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04 abril 2015

Perispírito - José Antonio da Cruz

 (Imagem meramente ilustrativa)



PERISPÍRITO

Zalmiro Zimmermann em seu Livro Perispírito, no capítulo I Conceito-Natureza nos aponta a etimologia da palavra Perispírito dizendo que - do grego peri, em tomo e do latim spirítus, alma, espírito -, e afirma que “é o envoltório sutil e perene da alma que, possibilita sua interação com os meios espiritual e físico”. No mesmo capítulo o autor informa que “a palavra foi empregada pela primeira vez por KARDEC” e completa seu raciocínio dizendo que “tal denominação baseia-se na forma com que se apresenta esse complexo fluídico, envolvendo a alma”.

Na questão 93 de o Livro dos Espíritos, Kardec pergunta: “o Espírito propriamente dito vive a descoberto ou, como pretendem alguns, envolvidos por alguma substância?” E recebe a seguinte resposta. “O Espírito é envolvido por uma substância que é vaporosa para ti, mas ainda bastante grosseira para nós; suficientemente vaporosa, entretanto, para que ele possa elevar-se na atmosfera e transportar-se para onde quiser”. Portanto, o perispírito para nós é vaporoso. Comentando a questão Kardec nos diz: “o Espírito propriamente dito é revestido de um envoltório que, (...) se pode chamar perispírito”.”.

Em O Livro dos Médiuns, Parte II - Capítulo I - Item 54 encontra-se a definição das partes que compõem a estrutura do Ser Humano. Assim, falam os Espíritos, existem “no homem três componentes: 1º) a alma ou Espírito, princípio inteligente em que se encontra o senso moral; 2º) o corpo, invólucro material e grosseiro de que é revestido temporariamente para o cumprimento de alguns desígnios providenciais; 3º) o perispírito, invólucro fluídico, semimaterial, que serve de liame entre a alma e o corpo”.”.

Referindo-se ao Perispíritos, Kardec nos diz: “este último, embora fluídico, etéreo, vaporoso, invisível, para nós em seu estado normal, é também material, apesar de não termos, até o presente, podido captá-lo e submetê-lo à análise” e continua seu esclarecimento afirmando que, o perispírito “é o intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe, e através do qual o Espírito transmite a sua vontade ao exterior, agindo sobre os órgãos do corpo”. Concluindo que o perispírito “é o fio elétrico condutor que serve para a recepção e a transmissão do pensamento”, e que “o conhecimento do perispírito é a chave de uma infinidade de problemas até agora inexplicáveis” a ciência humana e, finaliza dizendo “a alma jamais se separa do seu perispírito”.”.

André Luiz em psicografia de Waldo Vieira e Chico Xavier, transcrita no Livro Evolução em Dois Mundos, traz no prefácio de Emmanuel um bela reflexão sobre o Perispírito. Vejamos o que nos diz o mentor de Chico Xavier: “desde tempos remotos, a humanidade reconheceu-lhe a existência como organismo sutil ou mediador plástico, entre o espírito e o corpo carnal”. Portanto, o Espiritismo não criou ou apresentou pela primeira vez, como diz Emmanuel este organismo sutil, apenas o denominou como Perispírito. Continua o autor espiritual nos diz, “atingindo a maioridade moral pelo raciocínio, cabe a nós mesmos aprimorar lhe as manifestações e enriquecer lhe os atributos, porque todos os nossos sentimentos e pensamentos, palavras e obras, nele se refletem, gerando consequências felizes ou infelizes, pelas quais entramos na intimidade da luz ou da sombra, da alegria ou do sofrimento”.”.

Compreendamos a responsabilidade que nos pesa estes esclarecimentos deste trabalhador dedicado da Seara que é o Espírito Emmanuel, visto que, os sentimentos e pensamentos, tanto quanto, as palavras e ações, se refletem em nosso perispírito, o conduzindo para as sombras ou para luz. Portanto, a ação corpórea é alimento para o perispírito. Assim, buscamos na obra Nosso Lar, capítulo 2, do mesmo autor espiritual citado acima, relatando a sua condição como Perispírito após o desenlace carnal. “Torturava-me a fome, a sede me escaldava”. A nossa viciação no alimento é tamanha que, até mesmo longe na matéria densa necessitamos de alimentar o nosso vício.”.

Na mesma obra, no capítulo 18, André nos fala do Amor como Alimento da Alma. Referindo se a um diálogo entre Lísias e a Sra. Laura em que Lísias lhe diz “talvez ainda ignore que o maior sustentáculo das criaturas é justamente o amor”. E o benfeitor de André continua os esclarecimentos. “Todo sistema de alimentação, nas variadas esferas da vida, tem no amor a base profunda. O alimento físico, mesmo aqui, propriamente considerado, é simples problema de materialidade transitória, como no caso dos veículos terrestres, necessitados de colaboração da graxa e do óleo. A alma, em si, apenas se nutre de amor”.”.

Após algumas consultas a obra Nosso Lar, votemos, pois, a nossa reflexão sobre a obra Evolução em Dois Mundos, pois, em seu capítulo 21, trata da Alimentação dos desencarnados – Perispíritos. Aja visto que André nos diz que a fome lhe torturava e a sede lhe escaldava. André nos chama a atenção para “não ignoramos, que desde a experiência carnal o homem se alimenta muito mais pela respiração”. Aludindo que o alimento físico é um “recurso complementar de fornecimento plástico e energético, para o setor das calorias necessárias à massa corpórea”. Portanto, mesmo no corpo o Perispírito não se alimenta da matéria e sim dos fluidos.”.

Porém, se “o envoltório físico na desencarnação, se o psicossoma (Perispírito) está profundamente arraigado às sensações terrestres, sobrevém ao Espírito à necessidade inquietante de prosseguir atrelado ao mundo biológico que lhe é familiar, e, quando não a supera ao preço do próprio esforço, no auto reajustamento, provoca os fenômenos da simbiose psíquica (obsessão), que o levam a conviver, temporariamente, no halo vital daqueles encarnados com os quais se afine”.”.

Retornando ao Livro dos Espíritos, na questão 165 Kardec pergunta aos Espíritos. “O conhecimento do Espiritismo exerce alguma influência sobre a duração maior ou menor da perturbação?” - entendamos aqui a perturbação como o desencarne -, e obtém a seguinte resposta. “Uma grande influência, pois o Espírito compreende antecipadamente a sua situação; mas a prática do bem e a pureza de consciência são o que exerce maior influência”. Assim, o que mais influencia o Perispírito é a pureza de consciência e a prática do bem, como a pureza de consciência podemos não alcançá-la, nos resta à prática do bem. ”.

Na questão 26 do Livro dos Espíritos, Kardec pergunta. “Pode-se conhecer o espírito sem a matéria e a matéria sem o espírito?” E os Espíritos respondem. “Pode-se, sem dúvida, pelo pensamento”. Já na questão 23-a os Espíritos são questionados por Kardec sobre a natureza íntima do Espírito e a espiritualidade alude à impossibilidade de nossa linguagem compreender tamanha grande e se expressam da seguinte forma, “não é fácil analisar o espírito na vossa linguagem. Para vós, ele não é nada, porque não é coisa palpável; mas. para nós, é alguma coisa. Ficai sabendo: nenhuma coisa é o nada e o nada não existe”.”.

Os Espíritos nos ensinam que ainda há muito por caminha na estrada do conhecimento de nos mesmos, visto que, nem mesmo a nossa linguagem é capaz de descrever o que é o Espírito, mas nos informam que o caminho para chegar a ele é o pensamento. Assim, aprender a pensar se faz urgente em nossa vida terrena para que a comunicação corpo mente (Espírito) se realize com qualidade e fluidez e a evolução seja a nossa meta em existência tão deplorável que nos encontramos. ”.

Do trabalho frutífero de Emmanuel e Chico Xavier, também recebemos o Livro Roteiro, que em seu capítulo 6, trata do Perispírito. Destacamos alguns trechos para encerrar esta nossa pequena reflexão, sobre tão complicado tema de se abordar, pois, como nos falaram os Espíritos não existe em nossa linguagem as palavras necessárias para levar-nos a uma compreensão exata do que é o Espírito e também o Perispírito.”.

“Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida”. Mas, “o perispírito é, ainda, corpo organização que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, de conformidade com o seu peso específico”.”.

“Formado por substâncias químicas (...), é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno. Organismo delicado, extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento”. É Matéria que vibra em ressonância ao pensamento.”.

“Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestidura se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço”. Porém, “o progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução. O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina”.”.

O Perispírito se impregna em “nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes que nele se expressam fielmente”. Assim, se faz necessário que não “se demoraremos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino”.”.

Finalizamos está pequena e incompleta reflexão sobre o Perispírito com a certeza que ainda é longo o nosso caminho, mas se faz necessário caminhar na Seara do conhecimento de nós mesmos e o domínio da indumentária do pensamento é a chave que possuímos para acelerar a velocidade de nossa evolução, aja visto que a casa do Pai ainda está distante de nossas almas que necessitam da viciação do alimento material e dos prazeres proporcionados pela carne.”.

Mas, sendo nós criaturas de Deus, possuidores da centelha divina que pulsa em nossas almas renitentes no desejo da reencarnação, inserida nos ciclos viciosos da matéria, buscado mesmo que inconsciente o retorno as correntes acalentadores do bem e da paz, para que a justiça se faça ao nosso Espírito na purificação nas provas da dor, que eleva-nos ao caminho dos mártires e santos que, estão próximos ao Pai e nos auxiliam com benevolência e caridade paternal na nossa dura tarefa de evoluir.”.

Por Letras Edificantes

Fonte orientadora das consultas bibliográficas. Palestra de José Antonio da Cruz, disponível em https://soundcloud.com/redeamigoespirita/o-perispirito-roteiro-n-06, acessada em 14/03/14. ”.

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