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31 dezembro 2019

Saber ajudar - Rita Foelker



SABER AJUDAR


Ver crianças passando por necessidades, seja em fotos do Afeganistão ou sob a marquise de um prédio a três quarteirões de casa, é sempre triste. E é quando nos perguntamos: o que se pode realmente fazer, enquanto cidadão e enquanto espírita?

São muitas as ações espíritas voltadas à infância e à juventude sem recursos, moradora das sub-habitações urbanas, subnutrida, sem escola e sem família estruturada, grande parte já trilhando os caminhos tortuosos da delinqüência.

Mas um fato observável, sobretudo nos grandes centros, é que o tipo de trabalho social comumente desenvolvido pelas entidades supre apenas necessidades imediatas e cria uma dependência viciosa das famílias com respeito às doações. Centros espíritas se estabeleceram, há vinte ou trinta anos, próximos à favela, e a favela só faz crescer!! Doa-se roupa, comida e material de construção, mas a pobreza nunca deixa de existir.

E as crianças nascem e crescem neste ambiente, também vão à casa espírita para receber. Mesmo as que nunca comparecem à "Evangelização" surgem do nada, quando é Páscoa ou Dia da Criança, esperando ganhar... "O que é que a gente vai ganhar?" – perguntam. Isto significa que nosso modelo vem fazendo mais estragos do que se supunha, já está passando de pai para filho.

E este seria o momento de nós nos perguntarmos como espíritas: o que é que estamos fazendo? Para que estamos trabalhando? Como estamos educando?

Não basta ajudar. É preciso saber ajudar.

Primeiro, conscientizar-se de que não há vítimas ou coitadinhos neste mundo. Todos vivemos um processo evolutivo e buscamos condições de aprimoramento espiritual. Socialmente, a vida nos coloca em várias posições, dependendo da lição que devemos aprender, mas todos estamos aqui para aprendê-la.

Os pobres não são vítimas da injustiça social, porque não existe injustiça social, mas necessidade e merecimento individuais. Será que recebemos estas criaturas na casa como Espíritos em processos difíceis de aprendizagem? Ou como criaturas "carentes", incapazes de melhorar de vida e saírem da miséria, a quem oferecemos doações por tempo indeterminado? Até que ponto se trabalha para que eles, muito embora necessitem de donativos em situações emergenciais, passem a prover seu próprio sustento, assim que estejam devidamente capacitados ou empregados?

A esmola que muitas vezes se dá e que se chama de caridade, ou humilha, ou cria "sem-vergonhas". E as crianças, mesmo as menores, já estão vivendo esta realidade, enquanto a casa espírita trabalha em prol de gerações de dependentes, e o mundo não se torna nem um pouco melhor com isto.

É claro que os pequenos trazem carências mais sutis, ligadas à ausência de estímulos, de vínculos afetivos firmes e de atenção emocional, que não podem ser desprezadas nem resolvidas com café com leite e que pedem ações imediatas.

Não, não tenho soluções. Quanto aos adultos, entendo que a casa espírita deveria ocupar-se daqueles que realmente desejam progredir, que se integram a algum tipo de treinamento profissional, que querem melhorar de vida, ou que buscam um conforto espiritual e o conhecimento das leis da vida, para se reerguerem.

Para todos os outros, as portas da instituição permanecem abertas, assim que decidirem investir no próprio aprimoramento.

Às crianças, que se ofereçam oportunidades e afeto verdadeiro, atenção individualizada na medida do possível, mas deixando claro que, por mais que as amemos, não cuidaremos delas pelo resto de suas vidas, assim como não fazemos com os nossos próprios filhos. Cuidado com promessas que não poderão ser cumpridas. Precisaremos oferecer-lhes condições de desenvolver a auto-estima e a auto-responsabilidade, sem responsabilizar pais ou sociedade pelo que quer que lhes venha a acontecer de desagradável, no futuro, mas a si mesmas já que contam com seu livre-arbítrio. Poderemos ajudá-las a desenvolver o amor ao trabalho, o desejo de aprender, ensiná-las a estabelecer objetivos de vida e a buscá-los.

Muitas pessoas, que implantam obras sociais ou que se inscrevem como voluntárias da assistência, fazem o melhor que sabem, acreditam fazer o bem. Mas é preciso verificar se este é um bem real ou ilusório, se está melhorando de fato a vida das pessoas assistidas e ajudando-as a progredir ou a permanecerem estacionadas no comodismo.


Rita Foelker

30 dezembro 2019

Espiritismo não se Aprende Brincando - Sidney Fernandes



ESPIRISTISMO NÃO SE APRENDE BRINCANDO


Allan Kardec recebeu, como costumava fazer, com boa fé e cortesia, dois jovens recém-chegados de Moscou, que se intitulavam estudiosos do Espiritismo e queriam assistir, ao vivo, as sessões descritas na Revista Espírita.

Em flagrante desrespeito à confiança que o codificador neles depositara, tudo o que a dupla viu e ouviu acabou nas páginas de um Jornal de São Petersburgo — Doukhownaia Beceda — de forma deturpada, caluniosa e difamatória.

A partir daí o mestre lionês passou a controlar, ao máximo, o acesso de estranhos à Sociedade Espírita de Paris, principalmente os trapaceiros, tanto encarnados, quanto desencarnados.

Não tardaram a surgir indivíduos que se diziam espíritas, criticando a severidade e o rigor com que Kardec passou a conduzir as admissões de ouvintes e participantes das reuniões mediúnicas. 

Argumentavam que os estudos eram demasiadamente profundos e excessivamente sérios e que o dirigente deveria ser mais moderado e permitir mais novidades na condução do grupo espírita.

***

Isso me faz lembrar, amigo leitor, antigo episódio, narrado por Hilário Silva, em que elegante senhora aproximou-se de Leopoldo Cirne, que acabara de interpretar certa passagem do evangelho, em reunião pública espírita.

Senhor Cirne. Tenho buscado praticar a Doutrina Espírita por todos os meios ao meu alcance, mas é impossível.

É um freio a corrigir-nos e um aguilhão a impulsionar-nos… Uma voz gritante na consciência a todos instante e uma disciplina que não acaba… Doutrina de retificações incessantes e obrigações sem limites…

E mirando os olhos claros do interlocutor, acentuou:

Que me diz o senhor sobre isso?

E Cirne respondeu, imperturbável:

— Como é que a senhora queria que ela fosse?…

***

Na Revista Espírita de maio de 1861, Kardec, que não se preocupava com a quantidade de frequentadores da sociedade, assim se expressou:

Por outro lado, sabemos, por experiência, que a verdadeira convicção só se adquire pelo estudo, pela reflexão e por uma observação contínua, e não assistindo a uma ou duas sessões, por mais interessantes que sejam. E isto é tão verdadeiro que o número dos que creem sem ter visto, mas porque estudaram e compreenderam, é imenso.

Eis por que dizemos: estudai primeiro e vede depois, porque compreendereis melhor.

Era compreensível esse raciocínio. Kardec queria ouvintes sérios, ao invés de curiosos, ainda mais se fossem levianos ou mal-intencionados.

Não por acaso, proferiu uma frase que deveria servir de guia e reflexão a todos que venham a se propor a conhecer o Espiritismo:

O Espiritismo é uma ciência e, como qualquer outra ciência, não se aprende brincando.

Kardec acolhia com prazer e dedicação as pessoas sinceras e de boa vontade, sérias e com desejo de aprender. Por outro lado, procurava se precaver contra os que se diziam espíritas, mas não o eram, verdadeiramente, malgrado suas aparências.

São talvez espíritas crentes nos fatos, mas, sem a menor dúvida, não são espíritas crentes nas consequências morais dos fatos, pois, ao contrário, mostrariam mais abnegação, indulgência, moderação e menos presunção de infalibilidade.

Para esses e outros que criticavam o aprofundamento dos temas de estudo da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, a qualidade e a seriedade de suas reuniões, seria o caso de, como Leopoldo Cirne, Allan Kardec a eles indagar:

Como é que os senhores queriam que o Espiritismo fosse?

Pelos esforços, pela prudência e pelo exemplo que o codificador deu, enquanto estava encarnado, ao dirigir com pulso forte os destinos do Espiritismo, nós, espíritas dos tempos atuais, precisamos nos compenetrar da necessidade de união e fidelidade à pureza doutrinária.

Evitemos praticar o Espiritismo à moda da casa, honrando os princípios que professamos. A teoria e a prática que tanto pregamos deverão estar condizentes com esses alicerces fundamentais.

Sidney Fernandes

 

29 dezembro 2019

Cirurgia plástica - Ricardo Orestes Forni



CIRURGIA PLÁSTICA

A cirurgia plástica se divide em reparadora e cirurgia estética. A chamada de reparadora, como o nome está a dizer, ocorre quando visa reparar um dano no corpo ocasionado por algum tipo de acidente ou fator externo que venha a agredir a parte material e também emocional de uma pessoa.

Para exemplificarmos, suponhamos que alguém sofra uma queimadura em alguma região do seu corpo e essa região atingida necessite de uma reparação através de uma cirurgia plástica. Para ficar mais bem explicado, imaginemos que a queimadura venha provocar cicatrizes que deformem alguma parte do organismo que possa ser reparado – cirurgia reparadora – através de uma cirurgia.

A cirurgia plástica com a finalidade estética já é diferente. A pessoa sente-se mal com alguma parte do corpo que não sofreu nenhuma agressão externa prévia, mas incomoda muito a autoestima de alguém.

Existe quem não goste do formato do nariz, que é muito grande, ou adunco (curvo), ou tem um osso saliente em seu dorso. Essas pessoas vão se submeter à rinoplastia, que é a cirurgia plástica com finalidade estética. Argumentam que essa insatisfação com essa parte do corpo afeta o lado emocional da pessoa, o que devemos respeitar.

Outros não gostam (homens ou mulheres), não se sentem bem com o volume da região abdominal e se submetem à cirurgia denominada abdominoplastia, onde esse volume é reduzido por técnicas adequadas.

Nessa lista aparecem aquelas pessoas que se incomodam com a gordura nos braços, nas coxas, na região do quadril (culotes) e procuram por uma lipoaspiração, que remove a gordura dessas regiões.

No quadro das cirurgias plásticas estéticas existem ainda as próteses de glúteos ou de panturrilha (“barriga” da perna) onde são colocadas peças que aumentam o volume dessas regiões.

Como o assunto não é discutir sobre cirurgia propriamente dita, a intenção desta introdução é lembrar-nos como seria muito bem-vindo se também nos incomodássemos com as imperfeições morais de que ainda somos portadores e procurássemos corrigi-las, por serem motivo de nos tirar a tranquilidade.

Lembra Emmanuel que devemos cuidar do corpo como se ele fosse eterno e do Espírito como se fôssemos desencarnar amanhã.
Já imaginaram a urgência das “cirurgias” da alma diante dessa realidade do Mentor?

Irmão José no livro Com Cinco Pães E Dois Peixes, psicografia de Baccelli, assim comenta na lição de número 40: Esmera-te em conhecer mais as tuas deficiências que as tuas virtudes. Não te iludas com algumas poucas qualidades que possuas. Em ti, há muito mais a ser feito do que já fizeste. Concentra-te em vencer as inclinações infelizes, que, sem dificuldade, identificas em ti. Toda criatura já se conhece o suficiente para saber que precisa melhorar.

Se assim procedêssemos, quantas “cirurgias” na alma necessitariam ser providenciadas!

Aquele que reconhecesse a pouca capacidade de perdoar e se sentisse incomodado com essa imperfeição, procuraria aperfeiçoar a capacidade de compreender melhor seus agressores.
Se aquele que reconhecesse que é avarento e isso fosse motivo de grande preocupação, procuraria doar-se mais, por se sentir incomodado com a sovinice, lamentável defeito do ser!

Se aquele que reconhecesse, na sua indiferença para com a dor dos seus semelhantes, causa para importuná-lo intimamente, buscaria sentir melhor a dor alheia e providenciaria o socorro necessário.

Se os que buscam, movidos pelo orgulho, as situações de destaque no mundo despertassem para a brevidade dos valores da Terra, despertariam também para a necessidade de maior desapego dos bens terrenos, e providenciariam a devida “cirurgia” na alma para remover essa imperfeição.

Em resumo, se corrigimos com a cirurgia plástica os problemas do corpo que, mesmo embelezado, caminha para a morte, como seria bom se utilizássemos o “bisturi” do Evangelho para remover as imperfeições e recuperar a saúde do Espírito!


Ricardo Orestes Forni 


28 dezembro 2019

Feridas do círculo familiar são as que mais demoram para sarar. (Bulling Caseiro) - Antonio Carlos Piesigilli



FERIDAS DO CÍRCULO FAMILIAR SÃO AS QUE MAIS DEMORAM PARA SARAR. (BULLING CASEIRO)


As Feridas geradas no Círculo Familiar causam Traumas, Carências Profundas e Vazios que nem sempre conseguimos reparar. Não podemos permitir que um passado familiar disfuncional e traumático afete o nosso presente e o nosso futuro. Devemos ser capazes de superá-lo e nos curarmos para sermos felizes. As feridas geradas no círculo familiar causam traumas, carências profundas e vazios que nem sempre conseguimos reparar.

O impacto decorrente de um pai ausente, uma mãe tóxica, uma linguagem agressiva, gritos ou uma criação sem segurança e afeto trazem mais do que a clássica falta de autoestima ou os medos que é tão difícil superar.

Muitas vezes a dificuldade para resolver muitos destes impactos íntimos e privados está em um cérebro que foi ferido muito cedo. Não podemos nos esquecer de que o estresse experimentado ao longo do tempo em idades jovens faz com que a arquitetura de nosso cérebro mude, e com que estruturas associadas às emoções sejam alteradas.

Tudo isso traz como consequência uma maior vulnerabilidade, um desamparo mais profundo que leva a um risco maior na hora de sofrermos de determinados transtornos emocionais.

A família é nosso primeiro contato com o mundo social, e se este contexto não nutre nossas necessidades essenciais, o impacto pode ser constante ao longo de nosso ciclo vital.

Vejamos a seguir, detalhadamente, por que é tão difícil superar estas feridas sofridas na época mais inicial de nossas vidas. A cultura nos diz que a família é um pilar incondicional (embora, às vezes, erre).

O último cenário em que alguém pensa que vai ser ferido, traído, decepcionado ou até abandonado é, sem dúvida, no seio de sua família. No entanto, isso ocorre com mais frequência do que imaginamos.

Estas figuras de referência que têm como obrigação dar-nos o melhor, oferecer confiança, ânimo, positividade, amor e segurança às vezes falham voluntária ou involuntariamente.

Para uma criança, um adolescente e até para um adulto, experimentar esta traição ou esta decepção no seio familiar supõe desenvolver um trauma para o qual nunca estamos preparados.

A traição ou a carência gerada na família é mais dolorosa do que a simples traição de um amigo ou companheiro de trabalho. É um atentado contra a nossa identidade e nossas raízes.

A ferida de uma família é herdada por gerações.

Uma família é mais do que uma árvore genealógica, um mesmo código genético, que ter os mesmos sobrenomes.

– As famílias compartilham histórias e legados emocionais. Muitas vezes estes passados traumáticos são herdados de geração em geração de muitas formas.

– A epigenética nos lembra, por exemplo, que tudo que acontece em nosso ambiente mais próximo deixa um impacto em nossos genes. – Assim, fatores como o medo, o estresse intenso ou os traumas podem ser herdados entre pais e filhos.

– Isso faz com que, em alguns casos, sejamos mais ou menos suscetíveis a sofrer de depressão ou reagir com melhores ou piores ferramentas diante de situações adversas.

Ainda que estabeleçamos distância de nosso círculo familiar, as feridas seguem presentes.

Em um dado momento, finalmente tomamos coragem: dizemos “chega” e cortamos este vínculo prejudicial para estabelecer uma distância da família disfuncional e traumática.

No entanto, o simples fato de decidirmos dizer adeus a quem nos fez mal não traz, por si só, a cura da ferida. É um princípio, mas não a solução definitiva.

Não é nada fácil deixar para trás uma história, dinâmicas, lembranças e vazios.

Muitas destas dimensões ficam presas à nossa personalidade, e inclusive em nosso modo de nos relacionarmos com os demais.

As pessoas com um passado traumático costumam ser mais desconfiadas, têm mais dificuldade em manter relações sólidas.

Quem foi ferido precisa, além disso, se sentir reafirmado; anseia que os demais preencham estas carências, por isso muitas vezes se sentem frustrados porque poucas pessoas lhes oferecem tudo de que precisam.

Podemos chegar a questionar a nós mesmos.

Este talvez seja o mais complexo e triste.

A pessoa que passou grande parte do seu ciclo vital em um lugar disfuncional ou no seio de uma família com estilo de criação negativo pode chegar a ver a si mesmo como alguém que não merece ser amado.

A educação recebida e o estilo de paternidade ou de maternidade em que fomos criados define as raízes da nossa personalidade e nossa autoestima.

O impacto negativo destas marcas é muito intenso; assim, muitas vezes a pessoa pode ter dúvida sobre a sua própria eficácia, sua valia como pessoa ou até se é digno ou não de cumprir seus sonhos.

Nosso círculo familiar pode nos dar asas ou pode arrancá-las. Isso é algo triste e devastador, mas verdadeiro.

No entanto, há algo de que nunca podemos nos esquecer: ninguém pode escolher quem serão seus pais, seus familiares, mas sempre chegará um momento em que teremos a capacidade e a obrigação de escolher como vai ser nossa vida.

Escolher ser forte, ser feliz, livre e maduro emocionalmente é algo essencial, daí a necessidade de superar e curar nosso passado.


Antonio Carlos Piesigilli


27 dezembro 2019

Esforço que Não Pode ser Ignorado - Orson Peter Carrara




ESFORÇO QUE NÃO PODE SER IGNORADO


Há um movimento constate em favor da vida. Isso não é efeito de agora ou de iniciativas que também se juntam a esse dinâmico movimento. É, na verdade, lei da vida. A Lei que governa tudo e todos é de Amor, de Progresso, em seu amplo sentido, conclamando à justiça, à fraternidade.


Desse incessante movimento em favor da felicidade humana estão também, além dos mecanismos que se movem favoráveis, os obstáculos, desafios e dificuldades, autênticos testes e provas de aprendizado, aprendendo e aperfeiçoando-se em todas as direções.


Dessa notável vivência gradativamente vão surgindo aqueles que vencem a si mesmos e destacam pelos exemplos de conduta e comportamento, deixando legados sólidos para que outros continuem e aprendam com as experiências que viveram. E nesses diversos degraus de maturidade, estamos todos nós, distribuídos nos interesses, paixões, tendências, gostos, constituindo o grande circuito de progresso, apesar das aparentes contradições. Essas devem ser levadas em conta dos diversos graus de entendimento e maturidade.


E sempre houve na história verdadeiras chamadas de despertamento, que ocorreram de variadas formas, sempre procurando ensinar. Agora estamos vivendo um período intenso – apesar das imensas tempestades à nossa volta – de progresso trazido pelas modernas tecnologias que facilitam a vida e ao mesmo tempo esforços perceptíveis para que despertemos igualmente para nossa verdadeira realidade espiritual. Não somos os corpos, somos seres imortais ocupando temporariamente corpos carnais, perecíveis…


Daí, facilitada pela tecnologia, o grande número de filmes, clips na internet, músicas e peças de teatro, e ampla convocação de consciência moral. Trata-se de imenso esforço desenvolvido pelas inteligências que conduzem o progresso humano e que não pode ser ignorado.


Veja-se, por exemplo, o número de filmes focando a imortalidade da alma, a influência de seres de outra dimensão no cotidiano humano, e mesmo a valorização dos valores morais, das virtudes. Trata-se mesmo de uma convocação geral para novos tempos. Como ignorar isso?


Apenas para citar dois casos, filmes que os cinemas exibiram no inicio de dezembro de 2019, como Mais que Vencedores (com amplo destaque para o perdão, a resignação, a busca de Deus, a conexão com o Cristo) e Uma segunda chance para amar (destacando a imortalidade da alma e sua influência sobre a vida humana, além da prática do bem e da caridade), bem falam desse esforço desenvolvido em nosso favor, buscando nos sensibilizar para os valores sólidos que fazem a felicidade humana.


Não podemos ignorar isso. Há um trabalho solidário em favor da sociedade humana. Engajemo-nos nisso, pois também podemos participar, colaborar… Vivemos igualmente tempos de perturbação e angústias, requerendo posturas decididas para o bem geral. Por que ignorar essa iniciativa de fazer o bem, envolver-se com ele e promover o bem coletivo?


Essas belas produções do cinema, que se juntam a outros esforços em outras áreas, conseguem sensibilizar, pela história, pela música, pelos casos relatados, adentrando a frieza do coração humano, para reafirmar: amar é o propósito da vida, servir é nosso melhor desempenho. Juntemo-nos a esses abençoados propósitos.


Orson Peter Carrara


26 dezembro 2019

Fritz ante a preguiça moral, a balela e a promessa de artificiosa cura - Jorge Hessen

(Arigó e Dr.Fritz)


FRITZ ANTE A PREGUIÇA MORAL, A BALELA E A PROMESSA DE ARTIFICIOSA CURA


A atriz Juliana Paes da Globo vai aparecer nos cinemas em 2020, junto com o ator Danton Mello e outros, no longa-metragem intitulado “Predestinado – Arigó e o Espírito do Dr. Fritz”. O filme propõe contar a história do médium mineiro, José Pedro de Freitas, o “Zé Arigó”. Com certeza tal evento fará ressurgir, nas hostes espíritas, o deslumbramento pela procura de médiuns incorporadores de “cirurgiões” cura tudo ou miraculosos “médicos” do além.

Que existe interferência dos desencarnados nos processos terapêuticos na Terra não há dúvida, porém não se pode dar proeminência a esse tipo de fenômeno, na presunção de consolar os desprotegidos ou na ardilosa ideia de fortalecimento da difusão do Espiritismo por essas dispensáveis práticas.

Vejamos: Zé Arigó, o médium que incorporava o Dr. Fritz e realizava cirurgias sem anestesia, certa ocasião ofereceu-se para operar o Chico Xavier, que prontamente rejeitou a oferta e optou por se internar em hospital de São Paulo. A atitude do Chico provocou uma boa discussão na época.

Por que não aceitou a oferta do Dr. Fritz? Chico duvidava do poder dos famosos “cirurgiões” espirituais?

O filho de Pedro Leopoldo se limitou a repetir a resposta oferecida em 1969 a Zé Arigó: “Como eu ficaria diante de tanto sofredor que me procura e que vai a caminho do bisturi, como o boi para o matadouro? E eu vou querer facilidades? Eu tenho que me operem como os outros, sofrendo como eles.” [1]

Anos mais tarde, sob firme depoimento, Chico Xavier pronunciou: “Sou contra essa história de meter o canivete no corpo dos outros sem ser médico. O médico estudou bastante anatomia, patologia e, por isso, está habilitado a fazer uma cirurgia. Por que eu, sendo médium, vou agora pegar uma faca e abrir o corpo de um cristão sem ser considerado um criminoso? [2]

A tendência de subestimar a contribuição da medicina terrena, entregando nossas enfermidades aos Espíritos “milagreiros” do além (com nome germânico ou hindu), para que “curem” complexos processos de metástases, por exemplo, é uma atitude equivocada. Até mesmo porque, os Espíritos não estão à nossa disposição para promover curas de patologias que não raro representam providências corretivas para o nosso crescimento espiritual no buril expiatório.

Além do mais, os princípios doutrinários nos elucidam que necessitamos “Aproveitar a moléstia como período de lições, sobretudo como tempo de aplicação de valores alusivos à convicção religiosa. A enfermidade pode ser considerada por termômetro da fé”. [3]

Como bem recomenda Allan Kardec, em Viagem Espírita, 1862, pág. 33: “O exagero em tudo é prejudicial, mas, em semelhante caso, vale mais pecar por excesso de prudência do que por excesso de confiança“. [4]

Sobre esse tipo de mediunidade fica evidente que não há qualquer amparo espiritual aos médiuns dos cirurgiões do além. Vejamos alguns fatos emblemáticos sobre os intermediários do tal Dr. Fritz e outros do ramo. José Arigó, o mais famoso, desencarnou tragicamente num acidente de automóvel, em MG; Rubens de Farias, depois que sua esposa o denunciou de adultério e enriquecimento ilícito, saiu terminantemente de cena; Edson Queiroz foi brutalmente morto a facadas por seu caseiro, em Recife; João de Deus jaz prisioneiro na penitenciária de Aparecida de Goiás, incriminado por centenas de estupros e enriquecimento ilícito. Isso sem colocar aqui no inventário sobre esse tipo de mediunidade “curadora” o mais importante médium do Lar Frei Luiz no Rio, Gilberto Arruda, que foi assassinado dentro do centro.

O exercício dos Códigos Evangélicos nos impõe a obrigatória fraternidade e a compreensão aos adoentados e adeptos dessas extravagantes práticas mediúnicas, o que não equivale dizer que devemos nos silenciar quanto à adequada recriminação. Tal mediunidade não é e nunca será indispensável para propagação dos princípios espíritas. Além do mais, o centro espírita não pode se transformar em abrigo dos ambulantes cura tudo.

Bem-estar e saúde integral são obtidos através do cumprimento das Leis Divinas inscritas na consciência de todos nós! O resto é preguiça moral, balela e promessa de artificiosa cura que se transformará em desafiadora moléstia moral amanhã.


Jorge Hessen

Referência bibliográfica:

[1] Marcel Souto Maior. As vidas de Chico Xavier / Marcel Souto Maior. 2. cd. rev. e ampl. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2003

[2] Idem

[3] Waldo Vieira. Conduta Espírita, Ditado pelo Espírito André Luiz, Cap.35. RJ: Editora FEB, 1977-5ª edição

[4] Allan Kardec. Viagem Espírita 1862, pág. 33, RJ: Ed FEB, 1999

25 dezembro 2019

Noite de Natal - Meimei



NOITE DE NATAL


Não olvides que o Natal é uma festa do céu, para a noite da Terra.

A Estrela de Belém brilhando, além das nuvens..

Vozes angelicais, rompendo as trevas…

E um berço, na manjedoura invalida de sombra, em que o Rei da Luz começou o apostolado Divino, entregando a Boa Nova de Eterna alegria aos pastores de vida singela. Que o afogavam com mãos calejadas e trêmulas…

É por isso que a tua noite de Natal esta povoada de júbilos santos.

Quase sempre, a doce comunhão com aqueles que mais amas…

A árvore simbólica, adornada por dádivas de carinho…

O doce calor do lar, defendendo-te contra a ventania, que reina lá fora…

O bolo festivo….

Os cânticos e as orações, que te recordam a chegada do Redentor…

Entretanto, lembra-te de Jesus e não te detenhas!!

Vives a tua hora de beleza, qual se respirasses num dia maravilhoso de regozijo e esperança, mas, não te esqueças de que milhões de almas choram, anônimas, no agoniado nevoeiro do sofrimento.

São criancinhas esfomeadas, mães desfalecentes, que a dor aprisiona em garras mortíferas, enfermos cansados de abandono e velhinhos torturados pela sede de afeto, a soluçarem de frio!!

Pela memória do Celeste Renovador, que dizes amar, desce do trono doméstico para o vale dos que vagueiam sem rumo, e estende-lhes mãos amigas.

Deixa que o anjo da caridade te guie os passos e oferece algo de tua mesa e de tua fé aos filhos da aflição e sentirás que o orvalho de tua alegria será precioso bálsamo, sobre as lagrimas que encharcam os corações perdidos no infortúnio…

Recorda que o Divino Soberano escolheu a noite para clima Revelador de sua grandeza…

Desce, pois, com a tua lâmpada, à sombra de quantos se debatem entre as chagas da ignorância e da miséria, e, ajudando os que padecem, estarás, junto dele, a exaltar-lhe a mensagem de Amor e Luz.


Meimei 
Psicografia de Chico Xavier – Revista o Reformador de 1957



24 dezembro 2019

A presença de Jesus em nossa vida - Geraldo Campetti Sobrinho

 

A PRESENÇA DE JESUS EM NOSSA VIDA


O mês de dezembro evoca-nos lembranças agradáveis. O ambiente parece renovado, leve e propício à paz.

Não obstante os conflitos externos e o caos que teimam em imperar nas relações humanas, intimamente nos sentimos envolvidos por proteção espiritual elevada, que nos faz nutrir sentimentos, pensamentos e vibrações de solidariedade e bem-estar.

Nesse período, ficamos dispostos a olhar para o semelhante como irmão, merecedor de atenção e acolhimento. Recordamo-nos dos ensinos do Evangelho e lembramo-nos de passagens que sugerem a prática do bem e o entendimento na relação com o próximo.

Manuel Quintão1 afirma que o “Consolador é a onipresença de Jesus na Terra.” O contributo do Espiritismo está em divulgar a mensagem evangélica na sua essência e destacar a imperiosa necessidade de se vivenciar as lições do Cristo no cotidiano de nossas existências. Cada um fazendo o que for possível, o que estiver ao seu alcance, sem exigir nada além do que pode doar de si mesmo. O Divino Amigo espera que cada um faça a sua parte. Basta pouco para fazermos a diferença em benefício do próximo, seja amigo ou familiar, conhecido ou desconhecido.

O Natal tem valioso significado para nós, aprendizes do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita. Um novo olhar, para além do material e comercial, do Papai Noel e do utilitarismo, precisamos vislumbrar.

Ao refletir sobre o significado do Natal, pensei no exercício que os poetas fazem para expressarem suas ideias por meio do acróstico.

Nascimento do Cristo no coração de cada um. Renascimento em cada novo dia de existência aqui na Terra e dos que habitam outras paragens. Disposição para recomeçar quantas vezes forem necessárias e cada vez mais assertivamente para que a experiência tenha valido a pena. Sentir a presença do Cristo na intimidade, reconhecendo que somos deuses e podemos muito, se nos alinharmos com os propósitos superiores das Leis Divinas, por meio de atitudes e comportamentos que se coadunem com a ética e a moral, a conferir dignidade humana a todos os seres de boa vontade.

Amor, a traduzir-se no olhar de Deus sobre nossas vidas, como nos ensina o filósofo espírita Léon Denis2, desejando registrar que nunca estamos sozinhos na caminhada evolutiva. A Paternidade Divina vela por todos os seus filhos, sempre lhes ofertando o melhor, em consonância com o merecimento e a necessidade de cada um. O amor é a palavra de ordem e de sensibilidade no automatismo do cumprimento da Lei Maior que rege as relações harmoniosas entre todos e tudo na Natureza. Por isso, o mandamento maior expressa-se no verbo amar e no substantivo amor: amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a nós mesmos. Se houver dúvida, Jesus esclarece: “um novo mandamento vos dou, o de que ameis uns aos outros como eu vos amei.” Jesus é nosso guia e modelo, Mestre e Senhor, e seu Evangelho, o nosso GPS…

Tolerância é o convite ao entendimento universal, à compreensão do comportamento alheio, sem preconceitos nem julgamentos. É o requisito da paz e da fraternidade, culminando na tríade que fundamentou a missão de Allan Kardec: Trabalho, solidariedade e tolerância. Integra o conceito de caridade, conforme a entendia Jesus, por meio do vocábulo indulgência.3

Alteridade consiste na consideração pelo próximo, por seus interesses e vontade, respeitando suas ideias e liberdade de ação e de pensamento, sem coerção de qualquer natureza. Trata-se do respeito ao direito do outro, independentemente de partido, religião, filosofia, gênero e classe social.

Libertação das amarras do passado infeliz, de erros pretéritos e de preconceitos característicos do homem velho que demanda renovação. Descobrimento da verdade imortal e absoluta que sacia a sede espiritual da criatura para todo o sempre. Concessão ao Espírito em estado de plenitude, no usufruto de suas conquistas individuais pelo esforço e aplicação, abnegação (renúncia a si mesmo) e devotamento (doação ao próximo).

É por isso que o Natal não é apenas a promessa da fraternidade e da paz que se renova alegremente, entre os homens, mas, acima de tudo, é a reiterada mensagem do Cristo que nos induz a servir sempre, compreendendo que o mundo pode mostrar deficiências e imperfeições, trevas e chagas, mas que é nosso dever amá-lo e ajudá-lo mesmo assim.4

Eis o significado do Natal: a presença de Jesus em nossas vidas, materializada em gestos simples de caridade, ofertados aos irmãos de caminhada evolutiva em todos os dias de existência no abençoado planeta que nos serve de morada, escola, hospital e oficina de trabalho.


Geraldo Campetti Sobrinho
Fonte: FEBNET

Referências:

1 QUINTÃO, Manuel. A poesia perdida. In: XAVIER, Francisco Cândido. O espírito da verdade. Por Espíritos diversos. Brasília: FEB, 2018.

2 DENIS, Léon. A vontade. In: __. O problema do ser, do destino e da dor. Brasília: FEB, 2018.

3 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Brasília: FEB, 2018. Q. 886.


4 XAVIER, Francisco Cândido. Antologia mediúnica do Natal. Por Espíritos diversos. Brasília: FEB, 2014. Cap. 7.

23 dezembro 2019

Marcante virtude - Orson Peter Carrara




MARCANTE VIRTUDE


A virtude da solidariedade fica em clara evidência por ocasião do Natal. Muito natural, em face ao próprio clima natalino que domina a sociedade e motiva ações em favor do próximo. Embora ela esteja sempre presente nas ações humanas, muitas vezes de forma oculta ou anônima, é no Natal que mais há movimentações nesse sentido.

É que ela, a solidariedade, é filha do amor ou da caridade. A caridade pensa antes nos outros e vai ao encontro das necessidades do próximo. Inspirada pela presença do Cristo no planeta e desenvolvida por vários de seus missionários que vieram ao planeta, ela se contagia nos corações humanos por ocasião do Natal. É que nos deixamos, todos, envolver pela doce lembrança do Mestre da Humanidade, que nos pede, sim, aliviar as agruras humanas onde pudermos. Isso inclui a comida, o remédio, o brinquedo, a roupa, mas também a gentileza, o afeto, a paciência, a tolerância e etc.

Melhor que incorporássemos todas essas virtudes no cotidiano de cada dia. Muito mais que as luzes externas do Natal, que enfeitam as casas e criam os apelos comerciais, o Natal significa a lembrança da perene mensagem de amor. Muito mais que presentes e eventos de alimentação, que nossas atitudes reflitam as luzes interiores que vamos adquirindo com a noção do dever que temos de espalhar e viver o amor em suas várias manifestações, especialmente, aquelas que atenuem, aliviem, o ambiente onde vivemos e com quem vivemos.

Sim, movimentemos ações solidárias, integremos equipes, apoiemos iniciativas. Aqui em minha cidade, como em tantas outras, em instituições, há decisões e planejamentos diversos para que não falte alimento, roupa, lazer e nem carinho para quem se sente sozinho ou aflito por razões que nem sempre alcançaremos.

A conhecida frase SEJA SOLIDÁRIO PARA NÃO SER SOLITÁRIO é de grande expressão e devemos pensar nela. Quando nos estendemos as mãos mutuamente, nos tornamos ligados por laços indestrutíveis, onde se incluem a amizade, a gratidão e, claro, a consciência do dever.

Nesse momento difícil e desafiador da humanidade, com o império das drogas, da violência e da corrupção, ergamos a decisão de algo fazer, continuando a fazer, para levar felicidade a quem se sente solitário e aflito. Que as músicas comoventes do Natal nos sensibilizem para as ações no bem, da caridade, do amor.

Crianças, idosos, homens e mulheres, não importa. Sempre haverá alguém em conflito, com dúvidas, com dificuldades. Sejamos nós aqueles que chegam com o sorriso, compreensão e estímulo. Para fazermos a vida melhor. Feliz Natal, leitor!


Orson Peter Carrara


22 dezembro 2019

Lembranças de outras vidas - Antônio Carlos Navarro

 


LEMBRANÇAS DE OUTRAS VIDAS


Como podemos compreender os resultados de nossas existências anteriores?

– Para compreender os resultados das existências anteriores, baste que o homem observe as próprias tendências, oportunidades, lutas e provas. (1)

Muito comum o desejo de se conhecer o passado espiritual. Justifica-se, inclusive, com o argumento de que conhecendo o passado melhor se comportaria no presente, e melhor se agiria em relação às situações e pessoas.

Ouçamos os Benfeitores Espirituais que trouxeram o Consolador prometido por Jesus à Terra:

“Por que perde o Espírito encarnado a lembrança do seu passado?

“Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado, como quem, sem transição, saísse do escuro para o claro. Esquecido de seu passado, o homem é mais senhor de si”.

A resposta nos remete à necessidade de se tomar decisões fundamentadas não no conhecimento do passado, mas sustentadas em valores morais que se deve incrustar na consciência, por livre vontade, e não por obrigação causal.

Continuemos estudando com os Benfeitores:

“Em cada nova existência, o homem dispõe de mais inteligência e melhor pode distinguir o bem do mal. Onde o seu mérito se se lembrasse de todo o passado? Quando o Espírito volta à vida espírita, diante dos olhos se lhe estende toda a sua vida pretérita. Vê as faltas que cometeu e que deram causa ao seu sofrer, assim como de que modo as teria evitado. Reconhece justa a situação em que se acha e busca então uma existência capaz de reparar a que vem de transcorrer. Escolhe provas análogas às de que não soube aproveitar, ou as lutas que considere apropriadas ao seu adiantamento e pede a Espíritos que lhe são superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente de que o Espírito, que lhe for dado por guia nessa outra existência, se esforçará por levá-lo a reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie de intuição das em que incorreu. Tendes essa intuição no pensamento, no desejo criminoso que frequentemente vos assalta e a que instintivamente resistis, atribuindo, as mais das vezes, essa resistência aos princípios que recebestes de vossos pais, quando é a voz da consciência que vos fala. Essa voz, que é a lembrança do passado, vos adverte para não recairdes nas faltas de que já vos fizestes culpados. Na nova existência, se sofre com coragem aquelas provas e resiste, o Espírito se eleva e ascende na hierarquia dos Espíritos, ao voltar para o meio deles. (2)

Não temos, é certo, durante a vida corpórea, lembrança exata do que fomos e do que fizemos em anteriores existências; mas temos de tudo isso a intuição, sendo as nossas tendências instintivas uma reminiscência do passado. E a nossa consciência, que é o desejo que experimentamos de não reincidir nas faltas já cometidas, nos concita à resistência àqueles pendores”. (3)

Lidar com o conhecimento do passado não é tarefa fácil. Na atual encarnação, com o conhecimento que possuímos, ainda temos dificuldades de perdoar e conviver com determinadas pessoas, imaginemos, portanto, se soubermos o que deu causa ao que vivemos agora.

Também temos dificuldades com situações complicadas que se apresentam ao nosso espírito, e via de regra as justificamos como vinculadas às existências anteriores, o que nem sempre é verdade, mas, por viciação mental, evitamos raciocinar em termos de serem frutos de negligência atual.

Claro está, nas orientações acima, que a situação atual é decorrente das necessidades do Espírito, seja por expiações relativas às faltas cometidas em existências anteriores, seja por provas solicitadas antes da atual reencarnação e, em tese, não haveria necessidade de se saber, no detalhe, as causas que as geraram. Bastaria que descansássemos nossa fé no conhecimento que nos é dado pela Doutrina Espírita, para termos paz de espírito e predisposição para enfrentarmos a vida, exatamente como planejamos fazer antes de reencarnarmos.

Pensemos nisso.


Antônio Carlos Navarro


Referências:

(1) Emmanuel e Francisco C. Xavier, Livro Leis de Amor, Cap. VI, Consequências do Passado;

(2) Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, item 392;

(3) Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, item 393.

21 dezembro 2019

Ávidos por novidades - Orson Peter Carrara

 (Castelluccio di Norcia, Umbria)

ÁVIDOS POR NOVIDADES


Com esse mesmo título, a conhecida revista FidelidadEspírita, edição 77, de fevereiro/09, publicou importante editorial que nos permitimos reproduzir, na íntegra e com autorização da publicação, face à oportunidade de abordagem, aos amigos do Movimento Espírita: Editorial Revista FidelidadEspírita, nº 77, fevereiro de 2009

“Os que no Espiritismo veem mais do que fatos, compreendem-lhe a parte filosófica; admiram a moral daí decorrente, mas não a praticam. Insignificante ou nula é a influência que lhes exerce nos caracteres. Em nada alteram seus hábitos e não se privariam de um só gozo que fosse. O avarento continua a sê-lo, o orgulhoso se conserva cheio de si, o invejoso e o cioso sempre hostis. Consideram a caridade cristã apenas uma bela máxima. São os espíritas imperfeitos.”

(O Livro dos Médiuns, Cap. III, item 28 – 2º) Periodicamente, surgem os mais diversos modismos no Movimento Espírita. A origem dessas modas é a dificuldade que alguns adeptos têm de aceitar a simplicidade da Doutrina dos Espíritos.

Egressos das religiões dogmáticas ou ritualísticas, eles pretendem introduzir no Espiritismo aquilo que não lhe pertence. Por isso, estão sempre à caça de terapias maravilhosas, médiuns curadores, profecias, métodos novos para a mediunidade, “detetives” que desvendam vidas passadas e, como é natural, acabam nas mãos dos charlatães.

De fato, o Espiritismo não é uma doutrina comum; embora simples, na prática e vivência dos seus postulados, é ciência, filosofia e religião, a exigir do seu adepto uma adequação ao método de pesquisa, que levará ao conhecimento doutrinário seguro, sedimentando, definitivamente, a fé do espírita, libertando-o da ânsia por novidades.

Não estamos dogmatizando o Espiritismo, mas apontando alguns problemas que podem prejudicar o seu entendimento.

Kardec chamou de espíritas imperfeitos os que se prendem à forma e não à essência. Os que admiram e não praticam.

Enquanto buscamos “novidades”, não estudamos a Doutrina, permanecendo na superficialidade. O Espiritismo continua um grande desconhecido!

Compete, portanto, às casas espíritas a tarefa de esclarecer seus adeptos, oferecendo ambiente adequado de estudo e prática da caridade (moral e material), para que o espírita tenha amplo campo para o desenvolvimento de suas potencialidades.

Quando entendermos com mais profundidade a Doutrina dos Espíritos, encontraremos nela a sublimidade da mensagem central: a transformação do homem.

Sempre que nos preocupamos mais com o exterior, introduzindo práticas antidoutrinárias no Espiritismo, desviamo-nos do compromisso moral de melhoramento, dando maior atenção ao efeito que à causa.

O Espiritismo não está ultrapassado, como querem alguns, permanece atual e pouco conhecido.

Esperamos que os centros comprometidos com a Doutrina formem, competentemente, os espíritas de agora e do futuro, como prenunciou Allan Kardec:

“Os que não se contentam com admirar a moral espírita, que a praticam e lhe aceitam todas as consequências. Convencidos de que a existência terrena é uma prova passageira, tratam de aproveitar os seus breves instantes para avançar pela senda do progresso, única que os pode elevar na hierarquia do mundo dos Espíritos, esforçando-se por fazer o bem e coibir seus maus pendores. As relações com eles sempre oferecem segurança, porque a convicção que nutrem os preserva de pensarem em praticar o mal. A caridade é, em tudo, a regra de proceder a que obedecem. São os verdadeiros espíritas, ou melhor, os espíritas cristãos.” (O Livro dos Médiuns, Cap. III, item 28 – 3º)

Notem os amigos que o que vem ocorrendo no Movimento Espírita está muito bem expresso no editorial em referência. Não pude evitar um brado de entusiasmo ao ler nas últimas linhas:

“(...) O Espiritismo não está ultrapassado, como querem alguns, permanece atual e pouco conhecido. Esperamos que os centros espíritas comprometidos com o futuro da Doutrina formem, competentemente, os espíritas de agora e do futuro, como prenunciou Allan Kardec.”

Eis, pois, nossa maior necessidade: estudar para conhecer e viver a abençoada, incomparável, inesgotável Doutrina dos Espíritos. Eis o compromisso que precisamos abraçar com fidelidade.

Novembro de 2009 - Edição número 423


Por Orson Peter Carrara

20 dezembro 2019

A Morte de um ser querido - Momento Espírita




A MORTE DE UM SER QUERIDO


Há várias espécies de dores capazes de atingir os corações humanos.

Qual a mais intensa?

Parece-nos ser aquela que estamos sentindo no momento.

Temos o costume de esquecer o passado e valorizar o sentimento presente como se nada de pior já tivesse acontecido, ou pudesse vir a acontecer.

Isso é uma tendência muito natural do ser humano.

Mesmo assim, existem sofrimentos que se distinguem dos outros, e assumem perante a maioria das criaturas uma condição de maior gravidade.

A morte de um ser querido, por exemplo.

Não há quem não se comova, sofra, sinta verdadeiramente quando um ser amado abandona o envoltório corporal e parte para outro plano da vida.

Pouco importa se a desencarnação foi repentina, ou não; se foi violenta, ou serena.

Não interessa se aquele que partiu já contava com avançada idade, ou se ainda era jovem.

Não há como mensurar essa espécie de dor.

E cada um a sente, e reage a ela, de forma diversa.

Há aqueles que se entregam, blasfemam e se revoltam.

Há outros que choram, mas que aceitam, envolvendo suas dores no bálsamo da prece e da fé.

Há, ainda, os que buscam modos nobres e belos para render novas homenagens àqueles que já se foram.

Assim parece-nos ter agido o poeta Augusto Frederico Schmidt, que toca nossos corações com os seguintes versos:

Os que se vão, vão depressa

Ontem, ainda, sorria na espreguiçadeira.
Ontem dizia adeus, ainda da janela.
Ontem vestia, ainda, o vestido tão leve cor-de-rosa.
Os que se vão, vão depressa.

Seus olhos grandes e pretos, há pouco, brilhavam.
Sua voz doce e firme faz pouco ainda falava.
Suas mãos morenas tinham gestos de bênçãos.
No entanto hoje, na festa, ela não estava.

Nem um vestígio dela, sequer.
Decerto sua lembrança nem chegou, como os convidados,
Alguns, quase todos, indiferentes e desconhecidos.
Os que se vão, vão depressa

Mais depressa que os pássaros que passam no céu,
Mais depressa que o próprio tempo,
Mais depressa que a bondade dos homens,
Mais depressa que os trens correndo, nas noites escuras,
Mais depressa que a estrela fugitiva que mal faz traço no céu.
Os que se vão, vão depressa.

Só no coração do poeta, que é diferente dos outros corações,
Só no coração sempre ferido do poeta
É que não vão depressa os que se vão.
Ontem ainda sorria na espreguiçadeira,
E seu coração era grande e infeliz.
Hoje, na festa ela não estava, nem sua lembrança.
Vão depressa, tão depressa os que se vão ..."

* * *

Não permita que sua dor, seja ela causada pelo motivo que for, o impeça de perceber a beleza de cada momento.

Não deixe que suas lágrimas, por mais sentidas e justas que sejam, turvem sua visão, impossibilitando que seus olhos vejam a vida com clareza e serenidade.

Dedique aos amores que partiram pensamentos otimistas e repletos de confiança no reencontro futuro, sem desespero nem revolta.

Se hoje, na sua rotina, pareceu-lhe que ninguém notou a dor que lhe invadia intensamente o peito, saiba que nada, nem mesmo nossas angústias, passam despercebidas ao pai.

Confie, persista e prossiga, sempre.


Fonte: Equipe de Redação do Momento Espírita


19 dezembro 2019

Gentileza e Paz - Divaldo P.Franco



GENTILEZA E PAZ


À medida que a criatura humana vem desenvolvendo as suas nobres funções intelecto-morais, libera-se dos instintos agressivos e adquire valores que engrandecem a vida, dando-lhe sentido e significado.

Periodicamente, porém, surgem momentos difíceis no crescimento histórico da sociedade, quando nuvens escuras geram situações lamentáveis de incompreensões e disputas, nas quais o ego predomina, facultando que as paixões inferiores apenas adormecidas assomem e agridem-se os indivíduos, uns aos outros.

Estamos vivendo um desses períodos sombrios, no qual prevalecem a insensatez e o ódio, com incidentes de conduta primitiva que deveria estar superada.

Questões sociopsicológicas necessitadas de orientação e equilíbrio, dividem as criaturas e atiram-nas, furibundas, em batalhas de anarquia, destruição e crimes de todo porte.

Conquistas grandiosas do pensamento que foram logradas em milênios de sacrifícios, quando idealistas fizeram-se mártires em benefício do mundo melhor, são desprezadas e vergonhosamente exaltadas as lutas de classes, de raças, de condutas, de desconsideração pelo ético e pelo bem, num vergonhoso retrocesso cultural e moral. Indivíduos que constituem o mesmo clã, os mesmos esforços de dignificação, separam-se e promovem combates contínuos de rancor e desforço numa lamentável demonstração de primarismo evolutivo.

Os primeiros sinais dessa postura adversária do progresso, manifestam-se nas carrancas do semblante e na arbitrariedade do comportamento.

Alucinados pelos desejos asselvajados desejam permitir-se tudo sem respeito aos outros e às leis estabelecidas que contestam e a sociedade como um todo retorna aos mecanismos da sobrevivência apoiados no velho refrão cada um por si, e nada para os demais.

Apesar da situação deplorável, surgem nos movimentos da violência e da soberba, as expressões insuperáveis da gentileza prenunciadora da paz.

Erguem-se pessoas simples ou enobrecidas que não se permitem perder a dignidade no caos que predomina, preservando os valores da civilização e do direito.

São esses apóstolos do bem que mantêm as tradições da honra e do dever, sempre dispostos a construir a felicidade onde se encontram assim como em favor de todos aqueles que a necessitam.

Nesse báratro assustador preserva a gentileza nos teus gestos e nos relacionamentos, porque o ser humano está destinado às estrelas, que alcançará quando superar o primarismo do qual se originou.

Todos, afinal de contas, anelamos pela paz e pelo progresso.

Comecemos nos pequenos gestos de cortesia e de afabilidade…

Não reajamos com grosseria ao mal, nem nos detenhamos no exame das imperfeições alheias, orientando sempre a conduta que dignifica.

Gentileza sempre!


Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, 14 de novembro 2019.

18 dezembro 2019

O Céu e o Inferno - Geraldo Campetti Sobrinho



O CÉU E O INFERNO


A genialidade de Allan Kardec possibilitou a materialização da Doutrina Espírita na Terra. Originário da sabedoria dos Espíritos Superiores, o Espiritismo foi codificado pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail. Para assinar as obras básicas que revelariam a mensagem de renovação social da Humanidade, preferiu humildemente adotar o pseudônimo Allan Kardec. Este nome se deve a uma encarnação sua como druida na época de Jesus.

A nova doutrina atesta o caráter de revelação espiritual pelo registro em cinco livros. Como ocorreu com a primeira revelação da Justiça personificada em Moisés (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) e a segunda revelação do Amor personificada em Jesus (Evangelho segundo Mateus, Marcos, Lucas, João e Atos dos Apóstolos), assim também se deu com a terceira revelação da Verdade, de origem espiritual coletiva (O livro dos espíritos, O livro dos médiuns, O evangelho segundo o espiritismo, O céu e o inferno e A gênese). Todas registradas para a história em cinco livros principais, conhecidas como Torá, Pentateuco ou Obras Básicas.

A didática estruturação kardequiana da principal e primeira obra espírita, O livro dos espíritos (1. ed. 1857 e edição definitiva, a 2. ed., em 1860) deu origem aos outros quatro livros do Pentateuco kardequiano. Da segunda parte do LE surgiu O livro dos médiuns (1. ed. 1861 e edição definitiva, a 2. ed., em 1861). Da terceira parte, O evangelho segundo o espiritismo (1. ed. 1864 e edição definitiva, a 3. ed., em 1866). Da quarta, O céu e o inferno (1. ed. 1865 e edição definitiva, a 4. ed., em 1869). E a primeira parte deu origem ao livro A gênese (1. ed. 1868 e edição definitiva, a 5. ed., em 1872).

Todas as cinco obras são importantes. Entretanto, para destacar especificamente O céu e o inferno, podemos resumir assim:

É uma das cinco obras básicas da Codificação do Espiritismo. Seu principal escopo é explicar a Justiça de Deus à luz da Doutrina Espírita. Objetiva demonstrar a imortalidade do Espírito e a condição que ele usufruirá no Mundo Espiritual, como consequência de seus próprios atos. Divide-se em duas partes: A primeira estabelece um exame comparado das doutrinas religiosas sobre a vida após a morte. Mostra fatos como a morte de crianças, acidentes coletivos e uma gama de problemas que só a imortalidade da alma e a reencarnação explicam satisfatoriamente. Kardec procura elucidar temas como: anjos, céu, demônios, inferno, penas eternas, purgatório, temor da morte, a proibição mosaica sobre a evocação dos mortos, dentre outros. Apresenta, também, a explicação espírita contrária à doutrina das penas eternas. A segunda parte, resultante de um trabalho prático, reúne exemplos acerca da situação da alma durante e após a desencarnação. São depoimentos de criminosos arrependidos, de Espíritos endurecidos, de Espíritos felizes, medianos, sofredores, suicidas e em expiação terrestre.

Da primeira parte, destacamos o capítulo 7, que apresenta o Código Penal da Vida Futura, em 33 artigos. Ali, aprendemos que o sofrimento do Espírito é inerente a sua imperfeição. O uso inadequado do livre-arbítrio nos faz sofrer, mas o seu correto uso conduz-nos à felicidade como resultante de nossas escolhas acertadas. Kardec conclui o citado código com a assertiva de Jesus: “a cada um segundo as suas obras”, como prerrogativa da Justiça de Deus.

Com a palavra o Codificador no 33º artigo:

Em que pese à diversidade de gêneros e graus de sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, o código penal da vida futura pode resumir-se nestes três princípios: 1. O sofrimento é inerente à imperfeição. 2. Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas consequências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo. 3. Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade. A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra — tal é a lei da Justiça Divina.

A abertura da segunda parte traz um tratado sobre o passamento. Allan Kardec inicia com sua peculiar arguição, sensata e provocativa:

A certeza da vida futura não exclui as apreensões quanto à passagem desta para a outra vida. Há muita gente que teme não a morte, em si, mas o momento da transição. Sofremos ou não nessa passagem? Por isso se inquietam, e com razão, visto que ninguém foge à lei fatal dessa transição. Podemos dispensar-nos de uma viagem neste mundo, menos essa. Ricos e pobres, devem todos fazê-la, e, por dolorosa que seja a franquia, nem posição nem fortuna poderiam suavizá-la.

O estudo das obras de Allan Kardec nos dão segurança para o conhecimento da Doutrina Espírita em seus fundamentos. A leitura de O céu e o inferno possibilita-nos conhecer qual será a nossa situação no Mundo Espiritual após a desencarnação, e como nos preparar para a transição do fenômeno natural e inevitável da morte, que é o passaporte para a verdadeira Vida.

A FEB Editora (www.febeditora.com.br) publica duas edições dessa valiosa obra: a clássica tradução de Manoel Quintão e a mais moderna, de Evandro Noleto.

Você está convidado a conhecer e se aprofundar no estudo de O céu e o inferno!

* Fonte:  Geraldo Campetti Sobrinho. O céu e o inferno. Presença Espírita, Salvador (BA), v. 45, n. 333, p. 11-13, jul./ago. 2019.