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28 setembro 2018

Problemas Psicológicos Sob o Olhar Espírita - Aryanne Karine



PROBLEMAS PSICOLÓGICOS SOB O OLHAR ESPÍRITA


Começamos essa reflexão com a definição dos transtornos psiquiátricos de acordo com a OMS (Organização das Nações Unidas)

“Existem diversos transtornos mentais, com apresentações diferentes. Eles geralmente são caracterizados por uma combinação de pensamentos, percepções, emoções e comportamento anormais, que também podem afetar as relações com outras pessoas. Entre os transtornos mentais, estão a depressão, o transtorno afetivo bipolar, a esquizofrenia e outras psicoses, demência, deficiência intelectual e transtornos de desenvolvimento, incluindo o autismo. ”

Caracterizar o exato motivo de isso acontecer em casos distintos, com transtornos distintos seria passar uma informação errônea sobre a visão espirita de tais transtornos. Não cabe a este artigo julgar isoladamente cada doença e o motivo de pessoas passarem por isso. Nosso maior intuito é passar uma informação baseada na doutrina, e já no início deste artigo, gostaríamos de dizer que você não encontrará uma verdade absoluta sobre os fatos.

No livro ‘Loucura Sob um Novo Prisma’ do Dr. Bezerra de Menezes, ele aborda dois fatores diferentes para a explicação sobre os transtornos psicológicos. O primeiro fator abordado é sobre o a patologia do cérebro em casos de transtornos psiquiátricos. De acordo com Bezerra, ‘Levados pelo princípio, que julgam ser uma lei natural, de que toda a perturbação do estado fisiológico do ser humano procede invariavelmente de uma lesão orgânica, os homens da ciência têm, até hoje, como verdade incontroversa, que a alienação mental, conhecida pelo nome de loucura, é efeito de um estado patológico do cérebro, órgão do pensamento, para uns — glândula secretora do pensamento, para outros.’’

Quando falamos de patologia do cérebro, podemos dizer de problemas de causas orgânicas, onde com um exame é fácil constatar a doença do órgão responsável por controlar nossa estrutura física. Nesta explicação, independentemente do tipo de doença psicológica, podemos levar em consideração os seres eternos e em constante evolução que somos e encarar de um panorama macro esta situação.

Analisando que somos espíritos errantes, em busca de progresso e se espelhando no mestre Jesus como exemplo de compaixão e amor, e analisando o fato de que a doutrina explica que jamais podemos regredir, para melhor ficar entendido esta questão, no Livro Dos Espíritos questão 398, Kardec pergunta aos irmãos que ajudaram na codificação do Consolador anunciado por Cristo:

398. Sendo os pendores instintivos uma reminiscência do seu passado, dar-se-á que, pelo estudo desses pendores, seja possível ao homem conhecer as faltas que cometeu?

"Até certo ponto, assim é. Preciso se torna, porém, levar em conta a melhora que se possa ter operado no Espírito e as resoluções que ele haja tomado na erraticidade. Pode suceder que a existência atual seja muito melhor que a precedente.”

a) - Poderá também ser pior, isto é, poderá o Espírito cometer, numa existência, faltas que não praticou em a precedente? “Depende do seu adiantamento. Se não souber triunfar das provas, possivelmente será arrastado a novas faltas, conseqüentes, então, da posição que escolheu. Mas, em geral, estas faltas denotam mais um estacionamento que uma retrogradação, porquanto o Espírito é suscetível de se adiantar ou de parar, nunca, porém, de retroceder.”

Entendido este ponto, podemos dizer que se hoje não somos espíritos perfeitos, e sim, errantes em busca da perfeição, em vidas retrógradas, estivemos em uma situação pior, cometendo, sabe-se lá, quais erros que serão pagos nestas ou em vidas futuras. Com base neste entendimento é que podemos dizer que, quando o transtorno psiquiátrico tem natureza física, ou seja, algo no órgão físico do cérebro, que isto pode ser um resgate de dívidas passadas, vindo assim, o próprio espirito escolher este caminho para pagar os erros que cometeu anteriormente.V Porém, como já havíamos enunciado, não existe certeza absoluta sobre fatos, pois generalizando casos e doenças, temos que pensar que são milhares de espíritos passando por esta situação atualmente, onde nesta explicação, podemos ainda acrescentar que seria um resgate para a família, ou outros fatores que podem levar a esta questão.

Além do fato de os transtornos serem dados por patologias no cérebro, temos ainda os casos que são incógnita na classe medica e cientifica, que são os casos onde, mesmo o cérebro não sendo afetado, a pessoa é caracterizada com algum transtorno de personalidade ou psiquiátrico. Ainda de acordo com Dr Bezerra de Menezes em seu livro relatado acima, “a loucura, perfeitamente caracterizada, pode-se dar — e dá-se mesmo, em larga escala, sem a mínima lesão cerebral, o que prova que o cérebro não é órgão do pensamento — e, menos que tudo, seu gerador ou secretor; e prova mais que, assim como o mau estado do instrumento de transmissão determina o que chamamos — alienação mental —, embora em perfeito estado se ache a fonte do pensamento, assim, por igual, o mau estado desta determina a alienação, embora esteja são o instrumento da transmissão.

Toda a questão se resume em provar-se fundamentalmente: que há loucos cujo cérebro não apresenta lesão orgânica de qualidade alguma. Feito isto, fica perfeitamente claro que a loucura não é um caso patológico invariável em sua natureza, mas um fenômeno mórbido de duplo caráter: material e imaterial.”

Neste aspecto, podemos afirmar que muitos transtornos, em variados casos, são problemas de forte obsessão de espíritos, sob a pessoa que é caracterizado um problema psiquiátrico.

Neste caso, mesmo sem problema no órgão físico (leia-se cérebro), ainda assim, por forte influência espiritual que na maioria das vezes é silenciosa e lenta, o doente vai ficando cada vez mais preso nas amarras do espirito, mesmo que sem conhecimento da situação, e por falta de um tratamento adequado, podendo, aí sim, danificar o seu físico, no caso, o cérebro.

Dando sequência na explicação do Dr Bezerra, “O fato, pois, da influência dos Espíritos sobre os viventes, é o mesmo da que estes exercem, uns sobre os outros. Tal influência apresenta diversos graus: vai da simples insinuação à dominação completa da vontade. O uso que fazemos do nosso livre arbítrio, na repulsão daquela causa perturbadora, pode ser eficaz ou inútil, conforme a natureza dos nossos sentimentos. Se forem bons, a nossa resistência rechaçará todos os ataques do inimigo. Se forem maus, serão ventos a auxiliarem as correntes do inimigo. Cada um de nós forma sua atmosfera moral, dentro da qual somente podem penetrar Espíritos da nossa natureza, que são os únicos que a podem respirar, se nos permitem a expressão. Assim, ao que modela suas ações, seus pensamentos e seus sentimentos, pelas normas do dever e do bem, não podem chegar senão Espíritos adiantados, jamais os maléficos.”

Assim como nossos pensamentos podem atrais bons espíritos, da mesma maneira, os maus pensamentos atraem os espíritos imorais que, dentro de seu livre arbítrio, podem nos manter preses a uma onda vibratória baixa, causando doenças psicológicas, como por exemplo, a depressão.

Independente da fonte do transtorno que uma pessoa tenha, é de suma importância o acompanhamento médico nas duas opções abordadas aqui. Assim como, nos dois casos, a busca pela melhoria moral e espiritual é (ou deveria ser) uma das maiores prioridades de espíritos que hoje se encontram passando por esse tipo de problema, assim como para nós, que não precisamos lidar com eles, pelo menos nesta encarnação.

Deixo aqui minha indicação de leitura o livro abordado neste artigo, para um maior esclarecimento sobre o tema, sendo esta, apenas uma rasa abordagem do trabalho impecável que o Dr Bezerra de Menezes nos deixou.

Para todos que sofrem direta ou indiretamente com algum transtorno psiquiátrico, seja próprio ou de ente próximo, deixo as palavras do saudoso Chico Xavier “Isto também passa”. Tenha fé e perseverança, pois Deus tudo vê e tudo sabe, não há injustiça em seus reinos e, se hoje nos vemos envolvidos nesta situação, é porque nela nos colocamos de algum modo.


Aryanne Karine


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