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31 março 2020

Sete Dicas para manter a saúde mental nas redes sociais - (Grupo Facebook) Espiritismo com Kardec



SETE DICAS PARA MANTER A SAÚDE MENTAL NAS REDES SOCIAIS


1. Desista da tentação de mudar a opinião do seu amigo com posições extremas. Estão todos apreensivos, e alguns, para se manter seguros, se apegam a defesa de ideias sem sentido.

2. Não dissemine FakeNews. Confira a fonte e a data das suas postagens, para não colaborar com a confusão geral. Postou e viu que era fake, deleta. Cada indivíduo tem uma grande responsabilidade pessoal na divulgação de informações duvidosas, que atrapalham as ações preventivas na pandemia.

3. Mantenha-se bem informado. Use fontes diferentes para obter informações. Debata sobre o assunto “da moda”, mas não torne isso a sua tarefa central, o seu “objetivo de vida”. Passar por esse período irá nos exigir disciplina e a manutenção de um conjunto de atividades que beiram a normalidade, para que não se respire Covid-19 durante as 24 horas do dia.

4. Evite ostentar, em vídeos e fotos, durante a quarentena. Policie-se para evitar exibir comidas gostosas, coisas bonitas da sua casa, etc. Lembre-se de que para muitos esse período também se traduz em dificuldades financeiras e de acentuação das frustrações.

5. Ajude quem precisa. Busque mapear, entre suas redes (sociais ou de relacionamento) aqueles que moram (ou estejam circunstancialmente) sozinhos ou os que tem dado sinal de alteração de humor. Faça contato in box, interaja e contribua para o amigo não se abater, especialmente os mais idosos.

6. Use os recursos tecnológicos disponíveis. Invista em vídeo chamadas ou lives, para interagir e tentar manter as suas interações habituais com o povo da academia, do curso, da escola, do trabalho e da atividade religiosa.

7. Rir é o melhor remédio. Compartilhe, sem que isso signifique ser alienado, coisas divertidas, belas músicas, cenas emblemáticas da TV, memes e piadas. Procure difundir alegria e esperança aos que compartilham com você o ambiente virtual.

Por fim, isto é passageiro e, logo, estaremos no convívio da normalidade. Enquanto isso, tenhamos bom ânimo e procuremos as atividades espirituais de foro íntimo (para o próprio equilíbrio) e à distância (em termos de solidariedade).

Muita paz!



30 março 2020

O susto do vírus poderá levar a reflexões sobre valores? - Antonio Cesar Perri de Carvalho



O SUSTO DOS VÍRUS PODERÁ LEVAR AS REFLEXÕES SOBRE VALORES?


O mundo entrou num estado que varia de intensas preocupações até ao pânico desde que foi identificado o surto de coronavírus em Província da China. Em cerca de dois meses o Covid-19 tem infectado e até feito vítimas letais em praticamente todos os países do Hemisfério Norte, da América do Sul e de outros continentes. Inclui-se aí os países mais desenvolvidos do planeta.

Silenciosamente o vírus rompeu todas as “redes de segurança” e chegou na intimidade de poderosos governantes. Sem entrar em comentários sobre os meios de transmissão, a letalidade do Covid-19, comparações com outras epidemias e até ilações espíritas de causa e efeito, há algo que deve ser refletido.

No início da propagação pelo Brasil, recebemos interessante mensagem mediúnica – talvez uma das primeiras -, abaixo transcrita:

O remédio vem de Deus

Se os surtos viróticos assustam, a indiferença humana, frente à dor de seu semelhante, mata mais. Se o medo de doenças incuráveis rondam o teu pensamento, mergulha, de corpo e alma, na caridade socorrista e estarás protegido pelos anticorpos naturais da prática do Bem. O ócio faz mais vítimas do que o câncer, dia a dia. Emprega o teu tempo em algo útil e o Amor Divino fará de ti uma luz na escuridão. Paz, em Jesus. – Irmão Joaquim”

(Mensagem psicografada pelo médium Hélio Ribeiro Loureiro na reunião mediúnica na Casa de Batuíra, em São Gonçalo/RJ no dia 29/02/2020).

A reflexão proposta é bem ampla e até lembramos que há outros surtos letais no Brasil, além da enorme desigualdade social que leva à fome.

Mas o trecho sobre o susto virótico para a indiferença humana suscita um olhar para o cenário criado pelo Covid-19, com multidões sendo isoladas ou em quarentena em cidades, regiões de países, grandes navios, e, nos próprios lares.

A essa altura e centralizando apenas nos impactos causados pelo Covid-19, fazemos uma reflexão sobre a pandemia mundial, o alastramento pelo Brasil e as relações conosco.

A pandemia mundial está afetando os países mais desenvolvidos e provocando oscilações das Bolsas de Valores, o que chama atenção sobre o poder de um microscópico vírus.

Em nosso país inúmeros eventos já foram cancelados, incluindo os de natureza espírita. E sem dúvida, afetará a rotina das instituições espíritas.

Autoridades governamentais dos níveis federal, estadual e municipal, deixaram claro em recentes decisões e recomendações efetivadas em São Paulo, sobre a grande preocupação com os grupos de riscos, incluindo-se principalmente os idosos e portadores de algumas doenças debilitantes. As autoridades chegaram até ao detalhe para se evitar sobrecarregarem os avós com a presença dos netos eventualmente dispensados das escolas. Ou seja, isso leva ao repensar da relação dos pais com os filhos em função de compromissos do próprio lar e os profissionais.

Por outro lado, já escutamos relatos de pessoas que ficaram confinadas em regiões de outros países e outras, submetidas à quarentena domiciliar, sobre os momentos complexos físicos e mentais dessa situação. De repente, surge a recomendação preventiva para os integrantes dos grupos de risco para se evitar aglomerações e eventos públicos e se recolherem o máximo possível no ambiente dos lares.

O mundo espiritual é claro que os encarnados devem zelar pelo corpo físico e valorizar a vida.

E aí surge a indagação: seriam momentos para se rever valores? Ou seja: valores relacionados com os ambientes familiar e social, independentemente de aparências e de máscaras socioeconômicas?

As consequências do microscópico Covid-19 na “empoderada” Humanidade de nossos dias, de repente, poderão conduzir a algumas reflexões humanitárias e até de natureza espiritual?

Por isso, esperamos que a crise do momento possa realmente direcionar para as indicações da mensagem supra transcrita: “…o amor Divino fará de ti uma luz na escuridão” e coerente com o próprio título da pequena mensagem: “O remédio vem de Deus”.


Antonio Cesar Perri de Carvalho  

29 março 2020

Ante o Convid-19 empreguemos a disciplina mental e os recursos da prece -- Jorge Hessen



ANTE O CONVID-19 EMPREGUEMOS A DISCIPLINA MENTAL E OS RECURSOS DA PRECE


“A imaginação é a metade da doença;

a tranquilidade é a metade do remédio;

e a paciência é o começo da cura”. (Ibn Sina)1

A morte não é o fim, mas a grande libertadora da escravidão carnal 2, pronunciou Bezerra de Menezes, alertando para que não nos preocupemos em demasia com a presença pandêmica do [coronavírus], cujo momento será mais tarde entendido nas suas razões, nas Justamente como está ocorrendo nas dioceses da Itália, pois só no dia 20 de março de 2020, houve a morte de 28 sacerdotes católicos diagnosticados com a Covid-19. A maioria atuava na região norte do país. Diante disso, o Papa Francisco preceituou ao arcebispo Francesco Beschi para dar seu apoio aos padres, aos enfermos, aos que cuidam dos pacientes e a toda comunidade católica, pois que estava muito impressionado com o sofrimento que padecem, pela morte solitária, sem a companhia das famílias, tão dolorosa, segundo Beschi. 3

Na contramão dos trágicos episódios chineses e italianos, a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional brasileiro emitiu nota pedindo a reabertura dos templos para enfrentar o que chamou de “pandemia maligna”. Daí (pasmem!) as igrejas têm passado imunes às recomendações dos governos estaduais e do Ministério da Saúde para suspender eventos com grande aglomeração de pessoas.

Valendo-se disso, as megaigrejas evangélicas como a Universal do Reino de Deus de Edir Macedo, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo de Silas Malafaia e a Igreja Mundial do Poder de Deus, de Valdemiro Santiago — todas com milhares de templos espalhados pelo país e cujas sedes têm capacidade para 10 mil pessoas, 6 mil pessoas e 15 mil pessoas, respectivamente, seguem (quais bombas relógio) abertas e com os cultos lotados.

O MPRJ (Ministério Público do Rio Janeiro) entrou com um pedido para que os cultos fossem suspensos, mas a Justiça negou. E nessa onda o pastor e empresário Silas Malafaia esbraveja que só fechará a Assembleia de Deus Vitória em Cristo por determinação da Justiça.

Essa irresponsável atitude de tais igrejas é inquietante, vejamos o que ocorreu lá na Coreia do Sul, em que uma igreja é responsável por mais de 60% dos casos. O pastor sul-coreano Lee Man-hee, da Igreja Shincheonji de Jesus, se ajoelhou e pediu desculpas durante uma entrevista coletiva, segundo o Metro UK. Porque mais de 60% dos 4 mil casos confirmados no país asiáticos são de fiéis da igreja, sendo 28 mortes. Agora, o pastor é investigado pelo Ministério Público coreano por negligência. 4

Lamentavelmente e andando na contramão das atitudes de outros ajuizados governantes o Presidente do Brasil defende aglomerações (bomba relógio) nas igrejas. Na borla do Presidente vão alguns pastores “ungidos” afirmando que a Igreja é lugar de refúgio para muitos que se acham amedrontados e desesperados. Por isso os templos devem estar de portas abertas para receber os abatidos e acolher os desesperados.

A grande preocupação em relação a pandemias ou privados), com risco de faltar assistência adequada para toda a população. Esta é a razão pela qual as medidas de contenção são essenciais, para tornar mais lenta a instalação desta pandemia e permitir que os serviços de saúde se organizem para oferecer atendimento adequado.

Neste período pandêmico o Espírito Bezerra de Menezes realçou que devemos manter o respeito às leis, buscando a precaução recomendada pelas autoridades sanitárias. 5 Os espíritas devemos seguir as recomendações dos órgãos oficiais, Ministério da Saúde do Brasil e Organização Mundial da Saúde. Nas casas espíritas os trabalhos de atendimento espiritual abertos ao público devem ser realizados por atendimento à distância. As reuniões com grande número de pessoas devem ser evitadas até que essa medida seja reavaliada de acordo com a evolução da situação epidemiológica.

Nas reuniões “impreteríveis” de trabalho que envolva pequeno número de pessoas, não deverão participar pessoas com sintomas respiratórios, assim como se deverá evitar contato físico como aperto de mãos, abraços e beijos. Deve haver o fornecimento de álcool gel em locais chaves da casa espírita, como na entrada, na biblioteca e nos banheiros pode auxiliar sobremaneira na contenção do vírus.

É importantíssimo “desfazer ideias de temor ante as moléstias contagiosas ou mutilantes, usando a disciplina mental e os recursos da prece.”6 Pois que “a força poderosa do pensamento tanto elabora quanto extingue muitos distúrbios orgânicos e psíquicos.” 7

É momento de “aceitar o auxílio dos missionários e obreiros da medicina terrena, não exigindo proteção e responsabilidade exclusivas dos médicos desencarnados.” 8 Vamos todos “aproveitar a moléstia como período de lições, sobretudo como tempo de aplicação dos valores alusivos à convicção religiosa. A enfermidade pode ser considerada por termômetro da fé. ” 9

Jorge Hessen


Referências bibliográficas:

1 Ibn Sina (980-1037), com nome latinizado de Avicena, polímata, médico e filósofo persa, e considerado pai da medicina moderna

2 Mensagem de Bezerra de Menezes, recebida pela psicofonia de Divaldo Franco no encerramento da XXII Conferência Estadual Espírita, em 15.03.2020, no Expotrade – São Jose dos Pinhais (PR)


4 Disponível em https://bhaz.com.br/2020/03/20/silas-malafaia-coronavirus/ acesso em 20/03/2020

5 Mensagem de Bezerra de Menezes, recebida pela psicofonia de Divaldo Franco no encerramento da XXII Conferência Estadual Espírita, em 15.03.2020, no Expotrade – São Jose dos Pinhais (PR)

6 VIEIRA , Waldo. Conduta Espírita, ditado pelo Espírito André Luiz – cap. 35, RJ: Ed. FEB, 1971

7 Idem

8 Idem

9 Idem

28 março 2020

Liberdade e libertinagem - Marcos Paulo de Oliveira Santos



LIBERDADE E LIBERTINAGEM


Erroneamente, a liberdade tem sido confundida com a libertinagem.

A liberdade, conquista árdua das sociedades democráticas, é categoria axiológica que não se coaduna com o desrespeito.

Isto posto, é imperioso apontar que os tempos atuais têm sido bastante difíceis às manifestações culturais.

Em grande medida, os espetáculos são eivados de traços psicopatológicos; as manifestações musicais apresentam letras chulas; as exposições são de baixíssimo padrão moral. E, a denominada cultura, é utilizada por mentes vis que, em nome de uma liberdade, espalham conteúdos degradantes.

Não faz muito tempo que, em nome da arte e da liberdade, um homem despido se deixou apalpar por uma criança em museu brasileiro.

Noutro cenário, uma escola de samba, evocando a mesma liberdade e a “galhofa” do período carnavalesco, apresentou Jesus num desfile apanhando de Satanás, enquanto caveiras sambavam em torno Dele.

Há alguns anos, caricaturas desrespeitosas do profeta Maomé foram feitas por determinada revista francesa que culminou com um ataque terrorista aos seus editores. (Mais uma vez, em nome da liberdade.)

Recentemente, no Brasil, um vídeo natalino do grupo Porta dos Fundos, apresentou um Jesus gay, além de outras situações constrangedoras na película. Isto gerou bastante revolta, discussão, e culminou em atentado terrorista com bombas (coquetéis molotovs) à produtora do grupo.

Por óbvio, esta ação não é a forma adequada de se repudiar a prática do grupo. E, felizmente, não houve vítimas.

Cumpre considerar ainda que existe a lei n.º 13.260/2016, que disciplina o terrorismo (ato que foi praticado contra o grupo Porta dos Fundos) e que precisa ser cumprida. Lembrando que se trata de crime imprescritível, inafiançável, não suscetível de anistia ou graça, ou seja, os envolvidos podem ser punidos a qualquer tempo. (O que, pelo histórico do nosso país, dificilmente acontecerá.)

Não bastasse toda a confusão, o Judiciário do Estado do Rio de Janeiro impôs censura ao filme. Todavia, o grupo, após recorrer, conseguiu mantê-lo no ar.

E, mais uma vez, a liberdade foi evocada para justificar práticas culturais ofensivas.

Tentam a todo instante macular a imagem do Mestre incomparável, que há dois mil anos é luz e fanal das consciências humanas.

Mas não só dele. A liberdade tem sido utilizada para se justificar violências, seja contra Jesus, seja contra qualquer outra figura ou condição.

Sou contrário à censura. Igualmente contrário a desrespeitos em nome de uma “liberdade”.

E penso que caberia uma reflexão de nós espiritistas sobre a conjuntura atual e como poderíamos contribuir para manifestações culturais mais edificantes. Sem quaisquer laivos de censura, de reproche. Mas, sim, espraiando o belo, o divino, o conteúdo edificante por meio da arte espírita, por exemplo.

Lembremos, por fim, da lição de Paulo que disse: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém”. E assim é na vida, na alimentação, na arte, na cultura.

Bom senso, sempre!


Marcos Paulo de Oliveira Santos

27 março 2020

Espírita na política - Vania Mugnato de Vasconcelos




ESPÍRITA NA POLÍTICA


Uma das mais fortes qualidades do Espiritismo, filosofia profundamente moral que esclarece a origem, o destino e os objetivos do ser humano na existência terrestre, é ser aplicável a todos os campos de atividades.

Assim, seria de estranhar que os espíritas, sendo focados no desenvolvimento de valores morais e sua aplicação nas atividades e relações cotidianas, não pudessem atuar na vida política como se ela, por si só, fosse negativa ou desnecessária. Sabemos que assim não é.

Vivemos em sociedade e relações políticas acontecem o tempo todo, ainda que para o leigo o termo “política” seja quase exclusivamente utilizado para questões do Estado e dos políticos que lhes são gestores.

É nesse sentido, de gestão, que falamos hoje. Temos, é verdade, um grave problema de administração pública. Contudo, além de haver necessidade absoluta de gerenciamento da máquina estatal para que seja produtiva e apta para atender aos cidadãos, nem todos são maus gestores e/ou desonestos, havendo muitos indivíduos que administram bem e honestamente o Estado nos setores de sua responsabilidade, sejam eles eleitos ou concursados. De outro modo o país já teria afundado!

Generalizar não produz nada de bom. Ao se pensar que a vocação política (de candidatura e administração do Estado) seja reflexo de um caráter aproveitador, desonesto, mal-intencionado, se entrega de mão beijada para os realmente desqualificados ou sem caráter o que pertence a todos, pois se os bons se omitem os maus não o fazem.

Pessoas com intenções nobres nem sempre têm força de vontade suficiente para enfrentar os riscos da posição político-partidária, pior se lhes faltar o apoio dos que acreditam no seu caráter: temendo o julgamento de suas intenções mais recônditas, sentem-se forçados pelas condições e falta de suporte, a não concorrerem.

O espírita pode e deve candidatar-se, trabalhar pelo bem comum. Todos podem e devem fazê-lo! Deixar de atuar politicamente, assim como abster-se de votar, apenas fortalece quem o faz de forma interesseira e egoística.

Recordando Martin Luther King Jr. pastor protestante e ativista político americano, repetimos suas palavras atuais hoje quanto quando proferidas, “o que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.


Vania Mugnato de Vasconcelos

26 março 2020

A Cura da Obsessão Espiritual - Osvaldo Shimoda



A CURA DA OBSESSÃO ESPIRITUAL


"A cura da obsessão é uma autocura. Ninguém pode livrar você da obsessão se você não quiser livrar-se dela". - Herculano Pires

A obsessão se caracteriza pela ação de espíritos desencarnados inferiores na vida de muitas pessoas. É inimaginável a ação deletéria, nociva que esses espíritos não esclarecidos das trevas exercem na vida dos encarnados, pois se aproveitam de sua invisibilidade (a maioria das pessoas não os vê, com exceção dos médiuns clarividentes) para prejudicar sua vítima. Em artigos anteriores, expliquei que 95% dos pacientes que vêm ao meu consultório estão obsedados, isto é, a causa de seus problemas é proveniente de um fator externo, interferência de um espírito obsessor. Somente 5% não tem nenhuma influenciação espiritual e a causa de seus problemas é proveniente de um fator interno: psicológico, emocional, de experiências traumáticas dessa vida (infância, nascimento, útero materno) ou de um passado mais longínquo (vidas passadas).

Apesar desse percentual elevado de pacientes apresentar uma interferência espiritual como causa de seus problemas, a obsessão espiritual, como uma enfermidade da alma, ainda é ignorada pela ciência médica e psicológica. Em vista disso, muitos pacientes com perturbações mentais, ou mesmo doenças orgânicas, cuja causa não é encontrada pela medicina oficial, podem estar sofrendo de uma obsessão espíritica, sendo assediados, portanto, por Espíritos inferiores.

Desta forma, sintomas clínicos tais como visões, calafrios (acompanhados ou não de febres), tristezas e angústias sem motivo aparente, podem ter como causa uma interferência de um espírito obsessor.

Muitos transtornos psíquicos, rotulados pela psicologia e psiquiatria de TOC (transtorno obsessivo compulsivo - as chamadas manias), transtorno afetivo bipolar que se caracteriza pela instabilidade de humor (oscilação de humor que muda da depressão à euforia ou vice-versa), síndrome do pânico (taquicardia, sudorese, asfixia, tontura, sensação de morte) depressão,esquizofrenia (visões, raciocínio distorcido, confusão mental, catatonia), personalidades múltiplas, em verdade, tais doenças são efeitos da obsessão espirítica.

Entretanto, há que se fazer uma diferenciação entre um distúrbio espiritual (ou mediúnico) e um distúrbio psiquiátrico propriamente dito. No último caso, é óbvio que a terapia medicamentosa (antidepressivos e ansioliticos) é imprescindível no tratamento.

Mas, se o problema do paciente tem uma origem espiritual, os remédios não irão surtir efeito, serão inócuos. Explica o porquê de muitos pacientes com "problemas psicológicos" se arrastarem por anos a fio sem se curar. Se por um lado, a obsessão espiritual como uma enfermidade da alma é ignorada pela ciência materialista - que tem uma visão puramente organicista, biológica do ser humano -, não o vendo como um ser espiritual, por outro, a Igreja, por séculos, sempre considerou (e ainda considera) o fenômeno da obsessão espiritual como obra do "demônio" e não de espíritos, contribuindo para mistificar ou mesmo atemorizar os menos esclarecidos. Quantos não foram no passado queimados na fogueira injustamente pelo tribunal da inquisição da Igreja Católica por atos de "bruxaria" e "possessão demoníaca"? Em verdade, muitas dessas pessoas eram médiuns, pessoas sensíveis que tinham clariaudiência, clarividência, premonições e, por conta dessa sensibilidade mais apurada, sofriam tanto influenciações positivas (espíritos de luz) como negativas (espíritos das trevas). Desta forma, até nos dias atuais a prática do exorcismo, criada pela Igreja para expulsar "os demônios", está em vigor.

Há tempos, o filme "O Exorcista" foi sucesso de bilheteria por explorar o sobrenatural. Não obstante, em nada esclareceu a respeito do mundo espiritual. Pelo contrário, só veio a reforçar o temor desse assunto no imaginário popular.

Quero esclarecer, a bem da verdade, que obsessores não são demônios, até porque demônios não existem. O que existe são seres humanos como nós - desencarnados - dotados de razão e sentimentos, que sofrem e precisam de ajuda tanto quanto o obsedado (o ser humano encarnado).

Certa ocasião, um paciente veio ao meu consultório por escutar um zumbido ininterrupto. Fizera todos os exames necessários (teste audiométrico, ressonância magnética), passara por vários médicos especialistas, mas não encontrara nenhuma anormalidade.

Ao regredir, sua esposa, que estava assistindo à sessão de regressão (era médium de incorporação), incorporou vários (no total de seis) espíritos obsessores - desafetos do marido em vidas passadas.

Todos, juntos, se uniram para prejudicá-lo. Um deles me disse: "Doutor, o senhor não conhece, não sabe quem é esse homem que está deitado nesse divã.

Se o conhecesse melhor, nem iria ajudá-lo mais. Ele tirou a minha vida, a minha esposa e o meu dinheiro numa vida passada. Por isso, eu o odeio! (gritou chorando). Nunca vou deixá-lo em paz!".

Perguntei-lhe se era ele que estava produzindo aquele zumbido no ouvido do paciente?

- O que o senhor acha? - Respondeu-me gargalhando.

Posteriormente, o mentor espiritual (ser de luz diretamente responsável pela evolução espiritual do paciente) lhe esclareceu que esse espírito obsessor era quem estava lhe prejudicando, introduzindo em seu corpo espiritual (perispírito) um "objeto", um artefato fluídico, imaterial, portanto, não visível aos olhos dos encarnados, que nenhum aparelho terreno é capaz de detectar. Era esse artefato que estava provocando no paciente esse zumbido ininterrupto.

No livro "A luz do consolador", a autora Yvonne Pereira diz: "Os obsessores são, sim, grandes sofredores. Padeceram, quando encarnados, injúrias, humilhações. Muitos foram vitimas de crimes, mas são também passíveis de nos respeitar e estimar se soubermos compreendê-los e conquistá-los através do amor".

Portanto, é um grande equívoco, na prática do exorcismo e seus rituais, ameaçar essas entidades espirituais, rotuladas de "demônios", querendo expulsá-las na vida do obsediado. Em verdade, a causa da obsessão está em erros cometidos pelo paciente em relação ao seu obsessor numa vida passada.

Desta forma, a cura da obsessão só é possível através do perdão, da reconciliação entre obsessor e obsedado. É fundamental também a oração por parte do paciente (obsedado) para que possa haver o rompimento dos laços do passado que os une. Leia o caso de uma paciente que veio ao meu consultório pelo fato de sua vida estar emperrada, truncada - sempre acontecia algo para frustrar seus projetos de vida.

* * *

Caso Clínico: Vida Bloqueada
Mulher de 30 anos, divorciada.

Veio ao meu consultório querendo entender o porquê de sua vida estar emperrada, truncada. Sentia-se bastante frustrada e infeliz porque os seus projetos de vida não se concretizavam; sempre acontecia alguma coisa para não dar certo. Portanto, sentia que algo estava atrapalhando, bloqueando a sua vida, principalmente em seu aspecto financeiro. Apesar de ganhar bem, não entendia porque costumava ter prejuízos (perdeu três imóveis para saldar dívidas). No aspecto afetivo, se separou do marido e se envolveu posteriormente com um homem; após constantes agressões físicas de ambas as partes, acabou se separando dele também.

Sofreu um acidente grave ao dirigir o seu carro. Um caminhão a fechou e, com isso, acabou colidindo de frente com um poste, quase perdendo a visão. Teve também várias quedas - sem um motivo aparente -, sempre ferindo a cabeça.

Após o relaxamento, a paciente me disse:

"Sinto algo entrando pela palma das minhas mãos e pela sola dos meus pés. É como se um fluído, algo gasoso, entrasse pelas extremidades de meu corpo (na verdade, esse 'algo gasoso, fluídico' a que a paciente estava se referindo eram entidades espirituais obsessoras que queriam incorporar nela). Não vejo nada, mas sinto que são criaturas irritadas que não vão permitir que eu veja nada na regressão de hoje (é frequente nas sessões de regressão, entidades obsessoras das trevas - para se vingarem do paciente que numa vida passada os prejudicou -, sabotarem o tratamento, não deixando o paciente se concentrar para regredir).

Eles estão me falando que esse tratamento não vai dar certo, que não vou conseguir regredir. Falam para eu me levantar do divã e ir embora"...

- Pergunte-lhes o que eles querem de você - peço à paciente.

"Veio na minha mente a frase: 'Vamos acabar com você!' (é comum o paciente em pensamento se comunicar com entidades de luz; ou das trevas - os obsessores).

- Pergunte a essas entidades espirituais o que você fez para eles no passado - peço à paciente.

"Eles dizem que eu numa vida passada os prejudiquei roubando suas terras, casas; houve até mortes. Por isso eles querem se vingar de mim. Na verdade, eles dizem que eu tinha uma ganância desmedida, e que eu tirei a terra de muitas pessoas, não só deles. Falam que não vão me perdoar porque todos não tiveram onde morar e acabaram morrendo na miséria".

- Em quantos eles são? - Pergunto novamente à paciente.

"São várias famílias: homens, mulheres e crianças. Estão todos reunidos, com muito ódio de mim. Estão falando que eu nunca vou conseguir nada na minha vida, nem esse tratamento (Terapia Regressiva Evolutiva) irá dar certo. (pausa) Esclareço-lhes de não me lembrar que os prejudiquei no passado (ao reencarnar, o ser humano esquece temporariamente suas vidas passadas, pois o nosso planeta é constituído de um campo vibracional de forte magnetismo que nos impede de recordar as vidas passadas)".

- Pergunte-lhes há quanto tempo eles estão nas trevas, na escuridão?

"Há muito tempo. Falam que já tentaram tirar a minha vida várias vezes na existência atual (aqui explica o porquê de a paciente ter sofrido aquele acidente de carro e várias quedas). Acho que eu era homem nessa vida passada... (embora a mente racional do ego do paciente não recorde, sua alma, seu espírito sabe, tem lembranças de seu passado intuitivamente). Parece que eu andava a cavalo, era um homem ruim, forte, tinha muitas terras e sempre queria mais. É uma época bem antiga, antes do período medieval (pausa) Eu peço desculpas, peço que eles me perdoem pelo mal que lhes fiz. Por favor, me perdoem! (paciente chora copiosamente)".

- Peça para que eles olhem para o seu corpo deitado aqui no divã e pergunte-lhes se você é o mesmo homem que lhes prejudicou naquela vida passada? (pausa).

"Dr. Osvaldo, eles me olharam e estão desconcertados, pois não perceberam esse tempo todo que eu não sou mais aquele homem, mas uma mulher".

- Fale para eles que você já morreu e reencarnou várias vezes depois daquela vida passada em que era homem. Diga-lhes que estão perdendo o tempo e que o caminho natural do ser humano é evoluir e não ficar estacionado.

Pergunte-lhes se querem receber ajuda para sair desse lugar escuro, frio, triste e conhecer um lugar de luz (plano espiritual de luz) onde serão cuidados, amparados e esclarecidos em relação às suas vidas? Se aceitarem, os espíritos de luz irão tirá-los desse lugar. (pausa).

"Vejo agora em volta deles que está ficando tudo claro... São os espíritos de luz. Eles aceitaram ajuda, estão indo embora".

- Veja para onde eles estão indo - peço à paciente.

"Estão todos juntos, enfileirados, se afastando, sendo amparados pelos espíritos de luz, subindo em direção a uma luz maior. Os últimos estão passando, olhando ainda o meu corpo, atônitos (pausa). Todos foram embora.

Vejo agora um olho azul feminino...

É a minha mentora espiritual. Ela transmite muito amor, paz, serenidade.

Sinto que estou num lugar bem iluminado. É um local que pertence aos seres iluminados. Embora não os veja, nem a mim mesma (paciente está nesse lugar em espírito), sinto a presença deles. Vem uma sensação muito agradável, um bem estar. Dá vontade de dançar, sinto uma alegria muito grande. Esse lugar emana uma vibração, uma energia maravilhosa, que nunca senti na vida atual".

- Perceba o que sua mentora tem a lhe dizer...

"Ela me diz para eu seguir em frente, que estou no caminho certo". Sinto uma emoção indescritível, pois sei que não estou sozinha e que nunca estive, é muito bom! (paciente chora emocionada)".

- Você gostaria de fazer alguma pergunta à sua mentora?

"Eu só queria agradecer a todos esses seres de luz por esse momento tão sublime, pois me mostraram que eu nunca estive sozinha, desamparada".

- Pergunte então à sua mentora se ela teria algo a lhe dizer em relação à sua vida estar bloqueada.

"Ela me diz que, pelo fato de todas aquelas entidades espirituais terem se libertado das trevas, daqui para frente a minha vida irá dar certo. Mas pede para eu não me afastar deles, da proteção deles. Diz que eu não posso ver a vida só pelo lado material, e que eu preciso também cuidar do lado espiritual, não me descuidar desse lado (pausa) Está tudo muito tranqüilo, em paz... Nesse lugar em que estou, sinto que são muitos os seres de luz, estão todos vibrando, emanando energia para mim.

A minha mentora está finalizando, pede para eu voltar tranqüila para casa". (A paciente - de Porto Alegre - estava hospedada num hotel em São Paulo. Há um mês estava em tratamento, passando comigo pela Terapia Regressiva Evolutiva em meu consultório).

Autor: Osvaldo Shimoda
Extraído do Site: Somos Todos Um (colaborador)
Osvaldo Shimoda é psicólogo e trabalha com técnicas de hipnose

25 março 2020

Por que estudar O livro dos médiuns? - Simoni Privato Goidanich



POR QUE ESTUDAR O LIVRO DOS MÉDIUNS?


1) A mediunidade faz parte da vida 
               
Médiuns somos todos, em maior ou em menor medida[1]. Inclusive as pessoas que não acreditam na existência dos Espíritos podem ser influenciadas por eles[2]. Estudar seriamente a mediunidade é, pois, de fundamental importância.
               
É particularmente evidente a importância do estudo sério da mediunidade por parte dos adeptos do espiritismo, já que este é uma ciência prática que consiste nas relações que se pode estabelecer com os Espíritos e uma filosofia que compreende todas as consequências morais que dimanam dessas relações[3]. Mesmo que o espírita não possua faculdades mediúnicas que hajam produzido, até o momento, efeitos notórios ou ainda que ele não participe nem venha a participar de reuniões mediúnicas, é recomendável que estude a mediunidade a fim de que esteja preparado para lidar com ela em si mesmo, especialmente se alguma faculdade mediúnica vier a aflorar de maneira ostensiva, e nos demais, inclusive em situações inesperadas, dentro e fora do centro espírita. De fato, a mediunidade não se limita às reuniões mediúnicas: faz parte da vida.
              
 2) O necessário alicerce
              
 As obras fundamentais do espiritismo, indicadas no Catálogo racional das obras que podem servir para fundar uma biblioteca espírita, resultam dos sérios, prolongados e laboriosos estudos realizados por Allan Kardec, que compreenderam milhares de observações[4]. Na composição dessas obras, Allan Kardec contou com elevada assistência espiritual, mas sem qualquer sinal exterior de mediunidade.
               
Ao invés de prejudicar, a ausência de mediunidade ostensiva em Allan Kardec foi altamente benéfica para a composição das obras fundamentais do espiritismo, conforme ele mesmo explicou: “Com uma mediunidade efetiva, eu somente teria escrito sob uma mesma influência. Teria sido levado a aceitar como verdadeiro apenas o que me tivesse sido comunicado, e isso talvez sem razão; ao passo que, em minha posição, convinha que eu tivesse liberdade absoluta para obter o que é bom onde quer que se encontrasse e de onde viesse. Portanto, tenho podido fazer uma seleção dos diversos ensinamentos, sem prevenção e com total imparcialidade. Tenho visto muito, estudado muito, observado muito, mas sempre com um olhar impassível, e nada mais ambiciono senão ver a experiência que tenho adquirido colocada a benefício de outros, e estou feliz de poder evitar para eles os escolhos inseparáveis de todo noviciado[5]. Sendo assim, em lugar de compor suas obras com parcialidade, sob uma mesma influência espiritual, Allan Kardec valeu-se de dois critérios: a lógica e o ensino geral e concordante dos Espíritos.
               
Tendo em vista a elevada assistência espiritual, bem como a utilização dos critérios seguros da lógica e da generalidade e concordância no ensino dos Espíritos no processo de elaboração, as obras fundamentais do espiritismo, publicadas por Allan Kardec, constituem o necessário alicerce para a sólida formação doutrinária, inclusive no campo da mediunidade.

3) A diretriz segura
               
Entre as obras fundamentais do espiritismo, destaca-se, em matéria de mediunidade, O livro dos médiuns ou guia dos médiuns e dos evocadores. Destina-se especialmente não apenas aos médiuns ostensivos, mas a todos que lidam com os fenômenos mediúnicos.
               
Já na Introdução, Allan Kardec esclarece que a prática mediúnica está rodeada de muitas dificuldades e que nem sempre está livre de inconvenientes, o que somente um estudo sério e completo pode prevenir. Por conseguinte, o Mestre de Lyon ressalta que não é suficiente um manual prático sucinto para o estudo e a prática da mediunidade.
                
O livro dos médiuns, que contém ensinamentos indispensáveis para evitar os escolhos na prática mediúnica, é a diretriz segura no campo da mediunidade. Tamanha é sua excelência que substituiu outra obra de Allan Kardec - a Instrução prática sobre as manifestações espíritas, um livro sério, mas que não trata, de maneira completa, das dificuldades na prática mediúnica[6].

4) Não basta receber a comunicação mediúnica: é indispensável analisá-la
               
O estudo de O livro dos médiuns esclarece que não é suficiente a facilidade na recepção das comunicações mediúnicas, o que pode ser obtido em pouco tempo, apenas pelo hábito. É necessário adquirir experiência, que resulta do estudo sério das dificuldades que se apresentam na prática mediúnica. A experiência confere ao médium o tato necessário para apreciar a natureza dos Espíritos que se manifestam, avaliar as qualidades boas ou más deles mediante os indícios mais sutis e descobrir o engano dos Espíritos mistificadores que se cobrem com as aparências da verdade. Sem a experiência, todas as demais qualidades do médium perdem sua verdadeira utilidade[7].
               
Não basta receber a comunicação mediúnica: é necessário, portanto, analisá-la. As obras de Allan Kardec, especialmente O livro dos médiuns, contêm o conhecimento imprescindível para analisar as comunicações mediúnicas segundo os critérios espíritas. De fato, entre outros temas de máxima importância, O livro dos médiuns trata, com maestria, da identidade dos Espíritos que se comunicam, das mistificações, das obsessões, da influência do médium e do meio, do charlatanismo e das contradições.
               
A análise das comunicações mediúnicas é necessária também no tocante à divulgação do espiritismo. Nem tudo o que comunicam os Espíritos deveria ser publicado. Existem, entre os Espíritos, diversos graus de saber e de ignorância, de moralidade e de imoralidade. Há comunicações mediúnicas que produzem impressões equivocadas sobre o espiritismo; inclusive existem aquelas que podem induzir a erro as pessoas que não têm o necessário conhecimento doutrinário[8].

5) Mediunidade e progresso da humanidade
              
Quanto mais nos dedicamos a assimilar os ensinamentos contidos em O livro dos médiuns, melhor compreendemos a fundamental importância do estudo sério da mediunidade, bem como o papel e a responsabilidade que todos temos, sejamos ou não médiuns ostensivos, como promotores do progresso espiritual não apenas em nós, mas também no meio em que vivemos. De fato, a mediunidade não é uma faculdade que deva servir para o aperfeiçoamento de apenas uma ou duas pessoas. Seu objetivo é maior: abrange toda a humanidade[9].

Simoni Privato Goidanich
Artigo publicado na Revista A senda (nov-dez 2019), da Federação Espírita do Estado do Espírito Santo


Referências:

[1] KARDEC, Allan. Le livre des médiums, n. 159.
[2] KARDEC, Allan. Le livre des Esprits, questão 459.
[3] KARDEC, Allan. Qu-est-ce que le spiritisme? Preambule.
[4] KARDEC, Allan. Le livre des médiums, n. 34.
[5] KARDEC, Allan. Revue Spirite - Journal d´Études Psychologiques, nov. de 1861, Réunion générale des Spirites bordelais - Discours de M. Allan Kardec.
[6] KARDEC, Allan. Le livre des médiums, Introduction.
[7] KARDEC, Allan. Le livre des médiums, n. 192.
[8] KARDEC, Allan. Revue Spirite - Journal d´Études Psychologiques, nov. de 1859, Doit-on publier tout ce que disent les Esprits?
[9] KARDEC, Allan. Le livre des médiums, n. 226-5.


24 março 2020

Saúde e Paz - Divaldo P.Franco



SAÚDE E PAZ


Periodicamente a sociedade é sacudida por sofrimentos coletivos que a fazem estertorar.

Calamidades de vário tipo tomam conta das multidões e se descobre que os grupos sociais não estão preparados para enfrentar as ocorrências inevitáveis, porque fazem parte do processo evolutivo dos seres.

Fenômenos sísmicos, cósmicos, guerras, seca, enchentes, pandemias, economia, perseguições e extermínio se abatem sobre o planeta com frequência, e os seres humanos são surpreendidos por essas tragédias, entrando em pânico e gerando mais dificuldades nos relacionamentos, quando deveriam unir-se para melhor solucionar as dificuldades.

Hoje o mundo padece a contaminação pelo Coronavírus com toda a sua periculosidade, ceifando vidas, enfermando os indivíduos e ameaçando a sociedade terrestre, como ocorreu no passado com outras pandemias de trágica memória.

Havendo chamado a atenção da humanidade, logo que pôde constatar a capacidade mortífera do vírus, a Organização Mundial de Saúde alertou as nações quando à gravidade da epidemia, tornando-se pandêmica, e sugeriu recursos preventivos que não foram levados a sério. Os países despertaram do letargo, embora alguns ainda estejam em cogitações inúteis, produzindo um grande impacto nas criaturas.

A humanidade está em crise e se torna indispensável que todos os cidadãos e cidadãs compreendam a seriedade do momento, superando superstições e descrenças, a fim de deterem o avanço da contaminação que ocorre muito fácil através do contato com pacientes, alguns dos quais parecem não ter sintomas em razão do seu sistema imunológico.

Nenhuma providência recomendada pelas autoridades sanitárias, responsáveis pela preservação da saúde, podem ou devem ser postergadas sob qualquer pretexto.

Essas providências rápidas e a cooperação dos indivíduos sem reclamações nem antagonismos estão facilitando a não contaminação violenta na China, enquanto o descuido da sua aplicação na Itália e Espanha resultou na tragédia que está ocorrendo.

A saúde é fundamental para a existência feliz dos seres humanos e animais. É fator essencial para a paz pessoal e social, facilitando o intercâmbio entre os grupos humanos, comunidades e países.

Vale, no entanto, também considerar que, embora o trágico da pandemia em tela, as criaturas estão retornando ao lar, que haviam abandonado, à convivência familiar, que praticamente havia desaparecido, à conduta ética, totalmente abandonada em face dos desregramentos morais a que verdadeiras multidões se haviam entregues.

Desse modo, como medidas preventivas a oração, o retorno à dignidade, a reconstrução da família, o comportamento digno facultam saúde moral e paz espiritual indispensáveis à plenitude.


Divaldo Pereira Franco

Artigo de Divaldo Franco, publicado no jornal “A Tarde”, coluna Opinião, em 19/03/2020.
Divaldo Franco escreve no jornal A Tarde – Coluna Opinião – às quintas-feiras (quinzenalmente).

23 março 2020

Coronavírus informe da Associação Médico-Espírita do Brasil - AME Brasil



CORONAVÍRUS INFORME DA ASSOCIAÇÃO MÉDICO-ESPÍRITA DO BRASIL


A evolução da pandemia de Coronavírus (COVID-19), com ocorrência em vários países e se disseminando rapidamente, torna essencial a participação de toda a nossa sociedade nas medidas necessárias para sua prevenção e controle.
   
Apesar de se tratar de um novo vírus, o conhecimento acumulado até o momento, a partir dos milhares de casos em outras regiões, tem permitido que nosso país desenvolva planos de ação procurando reduzir os danos desta pandemia, já considerada uma emergência de saúde pública. Mas será necessária a mobilização e participação de todos.

Alguns esclarecimentos devem ser apontados: oitenta por cento dos casos de infecção por Coronavirus são leves e os sintomas lembram um resfriado comum. Casos graves acontecem principalmente em pessoas com mais de 60 anos de idade e/ou com doenças crônicas, como doenças cardíacas, pulmonares, renais e em pessoas com imunidade reduzida por doença ou medicação.

Individualmente, a infecção pelo Coronavírus não difere muito das infecções respiratórias já existentes na população. Por isso, não há motivo para pânico ou medidas desesperadas. A grande preocupação em relação a esta pandemia é que o número de casos pode aumentar de maneira abrupta, em escala geométrica, o que acarretaria em um grande número de doentes, alguns com doença grave, de modo simultâneo. Este fato sobrecarregaria os serviços de saúde, sejam eles públicos ou privados, com risco de faltar assistência adequada para toda a população. Esta é a razão pela qual as medidas de contenção são essenciais, para tornar mais lenta a instalação desta pandemia e permitir que os serviços de saúde se organizem para oferecer atendimento adequado.

A comunidade espírita e a comunidade ligada à Associação Médico-Espírita do Brasil têm um compromisso com a saúde espiritual e física e com ações de fraternidade e solidariedade.

Com essas preocupações, e avaliando a situação atual, a AME-Brasil recomenda as seguintes medidas:

1. Seguir as recomendações dos órgãos oficiais, Ministério da Saúde do Brasil e Organização Mundial da Saúde, quanto aos comportamentos adequados tais como “etiqueta respiratória” (tossir ou espirrar no próprio braço ou dento da camisa), higienização frequente das mãos com álcool gel a 70% ou com água e sabão e evitar contato das mãos com as mucosas da boca, nariz e olhos. Pessoas com sintomas respiratórios devem procurar o atendimento médico o mais breve possível e colaborar com o isolamento domiciliar até ordem médica.

2. Devido à grande dimensão territorial do Brasil e a pluralidade de cenários, as medidas de contenção podem variar conforme a localidade. Assim, é importante estar atento às recomendações dos estados e municípios, que podem mudar durante o período de pandemia.

3. A princípio, a maior gravidade da doença está na população com idade superior a 60 anos com ou sem comorbidades crônicas. Por este motivo recomendamos que estas pessoas evitem o contato social, especialmente em reuniões com maior número de pessoas, como palestras públicas, atendimento ao público, grandes grupos de estudo ou grandes grupos mediúnicos.

4. Trabalhos de atendimento espiritual abertos ao público podem ser realizados por atendimento à distância (por exemplo, passe a distância), através do trabalho de irradiações, com a formação de correntes de vibração, através da prece, em favor de toda a comunidade mundial, brasileira.

5. Reuniões com grande número de pessoas devem ser evitadas. Para as casas espíritas com recursos disponíveis as atividades virtuais são preferíveis durante o período da pandemia.

6. Suspender eventos com grande número de pessoas até que essa medida seja reavaliada de acordo com a evolução da situação epidemiológica.

7. Pessoas com sintomas respiratórios não devem participar de atividades neste período de pandemia.

8. Manter reuniões de trabalho que envolva pequeno número de pessoas, tomando-se os cuidados preconizados pela área de saúde pública. Delas não deverão participar trabalhadores com sintomas respiratórios, assim como se deverá evitar contato físico como aperto de mãos, abraços e beijos. Essas medidas podem parecer, para alguns, excessivas no momento, mas é importante estimulá-las porque se trata de mudança de comportamento (o que é sempre difícil) e poderão se tornar fundamentais em seguida, com a evolução da epidemia.

9. O fornecimento de álcool gel em locais chaves da casa espírita, como na entrada, na biblioteca e nos banheiros pode auxiliar sobremaneira na contenção do vírus.

10. Contribuir com as ações propostas pelas autoridades sanitárias, especialmente através da divulgação de informações confiáveis e desenvolvendo um trabalho de educação em saúde junto às comunidades atendidas e/ou ligadas à AME-Brasil.

Essas medidas serão reavaliadas sistematicamente, de acordo com a evolução da situação da doença. Nosso país é grande e diverso e, até o momento, a distribuição dos casos confirmados é heterogênea nos diversos estados. São Paulo e Rio de Janeiro possuem o maior número de casos confirmados e acredita-se que nesse momento possam estar na iminência ou em fase inicial de contágio comunitário. As capitais desses dois estados são cidades muito populosas e apresentam um fluxo muito grande de pessoas em viagens de entrada e saída. Uma vez estabelecida a transmissão comunitária, quando não se identifica mais a fonte de aquisição do vírus, outras medidas poderão ser necessárias.

Mais informações sobre Coronavírus (COVID-19) e sobre as medidas de prevenção propostas à sociedade podem ser encontradas no site do Ministério da Saúde do Brasil: https://saude.gov.br

Também está disponível APP para sistemas operacionais iOS e Android, desenvolvidos pelo Ministério da Saúde, que podem ser baixados gratuitamente, e permite o acompanhamento da situação e das orientações em tempo real. Devemos lembrar que os problemas que nos surgem são oportunidades para aprendizado, oferecidos por Deus, para nosso próprio crescimento, seja ele individual ou coletivo. Como afirma Emmanuel na obra Ceifas de Luz: “Não há sofrimento sem significação”. Semelhante aos dramas individuais, devemos manter a fé e a serenidade para permitirmos a inspiração do Mundo Maior para nos auxiliar no enfrentamento desta pandemia.

Como prevenir o contágio?

• Lave as mãos com água e sabão ou use álcool gel a 70%.

• Cubra o nariz e a boca ao espirrar ou tossir.

• Evite aglomerações se estiver doente.

• Mantenha os ambientes bem ventilados.

• Não compartilhe objetos pessoais.



Informe da Associação Médico-Espírita do Brasil
Março/2020

22 março 2020

COVID19: Os tempos são chegados. Mas, sem alucinações, por favor! - Marcelo Henrique Pereira

COVID19: OS TEMPOS SÃO CHEGADOS, MAS, EM ALUCINAÇÕES, POR FAVOR!


“Qual pode ser a autoridade do ensinamento dos Espíritos, se eles não são infalíveis e superiores à Humanidade?” (Allan Kardec, “A Gênese”, Capítulo I, Item 1).

O ser humano – que para nós, espíritas, é um Espírito encarnado, isto é, o ser imaterial e eterno que, inúmeras vezes, volta à existência corporal para continuar sua trajetória de aprendizado e progresso – ao se deparar com os conteúdos da Doutrina dos Espíritos, se vê diante de um universo antes desconhecido.

Dá-se o mesmo com as demais áreas do conhecimento humano, entre as quais se destacam as filosofias e as ciências. Deixo de fora as religiões (crenças) porquanto estas se baseiam, fortemente, no conteúdo sobrenatural e na não-razoabilidade das explicações decorrentes dos mistérios e dos dogmas religiosos. São importantes, estas últimas, na trajetória do ser, mas elas vão sendo deixadas de lado à medida que o indivíduo, o ser espiritual, desvencilha-se delas associando suas crenças à interpretação racional dos fatos.

A vida física – e suas inúmeras dificuldades – nos endereça, por vezes, à tentativa de entendimento das distintas situações, sejam as que nos atingem diretamente, seja aquelas que ocupam os noticiários da imprensa e das redes sociais. Não é difícil, assim, imaginar que o estudante (e não o estudioso) da Doutrina dos Espíritos se apresse em tentar buscar “respostas” ou “justificativas” para contextos e ocorrências. Também é muito comum aqueles que são versados nas “letras espíritas”, seja por meio de textos seja pela (agora mais comum) apresentação de temas pela verbalização, gravada em vídeos, apresentarem a chamada “visão espírita” disso ou daquilo. Para não deixar nada de fora, coloco neste segmento, também, os palestrantes e dirigentes de instituições ditas espíritas que também se prestam a interpretar “de modo espírita” os fatos do mundo em que estamos vivendo.

Há uma “necessidade” muito grande de “explicar” as coisas do “modo espírita”, não é mesmo? E, em assim sendo, é justamente neste contexto que se deve ter muita cautela, evitar a pressa e a simplificação perigosa dos fatos e evitar-se os achismos e, pior, as explicações “sobrenaturais” ou “fantásticas”. Kardec, mesmo, alertou seguidamente, estabelecendo a linha demarcatória entre o conteúdo das crenças e religiões e o do Espiritismo, posto que este último não se ocupa, jamais, do fantástico ou do sobrenatural. Do contrário, fornece a Doutrina dos Espíritos a interpretação natural, lógico-racional dos fenômenos e das leis espirituais. Vide, a propósito, a excelente dissertação “O maravilhoso e o sobrenatural”, contida na Revue Spirite, de Setembro de 1860, em que se lê: “o Espiritismo nos dá a chave de uma porção de coisas inexplicadas e inexplicáveis por qualquer outro meio e que em tempos remotos puderam passar por prodígios”.

Em paralelo, nunca se teve tanta polarização política como nos dias de hoje, levando ao estabelecimento de muros quase intransponíveis entre partidários – não necessariamente conhecedores a fundo – de ideologias sócio-políticas. E isto, mesclado com a chamada “crença pessoal” e, também, a “lente” de interpretação de cada um acerca do que leu ou ouviu em termos de conteúdo espírita, amplifica por demais a “ânsia” de interpretação dos fatos que ocorrem em nosso planeta.

Nos últimos dias – mais acentuadamente a partir da confirmação dos primeiros casos de Corona Vírus (COVID19) em terras brasileiras – tem-se estado em contato com inúmeros textos, seja os desenvolvidos pelos próprios espíritas, em artigos ou em manifestações nas redes sociais, sejam os alegadamente provindos de “fontes mediúnicas”, isto é, presentes em textos supostamente “psicografados” em reuniões das instituições espíritas. Grande parte deste conteúdo, já nos primeiros parágrafos, destoa completamente das diretrizes e dos princípios espiritistas, contendo, inclusive, “explicações” que não resistem ao mero cotejo com itens básicos contidos na primeira obra de Allan Kardec, “O livro dos Espíritos”.

O que acontece, via de regra, é que quem lê, embora já tenha alguma “embocadura” ou “constância” dita espírita, seja pela leitura de romances, a frequência a reuniões de exposição doutrinária (palestras) e, até, pasmem, reuniões de estudo ou, até – o que é ainda mais grave – de prática mediúnica, não é submetido aos FILTROS DOUTRINÁRIOS.

Mas, o que seria isso? Acho que nunca ouvi falar de “filtro doutrinário”. Isso existe? – é o que você, leitor, deve estar se perguntando.

Sim, caríssimos! O Espiritismo possui, sim, filtros doutrinários. E foi Kardec quem os estabeleceu ao cunhar e legar para a Humanidade (daquele tempo e a de tempos vindouros, como o nosso) o conjunto de princípios e fundamentos da Doutrina dos Espíritos. Para tal, não retirou da sua própria cabeça os elementos que dão corpo ao Espiritismo. Selecionou, interpretou, complementou, introduziu, referenciou, estabeleceu contornos e correlações entre as milhares de comunicações que recebeu, produzidas pelo intercâmbio mediúnico com as Inteligências Invisíveis e, selecionando-as, descartou aquelas que eram: 

1) contrárias à lógica, à racionalidade e ao bom senso; 

2) moralmente úteis, mas vinculadas ao pensamento de crenças ou filosofias que reconheciam dogmas ou verdades indiscutíveis, incompatíveis com a base espírita; e, 

3) as que pudessem ser contrárias aos próprios elementos constitutivos da doutrina, como os princípios em que ela se fundamenta.

Somente após isto e, ainda mais, reconhecendo como válidas aquelas que sobrevivessem à comparação com outras, obtidas independentemente, em lugares e momentos diferentes, por médiuns distintos, assinadas por Espíritos ímpares, concordes entre si e em relação aos já citados princípios espiritistas, que podemos resumir em: Deus, Espírito, Reencarnação (Pluralidade das Existências), Comunicabilidade entre os Espíritos (Mediunidade), Pluralidade dos Mundos Habitados, Progresso Espiritual e Livre-Arbítrio. Faço uma ressalva de que a enunciação dos princípios pode não ser de concordância de todos pois há os que colocam o Progresso e o Livre Arbítrio “apenas” como Leis Espirituais (e não princípios). Isto é secundário, cremos. O que se destaca é que não se tem, no conjunto de 32 obras publicadas, em vida, por Kardec, nenhuma mensagem que afronte, seja um, sejam vários dos princípios espiritistas.

Não é o que vemos, infelizmente, em palestras ou textos (artigos ou psicografias) que se intitulam espíritas, sobretudo neste momento tão delicado da existência da Humanidade terrena, diante, por exemplo, além dos demais infortúnios, dificuldades e problemas individuais e coletivos dos seres que estagiam neste orbe, a proliferação do COVID19.

É preciso sensatez e responsabilidade! Por coerência e fidelidade ao Espiritismo!

Assim sendo, diante dos fatos e com a visão que suplanta a mera (e efêmera) impressão que os olhos materiais consagram, escudados no conteúdo basilar do Espiritismo, diante do COVID19, é possível afirmar:

1. A existência físico-material compõe-se de provas e expiações, sendo, ambas, em conjunto, oportunidades necessárias ao aprimoramento (progresso) espiritual dos indivíduos (“O livro dos Espíritos”, Livro Segundo, Capítulo V, “Escolha das Provas” e Livro Quarto, Capítulo I, “Penas e Gozos Terrenos”; “O evangelho segundo o Espiritismo”, Capítulo III, Mundos de Expiações e Provas”);

2. As dificuldades da vida física – inclusive as doenças ou enfermidades que existem e as novas que são diagnosticadas – compreendem o conjunto de elementos que permitem a indivíduos e coletividades o exercício da inteligência para a superação daquelas, a partir do enfrentamento biológico-clínico e da adaptação de governos e coletividades às novas situações que ocorrerem (“O livro dos Espíritos”, Parte Terceira, Capítulo V, “Lei de Conservação”; “O evangelho segundo o Espiritismo”, Capítulo V, “Causas Atuais das Aflições” e Capítulo XXVIII, Item V, “Preces pelos doentes e pelos obsidiados”; “A Gênese, Capítulo III, “Origem do bem e do mal”);

3. Na atuação das pessoas de boa vontade, encarnadas, em diversos setores da vida física, dedicando-se a minorar dores e deficiências e a encontrar alternativas, inclusive econômico-financeiras, percebe-se a aproximação das Inteligências Invisíveis, orientando e influenciando as primeiras para a resolução de problemas e a superação de dificuldades (“O livro dos Espíritos”, Parte Segunda, Capítulo IX, “Influência dos Espíritos em nossos pensamentos e atos”);

4. Especialmente no segmento da biologia e da medicina, pesquisadores e cientistas dedicados aos seus ofícios e misteres, sem a ganância e a predominância dos interesses meramente materiais, mas imbuídos de princípios de solidariedade e fraternidade, constituem-se em Espíritos mais adiantados que, cumpridos os objetivos, credenciam-se espiritualmente na marcha do progresso espiritual, inclusive para a encarnação futura em planos mais adiantados que os nossos (“O livro dos Espíritos”, Parte Segunda, Capítulo VII, “Influência do organismo”, Capítulo X, “Ocupações e Missões dos Espíritos” e Parte Terceira, Capítulo XII, “Da Perfeição Moral”; “A Gênese”, Capítulo XXVIII, “A Geração Nova”; “Revue Spirite”, Janeiro, 1863, “Barbárie na Civilização”);

5. Nas mais diversas situações do cotidiano, distinguem-se indivíduos despertos e solidários à dor alheia, buscando minimizá-la e assisti-la, diferentemente daqueles que meramente se comprazem com a necessidade alheia e visam proveitos materiais ou sociais, em cima dos infortúnios individuais ou coletivos (“O livro dos Espíritos”, Parte Terceira, Capítulo XI, “Lei de Justiça, Amor e Caridade”; “O evangelho segundo o Espiritismo”, Capítulo XV, “Fora da Caridade não há Salvação”);

6. A noção espírita de Deus distancia-se do conceito antropomórfico do Criador, presente em grande parte das religiões e crenças, porquanto se acha, no Espiritismo, distante das ideias de pecado, culpa, pena e castigo, ou, em contraponto, das de benesses, perdões, graça e salvação (“O livro dos Espíritos”, Parte Primeira, Capítulo I, “Deus”, Parte Terceira, Capítulos I e XI, “A Lei Divina ou Natural” e “Lei de Justiça, Amor e Caridade”, Parte Quarta, Capítulos I e II, “Penas e Gozos Terrestres” e “Penas e Gozos Futuros”);

7. Os problemas da existência física e os contornos da materialidade não são objeto da ação (terapêutica ou resolutiva) dos Espíritos desencarnados, como se a eles incumbisse o papel de solucionar as questões que fazem parte da própria contingência material, em que a manutenção da vida individual e coletiva, a preservação do meio ambiente e as variantes do progresso econômico-social, são decorrentes das ações humanas, dos seres encarnados, onde cada um responde (positiva ou negativamente) e se responsabiliza (espiritualmente) por ações ou omissões (“O livro dos Espíritos”, Parte Terceira, Capítulos V, VI e VIII, “Lei de Conservação”, “Lei de Destruição” e “Lei do Progresso”);

8. Caso a problemática de saúde que o planeta experiencia neste momento, com o COVID19, seja decorrente da natural mutação genética e das questões sócio-ambientais dos distintos países e aglomerados humanos, as Leis Espirituais serão naturalmente aplicadas a todos, inclusive em termos de futuras existências, onde, para a contingência em questão, pode-se lembrar da assertiva atribuída a Jesus de Nazaré: “a cada um segundo suas obras” (“O evangelho segundo o Espiritismo”, Capítulo XVI, “Parábola dos Talentos”; “O Céu e o Inferno”, Primeira Parte, Capítulo III, “O Céu”; “A Gênese”, Capítulos I e XVII, “Caráter da Revelação Espírita” e “Predições do Evangelho”);

9. Entretanto, se, como se cogita, as dificuldades, inclusive as sequelas físicas e psicológicas e os óbitos decorrentes da contaminação pelo vírus forem resultado de experimentos genéticos provocados ou proliferação criminosa do material originário, pode-se relembrar a passagem igualmente atribuída a Jesus, e contida em “O evangelho segundo o Espiritismo”, acerca dos “escândalos necessários”, justamente porque, perante a Justiça Divina nada ou ninguém passa imune (“O evangelho segundo o Espiritismo”, Capítulo XII); e, finalmente,

10. Que o cenário atual nos sirva de inspiração para o exercício não só do raciocínio lógico espírita, na interpretação de tudo o que nele está contido, mas para despertar a necessidade do próprio despertamento interior para as verdades espirituais, concorrendo para a nossa própria melhora de pensamentos, palavras e atitudes, bem como, e mais relevantemente, da minoração das dores porque passam indivíduos e sociedades, em virtude da segregação destes, de meios produtivos, riquezas e benefícios, e das modalidades contemporâneas de escravatura – física, moral e psicológica – que nos aproximam de estágios anteriores, de barbárie e selvageria, em face de que grande parte das coletividades ainda se acha privada do exercício e do desfrute dos mínimos direitos fundamentais da espécie humana, consagrados que foram, a partir de 1948, na “Declaração Universal dos Direitos do Homem” (“O livro dos Espíritos”, Parte Segunda, Capítulo VI, “Escolha de Provas”, Parte Terceira, Capítulos VIII, IX, XI e XII, “Lei do Progresso”, “Lei de Igualdade”, “Lei de Justiça, Amor e Caridade” e “Perfeição Moral”; “O Céu e o Inferno”, Primeira Parte, Capítulo III, “O Céu”; “A Gênese”, Capítulo XI, “Gênese Espiritual”).

A par de todas as providências que, coerentes e sensatas, devem ser tomadas pelos espíritas, homens de bem, atentando para as recomendações das autoridades sanitárias e políticas, na forma de atitudes responsáveis e seguras, que prossigamos com serenidade, equilíbrio e prudência, para enfrentarmos com dignidade este momento agudo da existência humana neste planeta.

Por fim, que os espíritas conscientes atuem, também, efetivamente, no esclarecimento de seus pares, que compõem instituições ou grupos, presenciais ou virtuais, espíritas, afastando a proliferação de mensagens ambíguas, irracionais, demagógicas, ufanistas, de religiosidade discutível e de espiritualidade confusa, para que não sejamos, nós, os arautos do misticismo, do fantástico e do sobrenatural, diante de uma doutrina logica e racionalmente estruturada por Kardec, que é o Espiritismo.

Lembremos, outrossim, neste diapasão, o que o próprio preclaro professor francês nos ensinou no seu “Manual de Mediunidade – Guia dos Médiuns e Doutrinadores”: “[…] quando dá muita atenção a certas leituras, ou a histórias de sortilégios, que impressionam, a pessoa, lembrando-se mais tarde dessas coisas, julga ver o que não existe” (Kardec, “O livro dos Médiuns”, Segunda Parte, Capítulo VI, Item 113).

Os tempos são chegados, diz a máxima evangélica, referendada pelo Espiritismo. Que nos credenciemos a passar por esses tempos e seguirmos adiante, na fieira de progresso individual e social que nos aguarda!

Marcelo Henrique Pereira