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31 julho 2012

O Alcoolismo - Victor Hugo


O Alcoolismo

Sem nos determos no exame dos fatores sócio-psicológicos causais do alcoolismo generalizado, de duas ordens são as engrenagens que o desencadeiam, - observado o problema do ponto de vista espiritual.

Antigos viciados e dependentes do álcool, em desencarnando não se liberam do hábito, antes sofrendo-lhe mais rude imposição.

Prosseguindo a vida, embora a ausência do corpo, os vícios continuam vigorosos, jungindo os que a eles se aferraram a uma necessidade enlouquecedora. Atônitos e sedentos, alcoólatras desencarnados se vinculam às mentes irresponsáveis, de que se utilizam para dar larga à continuação do falso prazer, empurrando-os, a pouco e pouco, do aperitivo tido como inocente ao lamentável estado de embriaguez.

Os que lhes caem nas malhas, tornam-se, por isso mesmo, verdadeiros recipientes por meio dos quais absorvem os vapores deletérios, caindo, também, em total desequilíbrio, até quando a morte advém à vítima, ou as Soberanas Leis os recambiam à matéria, que padecerá das dolorosas injunções constritoras que lhe impõe o corpo perispiritual...

Normalmente, quando reencarnados, os antigos viciados recomeçam a atividade mórbida, servindo, a seu turno, de instrumento do gozo infeliz, para os que se demoram na Erraticidade inferior...

Outras vezes, os adversários espirituais, na execução de uma programática de desforço pelo ódio, induzem os seus antigos desafetos à iniciação alcoólica, mediante pequenas doses, com as quais no transcurso do tempo os conduzem à obsessão, desorganizando-lhes a aparelhagem físio-psíquica e dominando-os totalmente.

No estado de alcoolismo faz-se muito difícil a recomposição do paciente, dele exigindo um esforço muito grande para a recuperação da sanidade.

Não se afastando a causa espiritual, torna-se menos provável a libertação, desde que, cessados os efeitos de quaisquer terapêuticas acadêmicas, a influência psíquica se manifesta, insidiosa, repetindo-se a lamentável façanha destruidora...

A obsessão, através do alcoolismo, é mais generalizada do que parece.

Num contexto social permissivo, o vício da ingestão de alcoólicos torna-se expressão de status, atestando a decadência de um período histórico que passa lento e doído.

Pelos idos de 1851, porque enxameassem os problemas derivados da alcoolofilia, Magno Huss realizou, por vez primeira, um estudo acurado da questão, promovendo um levantamento dos danos causados no indivíduo e alertando as autoridades para as conseqüências que produz na sociedade.

Os que tombam na urdidura alcoólica, justificam-lhe o estranho prazer, que de início lhes aguça a inteligência, faculta-lhes sensações agradáveis, liberando-os dos traumas e receios, sem se darem conta de que tal estado é fruto das excitações produzidas no aparelho circulatório, respiratório com elevação da temperatura para, logo mais produzir o nublar da lucidez, a alucinação, o desaparecimento do equilíbrio normal dos movimentos...

Inevitavelmente, o viciado sofre uma congestão cerebral intensa ou experimenta os dolorosos estados convulsivos, que se tornam perfeitos delírios epilépticos, dando margem a distúrbios outros: digestivos, circulatórios, nervosos que podem produzir lesões irreversíveis, graves.

A dependência e continuidade do vício conduz ao delirium tremens, resultante da cronicidade do alcoolismo, gerando psicoses, alucinações várias que culminam no suicídio, no homicídio, na loucura irrecuperável.

Mesmo em tal caso, a constrição obsessiva segue o seu curso lamentável, já que, não obstante destrambelhadas as aparelhagens do corpo, o espírito encarnado continua a ser dominado pelos seus algozes impenitentes em justas de difícil narração...

Além dos danos sociais que o alcoolismo produz, engendrando a perturbação da ordem, a queda da natalidade, a incidência de crimes vários, a decadência econômica e moral, é enfermidade espiritual que o vero Cristianismo erradicará da Terra, quando a moral evangélica legítima substituir a débil moral social, conveniente e torpe.

Ao Espiritismo cumpre o dever de realizar a psicoterapia valiosa junto a tais enfermos e, principalmente, a medida preventiva pelos ensinos corretos de como viver-se em atitude consentânea com as diretrizes da Vida Maior.

Victor Hugo (espírito)
Psicografa de Divaldo Franco
Livro: Calvário de Libertação

30 julho 2012

Tens Estudado?- Camilo


TENS ESTUDADO?

É do costume ocidental perguntar em demasia e meditar pouquíssimo.

Uma ansiedade por respostas prontas, absolutas, que possam servir a todas e quaisquer situações, parece tomar conta das pessoas.

Pouco se cogita de formar uma ordem de concepções e de ideias, com base não só no material intelectual coletado de textos variados, de falas valorosas, mas, tudo isso apoiado em claras reflexões desenvolvidas ao longo do tempo, capacitando o indivíduo ao amadurecimento dos seus argumentos, das suas decisões, da sua vida.

É, daí, importantíssimo o ato de estudar e de estudar-se, com o fim de melhor situar-se o indivíduo no campo da lucidez.

Tens estudado? Ou segues conformado com as possibilidades de perguntar isso e aquilo a fulano ou a beltrano?

Não podemos desprezar o valor da pergunta didática, do questionamento científico ou da indagação filosófica. O que não deveremos aplaudir ou alimentar é esse gosto irrefletido de interrogar por interrogar, sem nenhuma coragem de mergulhar nos vastos oceanos do conhecimento formalizado pelas diversas áreas do conhecimento humano, que permite sistematizar as informações, recrutando-as dos pesquisadores mais respeitáveis, evitando amarrar-se a teias de opiniões de pessoas que, muitas vezes, acham-se inseguras para darem respostas, mas dão-nas mesmo assim aos conformados e inveterados perguntadores.

Estuda, pois, e estuda muito.

Na esfera dos conhecimentos espíritas, que desvendam realidades do mundo invisível para que se façam informadas as criaturas, encontrarás formidáveis conteúdos, imbatíveis argumentações, avultada claridade, alicerçados em pujante lógica, capazes, assim, de tornarem onusta de bênçãos de saber a tua intimidade sequiosa de verdades, aquelas verdades que o mundo já pode suportar.

Pergunta, sim. Mas, não te conformes com isso. Alevanta-te desse desastroso comodismo; ergue-te dessa inércia para o autoaprimoramento; lança-te aos textos, analisa os contextos, elabora teus raciocínios e discute-os, amadurecidamente, podando as arestas e firmando posições sempre abertas às complementações, aos enriquecimentos aos quais a tua continuada e feliz inquietação intelectual deverá conduzir-te.

Do “Revelações de Luz”
De J. Raul Teixeira
Pelo Espírito Camilo

29 julho 2012

Processos Obsessivos - Victor Hugo


PROCESSOS OBSESSIVOS

Afirmamos que os processos obsessivos são meticulosamente planejados e que, na trama dos acontecimentos humanos, sempre há a acção das mentes desencarnadas; a que protegem e guiam a Humanidade, como aquelas que conspiram contra o bem estar do homem. Não restam dúvidas quanto à vitória final dos construtores dos povos e do homem integral, pela vinculação mantida com a Divindade que os inspira e, a seu turno, os conduz.

Os outros, os que ainda se estribam na violência, recebem, igualmente, os nobres impulsos para a perfeição, demorando-se nos propósitos inferiores, enquanto lapidam as arestas e adquirem as experiências da razão e da intuição, liberando-se das altas cargas das sensações e paixões animalizantes, que os asselvajam.

Lamentável é. a falta de siso dos espiritualistas e geral e de alguns espiritistas em particular, porque, informados da sobrevivência fio Espírito ao túmulo, bem como da sua preexistência ao berço e das naturais interferências que consegue nas actividades humanas, não se consciencializam em definitivo, assumindo uma atitude mental e moral que os precate, os imunize contra a agressão desses infelizes espirituais, cuja psicosfera que produzem de par com as emanações dos seus obsessos, gera a poluição mental que vem vitimando milhões de incautos em trânsito pelo mundo.

Nos seus variados processos- de perseguição, utilizam-se das horas do repouso físico aos seus desafectos do passado ou antagonistas do presente, a fim de os surpreenderem, no parcial desdobramento pelo sono, atemorizando-os, quando não os conseguem conduzir aos antros de sombra onde vivem, exaurindo-lhes as resistências pela insidiosa e constante vigilância, mediante absorção vampirizante, com que impossibilitam o repouso necessário ao equilíbrio físico e à harmonia mental.

Aparecem-lhes com aspecto pavoroso, assumindo personificações bizarras de demónios com figurações além das mais férteis imaginações, produzem hipnoses de profundidade, instalam matrizes nos centros cerebrais - onde se encontram os registros psíquicos das dívidas e erros -, que desconectam a pouco e pouco, mediante pertinaz perseverança...

...E os pesadelos atormentam os futuros obsessos, infligindo-lhes pavores à hora do sono. desanimando-os nos processos de paz.

Somente as acções da beneficência, a vigilância nos actos morais, a prece ungida de fervor constituem antídotos a tais estratégias do mal, por situarem o espírito que se enobrece em faixa vibratória superior, inacessível às suas interferências, proporcionando uma sintonia com as mentes engrandecidas dos Instrutores e Guardiães da criatura humana.

Enquanto não se consiga uma conscientização geral, através da educação espiritual do ser, feita nas bases e métodos da razão, do esclarecimento e do amor, a Terra e a sua quase totalidade de habitantes sofrerão os revezes da própria incúria. até quando ao Senhor aprouver mudar as estruturas vigentes através de metodologias outras que nos escapam ao entendimento.

Victor Hugo (espírito)
Psicografa de Divaldo Franco
Livro: Calvário de Libertação

28 julho 2012

Não Violentes - Miramez


NÃO VIOLENTES

Não deves violentar o que for tocado por ti, em nenhuma circunstância.

Procura estudar todos os casos com que te defrontas em teus caminhos, pois todos eles têm soluções nas pautas das tuas atividades.

Na forja dos teus pensamentos, não devem existir agressões.
A mente é, pois, um terreno sensível onde os cuidados não podem faltar.
Sê parcimonioso nos tratos com as tuas próprias ideias.

O campo de força mental é divisível em equações inumeráveis que a própria

ciência desconhece na atualidade. Tal sabedoria não passa desapercebida pelos grandes

místicos. Eles são familiarizados com a gênese dos pensamentos e as formações das ideias.

O que se torna difícil para um iniciante nos corredores da mente, eles alcançam com facilidade, arrancando, pela raiz, os sentimentos indesejados que, por vezes, queiram brotar na profundidade do ser.

O sábio, na originalidade do santo, trabalha sem participação agressiva dos sentimentos inferiores e busca condições em si mesmo para a paz de muitos.
A violência é produto da ignorância.
Todo espírito incapacitado para tais ou quais trabalhos internos alia-se à violência, agredindo quem quer que seja, mostrando que tem, sem perceber, o pior.

O espírito superior não se ofende com ataques exteriores.
Ele comunga sempre com a paz de consciência, sem impor condições a ninguém.
Ajuda em silêncio a todas as criaturas na libertação de cada uma.

A alma que ama sem exigências não maltrata a quem quer que seja.
Conhece a evolução de cada coisa e de cada um, respeitando seus direitos e dando-lhes forças para cumprirem seus deveres.
O escandaloso é aluno das trevas e veste a roupagem das sombras, de fácil identificação.
O ser de bem é educado e faz questão da autodisciplina em todos os seus atos.

Procura a vida reta, sem agredir os que ainda não salientaram virtudes, sem a algazarra da vaidade e sem a prepotência do orgulho.
Quem deseja mostrar aos outros o que é, aquilo que está conquistando de bom, ainda não se cientificou das leis de comportamento, porque quem prega a própria conquista, na realidade duvida dela.
A quem já alcançou a graça do perdão, basta viver perdoando, sem pensar em anunciar isso, porque a natureza se encarrega do reconhecimento e Deus sabe ler em silêncio o que cada um está fazendo na vida.
A mentira que forjamos sobre nossas falsas virtudes nos deixa um saldo de inquietação, frustrando nosso comportamento.
Jesus já dizia: ... que a vossa mão esquerda não saiba o que faz a vossa mão direita...

Nas linhas da iniciação cristã, somente quem não compreende ,são os cegos e surdos de entendimento.
Não violentes teu companheiro impondo a ele tuas ideias.
O exemplo é escola suave que modela a fraternidade de acordo com a criatura e o silêncio agrada a todos, quando é aproveitado com amor.
A agressividade nasce dos distúrbios dos sentimentos e da desarmonia do coração.

Sê benevolente e manso, cordial e prestativo, que vestirás a roupagem da paz, distribuída pelas leis de Deus, que palpitam no coração do Universo.

Miramez
Médium: João Nunes Maia

27 julho 2012

Sob Limites - Joanna de Ângelis


SOB LIMITES

O dia pujante, marcha para o ocaso.
O ano, de largos dias, não excede um minuto na ampulheta do tempo.
A existência física, mesmo duradoura, não logra evitar a morte.
Tudo, na Terra, são limites.
Só a vida em plenitude permanece, mergulhando e liberando-se dos envoltórios transitórios de que se reveste, para as transformações e avanços na fatalidade da perfeição que busca e alcançará.

*

Nunca te suponhas indene aos acontecimentos dos processos da evolução.
Embrulha-te nos tecidos da humildade e avança, trabalhando sem cansaço.
Conserva o otimismo em tuas realizações, mesmo quando os céus da tua experiência estejam nublados por espessas sombras de dificuldades.
Quem receia agir no bem, entorpece as resistências da realização.

*

A prepotência age para a loucura.
A presunção atua para o desequilíbrio.
Só o amor, calcado no interesse pelo próximo, logra produzir para a Vida.

*

Instado a edificar o bem, onde estejas, não postergues a oportunidade.
Não conseguindo o desiderato, evita lamentar o esforço despendido.
A rosa aromatiza o ar; quantos se inebriam, preferem o aroma. Sê tu a rosa.
Todos bendizem o ar balsâmico da Natureza que os refrigera e agrada. Sê tu a brisa abençoada.
Na ambiência da tranquilidade, todos anelam por fruí-la. Sê tu quem a propicia.
Melhor ensejar ventura do que gozá-la.

*

Recorda Jesus, que tudo investiu em amor, para, mesmo sofrendo, ensinar o homem a ser feliz, não ultrapassando os deveres e submetendo-se, Ele, que é o nosso apoio às limitações do mundo, onde, por enquanto, nos encontramos a crescer e a evoluir.

Livro: Alerta
Divaldo P. Franco por Joanna de Ângelis


26 julho 2012

Problemas no Matrimônio - Joanna de Ângelis


PROBLEMAS NO MATRIMÔNIO

À exceção dos casos de relevantes compromissos morais, o matrimônio, na Terra, constitui abençoada oportunidade redentora a dois, que não se pode desconsiderar sem gravames complicados.

Em toda união conjugal as responsabilidades são recíprocas, exigindo de cada nubente uma expressiva contribuição, a benefício do êxito de ambos, no tentame encetado.

Pedra angular da família - o culto dos deveres morais -, a construção do lar nele se faz mediante as linhas seguras do enobrecimento dos cônjuges, objetivando o equilíbrio da prole. Somente reduzido número de pessoas, se prepara convenientemente, antes de intentar o consórcio matrimonial; a ausência desse cuidado, quase sempre, ocasiona desastre imediato de conseqüências lamentáveis.

Açulados por paixões de vária ordem, que se estendem desde a atribuição sexual aos jogos dos interesses monetários, deixam-se colher por afligentes desvarios, que redundam maior débito entre os consorciados e em relação à progenitura...

Iludidos, face aos recursos da atual situação tecnológica, adiam, de início, o dever da paternidade sob justificativas indébitas, convertendo o tálamo conjugal em recurso para o prazer como para a leviandade, com que estiolam os melhores planos por momento acalentados.

Logo despertam, espicaçados por antipatias e desajustes que lhes parecem irreversíveis, supõem que somente a separação constitui fórmula solucionadora quando não derrapam nas escabrosidades que conduzem aos lúgubres crimes passionais.

Com a alma estiolada, quando a experiência se lhes converteu em sofrimento, partem para novos conúbios amorosos, carregando lembranças tormentosas, que se transformam em pesadas cargas emocionais desequilibrantes.

Alguns, dentre os que jazem vitimados por acerbas incompreensões e anseiam refazer o caminho, se identificam com outros espíritos aos quais se apegam, sôfregos, explicando tratar-se de almas gêmeas ou afins, não receando desfazer um ou dois lares para constituir outro, por certo, de efêmera duração.

Outros, saturados, debandam na direção de aventuras vis, envenenando-se vagarosamente.

Enquanto a juventude lhes acena oportunidades, usufruem-nas, sem fixações de afeto, nem intensidade de abnegação. Surpreendidos pela velhice prematura, que o desgaste lhes impõe, ou chegados à idade do cansaço natural, inconformam-se, acalentando pessimismo e cultivando os resíduos das paixões e mágoas que os enlouquecem, a pouco e pouco.

*

O amor é de origem divina. Quanto mais se doa, mais se multiplica sem jamais exaurir-se.

Partidários da libertinagem, porém, empenham-se em insensata cruzada para torná-lo livre, como se jamais não o houvera sido. Confundem-no com sensualidade e pensam convertê-lo apenas em instinto primitivo, padronizado pelos impulsos da sexualidade atribulada.

Liberdade para amar, sem dúvida, disciplina para o sexo, também. Amor é emoção, sexo sensação.

Compreensivelmente, mesmo nas uniões mais ajustadas, irrompem desentendimentos, incompreensões, discórdias que o amor suplanta.

O matrimônio, desse modo, é uma sociedade de ajuda mútua, cujos bens são os filhos - Espíritos com os quais nos encontramos vinculados pelos processos e necessidades de evolução.

Pensa, portanto, refletindo antes de casar. Reflexiona, porém, muito antes de debandar, após assumidos os compromissos.

As dúvidas projetadas para o futuro sempre surgem em horas inesperadas com juros capitalizados. O que puderes reparar agora não transfiras para amanhã. Enquanto luz tua ensancha, produze bens valiosos e não te arrependerás.

*

Tendo em vista a elevação do casamento, Jesus abençoou-o em Caná com a Sua presença, tomando-o como parte inicial do Seu ministério entre os homens.

E Paulo, o discípulo por excelência, pensando nos deveres de incorruptibilidade matrimonial, escreveu, conforme epístola número 5, aos Efésios, nos versículos 22 e 25: "as mulheres sejam sujeitas a seus maridos, como ao Senhor... Assim também devem os maridos amar a suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo". Em tão nobre conceito não há subserviência feminina nem pequenez masculina, antes, ajustamento dos dois para a felicidade no matrimônio.

Joanna de Ângelis, da obra "Celeiro de Bênçãos"
Psicografia de Divaldo Pereira Franco


25 julho 2012

Reparação - Emmanuel


REPARAÇÃO

Na Terra, muitas vezes, aguardamos a passagem da desencarnação para o ingresso ao paraíso, esquecendo na vizinhança a oportunidade de construir o Céu pela implantação da verdadeira fraternidade.

*

Em muitas ocasiões, suspiramos pela presença dos anjos recusando os mais ínfimos exercícios de compaixão e bondade, a benefício de outrem.

*

Habitualmente, rogamos o amparo divino, sem ceder um milímetro de nosso conforto humano e, quase sempre, reclamamos a bênção dos instrutores espirituais cerrando a porta de nossas almas aos que nos suplicam entendimento e perdão.

*

É imprescindível, porém, recordar que ninguém precisa morrer na carne para ressurgir na atitude.

*

O sol renascente, cada manhã, ensina-nos, em silêncio, que a vida começa todos os dias e que em todos os dias é possível refazer o destino pela reparação voluntária de nossos próprios erros.

*

Aprendamos a fazer luz no íntimo de nós mesmos, através do estudo nobre e a corrigir nossos males pelo serviço do bem constante.

*

Saibamos edificar, segundo o amor claro e simples, e perceberemos, em cada instante, o nosso ensejo de cooperar em favor dos outros.

*

Dispõe a semelhante mister e não encontrarás no campo em que jornadeias senão companheiros de esperança e de luta, mendigando-te o coração.

Enxameiam aqui e ali, aflitos e desditosos, ainda mesmo quando se te afigurem dominados de orgulho ou envilecidos na vaidade.

Não lhe agraves a dor estendendo as sombras que lhes obscurecem as horas.

*

Foge à reprovação que aniquila, evita o sarcasmo que envenena, esquece a exigência que desfigura e abstém-te da acusação que vergasta...

*

Lembra-te de que a todos nós cabe o dever do auxílio para que sejamos auxiliados.

*

E, reparando, incessantemente, o mal que outrem provoque, estarás restaurando o próprio caminho que, limpo e renovado, deixará passar, em teu socorro, a luz do bem eterno, de que ninguém prescinde na ascensão para Deus.
De Confia e Segue
De Francisco Cândido Xavier
Pelo Espírito Emmanuel

24 julho 2012

Mãos Benditas - Maria Dolores


MÃOS BENDITAS

Escuta-nos, Senhor,
Na luz do Lar Celeste!
Desejamos, Jesus, agradecer-te
As mãos benditas que nos deste!
Aquelas mãos sublimes
Que nos entreteceram o berço
Entre as forças do mundo,
Que fizeram escolas,
Aquelas que tornaram nossos dedos,
Revestidas por ti de amor terno e profundo
A fim de penetrarmos nos segredos
Das palavras e letras da instrução...

As que encontramos no caminho,
Quando a sombra da mágoa nos alcança
E acendem para nós com simpatia
O facho da esperança.
Aquelas que nos trazem,
Ao sol do dia-a-dia,
Exemplos de trabalho.
As que cavam a terra,
Muita vez suportando espinhos agressores
E vibram de alegria
Ao vê-la transformar-se em celeiro de flores!

As que fazem o pão,
As que costuram vestes multiformes,
Cobertura e agasalho,
Aquelas que nos dão
A bênção da limpeza,
As que buscam nos dons da Natureza,
Quantas vezes, cansadas de lutar,
Os recursos da vida
Que nos erguem o lar...

As que socorrem os doentes,
As que se inclinam para os sofredores,
Em recintos de angústia, lares e hospitais,
Que afagam companheiros indigentes
Ou que protegem pobres pequeninos
Revelando desvelos maternais!

As que orientam para a ordem,
Garantindo a justiça e a segurança,
As que escrevem bondade, educação, beleza,
Em que a estrada se eleva e a mente se aprimora,
Criando, mundo afora,
Idéias de otimismo, reconforto,
Das quais se estende a luz de surpresa em surpresa...

Aquelas que se humilham quais violetas
E, revolvendo o pó,
Levantam nosso irmão ou nossa irmã
Caídos nas sarjetas
Ou no esgoto comum,
De coração dizendo a cada um:
– “Você não está só”.

As que foram batidas
Por críticas mordazes
E prosseguem agindo como fazes,
Retribuindo o mal com o bem;
As que ajudam e passam
Sem ferir a ninguém...

Benditas sejam elas
Todas as mãos, Senhor, que procuram servir,
– Exército de estrelas a buscar-te,
Edificando, em toda parte,
O Reino do Porvir.

E agradecendo-as, rogo-te, Jesus:
Toma-me as mãos vazias,
Faze-me trabalhar
Em todos os meus dias!
E porque me conheça
Tão pobre quanto sou,
De revés em revés,
Sem nem mesmo poder

Aspirar, ante os séculos futuros,
À sublime ventura,
Anseio conquistar a posição
Da serva que se esqueça
Nas tarefas de amor que o teu amor reparte.
E, a despeito de minha imperfeição,
Frágil, errada e inculta, quero dar-te
Meu próprio coração.


Pelo Espírito Maria Dolores
Do livro: Diálogo dos Vivos
Médium: Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires

23 julho 2012

Ação – Bondade - Joanna de Ângelis


Ação – Bondade

A cobrança da gratidão diminui o valor da dádiva.

O bem não tem preço, pois que, à semelhança do amor, igualmente não tem limite.

Quando se faz algo meritório em favor do próximo aguardando recompensa, eis que se apaga a qualidade da ação, em favor do interesse pessoal grandemente pernicioso.

O Sol aquece e mantém o planeta sem qualquer exigência.

A chuva abençoa o solo e o preserva rico, em nome do Criador, sustentando os seres e se repete em períodos ritmados, não pedindo nada.

O ar, que é a razão da vida, existe em tão harmonioso equilíbrio e discrição, que raramente as criaturas se dão conta da sua imprescindibilidade.

*

Faze o bem com alegria e, no ato de realizá-lo, fruirás a sua recompensa.

Ajuda a todos com naturalidade, como dever que te impões, a favor de ti mesmo, e te aureolarás de paz.

Se estabeleces qualquer condição para ajudar, desmereces a tua ação, empalidecendo-lhe o valor.
Une-te ao exército anônimo dos heróis e apóstolos da bondade.

Ninguém te saberá o nome, no entanto o pensamento dos beneficiados sintonizará com a tua generosidade estabelecendo elos de ligação e segurança para a harmonia no mundo.

Os que se destacam na ação comunitária e são aplaudidos, homenageados, sabem que, sem as mãos desconhecidas que os ajudam, coisa alguma poderiam produzir.

Assim, os benfeitores verdadeiros são os da retaguarda e não os que brilham nos veículos da Comunicação.

Aproveita o teu dia e vai semeando auxílios, esparzindo bondade de que esteja rica a tua vida, e provarás o licor da alegria na taça da felicidade de servir.


Pelo Espírito Joanna de Ângelis
Divaldo Pereira Franco - Livro: Episódios Diários


22 julho 2012

Conselhos e lembretes úteis em um Centro Espírita - Luiz Gonzaga Pinheiro


Conselhos e lembretes úteis
em um Centro Espírita


AO DOUTRINADOR
Utilize em seu diálogo a caridade e a disciplina, mas tenha cuidado para que a disciplina não atropele a caridade nem a caridade amoleça a disciplina.

AO PALESTRANTE
As palavras podem até emocionar, mas a melhor maneira de ensinar continua sendo o exemplo.

AOS DESEJOSOS DE UM ENCONTRO COM A LUZ
O local mais fácil de sermos encontrados pelos bons Espíritos é no trabalho.

AO PASSISTA
Um vaso contaminado não serve como recipiente para a água pura.

AO MÉDIUM
O estudo da Doutrina e a sua exata aplicação já é meia educação mediúnica.

AO TESOUREIRO
Não esqueça de que onde está o tesouro de um homem está, também, o seu coração.

AO FREQUENTADOR
Ajuda-te e o céu te ajudará.

AO PRESIDENTE
A arte de liderar não implica em ser servido, mas em servir.

AO EVANGELIZADOR
O verdadeiro mestre procura aplicar a si mesmo as lições que ministra.

AO RECEPCIONISTA
Trata a todos como gostarias de ser tratado.

AO DIALOGISTA
Escuta com calma e aconselha com sabedoria, pois cada pessoa traz sua dor própria e particular, seja ela física ou moral.

AO RELAÇÕES PÚBLICAS
Toda nobreza de um homem consiste, às vezes, em nada possuir.

AO SECRETÁRIO
Conta os trabalhadores da seara pelo que eles realmente são: Espíritos.

AO CONVIDADO
A diferença entre o primeiro e o último lugar é uma questão de espaço, e não, de honrarias.

AO MENTOR
Aquele que quer ser o maior que seja o que mais serve.

AOS AFLITOS
Vinde a mim todos vós que estás aflitos e sobrecarregados e eu vos aliviarei.

AO FAXINEIRO
Os três maiores bem da vida são: a saúde, a paz de consciência e a oportunidade de serviço.

Autor: Luiz Gonzaga Pinheiro

21 julho 2012

Prazeres - Lilian Karla Buniak Pinto


Prazeres


Nada faz sentido se não sabem os homens utilizar o coração para reformar-se na intimidade e pureza de Deus.

Milhares de seres humanos hoje se perdem na insensatez mundana dos prazeres mais fúteis e insignificantes.

Espelham-se em autoridades viris, e esquecem de observar a própria alma, promulgar a virtude e modificar os corações tão sedentos de fé.

Devido esta conduta, a luxúria toma conta e as conseqüências são as peripécias e tropeços causados pelos desvios e tendências incalculáveis resultantes da falta de equilíbrio e canalização de boas energias.

Triste saber que milhares de nossos irmãos vivem hoje ainda na infância intelectual, o que o Evangelho Segundo o Espiritismo resume brilhantemente como indivíduos viciosos, sujeitos à materialidade, submetidos ao jugo do instinto e não pertencentes à ordem superior da razão.

Cultivam filosofias que não passam de meros instrumentos do saber humano e que não chegam aos pés do ensino divino, pois são voltados para a satisfação do próprio egoísmo, da própria materialidade e do próprio prazer.

A sociedade hoje cria suas próprias leis, e afunda-se cada vez mais no ócio mental das próprias irresponsabilidades criadas.

A vida, para muitos da sociedade terrena, ainda não é exemplo de sabedoria e aprendizagem divina, pelo contrário, é trampolim para a perda da existência nos malefícios causados pelos desregramentos: sexo sem compromisso, drogas, álcool, imprudências alimentares e de condutas, corrupções, adultérios e materialismo.

O tempo se vai, e os dias trazem oportunidades de resgates e mudanças a cada um.

Os olhos trazem oportunidades de ver muito mais além do que a materialidade pede.

Os ouvidos trazem oportunidade para a prática do silêncio e reflexão.

E as mãos? Quantos necessitados do toque profundo da caridade e do amparo!

A escuridão está na mente de cada um, e a luz no coração!

Explicar tamanha invigilância é fácil, pois a sublimidade é doce e simples como uma rosa, mas não o é para o preguiçoso, egoísta e vaidoso, a esses restam os infortúnios e tropeços das próprias condutas.

Saber viver é saber progredir utilizando a própria consciência para a auto-análise e prática das leis divinas.

A sede mata, e não se deve esperar a fonte secar com a falta de prática das leis divinas!

As conseqüências todos sabem!


Bibliografia:

Obras básicas de Allan Kardec:

A Gênese
O Evangelho Segundo o Espiritismo
O Livro dos Espíritos
O Livro dos Médiuns
O Céu e o Inferno
Obras Póstumas



Médium de psicografia, oradora espírita, freqüenta a Associação Espírita Nosso Lar na cidade de Catanduva/SP desde 1999.


20 julho 2012

Por que Somos tão Vampirizados Energeticamente? - Bruno J.Gimenes


Por que Somos tão Vampirizados Energeticamente?

Não temos como negar, na maioria dos dias, ao final da tarde, normalmente nos sentimos esgotados. É comum vir aquele cansaço, aquela tensão, até uma dorzinha de cabeça e mal estar estomacal. Também vem a falta de paciência e o desânimo. O motivo: estamos exauridos de energia, ou melhor, dizendo, fomos sugados. Qual é a causa para tantas perdas de energia? Por que somos tão vampirizados na nossa rotina de vida?

São muitos os fatores que podem promover os roubos energéticos, mas alguns são mais marcantes, logo significativos.

Antes de tudo, é importante dizer que o corpo físico humano só existe e se mantém graças a uma força vitalizadora essencial que alguns chamam de fluido vital, outros de prana ou simplesmente Ki. São muitos os nomes dados ao longo da história da humanidade, mas o fato principal é que somos energia.

A força vital que nos alimenta recebe influência direta dos pensamentos e sentimentos que desenvolvemos durante o dia, e é aí que residem os principais detalhes a serem observados quando o assunto for roubo de energia.

Pensamentos e sentimentos ruins prejudicam intensamente a qualidade da energia que abastece o campo de energia humano. Da mesma forma, pensamentos e sentimentos positivos promovem a manutenção desta bioenergia...

O problema é que somos seres muito emocionais, o que quer dizer, que facilmente entramos de cabeça em uma ou outra emoção intensa, e estas por sua vez, são como fogos de artifícios que explodem, expandem-se e movimentam-se freneticamente. Quando essa explosão de emoções acontece, seja pelo motivo que for, há um consumo excessivo de energia vital e a bioenergia humana se desequilibra. Então, junte todos esses acontecimentos do dia, enumere-os um a um, e perceba que esses eventos são muito comuns na vida da esmagadora maioria das pessoas deste mundo.

Seu time perdeu nos pênaltis, você sente um estado de nervoso... Você se desgasta.

Você assiste a uma notícia muito ruim na televisão e sofre com isso... Você se desgasta.

Você sente raiva no trânsito... Você se desgasta.

Você sente medo de não conseguir pagar as suas contas... Você se desgasta.

Você se chateia com um amigo, parente ou cônjuge... Você se desgasta.

Você julga o comportamento alheio, faz muitas críticas... Você se desgasta.

Você reclama da vida, do seu cabelo, do seu cansaço... Você se desgasta.

Todos esses eventos comuns na vida da maioria das pessoas são os principais responsáveis pelo estado de exaustão energética que normalmente nos encontramos ao entardecer. Este fator contribui muito para o aumento da intolerância, do estresse, da raiva, da falta de amor e das doenças físicas e emocionais no mundo.

Mas a principal causa de tudo isso é o esquecimento... Esquecer quem somos, de onde viemos e qual a nossa missão aqui na Terra. Ter emoções é humano! Mas aprender a controlá-las também é uma habilidade humana de uma pessoa que esteja em sintonia com ela mesma, com a sua essência ou Eu interior.

Não podemos mais viver no "piloto automático", sem pensar nossos propósitos e sem cuidar da nossa alma. Podemos nos encontrar com a nossa essência no banco do trem, avião ou metrô, na fila de um banco e até mesmo em pequenos intervalos de um ou dois minutos que temos antes e depois das refeições.

Não devemos fechar os olhos apenas para dormir, mas para olhar para dentro. Precisamos aprender a ouvir o que a nossa essência fala. E ela fala!

Podemos dar inúmeras dicas que são incríveis para reverter esse processo de exaustão energética, ou como dizemos na comunidade espiritualista, vampirismo energético. Mas a principal dica, ou melhor, a causa raiz do problema é que deve ser observada: o esquecimento de quem somos e da nossa essência.

Volte-se para você durante o seu dia, ouça a voz da sua consciência, respire fundo alguns minutos, eleve-se a Deus, faça uma oração do seu jeito e desenvolva a gratidão.

Se você tomar essas práticas como uma rotina, em uma semana você já será uma nova pessoa. Pode fazer o teste!

Bruno Gimenes

19 julho 2012

Silencio na Casa Espirita - Alex Sandro Mazarini


Por que será que o silêncio é considerado
tão importante na casa espírita?


Se vocês tivessem que ler um contrato muito longo, em um ambiente onde estivessem reunidas mais de cinqüenta pessoas conversando ao mesmo tempo, você teria condições de entender o contrato a ponto de assiná-lo e concordar com todas suas entrelinhas?

Provavelmente a sua resposta e a da grande maioria aqui presente seriam que NÃO. O barulho que com certeza provoca o desvio da atenção desperdiçaria o trabalho da leitura deste documento e, com certeza teríamos que recomeçar várias vezes para chegarmos a um nível mínimo de compreensão e, a cada vez que houvesse esse recomeço estaríamos gastando muito mais energia do que normalmente o faríamos em uma situação de concentração total ao conteúdo exposto.

Algo muito parecido com essa situação acontece em todas as reuniões assistenciais de um Centro Espírita, quando as pessoas não se preocupam que estão em um espaço que requer silêncio e oração e passam a conversar entre si.

Entendamos aqui SILÊNCIO como algo muito maior que o simples sentido literário da palavra, pois neste caso especificamente o SILÊNCIO é muito mais do que isso!

Permanecendo em silêncio, nos voltamos para nosso interior em um momento de reflexão, o que nos faz pensar no porque de estarmos aqui, nossas angústias, nossos problemas, nossas ansiedades e reais necessidades. Mas, maior do que toda essa interiorização é o descobrimento do tamanho da nossa FÉ, pois esse é um momento de entrega, onde naturalmente conversamos com DEUS, uma conversa informal de amigo para amigo.

É a partir dessa sintonia, que podemos tirar o máximo de proveito desse momento especial, onde as boas energias circulam a nossa volta como pequenas luzes representadas pelos nossos amigos espirituais que estão aqui disponíveis e contando com nossa colaboração para que tudo saia conforme determinação de nosso Deus em sua infinita bondade.

Silêncio e prece!!! Eis a fórmula que nos aproxima de Deus!! Quando entramos em prece, vamos nos distanciando das coisas negativas e passamos a absorver o que é bom, o que é positivo.

Sentimos um bem indefinível e, vamos sentindo a esperança brotar dentro de nós. Novas perspectivas, novos pontos de vista, novos caminhos. É como se a luz da esperança entrasse pelas arestas de nossa alma.

O ambiente da Casa Espírita é reflexo do entendimento de seus freqüentadores do quanto este local pode ser definido como um hospital de almas. É como se aqui e agora tivéssemos refletida no espaço uma verdadeira UTI, igual as nossas aqui da terra e, não é só isso, em cada ambiente desta nossa casa, companheiros da espiritualidade estão trabalhando. Este trabalho invisível aos olhos da carne, não acontece só hoje, neste dia em que nos reunimos para aprender um pouco mais sobre o Evangelho de Jesus; mas sim todos os dias, dia e noite, pois por aqui passam há todos instantes espíritos necessitados de auxílio, e nossa equipe espiritual, está agindo vinte e quatro horas por dia, por todos assistidos desta nossa casa e, neste elenco está cada um de vocês.

O sucesso deste auxílio depende em muitos aspectos da harmonia e energia que aqui se encontram e essa energia e harmonia, dependem em grande parte de todos nós que aqui estamos. Devemos estar em nossa Casa Espírita, como estaríamos em um hospital, de forma respeitosa, mantendo o silêncio e a oração.

Claro que tem momentos em que seja necessário falar, mas vamos falar em tom baixo e procurar ser o mais breve possível. Isso atribui-se aos assistidos e aos trabalhadores, afinal todos juntos sem exceção, formamos o elo forte e imprescindível dessa corrente que formamos junto com a espiritualidade.

Somos a alicerce que funda essa obra de assistência, amor e dedicação ao próximo e é dessa forma que encontraremos a harmonia com os trabalhadores espirituais e estaremos contribuindo humildemente com todos os trabalhos operados neste dia tão importante de nossa Casa.

Entendemos que muitas vezes é difícil manter-nos em silêncio e oração, afinal são tantos os motivos de distração: amigos que se reencontram, crianças que brincam calor excessivo e tantos outros fatores. Muitas vezes uma situação inconveniente é inevitável, mas vamos tentar fazer esse inevitável em ordem, pois não podemos esquecer que aqui e agora neste exato momento necessitados de toda espécie estão sendo tratados, nossos olhos físicos não vê, mas com certeza nosso coração pode sentir e dentre esses necessitados podemos estar nós mesmos ou aquele que está aí ao seu lado e sua atitude pode definitivamente influenciar na eficiência desse atendimento e sabe por quê? Porque cada um de nós aqui reunidos, podemos nos considerar um trabalhador da Casa Espírita, pois a caridade pode ser feita por qualquer um que deseje isso sinceramente. Basta que seu coração esteja repleto de amor e humildade, que você esteja predisposto a ajudar aquele que precisa e pode estar aí exatamente do seu lado. Deus nos dá todas as oportunidades, precisamos percebê-las.

A caridade pode ser feita em silêncio!! Com uma oração sincera, porque com certeza aquele irmãozinho que estiver necessitando, seja ele encarnado ou não, receberá as bênçãos de amor que ela emana. Uma oração tem poderes que na maioria das vezes não somos capazes de imaginar. Bendita seja essa ferramenta que não nos custa nada. Basta conversarmos com Deus, sem medo de errar, sem frases prontas, apenas sermos sinceros.

A caridade pode ser feita com o toque da tua mão, com um olhar, um sorriso, das formas mais simples. Basta querer, basta estar disposto.

Portanto queridos irmãos, aproveitem esse momento de espera pelo início de nossa reunião e ore!! Ore e ajude aquele companheiro que está fazendo barulho, ainda sem muito entendimento dos mecanismos da espiritualidade, conversando sobre os mais variados assuntos, para que assim ele possa se equilibrar e receber todas as boas energias que emanará desta prece.

Aproveita este momento e te reconcilie com a espiritualidade e acima de tudo com você mesmo. Embora sozinhos ainda sejamos um pequeno grão de areia, façamos a nossa parte incentivando aquele que não está fazendo a fazer.

Seja o exemplo, porque mais que palavras, o que ecoa são as atitudes. São elas que serão lembradas.

Sirvamos de exemplo para tudo.

Dessa forma, com silêncio, oração, bons exemplos, respeito, boa vontade que criaremos condições favoráveis para que nossos amigos espirituais já nos encontrem prontos, sem a necessidade de remover toda aquela carga negativa que trazemos de fora, devida às nossas aflições, desesperanças, medos. Vamos colaborar, pois assim nossa equipe assistencial concentrará todos os seus esforços diretamente sobre os nossos problemas e inquietações e, com certeza, alcançaremos todo o bem que pudermos e formos merecedores.

Viu como é ajudando que se é ajudado??

Façamos a nossa parte!!

18 julho 2012

Estudando Obsessão - Wilson Ferreira de Melo


Estudando Obsessão



Basicamente, podemos classificar os tipos de obsessão em:

* Doenças nervosas e mentais de causa orgânica, pertencentes ao campo da Neurologia.

* As doenças nervosas e mentais de causa orgânica, pertencentes ao campo da Psiquiatria.

* As doenças nervosas e mentais sem causa orgânica.

No campo da Neurologia temos os fatores que atingem a estrutura do sistema nervoso, tais como as infecções, as formações tumorais, os acidentes vasculares, os traumatismos etc.

Ao campo da Psiquiatria, os distúrbios provocados por agentes agressores do sistema nervoso, verificados na uremia, nos focos infecciosos, nas intoxicações de várias naturezas, nas toxicomanias, no alcoolismo, nos distúrbios metabólicos etc.

Às doenças nervosas e mentais sem causa orgânica damos o nome genérico de obsessão, que podemos dividir em auto e hetero-obsessão.

Auto-obsessão

O paciente apresenta estado mental doentio, idéia fixa em alguma coisa, manias, cacoetes, atitudes estranhas, recalques, complexos diversos, delírios e alucinações. Aqui, é o paciente o responsável por toda a sintomatologia e as causas residem nas dificuldades da vida, na educação mal conduzida, nas influências do meio ambiente, nos estados de desnutrição, nos distúrbios emocionais e, sobretudo, nas causas anteriores, de vidas passadas, gravadas no arquétipo do paciente, que se acha lesado ou fora de sintonia...

O perispírito é o corpo do espírito, o que lhe dá a forma humana e que grava indelevelmente todos os atos e pensamentos do ser humano.

Na união com o corpo, no processo da reencarnação, todas as falhas do perispírito tendem a exercer influência mais ou menos acentuada, tanto na área psíquica como física do paciente.

Comumente agem como fatores desencadeantes o remorso ou a falta de ambientação à nova vida e a não-aceitação da personalidade atual. Inconsci-entemente há retorno ao passado, cujos acontecimentos se acham arquivados no perispírito e a vivência deste passado, que se torna presente, leva com freqüência ao isolamento, ao autismo e a um tipo de vida em desacordo com o habitual do paciente. Várias entidades nosológicas da Psiquiatria atual se acham enquadradas nesse item.

Hetero-obsessão

Caracterizada pela ação persistente que um espírito desequilibrado exerce sobre o indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até perturbação completa das faculdades mentais. Intimamente ligada à imperfeição moral, que facilita a ação do espírito, em geral, sequioso de vingança e cheio de ódio, devido a ação delituosa que sobre ele exerceu o paciente, no pretérito.

Há obsessores que atuam sem justa causa, pelo simples prazer em fazer o mal. Outros, procuram desviar as criaturas das grandes tarefas em prol da humanidade, desde que os seus interesses se acham ameaçados pela idéia que elas representam.

Na obsessão, há escravização do pensamento por parte do obsessor. Ele não se apossa do corpo do obsedado. Atua sutil-mente sobre a sua vontade, usando técnicas semelhantes à dos hipnotizadores.

Apesar de não ter, de início, causa orgânica, a obsessão crônica pode ocasionar sérios distúrbios na área física, inclusive lesões irreparáveis. A sintomatologia apresentada pelos obsedados é a mesma descrita nos tratados de Psiquiatria e abrange grande parte das entidades nosológicas da classificação psiquiátrica. O espírito obsessor usa os elementos contidos na mente do obsedado e os desencadeia para que determinem um comporta-mento anômalo e ostensivo.

Para o estudo do mecanismo do processo obsessivo, ver A Gênese, de Allan Kardec, capítulo dos Fluidos.

Clinicamente é difícil o diagnóstico diferencial entre auto e hetero-obsessão, mesmo porque a atuação do espírito do obsedado é sempre existente e continua mesmo após a cessação do processo obsessivo. A não ser que o médico ou o encarregado do atendimento ao paciente tenha mediunidade intuitiva ou vidência bem desenvolvida, mister se faz uma consulta ao plano espiritual, através de um médium de confiança. O dr. Inácio Ferreira, diretor do Sanatório Espírita de Uberaba, em sua obra Novos Rumos à Medicina, 1º volume, traz comovente dedicatória a Maria Modesto Cravo, a grande médium que o auxiliou durante vários anos, no diagnóstico e tratamento das obsessões.

O processo obsessivo, sendo sobretudo, processo hipnótico, não guarda estrita relação com a mediunidade. Sendo porém, esta mal orientada e em pessoas de maus costumes e de baixa moral, o campo de ação do obsessor se acha facilitado (Ver KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, cap. XXIII, item 243).

O estado de saúde física e psíquica faz com que o paciente ceda ao ataque da entidade obsessora. Os desequilíbrios orgânicos ou de ordem moral ou emocional, quebram as barreiras defensivas. Daí a necessidade de acompanhamento médico e psicológico durante todo o decurso da obsessão, quer auto ou hetero-obsessão.

A hetero-obsessão, segundo o grau de constrangimento e a natureza dos efeitos que produz, pode ser dividida em obsessão simples, fascinação e subjugação.

Os tipos de obsessão

Caracterizada pela tenacidade de um espírito que exerce ação sobre uma pessoa que dele não consegue desembaraçar-se. Na fascinação, há ação direta do espírito sobre o pensamento do paciente, paralisando-lhe o raciocínio e impondo-lhe a sua vontade. Na subjugação, o domínio sobre a vontade é completa, constritiva e o paciente age a seu mau grado.

Costuma-se chamar hetero-obsessão a ação dominadora que os mortos exercem sobre os vivos. Temos observado, no entanto, que a ação também se pode fazer dos vivos sobre os vivos, dos vivos sobre os mortos, dos mortos sobre os mortos e tam-bém reciprocamente, isto é do obsessor sobre o obsedado e sobre o obsessor.

Obsessão

Cobrança que bate às portas da alma, é um pro-cesso bilateral. Faz-se presente porque existe de um lado o cobrador, sequioso de vingança, sentindo-se ferido e injustiçado, e de outro o devedor, trazendo impressas no seu perispírito as matrizes da culpa, do remorso ou do ódio que não se extingüiu”. (SCHUBERT, Sueli Caldas. Obsessão, Desobsessão, pág. 31).


Escrito por Dr. Wilson Ferreira de Melo

Artigo cedido pela Associação Médico-Espírita do Brasil e publicado em 1999 na edição 01 da Revista Cristã de Espiritismo.


17 julho 2012

Amor - Joanna de Ângelis


AMOR

Os sentimentos são conquistas do processo da evolução do ser. Desenvolvendo-se dos instintos, libertam-se dos atavismos fisiológicos automatistas para se transformarem em emoções que alcançam a beleza, a estesia, a essência das coisas e da vida, quando superiores, ou as expressões remanescentes do período primário como a cólera, o ciúme, as paixões perturbadoras.

Na fase inicial do desenvolvimento, o ser possui as sensações em predomínio no comportamento, que o vinculam ao primitivismo, exteriorizando-se na forma de dor e prazer, de satisfação e de desgosto... As manifestações psicológicas somente a pouco e pouco se expressam, rompendo a cadeia das necessidades físicas para se apresentarem como emoções.

Nesse processo, o ser é prisioneiro dos desejos imediatos e grosseiros da sobrevivência, com insight de percepção da harmonia, do equilíbrio, das alegrias que não decorrem do estômago ou do sexo. Lentamente, à medida que supera o egocentrismo do seu estágio infantil, desabrocham-lhe os sentimentos de valores morais, de conquistas intelectuais, culturais, artísticas, idealísticas.

O largo trânsito pelos imp0ulsos do instinto deixa condicionamentos que devem ser reprogramados, a fim de que as emoções superem as cargas dos desejos e do utilitarismo ancestrais.

O primeiro, e certamente mais importante, sentimento a romper o presídio dos instintos, é o amor. De começo, mediante a vinculação atávica com os genitores, os familiares, o grupo social que o protege, as pessoas que lhe propiciam o atendimento das necessidades fisiológicas.

Logo depois, embora o desenvolvimento se faça inevitável, apresenta-se egoístico, retributivo, ainda vinculado aos interesses em jogo.

Somente quando canalizado pela mente e pelo conhecimento, agiganta-se, constituindo-se objetivo do mecanismo existencial, capaz de se libertar dos efeitos rigorosos dos instintos.

Face à própria historiografia, externa-se como desejo de posse, na ambição pessoal para a eleição do parceiro sexual, fraternal, amigo.

Em razão disso, confundo-se, ainda hoje, o amor com os jogos do sexo, em tormentosos conúbios, nos quais sobressaem as sensações que os entorpecem e exaurem com facilidade.

O amor é o alicerce mais vigoroso para a construção de uma personalidade sadia, por ser gerador de um comportamento equilibrado, por propiciar a satisfação estética das aspirações e porque emula ao desenvolvimento das faculdades de engrandecimento espiritual que dormem nos tecidos sutis do eu profundo.

Se desperta paixões subalternas como o ciúme, o azedume, a inveja, a ira, a insegurança que fomenta o medo, ainda se encontra no primarismo dos instintos em prevalência.

Somente quando é capaz de embelezar a existência, proporcionando vida psíquica e emocional enriquecedora, é que se faz legítimo, com os recursos que o libertam do ego. Predominando na fase da transição – do instinto para o sentimento – o ego é o ditador que comanda as aspirações, que se convertem em conflitos, por direcionamento inadequado das forças íntimas.

Sendo um dínamo gerador de energia criativa e reparadora, o amor-desejo pode tornar-se, pela potencialidade que possui, instrumento sórdido de escravidão, de transtornos emocionais, de compromissos perturbadores.

A necessidade de controlá-lo, educando as emoções, é o passo decisivo para alcançar-lhe a meta felicitadora.

Toda vez que gera tormento de qualquer natureza, insatisfação e posse, prejudica aquele que o experimenta.

Para libertar-se dessa constrição faz-se imprescindível racionalizá-lo, descondicionando o subconsciente, retirando os estratos nele armazenados e substituindo-os por idéias otimistas, aspirações éticas.

Gerar pensamentos de autoconfiança e gravá-los pela repetição; estabelecer programas de engrandecimento moral e fixá-los; corrigir os hábitos viciosos de utilizar as pessoas como coisas, tendo-as como descartáveis; valorizar a experiência a vivenciar, evitando a autocompaixão, a subestima pessoal, que escondem um mecanismo de inveja em referência às pessoas felizes, constituem técnicas valiosas para chegar ao patamar das emoções gratificantes.

O amor é o grande bem a conquistar, em cujos empenho todos devem aplicar os mais valiosos recursos e esforços. Não obstante, a larga transição no instinto pode transformá-lo em adversário, pelos prejuízos que se originam quando se apresenta em desorganizada manifestação.
Possuidor de uma pluralidade de interesses, expande-se em relação à natureza, ao próximo, a si mesmo e ao Poder Criador, abrangendo o Cosmo.

Quando alcança a plenitude, irradia-se em forma co-criadora, em intercâmbio com as energias divinas que mantêm o equilíbrio universal: o sentimento de amor cresce e sutiliza-se de tal forma que o espírito se identifica plenamente com a vida, fruindo a paz e a integração nela.

Do livro: AUTODESCOBRIMENTO UMA BUSCA INTERIOR
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis

16 julho 2012

Os Valores da Vida - Alírio de Cerqueira Filho


OS VALORES DA VIDA

Existem três grandes valores representados pelos verbos ser, fazer e ter. a harmonia desses valores é fundamental para o equilíbrio da vida, pois determinam a forma como levamos a vida e, conseqüentemente, o grau de felicidade, ou infelicidade, que nos proporcionamos, dependendo das escolhas por nós efetuadas para viver.

Possuem as seguintes características:

Ser: através do ser entramos em contato com os valores intrínsecos da vida, experimentando a sensação de sermos conscientes, responsáveis pela nossa própria felicidade e plenitude. É o estado de identificação com o Ser Essencial que somos.

Fazer: o fazer representa o movimento e atividade imanente no universo. Tem origem na energia criativa que permeia todo o universo. É com o fazer que nos tornamos co-criadores e podemos agir criativamente, quando em sintonia com o Ser Essencial que somos. Estaremos realizando harmoniosamente, as nossas atividades em família, no trabalho, no lazer, nos estudos, em sociedade.

Ter: através do ter, nos relacionamos com as pessoas e coisas em nossa vida. Entramos em contato com as posses, bens e relacionamentos. É através do ter que usufruímos aquilo que fazemos e desenvolvemos o desapego daquilo que temos e que é fundamental para o aprimoramento do Ser.

Quando a pessoa se encontra com as características de cada valor alinhadas entre si, todas concorrem para o mesmo fim. O aperfeiçoamento do Ser gera para si mesmo harmonia e equilíbrio, resultando num estado de felicidade e plenitude, em que a vida encontra o seu verdadeiro sentido, na qual o fazer e o ter são realizados para manter a harmonia e o equilíbrio do Ser.

Quando acontece uma inversão de valores, estará em desarmonia. Mesmo que ela busque com essa atitude ser feliz, ocorrerá aquilo que ela não quer: a infelicidade.

Essa postura produz muita ansiedade, inquietude. A vida deixa de ter um sentido, pois se busca a felicidade em coisas materiais, em atividades e na realização dos desejos puramente egóicos, e esta não se encontra nos valores materiais, mas nos valores espirituais do Ser.

O fazer e o ter são apenas meios para a evolução do Ser. Quando esses níveis tornam-se fins e não meios, acontece uma ruptura com a missão transpessoal de todo ser humano, que é a evolução para alcançar a plenitude e o amor.

Dinheiro, bens, posição social são recursos valioso que temos á nossa disposição, para exercemos o nosso papel de co-criadores.

O problema está na forma como conseguimos o dinheiro, os bens, as posições sociais. Se conquistarmos tudo isso com o nosso esforço, sem prejudicar ninguém, sem nos apegarmos a esses valores transitórios da vida, estaremos atuando em conformidade com as leis de amor e conseguiremos viver em harmonia e felicidade.

Ao contrário, se para ter bens materiais, lesamos outras pessoas, a comunidade, o meio ambiente e nos apegamos intensamente àquilo que sabemos ser transitório na vida, estamos vivendo uma forma contrária à lei de amor.

A conseqüência dessa atitude é a infelicidade e a desilusão, mesmo que tenhamos tudo que o dinheiro possa comprar, porque, diferentemente daquilo que, as pessoas, numa tentativa de fuga da realidade, dizem, o dinheiro jamais irá comprar a felicidade, pois ela é uma conquista interior, fruto da consciência tranqüila, daquele que já reconhece o verdadeiro sentido da vida.

Essa situação é muito comum. Muitas vezes a pessoa busca fazer coisas ilícitas para ter cada vez mais dinheiro e, com isso, ser feliz, jamais encontrando a felicidade. Outras vezes, a pessoa até faz coisas lícitas do ponto de vista humano, mas, por serem contrárias à lei de amor, podem trazer muitas posses a quem as faz, mas jamais trarão a felicidade e a plenitude.
Somente buscando ter posses que não prejudiquem os outros, fazer atividades com amor, enfim, utilizar o amor como um direcionador da nossa vida, é que seremos plenamente felizes.
Outra dificuldade muito comum em relação ao ter, é o apego que as pessoas sentem àquilo que não têm e lhes faz muita falta. Isso acontece quando elas não possuem determinados bens ou relacionamentos, que acham imprescindíveis para conseguirem a felicidade. Desesperam-se quando não conseguem o que desejam, numa clara relação de apego ao que não têm.

Psicoterapia à Luz do Evangelho de Jesus
Alírio de Cerqueira Filho

15 julho 2012

Egoismo - Léon Denis


EGOISMO

O egoísmo é a persistência em nós desse individualismo feroz que caracteriza o animal, como vestígio do estado de inferioridade pelo qual todos já passamos. Mas, antes de tudo, o homem é um ser social. Está destinado a viver com os seus semelhantes; nada pode fazer sem o concursos destes. Abandonado a si mesmo, ficaria impotente para satisfazer suas necessidades, para desenvolver suas qualidades.

Depois de Deus, é à sociedade que ele deve todos os benefícios da existência, todos os proventos da civilização. De tudo aproveita, mas precisamente esse gozo, essa participação dos frutos da obra comum lhe impõe também o dever de cooperar nela. Estreita solidariedade liga-o a esta sociedade, como parte integrante e mutuante. Permanecer inativo, improdutivo, inútil, quando todos trabalham, seria ultraje à lei moral e quase um roubo; seria o mesmo que lucrar com o trabalho alheio ou recusar restituir um empréstimo que se tomou.

Como parte integrante da sociedade, o que o atingir também atinge a todos. É por essa compreensão dos laços sociais, da lei de solidariedade que se mede o egoísmo que está em nós. Aquele que souber viver em seus semelhantes e por seus semelhantes não temerá os ataques do egoísmo. Nada fará sem primeiro saber se aquilo que produz é bom ou mau para os que o rodeiam, sem indagar, com antecedência, se os seus atos são prejudiciais ou proveitosos à sociedade que integra. Se parecerem vantajosos para si só e prejudiciais para os outros, sabe que em realidade eles são maus para todos, e por isso se abstém escrupulosamente.

A avareza é uma das mais repugnantes formas do egoísmo, pois demonstra a baixeza da alma que, monopolizando as riquezas necessárias ao bem comum, nem mesmo sabe delas aproveitar-se. O avarento, pelo seu amor do ouro, pelo seu ardente desejo de adquirir, empobrece os semelhantes e torna-se também indigente; pois, ainda maior que essa prosperidade aparente, acumulada sem vantagem para pessoa alguma, é a pobreza que lhe fica, por ser tão lastimável como a do maior dos desgraçados e merecer a reprovação de todos.

Nenhum sentimento elevado, coisa alguma do que constitui a nobreza da criatura pode germinar na alma de um avarento. A inveja e a cupidez que o atormentam sentenciam-lhe uma existência penosa, um futuro mais miserável ainda. Nada lhe iguala o desespero, quando vê, de além-túmulo, seus tesouros serem repartidos ou dispersados.

Vós que procurais a paz do coração, fugi desse mal repugnante e desprezível. Mas, não caiais no excesso contrário. Não desperdiceis coisa alguma. Sabei usar de vossos recursos com critério e moderação.

O egoísmo traz em si o seu próprio castigo. O egoísta só vê a sua pessoa no mundo, é indiferente a tudo o que lhe for estranho. Por isso são cheias de aborrecimento as horas de sua vida. Encontra o vácuo por toda parte, na existência terrestre assim como depois da morte, porque, homens ou espíritos, todos lhe fogem.

Do livro: Depois da Morte – Léon Denis

14 julho 2012

Os Sofrimentos - Joanna de Ângelis


OS SOFRIMENTOS

Os sofrimentos são ocorrências naturais do processo evolutivo, constituindo desafios às resistências dos seres. Nas faixas primárias, nas quais predominam os instintos e as sensações, eles se manifestam em forma de agressivas dores físicas, em ração da ausência de percepção emocional para decodificá-los e atingir as áreas mais nobres do cérebro, igualmente limitado.

Desse modo, manifestam-se nas criaturas humanas, nos vários aspectos: físicos, morais, emocionais e espirituais. Quanto mais elevado o ser, tanto maior a sensibilidade de que é dotado, possuindo forças para transubstanciá-los e alterar-lhes o ciclo de dor, passando a ser metodologia de educação, de iluminação.

Inevitáveis, quando no campo físico, decorrem dos processos degenerativos da organização celular e fisiológica, sujeita aos mecanismos de incessantes transformações, como da invasão e agressão dos agentes microscópicos destrutivos.

No ser bruto, expressam-se em forma de desespero e alucinação, com altas crises de rebeldia. À medida que a sensibilidade se lhe acentua, não obstante a foca de que se revestem, podem ser atenuados pela ação da mente sobre o corpo gerando endorfinas, que, na corrente sanguínea, anestesiando-os, diminuem-lhes a intensidade.

Os morais são mais profundo, abalam os sentimentos nobres, dilacerando as fibras íntimas e provocando incontida aflição. Impalpáveis, as suas causas permanecem vigorosas, minando as resistências e, não raro, afetando, por somatização, o corpo atuam nos sensíveis mecanismos das emoções, dando lugar a outros distúrbios, os de natureza psicológica. Somente uma forte compleição espiritual se lhes poderá opor, ensejando energias próprias para suportá-los e superá-los.

A canalização correta do pensamento, isto é, a racionalização deles e aceitação como processo transitório de evolução, torna-se-lhes a terapia mais eficiente, por propiciar renovação íntima e equilíbrio.

Os de natureza emocional, qual sucede com os demais, têm suas matrizes nas existências passadas, que modelam, nos complexos equipamentos do sistema nervoso, na organização sensorial, por intermédio da hereditariedade, a sensibilidade e as distonias que se exteriorizam como distúrbios psicológicos, psíquicos. Face à anterioridade das suas origens, produzem aflições no grupo social, por motivo da alienação do paciente, agressivo ou deprimido, maníaco ou autista, inseguro ou perseguidor. Somem-se ao fator central, as ressonâncias psicossociais, sócio-econômicas e as interferências obsessivas que darão lugar a quadros patológicos complexos e graves, sem que o enfermo possa contribuir com lucidez para a recuperação. Há exceções, quando as ocorrências permanecem sob relativo controle, facultando erradicação mais rápida.

Os de natureza espiritual têm a sua gênese total no pretérito, às vezes somadas às atitudes irrefletidas na atualidade. Invariavelmente trazem conexões com seres desencarnados em processos severos de deterioração da personalidade.

Em qualquer manifestação, os sofrimentos são efeitos do mecanismo evolutivo – desgaste dos implementos orgânicos -, da aprendizagem de novas experiências, da ascensão do ego para o self. Enquanto o ego predominar em a natureza humana, maior soma deles se fará presente, faze à irreflexão, à imaturidade psicológica, ao desajuste em relação aos valores da personalidade.
Os conflitos, que decorrem de alguns sofrimentos ou que levam a outros tipos de sofrimentos, no ego imaturo encontram mecanismos de evasão da realidade, dando surgimento a patologias especiais.

A pretexto de ascensão moral e espiritual são engendrados distúrbios masoquistas, fazendo crer que a eleição do sofrimento auxilia na libertação da carne – cilícios, jejuns injustificáveis, macerações, solidão, desprezo ao corpo, castrações, etc – refletindo, não a busca do Si, mas um prazer degenerado, perturbador. Outrossim, quando se impõem os mesmos métodos a outros seres, a pretexto de salvá-los, não há saúde mental nem espiritual na proposta, mas sim, sadismo, cruel.

O amor lenifica a multidão de pecados, como acentuou Jesus, com a Sua psicoterapia positiva. Ele sofreu, não por desejo próprio, mas para ensinar superação das dores, e, ao jejuar, preparou o organismo para bem suportar os testemunhos morais. Ele encontrava beleza e prazer nos lírios do campo, nas aves do céu, nas redes e pérolas, sendo a Sua mensagem um hino de louvor à vida, à saúde, ao amor. Jamais se reportou à busca do sofrimento como recurso de salvação. Esse acontece por efeito da conduta humana, inevitavelmente, não por escolha de cada um.

A vida são as expressões de grandiosa harmonia na variedade de todas as coisas.

O ser humano existe, fadado para a conquista estelar. A saúde plena e o não-sofrimento são as metas que o aguardam no processo de conquista pelos longos caminhos de sua evolução.

A canalização da mente para o bem – o ideal, o amor – é o antídoto para todos os sofrimentos, porquanto do pensamento para medeia apenas o primeiro passo.

Do livro: AUTODESCOBRIMENTO UMA BUSCA INTERIOR
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis

13 julho 2012

Fuga do Mundo - Ermance Dufaux


FUGA DO MUNDO

A fuga do mundo é verdadeira inconformação com as vicissitudes corporais. A vida espiritual é o objeto de desejo em semelhantes casos. É um comportamento neurótico de transferir para um mundo ideal as esperanças e expectativas do dia a dia no mundo real. É uma fuga, uma transferência como mecanismo de defesa de questões íntimas não resolvidas e dolorosas, resultantes principalmente de frustrações e insatisfações para o homem encarnado. Faz-se algo hoje pensando em colher na imortalidade, sem nutrir-se dos benefícios dessa ação no hoje e no agora, vivendo um mundo imaginário desconectado dos sentimentos. Seu traço principal é a negação dos prazeres humanos com os quais seu portador carrega sofríveis desajustes.

Apresenta-se esse conflito interior com variados assuntos como a riqueza, a beleza, a inteligência, a virtude e outros temas existenciais; por isso é comum projetar julgamentos estereotipados e repreensivos à conduta alheia, exatamente naqueles embates que a criatura carrega.

Doentio nesse lance da vida mental é a suposição que se elabora para si mesmo sobre os futuros frutos que obterá na vida dos espíritos, simplesmente pelo fato de aguentar resignadamente as dores pelas quais vêm passando, quando tais dores nesse tipo de vivência são desajustes de inaceitação e rebeldia, provas morais adicionais e distante das provas reais, ante os quadros de afeição terrena a que todo espírito reencarnado está submetido com mais ou menos intensidade.

O conhecimento espírita precisa ser contextualizado. O acúmulo de informações, sem a devida renovação da experiência de viver e conviver, poderá servir ao interesse pessoal na fuga dos deveres que a Terra impõe como planeta expiatório.

Há uma cultura de supervalorização das questões do mundo extrafísico e consequentemente negando-se a relação com o mundo físico, resultando:

- a transferência de responsabilidade sobre os insucessos pessoais, imputada a espíritos e carmas.

- negação do passado da atual existência pela camuflagem de medos, frustrações, desejos, culpas e sentimentos; são as máscaras emocionais

- foco dos pensamentos centrado no tipo de relações sociais das colônias de além túmulo contidas na literatura espiritista.

Ante essa cruel vivência da vida interior, torna-se escassa a auto-estima, enfraquece-se o desejo de progresso e espera-se resultados ótimos na vida além túmulo pelo simples fato de apenas pertencer às fileiras de serviço ou frequência das casas doutrinárias, como se assim todos os problemas estivessem solucionados. E quando encontra decepções e surpresas desagradáveis na própria convivência com os companheiros de tarefa, melindra-se ostensivamente, afogando-se em mágoas e deserções irrefletidas, supondo que novos carmas surgiram para elevá-lo ainda mais na escala de sua suposta ascensão!

Obra: MEREÇA SER FELIZ – Superando as ilusões do orgulho
Wanderley S. de Oliveira – Espírito Ermance Dufaux

12 julho 2012

Indiferença - Joanna de Ângelis


INDIFERENÇA

Nos estados depressivos a apatia se manifesta, não raro, dominando as paisagens emocionais da pessoa. Essa apatia impede a realização de atividades habituais, matando o interesse por quaisquer objetivos. É uma indiferença tormentosa, que isola, a pouco e pouco, o paciente, do mundo objetivo, alienando-o.

Além dessa manifestação psicopatológica, há aquela que resulta da viciação mental em não se preocupar com as outras pessoas, nem com o lugar onde se encontra. Tão grave quanto a primeira, essa indiferença provém de vários conflitos, como as decepções em relação à própria existência, em demasiada valorização do secundário em detrimento do essencial, que é a própria vida e não aqueles que a utilizam egoisticamente, de forma infeliz, com desrespeito pelo seu próximo, pela sociedade.

Noutros casos, há a atitude egocêntrica, que remanesce da infância e não alcançou a maturidade psicológica na idade adulta, sentindo-se o ser desconsiderado, desamparado, sem chance de triunfar; o cansaço decorrente de tentativas malogradas de auto-afirmação, de empreendimentos perdidos; o desamor, em razão de haver aplicado mal o sentimento, como troca de interesses ou vigência de paixões; o abandono de si mesmo pela falta de auto-estima. Para esse tipo psicológico é mais fácil entregar-se à indiferença, numa postura fria de inimigo de todos, do que lutar contra as causas desse comportamento.

Vício mental profundamente alienador, arraigado nos derrotistas, a indiferença termina por matar os sentimentos, levando o paciente a patologias mais graves na sucessão do tempo.

Caracteriza também a personalidade esquizofrênica de muitos títeres e algozes da humanidade, a insensibilidade que resulta da indiferença, quando praticam crimes, por mais hediondos sejam.

Inicia-se, às vezes, numa acomodação mental em relação aos acontecimentos, como mecanismo de defesa, para poupar-se o trabalho ou a preocupação, caracterizado num triste conceito: Deixa pra lá.

Toda questão não resolvida, retorna complicada.

Ninguém se pode manter em indiferença no inevitável processo da evolução. A vida é movimento e o repouso traduz pobreza de percepção dos fenômenos em volta.

Quando a indiferença começar a sinalizar as atividades emocionais, faz-se urgente interrompê-la, aplicar-lhe a terapia da mudança do centro de interesse emotivo, despertando outras áreas do sentimento, adormecidas ou virgens, a fim de poupar-se o indivíduo à sua soberania. Acostumando-se-lhe, inicia-se uma viciação mental mais difícil de ser corrigida, por ter um caráter anestesiante, tóxico, ao largo do tempo.

Se o estresse responde pela sua existência, em alguns casos, o relaxamento, acompanhado de novas propostas de vida, produz efeito salutar, que deve ser utilizado.

O fluxo divino da força da vida é incessante, e qualquer indiferença significa rebeldia aos códigos do movimento, da ação, proporcionando hipertrofia do ser e paralisia da alma.

Uma análise do próprio fracasso em qualquer campo redunda eficaz, para retirar proveitosa lição dele e levantar-se para novas tentativas.

Nas experiências retributivas da afetividade mal direcionada, das quais resulta a síndrome da indiferença, a escolha pelo amor sem recompensa, pelo bem sem gratidão, emula o indivíduo a sair do gelo interior para os primeiros ardores da emotividade e da auto-realização.

Nunca deixar que a indiferença se enraíze. E se, por acaso crer que a própria vida não tem sentido nem significado, num gesto honroso de arrebentar algemas, deve experimentar dar-se ao próximo, a quem deseja viver, a quem, na paralisia e na enfermidade, busca uma quota mínima de alegria, de companheirismo, de afeto e de paz. Fazendo-o, esse indivíduo descobre que se encontra consigo mesmo no seu próximo ao doar-se, assim recuperando a razão e o objetivo para viver em atividade realizadora.

Do livro: Autodescobrimento uma Busca Interior
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis (Espírito)