Total de visualizações de página

30 novembro 2016

Liçõs de vida para as famílias - Momento Espírita



LIÇÕES DE VIDA PARA AS FAMÍLIAS


Em seu livro "Lições de Vida para Famílias", Maria Tereza Maldonado enumera diversas sugestões que têm por objetivo auxiliar as pessoas a construir uma família harmoniosa, saudável e feliz.

Entre elas podemos ressaltar as seguintes:

Primeira: escute com atenção antes de falar; tente entender o que a pessoa realmente está dizendo, que pode ser muito diferente do que você acha que ela quer dizer.

Segunda: gentileza e boas maneiras são essenciais para construir um bom convívio familiar.

Terceira: aumente as opções de atividades prazerosas com seus familiares: conversar, brincar e jogar, ver bons filmes, passear.

Quarta: demonstre seu interesse em saber o que seus familiares estão fazendo, experimentando ou descobrindo na vida.

Quinta: para enviar mensagens fortes e eficazes para seus familiares, procure ter coerência entre palavras, gestos e atitudes.

Sexta: se você diz 'não' com muita freqüência, aprenda a dizer 'sim' com carinho. Se você diz 'sim' demais, aprenda a dizer 'não' sem culpa.

Sétima: tente criar, junto com seus familiares, maneiras eficazes de simplificar a vida para torná-la mais pacífica e prazerosa.

Oitava: aprender a tolerar frustrações é essencial para desenvolver paciência, compaixão e compreensão.

Nona: cada membro da família precisa descobrir meios eficazes e saudáveis de descarregar as tensões inevitáveis do dia-a-dia sem maltratar os outros.

Décima: os laços de sangue não garantem automaticamente a existência do amor, que precisa ser constantemente criado e bem cuidado ao longo da vida.

* * *

A oportunidade de estarmos inseridos em um determinado grupo familiar é uma abençoada oportunidade que nos é oferecida pelo Pai Criador.

Os laços familiares que hoje nos envolvem são aqueles que nos são necessários ao nosso crescimento e desenvolvimento moral e espiritual.

As dificuldades de relacionamentos, tão estranhas e inaceitáveis aos olhos do mundo, podem ter causa em fatos pretéritos que escapam às nossas lembranças.

Os filhos difíceis de hoje podem ser cúmplices ou vítimas de nosso passado equivocado.

Podemos ter sido seus algozes ou aqueles que, pensando agir por amor, possamos ter-lhes desviado do bom caminho.

Encontrarmo-nos hoje nesse grupo familiar não é obra do acaso, nem da desdita.

Em tudo há sempre a mão e a autorização de Deus.

Eis aí uma nova chance de resgate e de reparação.

Aproveitemo-la.

Façamos a parte que nos cabe, nessa nobre tarefa que é viver em família.

Sejamos dignos, honrando os compromissos que assumimos perante Deus e perante os homens, educando os pequeninos e educando a nós próprios.

Vençamos os vícios que ainda azedam nossos dias e infelicitam nossos companheiros de jornada.

Abandonemos a reclamação vazia e inócua.

Superemos a preguiça e a omissão.

Abracemo-nos e unamo-nos em prol desse objetivo tão importante e básico que é viver bem em família, a fim de que possamos conviver do mesmo modo com toda a humanidade.

Pense nisso



Equipe de Redação do Momento Espíritacom base no livro Lições de vida para famílias, de Maria Tereza Maldonado

29 novembro 2016

Nas telas do coração - Miramez


NAS TELAS DO CORAÇÃO

São de grandeza singular as telas sensíveis do coração, de modo que refletem com segurança os acúmulos da consciência. O espírito é força pulsante da vida, na vida de Deus. Colheu da sabedoria divina um celeiro de conhecimentos, no tocante às leis que se irradiam em toda a criação. 

A consciência é, pois, uma lavoura que desconhece limites, retratando a luz de todos os conhecimentos adquiridos em todas as direções que possa alcançar em seu estado de despertamento espiritual. O espírito carrega consigo todos os recursos para refletir a presença do Criador; basta que conheça a si mesmo e use das suas possibilidades, nas linhas dos direitos e deveres.

O corpo espiritual intermediário, entre o espírito e o corpo físico, dotado de um poder plástico indescritível, não se altera com as naturais alterações humanas; no entanto, é sensível e obediente aos pensamentos do espírito que o comanda e, de certo modo, é um arquivo mais presente e consciente, atendendo-o nas suas necessidades, mesmo limitadas, neste campo que somente a consciência é o depósito universal do espírito.

É bom que reconheçamos que todos os guardados podem ser negativos ou positivos, dependendo da inteligência que os acumula.

No corpo espiritual se veem muitos centros de força que ajudam o coração, no intercâmbio da consciência profunda, a transformar em sentimentos as leis naturais, escritas por Deus na natureza, ampliando seus valores e dotando o consciente das instruções valiosas


de como pensar
de como idealizar
de como sentir
de como analisar
de como falar
de como escrever
de como amar...

na sequência da própria existência que a criatura leva, para que essa vida se organize e exemplifique os ensinamentos do Divino Mestre.

Meu filho, sê consciente dos teus sentimentos, pensando e sentindo bem com a ajuda das telas do coração, para que as verdades espirituais possam refletir o entendimento divino, onde o amor a Deus e ao próximo estejam sobre todas as coisas.

A vida é um eterno plantio, bem o sabes; somente colheremos o que semeamos pelos caminhos que percorremos. Roguemos ao Senhor que faça surgir em nossos roteiros as oportunidades de ofertar à Terra sementes de luz que façam nascer em nós, nas telas dos nossos corações, a árvore de Deus, para que o Cristo fique conosco hoje e sempre.



De “Páginas Esparsas 1”, de João Nunes Maia, pelo Espírito de Miramez
Página recebida no Grupo Espírita da Caridade, Ipatinga, MG, em 02/03/1985


28 novembro 2016

O aborto - Rodolfo Caligaris


O ABORTO

Segundo o Dr. Yves Lezan, especialista em ginecologia, "sendo o aborto provocado uma prática clandestina e, na grande maioria das vezes, executado em locais desprovidos de completa higiene e assepsia, pode trazer gravíssimas conseqüências oriundas de infecções, tais como peritonites, quer por pequenas perfurações no útero, que passem despercebidas, ou por passagem do cáustico através das trompas e queda dentro da cavidade abdominal. 

Não seria demais falar no posssível aparecimento do tétano, que sobrevém após um período de incubação de quatro a oito dias, com evolução geralmente aguda e ainda vários estados septicêmicos de alta gravidade. 

As hemorragias externas tanto podem aparecer logo após a prática do aborto como passado algum tempo e perdurar ainda por longo período. 

Em conseqüência dessas perdas sangüíneas, surgem, secundariamente, sinais de anemia, que será proporcional ao volume total do sangue perdido, exigindo por vezes transfusões de sangue". Esclarece, mais, o referido especialista, que, se repetido com freqüência, o abortamento pode provocar: 

a) "inflamação dos ovários, que se manifesta por meio de dores no baixo ventre e corrimento, o que exigirá tratamentos especializados, nem sempre coroados de êxito; 
b) irregularidades nas regras, com cólicas durante e após o período menstrual; 
c) a frigidez sexual e a esterilidade definitiva da mulher; d) esgotamento; 
e) perturbações nervosas; 
f) envelhecimento precoce, etc."

Ouçamos, agora, o que a respeito nos diz um médico do mundo maior: "A mulher que o promove ou que venha a coonestar semelhante delito é constrangido, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico de sua alma, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidaades, quais sejam a metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarte uterino, a tumoração cancerosa, flagelos esses com os quais, muita vez, desencarna, demandando o Além para responder, perante a Justiça Divina, pelo crime praticado". (André Luiz, "Ação e reação".)

Não terminam aí, todavia, os funestos resultados do aborto provocado.

Espiritualmente, os reflexos da criminosa irresponsabilidade dos pais (em especial das mães), rechaçando aqueles que deveriam retomar à carne, com os quais, não raro, haviam assumido sagrados compromissos, são ainda mais de temer.

Sentindo-se roubados, ou traídos, essas entidades passam a votar profundo ódio aos que se recusaram a recebê-los em novo berço e, quando não lhes infernizam a existência terrena, em longos processos obsessivos, aguardam, sequiosos de vingança, que façam o trespasse, para então tirarem a forra, castigando-os sem dó nem piedade.

Talvez haja quem indague: E a Providência Divina permite fiquem os que fugiram ao cumprimento de suas obrigações, à mercê da sanha desses Espíritos vingativos?

Sim, permite, porque cada um precisa carpir seus próóprios erros, sem o que jamais aprenderia a respeitar, como deve, as Leis de Deus.

Diante disso, não convém refletir maduramente se vale a pena pagar tão alto preço por leviandades dessa ordem?


Rodolfo Calligaris
Livro: As Leis Morais. FEB

27 novembro 2016

As doenças na visão espírita - Marlene R.S.Nobre



AS DOENÇAS NA VISÃO ESPÍRITA


O Espiritismo tem uma grande contribuição a oferecer à Medicina e às escolas que lidam com a saúde humana.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social. O Espiritismo, porém, amplia essa visão e ensina que saúde é o estado de completo bem-estar biopsicossociológico espiritual, pois leva em consideração os fatores biológicos, psicológicos, sociais e espirituais que influenciam o ser humano em sua passagem pela existência terrena.

Diferentemente da Medicina do Corpo, que ainda é exercida em larga escala nos dias de hoje, o Espiritismo descortina um novo modelo, o da Medicina da Alma.

No paradigma médico-espírita, o ser humano é um conjunto complexo, constituído de corpo físico, corpos sutis e alma; a prioridade, no entanto, na direção desse conjunto, é a da alma. Compete, pois, ao espírito imortal, a construção do seu destino terreno e, consequentemente, a da manutenção da sua própria saúde.

Segundo esses conceitos, o fato de uma pessoa não exteriorizar doença durante determinada fase da existência, pode não significar que ela esteja saudável. Assim, a criatura pode apresentar-se aparentemente saudável durante um período, mas já trazer no perispírito as marcas indeléveis da doença que eclodirá um pouco mais adiante, segundo a lei de ação e reação, que tem no tempo o principal fator desencadeante.

Segundo os princípios espíritas, a questão saúde-doença está profundamente vinculada à lei de causa e efeito, ao carma. André Luiz explica, no livro Ação e Reação, que carma designa “causa e efeito”, porque a toda ação corresponde uma reação. Quer dizer que está ligado a ações de vidas passadas. Assim, o carma seria uma espécie de “conta do destino criada por nós mesmos”, faz parte do sistema de contabilidade da Justiça Divina.

Segundo esse princípio, a criatura humana tem de dar conta de tudo que recebe da vida, de todos os empréstimos de Deus, patrimônios materiais, inteligência, tempo, afeições, títulos, e também do corpo físico, que lhe é concedido para o aperfeiçoamento espiritual. E será sempre assim, na roda viva da evolução espiritual em que deve se empenhar, tendo em vista a conquista de amor e sabedoria.

Aprendemos, com os Mentores Espirituais, que a percentagem quase total das enfermidades humanas tem origem no psiquismo. Assim, orgulho, vaidade, egoísmo, preguiça e crueldade são vícios da alma, que geram perturbações e doenças nos seus envoltórios, quer dizer, no corpo espiritual ou perispírito e no corpo físico.

Assim, no estudo de toda doença, é preciso levar o perispírito em consideração, mesmo porque a cura do corpo físico está diretamente subordinada à cura desse envoltório espiritual. Há exemplos importantes nos livros da coleção André Luiz que elucidam o nosso estudo. Vou citar apenas dois deles.

Vejamos o caso de Segismundo, em Missionários da Luz. Em vida passada, por causa de Raquel, ele tirou a vida física de Adelino com um tiro, que atingiu a vítima na altura do coração. Na vida atual, Segismundo renasceu como filho de Adelino e Raquel e trouxe, já na formação do seu corpo físico, o problema cardíaco que só se manifestará mais tarde, como doença do tônus elétrico do coração, após os 40 anos de idade.

As doenças, em geral, surgem relacionadas à idade em que as faltas foram cometidas.

Em outro livro, Ação e Reação, podemos acompanhar o caso de Adelino Silveira. No século XIX, Adelino era filho adotivo de um fazendeiro de grandes posses. Ambos eram muito unidos. Aos 42 anos, seu pai casou-se com uma jovem de 21 anos, a mesma idade de Adelino. Aconteceu, porém, que os dois jovens – Adelino e a madrasta – apaixonaram-se e ambos tramaram a morte do pai e marido.

A pretexto de cuidar do pai enfermo, Adelino deu uma bebida forte ao dono da fazenda e depois ateou fogo ao seu corpo. Foi uma morte muito dolorosa. Depois de tudo consumado, Adelino casou-se, mas não conseguiu ser feliz, atormentado pelo remorso. No mundo espiritual, os padecimentos foram intensos e contínuos. Finalmente, arrependido, reencarnou no século XX como Adelino Silveira e, desde pequeno, teve seu corpo tomado por um eczema extenso, que o dominava quase por inteiro.

Como podemos observar, as ações praticadas vincam o nosso perispírito e se refletem no corpo físico que age como uma espécie de filtro das impurezas.

Assim, em matéria de saúde e doença, temos de levar em consideração as ações das vidas passadas e as da existência atual para que as nossas conclusões não sejam falhas ou incompletas.

Ao estudarmos esses casos, podemos constatar também o importante papel que a dor tem em nossas vidas. Segundo o benfeitor Clarêncio: Depois do poder de Deus, é a única força capaz de alterar o rumo de nossos pensamentos, compelindo-nos a indispensáveis modificações, com vistas ao Plano Divino, a nosso respeito, e de cuja execução não poderemos fugir sem graves prejuízos para nós mesmos.


Autoria: Marlene R.S.Nobre 

26 novembro 2016

Eutanásia e vida - Emmanuel



EUTANÁSIA E VIDA - 20


Amigos da Terra perguntam frequentemente pela opinião dos companheiros desencarnados, com respeito à eutanásia. E acres-centam que filósofos e cientistas diversos aderem hoje à ideia de se apoiar longamente a morte administrada, seja por imposição de recursos medicamentosos ou por abandono de tratamento. Decla-ram-se muitos deles confrangidos diante dos problemas das crian-ças que surgem desfiguradas no berço, ou à frente dos portadores de enfermidades supostas irreversíveis, muitas vezes em estado comatoso nos recintos de assistência intensiva. Alguns chegam a indagar se os pequeninos excepcionais devem ser considerados seres humanos e se existe piedade em delongar os constrangimen-tos dos enfermos interpretados por criaturas semimortas, insensí-veis a qualquer reação.

Entretanto, imaginam isso pela escassez dos recursos de espiri-tualidade de que dispõem para dilatar a visão espiritual para lá do estágio físico.

É preciso lembrar que, em matéria de deformação, os comple-xos de culpa determinam inimagináveis alterações no corpo espiritual.

O homem vê unicamente o carro orgânico em que o Espírito vi-aja no espaço e no tempo, buscando a evolução própria, mas habi-tualmente não enxerga os retoques de aprimoramento ou as dilapi-dações que o passageiro vai imprimindo em si mesmo, para efeito de avaliação de mérito e demérito, quando se lhe promova o de-sembarque na estação de destino.

A vista disso, o homem comum não conhece a face psicológica dos nossos irmãos suicidas e homicidas conscientes, ou daqueles outros que conscientemente se fazem pesadelos ou flagelos de co-letividades inteiras. Devidamente reencarnados, em tarefas de rea-juste, não mostram senão o quadro aflitivo que criaram para si próprios, de vez que todo espírito descende das próprias obras e revela consigo aquilo que fez de si mesmo.

Diante das crianças em prova ou dos irmãos enfermos, imagi-nados irrecuperáveis, medita e auxilia-os!

Ninguém, por agora, nas áreas do mundo físico, pode calcular a importância de alguns momentos ou de alguns dias para o Espírito temporariamente internado num corpo doente ou disforme.

* * *

Perante todos aqueles que se abeiram da desencarnação, com-padece-te e ajuda-os quanto puderes.

Recorda que a ciência humana é sempre um fato admirável, em transformação constante, embora respeitável pelos benefícios que presta. No entanto, não te esqueças de que a vida é sempre forma-ção divina, e, por isto mesmo, em qualquer parte será sempre um ato permanente de amor.


Emmanuel/Chico Xavier 
Livro de J.Herculano Pires 
Obra: Diálogo dos Vivos - Espíritos diversos 
4º livro da série “Na Era do Espírito” 

25 novembro 2016

Espiritismo e os sonhos premonitórios - Morel Felipe Wilkon

 

ESPIRITISMO E OS SONHOS PREMONITÓRIOS


Muitas pessoas têm sonhos premonitórios. Sonham determinada coisa e essa coisa acontece – seja com ela mesma, seja envolvendo outras pessoas.

Como é que isso acontece? Como é que nós conseguimos prever, através de um sonho, uma coisa que ainda não aconteceu?

O sonho envolve estruturas da nossa mente que nós estamos longe de conhecer em sua plenitude. Nós conhecemos um pouco, seja através das explicações da psicanálise, a começar por Freud; seja através dos ensinamentos dos espíritos na literatura espírita; além da contribuição de outras correntes de pensamento – mas não podemos dar respostas prontas. Não existe uma causa única para os sonhos premonitórios.

O que são os sonhos para o Espiritismo?

Quando nós dormimos o nosso corpo físico repousa, porque ele precisa se recuperar, e nós nos desprendemos temporariamente do corpo físico. Isso é o que quase sempre acontece. O espírito que somos pode permanecer ligado ao corpo – isso ocorre, por exemplo, quando estamos muito cansados. Mas o normal é nos desprendermos do corpo físico. Podemos chamar isso de desdobramento. Espiritismo e sonhos eróticos

O que nós fazemos quando nos desdobramos por ocasião do sono? André Luiz afirma que três em cada quatro pessoas vão em busca da satisfação dos seus interesses. Esses interesses quase sempre envolvem prazeres. Nos desdobramos e vamos imediatamente para regiões no astral em que encontramos espíritos afins e damos vazão aos nossos desejos. Há espíritos que se encontram para brigar, para tomar satisfações; há espíritos que vão satisfazer seus desejos mais íntimos, como sexo, drogas, comida. Uma pessoa pode parecer uma puritana em sociedade mas, no seu íntimo, ela alimenta desejos sexuais inconfessáveis – quando se desdobra ela pode ir em busca da satisfação desses desejos. Uma pessoa que gosta muito de comer e faz regime pode se desdobrar e ir em busca de comida. Pessoas que têm vícios, ou que estão tentando vencer esses vícios, como o cigarro, o álcool e outras drogas também – se desdobram e vão para onde podem satisfazer seus vícios.

Isso pode causar estranheza em algumas pessoas, afinal, o corpo físico não participa dessas aventuras – acontece que o vício está no espírito; a fraqueza não está no corpo, está no espírito; e o corpo dos desejos não é o corpo físico, é o corpo astral.

Espiritismo e sonho lúcido

Outras pessoas se desdobram e vão trabalhar, vão ajudar o próximo. Isso ainda é um pouco raro, mas também acontece com frequência. Também é comum participarmos de cursos, de encontros de estudo. Particularmente eu participo de cursos no astral com alguma frequência.

Mas tudo isso são atividades no astral. Eu mencionei, então, as pessoas que não se desligam do corpo físico, e aquelas que têm atividade real durante o período de sono físico.

Uma coisa que precisamos perceber – e isso é algo que qualquer pessoa pode provar por si mesma – é que nós temos vários níveis de consciência. Isso fica evidente quando nós temos uma atividade real durante o sono e agimos de maneira muito diferente do que costumamos agir quando em estado de vigília (quando acordados).

Quem consegue manter algum grau de lucidez durante o período de sono nota isso com mais clareza. Mas mesmo aqueles que não mantêm lucidez, aqueles que lembram de suas atividades apenas em forma de sonho – mesmo esses são capazes de notar que o seu comportamento no sonho é muito diferente do normal. Têm outros traços de caráter – às vezes a pessoa é normalmente tímida e durante o sonho é totalmente desinibida; ou a pessoa é normalmente medrosa e no sonho é muito corajosa, enfim.

Nós temos vários níveis de consciência. Esse nível de consciência que nós usamos aqui no nosso entendimento, é o nível mais superficial, ligado ao intelecto. Quando nós nos desdobramos por ocasião do sono, além de ficarmos ligados ao corpo físico ou de mantermos alguma atividade no astral, nós podemos simplesmente acessar um outro nível de consciência e com isso entrarmos num outro campo de percepções. Se nós temos alguma preocupação nós podemos acessar o nível de consciência ligado a essa preocupação.

Apenas um exemplo: Amanhã você tem uma importante entrevista de emprego. Você sabe que grande parte dos seus projetos depende do resultado dessa entrevista. Você também sabe que não costuma se sair muito bem em entrevistas, você se sente inseguro. Muito provavelmente você vai sonhar com a entrevista. Isso não quer dizer que você se encontrou com o entrevistador no astral. O sonho foi elaborado por elementos da sua subconsciência – informações antigas sobre você, às quais você não tem acesso consciente, misturam-se ao seu medo e às suas informações atuais e o resultado é esse sonho.

A explicação mais comum que o Espiritismo oferece para os sonhos premonitórios é que eles são avisos de nossos mentores. Espíritos mais elevados nos avisam de coisas que estão prestes a acontecer. Mas como eles sabem disso? Independentemente de ser um aviso dos mentores ou de ser uma percepção nossa, precisamos entender como é possível prever o futuro.

O que sabemos é que quando dormimos nos libertamos parcialmente da influência do corpo físico. E isso faz muita diferença. Vivemos dentro de um corpo que nos oferece apenas algumas janelas de percepção, que são os cinco sentidos. Tudo o que conseguimos perceber do exterior, no plano físico, passa pelo filtro dos nossos cinco sentidos.

No corpo astral ainda estamos sujeitos aos mesmos sentidos, mas um pouco mais livres: nosso corpo astral nos permite ampliar o nosso campo de percepção. E com isso nós somos capazes de perceber coisas que estão prestes a acontecer. Percebemos influências que vão gerar determinados acontecimentos. Não há nada de extraordinário nisso.

Em qualquer área de atividade humana, se você tiver dados suficientes, você pode prever os acontecimentos que estão prestes a acontecer.

– Quem acompanha futebol e conhece perfeitamente um time percebe claramente quando esse time vai tomar um gol num contra-ataque, por exemplo – pois tem dados suficientes sobre esse time e sabe que a sua fragilidade é a recomposição da área defensiva;

– Quem tem um filho pequeno e leva esse filho na pracinha percebe quando o seu filho vai se machucar, pois tem dados suficientes para saber o que ele é capaz de fazer com segurança e quais os movimentos que ele ainda não domina.

Quem não conhece esse time e quem não conhece essa criança não são capazes de prever o que vai acontecer.

Nós podemos comparar o nosso estado quando acordados e quando estamos dormindo a esses dois casos: a pessoa que não tem informações sobre o time e sobre a criança e a pessoa que tem informações sobre o time e a criança.

Quando desdobrados nós somos capazes (somos capazes; não é sempre que isso acontece) de ampliar consideravelmente o nosso campo de percepção. Tomamos contato com inúmeras informações do passado de que normalmente não nos lembramos, o que nos oferece mais dados para perceber os próximos acontecimentos, e tomamos contato com as influências que estão agindo nesse momento e o que elas irão desencadear se esse quadro não for alterado.

Não existe determinismo. O que existe é um conjunto de tendências muito bem organizadas que resultam numa programação. Mas as coisas podem mudar: se uma dessas tendências for alterada, o fato previsto programado pode não acontecer.

Há um outro fator que deve ser lembrado. Nossa mente é criadora. Nossa mente é o programa do espírito. A maneira como programamos a nossa mente é que determina o que experimentamos em nossa vida.

Há pessoas muito impressionáveis que retroalimentam seus medos. A pessoa tem muito medo e esse medo gera sonhos. Esses sonhos, por sua vez, provocam mais medo, pelo receio de que eles se realizem. Pode acontecer, por isso, de um sonho se concretizar por uma programação da mente. Evidentemente isso não é proposital, e quem passa por isso não percebe que ela mesma é a causadora dos seus males.


Morel Felipe Wilkon


24 novembro 2016

Gratidão aos "inimigos" - Inácio Ferreira




GRATIDÃO AOS “INIMIGOS”


Sinceramente, eu tenho muito que agradecer aos meus “inimigos”, àqueles que, sistematicamente, me combatem opondo-se aos nossos escritos mediúnicos, chegando, inclusive, a censurar a livre circulação de nossos livros, no Brasil e no Exterior.

Graças a eles é que, aos poucos, eu venho sabendo identificar qual seja o meu lugar entre os últimos da fila...

É que a vaidade não me tem subido à cabeça, impedindo-me de enxergar as minhas próprias deficiências...

É que eu tenho me tornado um pouco mais vigilante contra as ilusões que, tão comumente, assaltam os espíritos frágeis quanto eu ainda me reconheço ser...

É que o exercício da compreensão tem se feito mais constante em minha lida cotidiana, predispondo-me a perdoar sempre...

É que eu tenho me vacinado contra o vedetismo, que, sem dúvida, abstraindo-me a lucidez, poderia me expor a situações de ridículo extremo...

É que eu tenho me esforçado para estudar e trabalhar mais, com o propósito de demonstrar que eles não estão absolutamente certos no mau juízo que fazem a meu respeito...

É que eu tenho procurado servir sem outro propósito que não seja o de simples cumprimento do dever...

É que eu me entrego a profundas reflexões a respeito de mim mesmo, avaliando as opiniões contrárias que, muitas vezes, me servem de alerta contra a fascinação...

É que eu me habituo a fazer o que faço sem qualquer expectativa de aplauso ou reconhecimento...

É que a contragosto – confesso –, sinto-me induzido, ante as críticas, à prática da difícil virtude do silêncio...

É que, ainda nada possuindo de humildade em mim, sendo por eles humilhado, o meu orgulho vai se dobrando gradativamente...

É que procuro trabalhar com certa independência de pensamento, sem necessitar de estar agindo com falsidade para angariar amigos que possam me apoiar...

É que eu tenho orado com mais frequência, não permitindo que o desalento me paralise na ação em prol de nossa Causa...

É que eu posso identificar aqueles que, verdadeiramente, são os piedosos companheiros que o Senhor me concedeu à existência...

É que eu vou aprendendo a melhor me controlar emocional e psicologicamente...

É que eu não entrego às crises de personalismo, com base em suposições equivocadas sobre os meus valores...

É que eu vou adquirindo paciência, sem nenhuma pressa de colher o que, possivelmente, eu possa estar plantando...

É que eu passei a eleger no tempo o meu melhor aliado, fortalecendo em mim o senso de eternidade...

É que eu entendo que ninguém detém a interpretação da Verdade em regime de exclusividade...

Enfim, graças aos meus “inimigos” é que eu ainda estou em pé, pois, caso contrário, se não fosse por eles, há muito tempo eu já estaria no chão.

Inácio Ferreira
Psicografia de Carlos A. Baccelli


23 novembro 2016

Segurança em Deus - Joanna de Ângelis


SEGURANÇA EM DEUS


A existência terrestre é uma formosa concessão do Pai Celeste, a fim de que se desenvolvam os valores adormecidos no cerne do Espírito, desse modo, sofrendo alterações imprevisíveis e ocorrências perturbadoras durante o processo de evolução.

Por mais se anele por tranquilidade, o mecanismo a que está submetido é dinâmico, sujeito a variações de cada constituição. Num momento, tudo se encontra em ordem, funciona com equilíbrio, logo depois, alterações significativas modificam o quadro e se estabelecem distúrbios variados que necessitam de atenção e de correspondentes cuidados especiais.

Por esta razão, não desanimes na jornada, quando incidentes desagradáveis te surpreenderem em qualquer área do comportamento, da saúde ou de outro qualquer que se te apresente.

Mantém-te firme, no enfrentamento das dificuldades e dores, das quais sairás mais forte e enriquecido de sabedoria.

O vendaval fortalece as ramagens das plantas que se lhe submetem. Depois que passa a tempestade, recompõem-se com vigor.

Nunca ter permitas a dúvida sobre a vitória final, enquanto transitas na divina oportunidade da reencarnação.

Quem teme a luta ou desiste, ou se entrega à autocompaixão, compromete-se mais, sem dar-se conta, com os códigos da Vida.

A história de todo triunfador é feita com a perseverança no bom combate, mediante a repetição da aprendizagem, sem nunca deixar de insistir e de tentar.

Todavia, esse triunfo tem origem no comportamento íntimo, quando o lutador vence as paixões servis que o atormentam,...

À medida que o aparente insucesso ocorre, a viagem para dentro do ser através da reflexão e da irrestrita confiança em Deus impulsiona-o para novas tentativas das quais resultará o êxito.

Vigia as nascentes do coração, de onde brotam os bons como os maus sentimentos, e fortalece-te na fixação das metas que pretendes alcançar.

Não te importem os efeitos exteriores, os comentários em torno dos prejuízos, o ridículo dos frívolos ou qualquer outro fator que produz inquietação.

Persiste na ideia do bem que vieste vivenciar e esparzir, tornando a tua existência uma jornada prazerosa, mesmo quando o sol da alegria esteja encoberto por nuvens carregadas de aflição.

Sabes que, além delas, o astro-rei permanece inalterável.

Estás convidado à execução do programa de amor e de revitalização da prosperidade moral e espiritual das criaturas e do planeta que habitas.

Iludido, corres em desespero, na busca do gozo que o consumismo proporciona, sem o menor conhecimento da realidade de imortal que és.

Acende no teu íntimo a luz do discernimento para que te libertes da ignorância, a fim de que te permitas o correto direcionamento existencial.

Certamente enfrentarás dificuldades, entre as quais a fragilidade orgânica, efeito natural das tuas ações transatas, que se apresentam como provas e sofrimentos.

Não as valorizes demasiadamente, detendo-te nelas sem coragem para seguir adiante.

*

O modelo irretocável a seguir é sempre Jesus.

Na modesta região da Galileia, que padecia sob o guante de muitos preconceitos, Ele optou pelos pobres e oprimidos, elegeu os mais degradados, a fim de reabilitá-los e lhes proporcionar os meios de sonhar e conseguir a felicidade que lhes era madrasta perversa.

Incompreendido, Ele descia aos abismos morais em que se compraziam e os erguia ao planalto da esperança no qual fruíam paz.

Sem qualquer receio, dedicou-se a atender a mulher aturdida, às situações deploráveis em que se encontrava, sem receber a mínima consideração.

Adúltera ou obsidiada, dEle recebeu a inefável ternura que a dignificou, demonstrou quando era digna da oportunidade de soerguimento. Enquanto do todos se voltavam contra os seus equívocos, Ele a socorreu, por saber que ela era vítima das circunstâncias opressoras e do desprezo que experimentava.

Desse modo, foi o libertador da escravidão feminina, que soube corresponder ao Seu afeto, porquanto algumas delas O acompanharam na via dolorosa, na cruz, e uma, que fora vítima da perversidade da treva implacável e dEle recebeu amparo, tornou-se portadora do mérito de lhe anunciar a ressurreição.

A partir dEle, a mulher começou a sair do cárcere dos preconceitos para alcançar na atualidade a governança de nações e povos.

Busca imitá-lO.

Elege os abandonados, os tristes e sofridos, aqueles que perderam praticamente tudo, menos o direito de receber o amor e a luz da caridade. São nossos irmãos do carreiro da agonia, que desconhecem a ventura da dignidade e do respeito, extraviados do caminho redentor que proporciona a conquista da sabedoria.

Amargurados, nunca experimentaram o prazer de receber afeição ou apoio, normalmente são açoitados pela ventania das incompreensões e empurrados para os pântanos do desespero onde se encontram.

*

Permanece, portanto, na segurança em Deus e nEle confia, deixando-te conduzir.

Ele sempre estará ao teu lado, mesmo quando não O buscares. Embora ignorado, Ele é o hálito da Vida em tua vida.

Se, no entanto, no momento te encontras em combalimento, sob os fórceps dos testemunhos, deixa-te conduzir por Ele, que é a meta sublime em cuja direção rumas no fatalismo da evolução. 


Joanna de Ângelis

Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão de 11 de maio de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

22 novembro 2016

Fazer o bem sem cessar - Bezerra de Menezes



FAZER O BEM SEM CESSAR


Eu nunca vos deixareis órfãos, eu ficarei convosco até a consumação dos evos. Quando qualquer dificuldade estiver ao vosso alcance pensai em mim e eu estarei convosco.

Transcorreram dois mil anos e nesses dois mil anos em que o mundo se convulsionou inúmeras vezes, algo diferente hoje desenha-se no alicerce das almas: a presença do amor de Deus.

É necessário que tenhamos o sentimento profundo de compaixão para podermos entender a dor de quem chora.

Há muito sofrimento ao nosso lado esperando a mão amiga, e nós nos encontramos na Terra para servir.

Quem não se dedica a servir ainda não aprendeu a viver.

O serviço é a bênção de Deus demonstrando o sentido existencial.

Fazei o bem, filhos e filhas da alma, além do vosso alcance.

Nunca vos arrependereis de terdes erguido um combalido, saciado a sede ou alimentado alguém esfaimado.

Exultai pela honra, pela glória de crer e esse crer deve constituir a diretriz da vossa existência.

Embrulhai-vos na lã do Cordeiro de Deus e sede mansos e pacíficos.

Dias virão em que o lobo e a ovelha comerão ao lado no mesmo pasto.

Dias estão chegando em que o amor e a solidariedade diluirão a violência e a agressividade.

Sede pioneiros dessa era nova contribuindo com o que tendes de mais valor, que é o vosso sentimento, auxiliando-vos a ascender na escala evolutiva e a erguer os que teimosamente permanecem nos degraus inferiores da vida.

A queda leva ao abismo, e abismos existem sem fundos como as escadas da degradação não têm o último degrau.

Parai, detende o passo e começai a subir a escada do progresso, porque Cristo espera por vós.

Este é o vosso momento: não vos escuseis de amar ou de servir, tendo em mente que a vida física é breve como qualquer jornada, mas o ser que sois é permanente, imortal.

Transformai o amor em alimento da alma e o serviço em sustentação do amor.

Em nome dos Espíritos-espiritas aqui presentes rogamos as bênçãos de Deus para todos nós.

Voltai aos vossos lares, jubilosos; esquecei, por momentos breves que sejam, das aflições e enriquecei o coração e a mente com a alegria de amar e de receber amor.

Em nome do Senhor eu vos abraço, filhos e filhas da alma, com carinho de servidor humílimo e paternal de sempre,


Bezerra

Psicofonia de Divaldo Pereira Franco, na palestra proferida na Sede da Creche Amélia Rodrigues, em 22 de outubro de 2016, em Santo André, SP

21 novembro 2016

Força divinas da luz - Douglas Renosto Lins


FORÇAS DIVINAS DA LUZ


Nós devíamos agradecer a Deus todos os dias pelas forças que Ele nos dá. Iluminando-nos e orientando-nos, Ele e muitos de seus arautos trabalham em nome da Humanidade, com inspirações, indicações, e até mesmo com certos problemas e que acreditamos ser para nosso mal.

Deus nos envia a todo o momento forças divinas de uma luz inimaginável para as mentes terrestres; no entanto, cabe a nós estarmos preparados para receber esta energia, e aproveitá-la da maneira correta. Muitos de nós acabam nem sentindo esta presença.

Esta iluminação esteve com a humanidade desde a sua criação. Vários povos mostraram resquícios de inspiração extraterrestre, e acreditaram fortemente em suas ideologias, pois em suas mentes havia a fé, a certeza de que estavam no caminho certo e que essas forças advinham de outros mundos e outros seres. Ainda eram simples e ignorantes e não compreendiam Deus em Sua grandiosidade. No entanto, nem todos estavam neste mesmo caminho...

Muitos foram orientados, mas poucos absorveram a verdadeira inspiração, sem as interferências inferiores da terra, e muitos também viveram, morreram, e reencarnaram com os mesmos costumes encravados em seu Espírito, adotando sempre as práticas que desconectavam-se dos caminhos ensinados por Cristo e seus precursores.

A divina inspiração, a divina luz da qual me refiro é muitas vezes presente nas crenças cristãs e não-cristãs atuais, mas como símbolo místico, espectral, cuja existência as pessoas questionam. No entanto, no mundo espiritual, assim como para alguns em nosso plano, ela é tão real quanto o ar que respiramos, a chuva que nos cai, a neve que nos congela e a tempestade que nos arrasa.

Muitos espíritos superiores, imbuídos e inspirados por esta luz fazem de tudo para que os planos saiam perfeitos em nosso nome; em nome dos que estão aqui encarnados, e principalmente em nome de Deus. Eles procuram manter a ordem para que acontecimentos preparados não ocorram na hora errada, assim prevenindo-nos de frustrações; eles buscam o trabalho perfeito em nome de nosso bem. Eles são o exemplo mais claro, mais vívido e mais brilhante de entendimento e amor para com as forças divinas de luz, aproveitando suas energias ao máximo e utilizando-as até mesmo para exaltar as nossas.

As pessoas devem ter corações mais puros, leves, compassivos, mas cheios de esperança para assim poder utilizar estas energias de forma semelhante a dos Espíritos de luz, e assim agradecer a Deus da melhor maneira possível por enviar estas energias; isto é, usando-as para o bem.


Douglas Renosto Lins


20 novembro 2016

Maturidade e Consciência - Joanna de Ângelis


MATURIDADE E CONSCIÊNCIA


A consciência atinge a plena conquista, quando o ser amadurece no seu processo psicológico de evolução. Esse amadurecimento é o resultado de um contínuo esforço em favor do auto-conhecimento e da coragem para enfrentar-se , trabalhando com esforço íntimo as limitações e os processos infantis que nele ainda predominam.

Não sabendo superar as frustrações, fixa-as no inconsciente e torna-se sua vitima, fugindo para os mecanismos da irresponsabilidade toda vez que se vê a braços com dificuldades e enfrentamentos.

A maturidade psicológica não se restringe ao período de desenvolvimento da infância , e sim , ás várias fases da vida, considerando-se que a aprendizagem e o crescimento não cessam nunca, tornando-se uma constante até o momento da individualização, no qual o espírito comanda a matéria e o mantém-se em harmonia com o físico.

Não seja de estranhar que indivíduos adultos mantenham comportamentos infantis e que jovens se apresentem com equilibrada maturidade.

Naturalmente , o espírito é o agente da vida e dele procedem os valores que são ou não considerados durante a existência corporal.

O mecanismo para o amadurecimento psicológico do ser expressa-se de maneira natural, aguardando que a vontade e o contínuo esforço, para o reconhecimento das debilidades físicas, emocionais e outras , facultem o ânimo para corrigi-las e superá-las.

As funções psíquicas , que Jung classificou em número de quatro - sensorial, sentimental, intelectual e intuitiva - devem constituir um todo harmônico , sem predominância de alguma em detrimento de outra, proporcionando o amadurecimento, portanto, a plena realização da consciência.

O amadurecimento psicológico se exterioriza quando se ama, quando se alcança esse sentimento ablativo, demonstrando a libertação da idade infantil.

Egocêntrica e ambiciosa , a criança apega-se à posse e não doa, exigindo ser protegida e jamais protegendo , amada sem saber amar , nem como expressá-lo. O seu amor é possessivo e sempre se revela no receber, no tomar.

O seu tempo é presente total.

O adulto , diferindo dela, compreende que o amor é a ciência e arte de doar, de proporcionar felicidade a outrem.

O seu tempo é o futuro, que o momento constrói etapa a etapa, à medida que lhe amadurecem a afetividade e o psiquismo.

Enquanto o amor não sente prazer em doar , experimenta o período infantil, caracterizando-se pelo ciúme, pela insegurança, pelas exigências descabidas, portanto, egocêntrico, impróprio.

Quem ama com amadurecimento, plenifica-se com a felicidade do ser amado e beneficia-se pelo prazer de amar.

Há nele uma compreensão de liberdade que alcança os patamares elevados da renúncia pessoal, em favor da ampla movimentação e alegria do ser amado.

O que hoje não consegue, semeia em esperança para o amanhã.

O idoso amadurecido realiza-se em constantes experiências de amor e vivência culturais, emocionais, sociais beneficentes, livres do passado, das reminiscências que lhe constituem prazer fruído, no entanto , sem sentido.

Como o crescimento do homem maduro não termina , a sua consciência promove-o à certeza de que , desvestido do corpo, ele prosseguirá evoluindo.

Sintetizando toda a sabedoria de que era portador , Jesus, na condição de Psicólogo Excelente, prescreveu para as criaturas humanas a necessidade de se amarem umas às outras.

Com esta lição ímpar, não somente reformulou as propostas egocêntricas da Lei Antiga, de reações cruéis, portanto, infantis, como abriu perspectivas extraordinárias para a integração da criatura com o seu Criador , o Amor Supremo.

Posteriormente, buscando propiciar o amadurecimento das criaturas , ALLAN KARDEC indagou aos Mensageiros da Luz, qual a mais meritória de todas as virtudes, e eles responderam, qual está registrado em O Livro dos Espíritos , na resposta de número 893 :

- Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém , está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade. Porquanto através do auto-conhecimento, o ser pensante descobre as próprias imperfeições, trabalha-as , e , levado pela necessidade gregária, sai da solidão e ama.



Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo P. Franco
Livro: Momentos de Consciência

19 novembro 2016

Obsessão existe? - Adriana Machado

 

OBSESSÃO EXISTE?


Semana passada postamos um texto que falava sobre a influência que nós, encarnados, exercemos sobre os nossos amados que já se foram.

Queria continuar nesse assunto, mas sob um outro prisma.

Como falávamos naquele texto, podemos, e muito, influenciar os nossos entes queridos, amigos de jornada que já se foram para os planos astrais, com os nossos sentimentos bons e não tão bons. Isso ficou claro, não foi?

Muitos poderiam dizer que esse processo é uma obsessão de encarnado para desencarnado. Também, poderíamos dizer que o desencarnado sob a nossa influência se escraviza diante de nossas dores e pelas suas próprias, fazendo-nos sofrer as suas desventuras. Estaríamos, assim, vivendo uma obsessão de desencarnado para encarnado também.

Diante desses quadros, vamos analisar o conceito de Obsessão. Segundo Kardec “seria o domínio que alguns espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticado senão por espíritos inferiores que procuram dominar o obsediado. É a ação persistente que um espírito mau exerce sobre um indivíduo.”¹

Bem, muito simples de entender e muito necessário, naquela época, para levar aos corações desavisados o temor e o respeito aos que habitavam os planos etéreos.

Certo é que, pelos encarnados da época não compreenderem as várias nuances da vida espiritual, levavam os experimentos realizados como forma de diversão e até de zombaria. Em razão disso, o conceito trazido por Kardec era adequado ao momento evolutivo do planeta.

Entretanto, hoje, já temos uma noção que esse conceito precisa ser compreendido com mais elasticidade. E não é porque ele (conceito) está errado, mas porque temos consciência que estamos mais preparados para entender a nossa verdadeira participação num processo de “obsessão”.

Vamos começar do início.

Quando Kardec nos trouxe essa informação, tivemos uma boa desculpa para tirarmos de nossos ombros as culpas por processos desequilibrantes pelos quais passávamos. Tudo era culpa de um espírito maligno que nos fazia tomar atitudes imorais ou mesmo impensadas, eximindo-nos de toda e qualquer responsabilidade sobre as nossas ações.

Na atualidade, porém, a espiritualidade amiga nos informa a todo tempo que esse processo, chamado de obsessão, deveria ser mais bem raciocinado. Já temos subsídios para entender que ele não é tão cômodo assim.

Podemos passar por uma influenciação espiritual que nos dará combustível para tomarmos atitudes que, a princípio, parecemos incapazes de fazer, mas que as executaremos com requinte. Isso significa que aceitamos tal influenciação, que estamos em sintonia com as ideias que nos foram trazidas, porque, mesmo quando nos encontramos influenciados por irmãos espirituais, somos nós quem damos o aval para toda a atitude que tomamos, ou seja, somos nós que escolhemos agir daquela forma; somos nós que aceitamos a sugestão dada por aquele espírito e agimos por nossa vontade.

Se fosse diferente, tal espírito teria poder para infringir uma das leis divinas que nos regem e é soberana que é a Lei da Liberdade que tem como escopo o livre arbítrio.

Mesmo quando pensamos na possessão, forma mais intensa de obsessão, não estamos desprotegidos. Todo processo de possessão inicia-se devagar e vai aumentando pouco a pouco a sua intensidade. Podemos nos desvencilhar daquela presença se desejarmos. É o nosso querer falando mais alto. Se não fazemos, é porque estamos em sintonia com o processo que se descortina ao nosso redor. Estamos confortáveis em delegar ao outro (obsessor) o processo de escolha que nos cabe. Mas, o fato de deixarmos alguém escolher por nós, não nos exime da responsabilidade ao aceitar cada escolha feita pelo outro.

Por isso, não podemos afirmar que somos alvos desprotegidos de quaisquer seres espirituais que, por motivos que não nos caberia saber, influenciam-nos a ponto de perdermos a nossa liberdade de escolha.

Ainda, esmiuçando o conceito trazido por Kardec, precisamos repensar quando afirmamos que somente participam de um processo de obsessão os maus espíritos.

Eu pergunto: você e eu somos espíritos maus? Porque se aceitamos que podemos influenciar um espírito que nos é caro, a ponto dele sair de seu caminho redentor para estar conosco, em nossa dor, então, o estamos “obsediando”, mas não porque somos maus, e sim porque somos ignorantes. Num conceito mais real, eu entendo que qualquer um pode “obsediar” alguém, porque enquanto não compreendermos as verdades divinas e nos equivocarmos na exacerbação de nossos sentimentos, de nossas vontades, estaremos influenciando alguém para alguma coisa.

Se todos nós somos passíveis de influenciar, então, todos nós somos obsessores contumazes que convencemos o outro a fazer aquilo que achamos ser o correto. Mesmo quando pensamos num processo de obsessão característico (como o que foi descrito nos parágrafos acima), o obsessor acredita que está fazendo algo que é importante e certo, mesmo que o certo não seja para o obsediado, mas sim para ele, o obsessor. Não é o que fazemos?

Pensemos na vingança. Ela também não segue o mesmo princípio? Nós não somos capazes de nos “vingar” quando alguém faz algo que nos incomoda? Mesmo quando nada fazemos, não deixamos para Deus tomar as medidas necessárias para o outro sinta que não fez certo? Não é em nosso vocabulário o dito “Bem feito!”, quando nos vemos “vingados” pelas circunstâncias da vida?

Ainda não compreendemos o nosso papel na vida do outro, tampouco o dele na nossa vida. Isso é a comprovação de nossa inferioridade ante os degraus da evolução. Este estado de inferioridade nos leva a pensar que temos absoluta razão em nossas convicções e lutamos para que todos se submetam a elas, por dois motivos: somente pelo nosso bem estar (independentemente do que outro sinta) ou pelo bem estar daquele que amamos (acreditamos que temos todas as respostas).

Quando percebemos, porém, o nosso erro (através de nossa evolução íntima), nos arrependemos, tentamos modificar o processo e seguimos novos cursos na vida.

Assim, é com todos. Pela nossa inferioridade, pela nossa ignorância, fazemos más escolhas, mas não somos maus. Somos filhos que ainda não entenderam que Deus sabe o que faz. Nos sentimos órfãos diante das adversidades da vida, achando que estamos sendo punidos por Deus por algo que fizemos. Essa sempre foi a ideia trazida pelos nossos grupos religiosos a séculos.

Quando percebemos que não estamos sós, que somos amados, que as leis estão incidindo sobre nós para o nosso aprendizado porque Deus nos ama, reagimos mais corretamente para produzirmos uma melhor conclusão naquela etapa de aprendizado.

Por tudo isso, precisamos compreender que o processo “obsessivo” é mais um processo de influenciação pela sintonia existente entre encarnado e desencarnado e que todos nós somos passíveis de sofrê-lo ou de cometê-lo.

Mas, seja quem influencie (encarnados ou desencarnados), teremos responsabilidade nos eventos presentes e futuros, segundo a nossa participação como concretizadores da ideia original trazida. Obsessão existe? Podemos dizer que sim. Porém, acredito que mais como um processo de influenciação por sintonia mútua do que de dominação por submissão.

Pensemos nisso. 

Adriana Machado

Referência:

[1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Obsess%C3%A3o_(espiritismo)