A FORÇA DIVINA DO AMOR
Afirma Emmanuel que o amor é a força divina do Universo, nos levando a refletir sobre o cuidado que devemos ter em não desviarmos essa força da sua conveniente e justa aplicação, que é voltada para a fraternidade e a caridade. Uma vez que o seu desvio é o que anuvia o discernimento, afastando-nos do entendimento da nossa realidade espiritual, que nos assegura como espíritos eternos e nos leva ao auto-aperfeiçoamento, nos aproximando do Pai Supremo, como tão bem nos ensinou e exemplificou o Divino Mestre Jesus.
E nos esclarece que o desvio dessa magnífica força para o exclusivo aspecto material, é o que nos leva aos desvarios de toda sorte; como a avareza – quando do apego excessivo aos valores financeiros do dinheiro e dos bens perecíveis; o egoísmo – representado pelo desejo de posse, sempre cada vez mais intenso e exclusivista; o que certamente induz à tormenta pela exacerbada disputa em desrespeito ao próximo – que traduz a inveja; assim como tantos outros males como o orgulho e a vaidade, que representam as chagas da Humanidade. Por isso mesmo, pensei e escrevi certa feita (2004), como aforismo: “Na raiz de todos os nossos males encontramos a obscuridade do egoísmo; enquanto em todas as realizações dignificantes encontramos a luz do amor”.
Da mesma forma como observamos os encontros e desencontros entre os pares ou casais que se buscam e dizem se amar, como centelhas do amor divino, quando alicerçados no discernimento, na compreensão, na sinceridade e no sentimento de afeição mútua e afinidades, que, assim, aliados à paixão humana natural, tendem a tornar-se uma união duradoura e feliz. Enquanto podemos perceber que, por outro lado, muito acontecem as arrebatadoras paixões sem o necessário discernimento, sem a verdadeira afeição mútua e afinidades, impelidas assim, quase sempre, por meros desejos muito mais ligados à sensualidade do que à afeição, ainda que inconscientes, quando não por interesses escusos; terminando então em posteriores desilusões e desencontros, de tristes conseqüências, que geram tanta infelicidade.
Considerando ainda a nossa condição de espíritos eternos, com nossos delitos do passado, de alguma forma registrados e latentes em nosso perispírito, ou como queiram denominar de inconsciente profundo; erros que quando mais marcantes, não ocultos, manifestam-se em nossas tendências comportamentais. E tais delitos geram, sob a ótica espírita, ‘débitos’ espirituais que exigem a devida correção ou reparação, impelindo o ser ‘devedor’ à corrigendas tal como nos exortou o grandioso filósofo francês, estudioso e divulgador do Espiritismo – Léon Denis: “Recorda-te que a vida é curta; esforça-te, pois, por conquistar, aquilo que vieste aqui realizar: o verdadeiro aperfeiçoamento. Possa teu espírito partir desta Terra mais puro do que quando nela entrou! Pensa que a Terra é um campo de batalha, onde a matéria e os sentidos assediam continuamente a alma; corrige teus defeitos, modifica teu caráter, reforça a tua vontade; eleva-te pelo pensamento, acima das vulgaridades da Terra e contempla o espetáculo luminoso do céu.” (do seu livro “Depois da Morte”).
Por isso, é essencial que em toda nossa existência tenhamos o imprescindível discernimento e a constante reflexão em torno do nosso pensar e agir, porquanto não basta o desenvolvimento científico, tecnológico e social, nem apenas o conhecimento e a cultura intelectual, como imperativos da vida e das convenções humanas; é preciso o aprimoramento espiritual, sobretudo, consoante os sábios ensinamentos dos Espíritos Iluminados, como missionários divinos, sempre a nos inspirar, esclarecer e indicar o caminho e os procedimentos fundados nos valores espirituais, que edificará a nossa consciência elevando-nos à sublime condição de espíritos eternos, como uma família universal, a caminho da plenitude do amor, e assim, sob os ideais do Cristianismo, irradiemos de nossas almas a verdadeira fraternidade para que a paz e a harmonia se estabeleça em todos e em tudo.
Repetindo o que pensei e escrevi noutro ensejo, reafirmo: O Amor, em sua verdadeira essência, é o que dá sentido à vida. E há de prevalecer em todas as situações, o que efetivamente contribui para consolidação das amizades, em quaisquer circunstâncias, na Terra como na Dimensão Espiritual.
Devaldo Teixeira de Araújo
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