domingo de Páscoa"?;

3. Como fica a questão do "Senhor Morto"?


Sabe que chego a surpreender-me com as perguntas. Não quando surgem de novatos na Doutrina, mas quando surgem de velhos espíritas, condicionados ao hábito católico, que aliás, respeitamos muito. É importante destacar isso: o respeito que devemos às práticas católicas nesta época, desde à chamada época, por nossos irmãos denominada de quaresma, até às lembranças históricas, na maioria das cidades revividas, do sacrifício e ressurgimento de Jesus. Só que embora o respeito devido, nada temos com isso no sentido das práticas relacionadas com a data.



São práticas religiosas merecedoras de apreço e respeito, mas distantes da prática espírita. É claro que há todo o contexto histórico da questão, os hábitos milenares enraizados na mente popular, o condicionamento com datas e lembranças e a obrigação católica de adesão a tais práticas.


Para a Doutrina Espírita, não há a chamada "Semana Santa", nem tão pouco o "Sábado de aleluia" ou o "Domingo de Páscoa" (embora nossas crianças não consigam ficar sem o chocolate, pela forte influência da mídia no consumismo aproveitador da data) ou o "Senhor Morto". Trata-se de feriado e prática católica e portanto, não existem razões para adesão de qualquer tipo ou argumento a tais práticas. É absolutamente incoerente com a prática espírita o desejar de "Feliz Páscoa!", a comemoração de Páscoa em Centros Espíritas ou mesmo alteração da programação espírita nos Centros, em virtude de tais feriados católicos. E vejo a preocupação de expositores ou articulistas em abordar a questão, por força da data...


Não há porque fazer-se programas de rádio específicos sobre o assunto, palestras sobre o tema ou publicar artigos em jornais só porque estamos na referida data. É óbvio que ao longo do ano, vez por outra, abordaremos a questão para esclarecimento ou estudo, mas sem prender-se à pressão e força da data.


Há uma influência católica muito intensa sobre a mente popular, com hábitos enraizados, a ponto de termos somente feriados católicos no Brasil, advindos de uma época de dominação católica sobre o país, realidade bem diferente da que se vive hoje. E os espíritas, afinados com outra proposta, a do Cristo Vivo, não têm porque apegar-se ou preocupar-se com tais questões.


Respeitemos nossos irmãos católicos, mas deixemo-los agir como queiram, sem o stress de esgotar explicações. Nossa Doutrina é livre e deve ser praticada livremente, sem qualquer tipo de vinculação com outras práticas. Com isso, ninguém está a desrespeitar o sacrifício do Mestre em prol da Humanidade.


Preferimos sim ficar com seus exemplos, inclusive o da imortalidade, do que ficar a reviver a tragédia a que foi levado pela precipitação humana.


Inclusive temos o dever de transmitir às novas gerações a violência da malhação do Judas, prática destoante do perdão recomendado pelo Mestre, verdadeiro absurdo mantido por mera tradição, também incoerente com a prática espírita.


A mesma situação ocorre quando na chamada quaresma de nossos irmãos católicos, espíritas ficam preocupados em comer ou não comer carne, ou preocupados se isto pode ou não. Ora, ou somos espíritas ou não somos! Compara-se isso a indagar se no Carnaval os Centros devem ou não abrir as portas, em virtude do pesado clima que se forma???!!!...


A Doutrina Espírita nada tem a ver com isso. São práticas de outras religiões, que repetimos respeitamos muito, mas não adotamos, sendo absolutamente incoerente com o espírita e prática dos Centros Espíritas, qualquer influência que modifique sua programação ou proposta de vida.


Esta abordagem está direcionada aos espíritas. Se algum irmão católico nos ler, esperamos nos compreenda o objetivo de argumentação da questão, internamente, para os próprios espíritas.


Nada a opor ou qualquer atitude de crítica a práticas que julgamos extremamente importantes no entendimento católico e para as quais direcionamos nosso maior respeito e apreço.


Vemos com ternura a dedicação e a profunda fé católica que se mostram com toda sua força durante os feriados da chamada Semana Santa e é claro, nas demais atividades brasileiras que o Catolicismo desenvolve.


O objetivo da abordagem é direcionado aos espíritas que ainda guardam dúvidas sobre as três questões apresentadas no início do artigo. O Espiritismo encara a chamada Sexta-feira Santa como uma Sexta-feira normal, como todas as outras, embora reconhecendo a importância dela para os católicos. Também indica que não há procedimento algum para os dias desses feriados. E não há porque preocupar-se com o Senhor Morto, pois que Jesus vive e trabalha em prol da Humanidade.


E aqui, transcrevemos trecho do capítulo VIII de O Evangelho Segundo o Espiritismo, no subtítulo VERDADEIRA PUREZA, MÃOS NÃO LAVADAS (página 117 - 107ª edição IDE): "O objetivo da religião é conduzir o homem a Deus; ora, o homem não chega a Deus senão quando está perfeito; portanto, toda religião que não torna o homem melhor, não atinge seu objetivo; (...)


A crença na eficácia dos sinais exteriores é nula se não impede que se cometam homicídios, adultérios, espoliações, calúnias e de fazer mal ao próximo em que quer que seja. Ela faz supersticiosos, hipócritas e fanáticos, mas não faz homens de bem. Não basta, pois, ter as aparências da pureza, é preciso antes de tudo ter a pureza de coração".


Não pensem os leitores que extraímos o trecho pensando nas práticas católicas em questão. Não! Pensamos em nós mesmos, os espíritas, que tantas vezes nos perdemos em ilusões, acreditando cegamente na assistência dos espíritos benfeitores, mas agindo com hipocrisia, fanatismo e pasmem, superstição .... quando não conhecemos devidamente os objetivos da Doutrina Espírita, que são, em última análise, a melhora moral do homem.



 

18 abril 2014

A influência espiritual que recebemos - Espírito Lúcius


A INFLUÊNCIA ESPIRITUAL QUE RECEBEMOS

Estudando as inolvidáveis lições contidas em O Livro dos Espíritos, encontraremos observações preciosas a respeito do processo de interferência com que os nossos irmãos desencarnados se imiscuem em nossas existências terrenas.

Nas perguntas 470 e 472 poderemos encontrar rico manancial de informações, tão rico que, dentro do teor dos fatos que têm marcado a trajetória de nossas personagens até aqui, vale trazê-los ao seu conhecimento, prezado leitor.

“470 – Os Espíritos que procuram nos induzir ao mal e que, assim, colocam em prova nossa firmeza no bem, receberam a missão de o fazer? E se é uma missão que cumprem, onde está a responsabilidade?

Resposta - Nunca o Espírito recebe a missão de fazer o mal. Quando ele o faz é por sua própria vontade e, por conseguinte, lhe suporta as consequências. Deus pode deixá-lo fazer para vos experimentar, mas não lhe ordena, e está em vós repeli-lo.

472 – Os Espíritos que querem nos excitar ao mal o fazem aproveitando das circunstâncias em que nos encontramos ou podem criar essas circunstâncias?

Resposta - Eles aproveitam a circunstância, mas, frequentemente, a provocam, compelindo-vos, inconscientemente, ao objeto da vossa cobiça. Assim, por exemplo, um homem encontra sobre seu caminho uma soma de dinheiro. Não creiais que foram os Espíritos que levaram o dinheiro para esse lugar, mas eles podem dar ao homem o pensamento de dirigir-se a esse ponto e, então, lhe sugerem o pensamento de se apoderar dele, enquanto outros lhe sugerem o de entregar esse dinheiro àquele a quem pertence. Ocorre o mesmo em todas as outras tentações.

Dessas duas perguntas e suas respectivas respostas, podemos entender o quanto nossa conduta, como Espíritos encarnados, é livre.

Observar a sexualidade adulterada nos jogos de sedução e conquistas, nas formas mentirosas de expressão da afetividade, envolvidas pelo cipoal dos interesses escusos, no desejo de tomar, de obter vantagens, de gozar desmesuradamente, de se permitir todo tipo de excessos, pode fazer enrubescer algum leitor mais pudico e que pretendia ver, na obra literária, tão somente o refúgio da fantasia ou da idealização do mundo.

Longe de nós o desejo de constranger ou de ferir as sensibilidades.

No entanto, importa afirmar que é preciso pensar sobre certos assuntos para melhor entender seus mecanismos e auxiliar no combate às dolorosas consequências que surgem quando se faz vista grossa sobre eles.

Em primeiro lugar, gostaríamos de ressaltar que a presente história, se comparada às centenas de outras verídicas que encontramos nos nossos anais espirituais, grotescas, violentas, horripilantes e animalescas, mais se parece a um programa infantil para crianças pré-escolares.

As dores e os dramas experimentados pelos encarnados e testemunhados por todos os Espíritos que os amam na vida verdadeira são uma página dolorosamente repetida quando se referem à sexualidade e à afetividade em geral.

Em segundo lugar, querido(a) leitor(a), olhe à sua volta e identifique se não há algo de doentio em uma sociedade que se vale do recurso da sexualidade para fazer propaganda até de uma caixa de fósforos? Não estará falhando a vigilância humana quando as forças do Espírito procuram elevar os seres para a superioridade moral, ao mesmo tempo em que são eles bombardeados por todos os lados com imagens cenas, apelos e chantagens envolvendo a sedução, a provocação e a sexualidade em todas as suas formas?

O que pensar do discurso pacifista que se fundamentasse na produção de canhões e metralhadoras?

E da propaganda da honestidade feita por criaturas notadamente desonestas?

As consequências desse anacronismo, dessa contradição, correspondem diretamente a uma sociedade confusa e sem direção moral, que não sabe o que defender e que não tem opinião própria suficientemente forte para decidir o que deseja para seus dias futuros.

É certo que todo tipo de construção arbitrária, baseada no moralismo ou puritanismo danificam ou adulteram a noção racional de liberdade de escolha.

No entanto, quando as pessoas se permitem relativizar todos os conceitos e valores, estaremos caminhando para uma sociedade amorfa, onde tudo é válido desde que corresponda à vantagem material almejada.

Se esse é o seu pensamento, assuma-se diante das condutas que acha corretas e adote-as à luz do dia, arcando com os efeitos materiais e espirituais daí decorrentes.

Se seu pensamento é contrário ao que estamos observando no cenário do mundo, assuma-se e exemplifique em você mesmo a sua opção, sem desrespeitar os que escolheram outros caminhos, mas, da mesma maneira, sem se permitir ajustar-se à maioria dissoluta, apenas por ser algo mais confortável de se fazer.

O presente relato, longe de ressaltar o aspecto da lama moral em que boa parte das pessoas se permite, fingindo estar entre veludos e sedas, tem a função de demonstrar como é que o esforço do Bem é incansável para ajudar o encarnado a evitar o abismo, a fugir da queda e a diminuir os riscos que uma vida irresponsável representa a quem a vive, diante das repercussões inflexíveis da lei de causa e efeito.

É uma forma de acordar seu coração para comunicar-lhe um fato inegável – Todos nós sabemos o que você está fazendo.

Até quando somente você é que será o único enganado?

Entretanto, mais do que sabermos de todas as fraquezas humanas, porta aberta para a ação das entidades semelhantes, gostaríamos que não se esquecessem de que não nos apresentamos como juizes a estabelecerem sentenças condenatórias e punições arbitrárias.

Para nós já serão suficientes as dores da consciência pesada no íntimo de cada um. Estaremos ao lado de vocês como irmãos que os visitam nos prostíbulos do mundo para salvá-los da prostituição, seja ela de baixo nível, seja ela das altas rodas sociais.

Estaremos ao lado de cada um como suas testemunhas vivas e como enviados de Deus para ingressarmos nos antros em que os homens se metem com a desculpa de ir buscar o prazer, mas onde se deixam arrastar pelas insanidades das orgias, tentando salvar cada irmão do resvaladouro doloroso do erro, ainda que, para isso, tenhamos que suportar os mais deturpados ambientes.

Estaremos como companheiros fiéis a chorar pela queda moral dos seres que amamos, orando ao Pai, como o fizera o próprio Cristo, solicitando a sua piedade para cada tutelado, alegando a ignorância ou a demência do Espírito, como se repetíssemos a triste e conhecida frase: “perdoa-os, Pai, pois eles não sabem o que fazem”.

Nós os amamos, acima de todas as coisas.

Que isso possa servir de alimento para que vocês também se amem a si mesmos, respeitando-se nas atitudes que escolhem para seus dias, não mais com a ideia de que sejam os Espíritos malignos, “os diabos”, as entidades trevosas, os culpados pelas suas desditas.

Se um desejo de explorar o próximo, de envolvê-lo em teias sedutoras para fraudar seus sentimentos tomar conta de seu íntimo, não se desculpe mais com as antigas desculpas:

- Todo mundo faz isso….

- A vida é assim mesmo….

- Melhor aproveitar enquanto é tempo…

- Se você não fizer, outro vai fazer….

- Que cada um aprenda com o próprio sofrimento…

- Ninguém vai ficar sabendo…

Saiba que se você persistir nesse caminho, encontrará:

- o destino que todo mundo encontra – a dor;

- verá que a vida é o que você terá feito dela – angústias e lágrimas,

- o tempo não deixará de lhe apresentar a conta a ser paga,

- o mesmo destino que o outro encontrou – a vergonha de ter feito o que fez,

- o sofrimento como seu próprio professor.

- uma nuvem de testemunhas espirituais que lhe acompanham os passos, atenta, além de não conseguir fraudar ou enganar a própria consciência que bem sabe o que você resolveu fazer.

Todas as teias da presente narrativa poderiam ser alteradas pelos próprios encarnados se tivessem escolhido melhor seus caminhos, como nos ensina a doutrina dos Espíritos. Buscando semear em nossos corações uma noção elevada de vida, responsável e límpida, a revestir a afetividade com a ternura da verdade, a euforia da alegria, a doçura do calor e o selo da felicidade, o cristianismo espírita tem tentado acordar os corações de boa fé.

Os homens são livres para trilhar todos os caminhos que quiserem. No entanto, nem todos produzirão a tão esperada satisfação afetiva duradoura.


Livro Despedindo-se da Terra, cap. 29
Espírito Lúcius
Psicografia de André Luiz Ruiz