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12 março 2018

Só o escândalo, rende audiência! - Francisco Rebouças



SÓ O ESCÂNDALO, RENDE AUDIÊNCIA!



E disse aos discípulos: É impossível que não venham escândalos, mas ai daquele por quem vierem!” (Jesus – Lucas Cap. 17 v. 1).

Estamos fartos de testemunhar diariamente anos a fio, as notícias de escândalos de todo tipo. Quando a gente pensa que já viu de tudo, a mídia nos apresenta novidades de todos os tipos, antes impensados, que nos causam surpresa e nos entristecem.

São notícias de desastres nas estradas, por abusos e imprudências de pessoas que não se preocupam consigo mesmo e muito menos com os outros. Motoristas em velocidade acima do permitido, avanço de sinal vermelho, consumo de bebidas alcóolicas, carros sem a mínima condição de segurança para circular nas vias públicas etc., e o resultado disso são as pavorosas estatísticas de desgraças e mortes que causam dores e sofrimentos a incontáveis famílias, sem falar dos prejuízos financeiros aos cofres públicos.

Não bastam os noticiários sobre desastres naturais que comumente assolam comunidades inteiras, tais como: enchentes, deslizamentos de terras, incêndios nas matas, seca nos reservatórios de água, além de crimes variados e comuns em nossa sociedade, como corrupção, desrespeito aos direitos dos outros, assassinatos, abusos sexuais até mesmos de crianças indefesas etc., e que preferimos parar por aqui, por que a relação é grande demais.

Nesse momento, as notícias mais divulgadas pela mídia são as doenças causadas pelas várias espécies de mosquitos, tais como a microcefalia, a dengue, a chicungunha, a febre amarela e por aí vai, que espalham o medo e o sofrimento em nossa sociedade, que mesmo assim, despreza pequenas e simples atitudes que poderiam evitar uma série desses desastres.

Claro que muito mais fácil do que fazer a parte que nos cabe é culpar o governo e a natureza, entre muitas outras desculpas, é mais prático e cômodo do que não deixar acumular sujeiras e água em recipientes, não poluir os rios, não devastar as florestas, não jogar lixo nos bueiros, e ainda, educar as crianças pelo exemplo do bom procedimento, para evitar os desperdícios em todos os sentidos, respeitar as pessoas, os animais a natureza em geral, ações essas que nos poupariam dessas calamidades vivenciadas por toda população.

Esse nosso comportamento, remonta aos longínquos dias de um passado em que nos comprazíamos com as atitudes de animalidade e que ainda trazemos arraigados em nosso mundo íntimo, ao que os Espíritos Superiores nos chamam a atenção para que iniciemos o quanto antes a reforma íntima que necessitamos empreender, para dar maior liberdade ao “homem novo”, na busca de se divorciar definitivamente do “homem velho” e do seu “reinado” que sempre nos mantiveram escravizados na ignorância.

Nossa postura na atualidade é o reflexo da nossa milenar cultura do egoísmo, do orgulho e da falta de disposição para reformar os nossos arcaicos pontos de vista, que nos manteve até hoje na ilusória opinião de que os outros é que são os responsáveis por nossas desditas e por essa razão representam o obstáculo maior ao nosso crescimento e desenvolvimento intelectual, moral e espiritual.

“Por que há de cada um querer elevar-se acima de seu irmão? Desse fato sofre hoje a sociedade as consequências.

Não esqueçais que tal estado de coisas é sempre sinal certo de decadência moral.

Quando o orgulho chega ao extremo, tem-se um indicio de queda próxima, porquanto Deus nunca deixa de castigar os soberbos. Se por vezes consente que eles subam, é para lhes dar tempo a reflexão e a que se emendem, sob os golpes que de quando em quando lhes desfere no orgulho para os advertir. Mas, em lugar de se humilharem, eles se revoltam. Então, cheia a medida, Deus os abate completamente e tanto mais horrível lhes é a queda, quanto mais alto hajam subido.

Pobre raça humana, cujo egoísmo corrompeu todas as sendas, toma novamente coragem, apesar de tudo. Em sua misericórdia infinita, Deus te envia poderoso remédio para os teus males, um inesperado socorro à tua miséria. Abre os olhos à luz: aqui estão as almas dos que já não vivem na Terra e que te vêm chamar ao cumprimento dos deveres reais. Eles te dirão, com a autoridade da experiência, quanto as vaidades e as grandezas da vossa passageira existência são mesquinhas a par da eternidade. Dir-te-ão que, lá, o maior é aquele que haja sido o mais humilde entre os pequenos deste mundo; que aquele que mais amou os seus irmãos será também o mais amado no céu; que os poderosos da Terra, se abusaram da sua autoridade, ver-se-ão reduzidos a obedecer aos seus servos; que, finalmente, a humildade e a caridade, irmãs que andam sempre de mãos dadas, são os meios mais eficazes de se obter graça diante do Eterno. – Adolfo, bispo de Argel. (Marmande, 1862).” (1)

Está na hora de despertarmos para a mudança de atitude, modificar a nossa passividade diante de noticiários tão deprimentes, mudarmos de canal, de veículo de comunicação seja quais forem para buscar noticiários mais positivos, que destaquem as boas obras, as atitudes nobres que acontecem, mas que não merecem destaques, porque não alcançam audiência suficiente para que os órgãos da mídia mudem de postura e passem a noticiá-los.

Sabemos que estamos em um mundo de provas e expiações, sujeitos aos altos e baixos de nossa estrutura moral, onde as atrações de César ainda têm grande influência em nossas escolhas e por essa razão Jesus, Guia e Modelo da humanidade, nos recomendou vigiar e orar, pois não estamos largados à própria sorte, temos os amigos espirituais a nos relembrar suas lições e exemplos para nossa caminhada firme e proveitosa na estrada do progresso que precisamos percorrer.

Precisamos começar a caminhada com boa vontade e entusiasmo, certos de que temos em nós mesmos as ferramentas necessárias ao cultivo do campo fértil das virtudes ínsitas em nosso Ser, à espera de nosso trabalho no desenvolvimento e implantação do Reino de Deus em nós mesmos, pois somos filhos da Luz e para a Luz marchamos.
Não haverá paixões tão vivas e irresistíveis, que a vontade seja impotente para dominá-las?

“Há muitas pessoas que dizem: Quero, mas a vontade só lhes está nos lábios.

Querem, porém muito satisfeitas ficam que não seja como “querem”. Quando o homem crê que não pode vencer as suas paixões, é que seu Espírito se compraz nelas, em consequência da sua inferioridade. Compreende a sua natureza espiritual aquele que as procura reprimir.

Vencê-las é, para ele, uma vitória do Espírito sobre a matéria.”
Qual o meio mais eficiente de combater-se o predomínio da natureza corpórea?

“Praticar a abnegação.” (2)

O Dicionário da língua portuguesa nos define abnegação por substantivo feminino que significa: Renúncia espontânea do interesse, da vontade, da conveniência própria. Ou seja, fazer aos outros, o que gostaria que os outros nos fizessem, sem qualquer outra exigência, que não seja a vontade sincera de ser útil ao semelhante, pelo simples desejo de vê-lo satisfeito e feliz, o que por si só, representa a própria felicidade para aquele que assim procede.

Mantenhamos o otimismo e alimentemos nossas esperanças num mundo melhor, sem nos esquecer de realizar nossa mudança de atitude em qualquer situação que vivenciarmos, agindo de forma equilibrada para uma saudável convivência em nosso relacionamento na construção de uma nova mentalidade, voltada para o desenvolvimento e crescimento do bem e da paz.

Jesus nos sustente e guie na conquista desse nosso propósito!

Francisco Rebouças



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