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31 outubro 2006

Apoio no Lar - Emmanuel

APOIO NO LAR

Com relação ao suicídio indireto, conhecemos de perto os companheiros que enveredam no excesso de drogas psicoativas.

Não se acham eles circunscritos aos resultados do abuso de substâncias químicas psicoalteradoras que os marginalizam em sofrimentos desnecessários.

Se atravessam as barreiras da desencarnação em semelhante desequilíbrio, conservam no corpo espiritual os estigmas da prática indébita que os levou à degeneração dos seus próprios centros de força.

E podemos afirmar que não atingem o Mais Além na condição de trabalhadores que alcançaram o fim do dia, agradecendo a pausa de descanso e sim na posição de trânsfugas de sanatórios em que lhes cabia assistência mais longa.

Alucinados e dependentes das drogas que não souberam respeitar, demoram-se em regimes de reajuste e, quando recobram a própria harmonia, reconhecem-se dilapidados por si mesmos nos mecanismos e estruturas do veículo espiritual, preparando-se para reencarnações difíceis em que o berço terrestre lhes servirá de cela hospitalar.

Este é o quadro que se nos oferece hoje na Terra quase como sendo catástrofe mundial nos dois lados da vida humana.

Todos sabemos disso e todos estamos procurando os melhores meios de erradicar a calamidade: - preceitos de justiça que controlem com segurança o fornecimento de psicotrópicos; apelos à medicina para que se lhes dificulte a indicação; combate às plantações de vegetais determinados, quando estas plantações lhes facultam a origem; ou restrições legais ao fabrico de semelhantes agentes para que se lhes reduzam as facilidades de acesso.

Entretanto, lembramos ainda um ingrediente que pode e deve ser chamado à defesa geral contra a expansão do hábito pernicioso que se vai transformando atualmente em pandemia: - o apoio no lar aos corações fatigados ante as provas e desafios do cotidiano.

A vivência da compreensão fraterna, que assegura o socorro incansável da tolerância construtiva é o antídoto da solidão e da fuga através das quais milhares de criaturas estão encontrando o processo obsessivo e o desequilíbrio, a enfermidade e a morte.

Através da abnegação e da renúncia, usa o entendimento e a bondade, garantindo, quanto possível, a tranqüilidade e a segurança dos seres que te forem confiados e estarás vacinando o teu próprio ambiente contra as manifestações de quaisquer forças negativas.

Não precisamos conceituar aqui os estragos e arrasamentos de natureza psicológica, decorrentes da inconformação e da violência nos grupos sociais ou domésticos a que nos vinculamos.

Serve e perdoa, socorre e ajuda sempre entre as paredes do lar, sustentando o equilíbrio dos corações que se te associam à existência e se te interessas realmente no combate ao suicídio e à deserção, reconhecerás os prodígios que se obtêm dos pequenos sacrifícios em casa por bases da terapêutica do amor.

Livro: Caminhos de Volta - Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier


30 outubro 2006

Médiuns na Terra - Emmanuel

Médiuns na Terra

Tema sempre novo em Doutrina Espírita: os médiuns.

São comparáveis às árvores na criteriosa definição de Allan Kardec, entretanto, a fim de conservarmos árvores úteis, é imperioso saibamos proporcionar-lhes a necessária irrigação e a defesa justa, de modo a que aventureiros do caminho não lhes colham os frutos em regime de espancamento.

Recorramos a outros símbolos.

Imaginemo-los por violinos, através dos quais os amigos domiciliados no Mais Além conseguem executar a melodia das mensagens que lhes são próprias; contudo é natural se nos constitua um dever colaborar para que se lhes mantenham as cordas, harmoniosamente afinadas.

Serão pontes de ligação entre duas vidas, no entanto, essas pontes não nos suportarão o trânsito indispensável se lhes retiramos os pontos de apoio.

Teremos neles o socorro semelhante aos das fontes de água, em que nos dessedentamos, em matéria de reconforto e encorajamento, mas é preciso não lhes agite o fundo terroso, se quisermos recolher água limpa.

Entre os homens, não existem médiuns que não sejam humanos.

Por isso mesmo, ante a criatura de boa vontade que desempenha, em nosso favor, a tarefa dos medianeiros da alma, é forçoso nela vejamos pessoa tão humana, quanto nós, os espíritos ainda vinculados à Terra, muito longa da condição dos anjos.

Somos daqueles que preferem a crítica construtiva para quaisquer tarefas mediúnicas e não cultivamos paternalismo ou mimos impróprios, junto dos instrumentos medianímicos de nosso convívio, em vista de reconhecermos que nenhum bem se fará sem trabalho disciplinado, entretanto, não podemos esquecer que muitos companheiros se marginalizam nas tarefas mediúnicas por não conseguirem suportar o malho da injúria, o frio da desconsideração e do abandono, a supressão de meios justos para o exercício das funções a que foram chamados e as lutas enormes, decorrentes das armadilhas de sombra, de que muitos não conseguem escapar, hipnotizados pelos empreiteiros da obsessão.

Se tens algum médium de boa vontade, no campo das próprias relações, auxilia-o com bondade e compreensão, segurança e respeito.

Se o medianeiro cai em desequilíbrio, usa a caridade para reajustá-lo.

Se prosseguires em caminho certo, ajuda-o igualmente para que não desfaleça.

Ante as leis de Deus, qualquer médium no mundo, por mais opere e coopere com a Espiritualidade Superior, na divulgação da verdade e da luz é sempre uma criatura humana e, na maioria das vezes, uma criatura frágil, qual ocorre a muitos de nós.

Livro: Companheiro - Emmanuel - Psicografia: Francisco Cândido Xavier

29 outubro 2006

Em Horas de Crise - Emmanuel

Em Horas de Crise

Asserena o coração inquieto e segue para frente.

Se errares, há recursos de retificação.

Se outros estão enganados, voltarão à verdade, algum dia.

Se companheiros determinados não te puderam entender, a vida, em nome de Deus, trarão outros que te compreenderão.

Abençoa os que te deixaram em caminho, porque nem todos conseguem cumprir várias tarefas ao mesmo tempo.

Agradece aos que te amparam e auxilia aos que possuam menores recursos que os teus.

Trabalha para o bem, onde estiveres e como estiveres.

Não esperes santificar-te para servir porque ainda somos criaturas humanas, com os defeitos inerentes à nossa condição e, por isso mesmo, Deus não nos confia trabalho somente compreensível no clima dos anjos.

Não acredites que possas evoluir sem problemas ou que consigas aperfeiçoar-te sem sacrifícios.

Nunca descreias do poder de progredir e melhorar, à custa do próprio esforço.

Alegra-te, constantemente.

Capacita-te de que o desânimo não presta auxílio a ninguém.

Se alguém te ofendeu, esquece.

Reflete em quantas vezes teremos ferido a alguém, sem a mínima intenção, e cobre o mal com o bem.

Se ouvires referências infelizes, a cerca de alguma pessoa, medita nas boas ações que essa criatura terá praticado ou nas boas obras que terá desejado fazer sem que isso lhe fosse possível.

Em qualquer dificuldade, aconselha-te com a esperança, porque Deus tudo está modificando para melhor.

Persevera no trabalho que a vida te deu a executar.

Pensa no bem e fala no bem.

Abençoa sempre.

E se alguma provação te acolhe com tanta força que não consigas evitar as próprias lágrimas, mesmo chorando, confia em Deus, na certeza de que Deus, amanhã nos concederá outro dia.

Livro: Companheiro - Emmanuel - Psicografia: Francisco Cândido Xavier

28 outubro 2006

Saber Ouvir - Emmanuel/André Luiz

Saber Ouvir

Tumulto e vozerio, nos atritos humanos, pedem um tipo raro de beneficência: a caridade de saber ouvir.

São muitos os que cambaleiam, desorientados, a mingua de tolerância que os ouça.

Convém, no entanto, frisar que palavras não lhe escasseiam. Falta-lhes o silêncio de um coração amigo, com bastante amor para ungir-lhes a alma, no bálsamo da compreensão; e, por esse motivo, desfalecem na luta, à feição do motor que se desajusta sem óleo.

Desdobras a mesa, ergues abrigo seguro, repartes a veste, esvazias a bolsa, atendendo aos que necessitam... cede também o donativo da atenção aos angustiados, para que se lhes descongestione o trânsito das idéias infelizes, nas veredas da alma.

Para que lhes prestes, entanto, o amparo devido, não mostres o ar distante dos que não querem se incomodar e nem digas a frase clássica: "pior aconteceu comigo", com a qual, muitas vezes, a pretexto de ajudar, apenas alardeamos egocentrismo, à frente dos outros, sem perceber que estamos a esmagá-los.

É possível que os teus problemas sejam realmente maiores, entretanto, na Terra, ninguém possui medida conveniente para determinar a extensão dos sofrimentos alheios. Desce, pois, do alto nível de tuas dores, minorando aquelas que te pareçam mais simples.

Deixa que o próximo te relacione os próprios desgostos. Se tiveres pressa ou cansaço, não pronuncies respostas tocadas de superioridade ou aspereza, qual se morasses numa cátedra de heroísmo, faze pausa, mesmo breve, e gasta um minuto de gentileza.

Todavia, sempre que possas, ouve calmamente, diminuindo a aflição que lavra no mundo.

No instante em que te caiba configurar a palavra, dize a frase que esclareça sem ferir ou que reanime sem enganar.

Se a circunstâncias te impelem às referências de ordem pessoal, seleciona aquelas que sirvam aos outros, na condição de escora e esperança.

Sobretudo, em ouvindo, não interrompas quem fala com a vara do reproche.

Geralmente, os que te procuram o entendimento para descarregar as agonias da alma, conhecem de sobra o calibre da cruz que eles mesmos colocaram nos ombros. Rogam-te apenas alguma pequenina parcela de energia que lhes assegurem mais alguns passos, caminho adiante.

Aprendamos a ouvir para auxiliar, sem a presunção de resolver.

O próprio Cristo consolando e abençoando, esclarecendo e servindo, não prometeu a supressão imediata das provações de quantos o cercavam, mas, sim, apelava, sincero: "Vinde a mim, que eu vos aliviarei."

Obra: “Opinião Espírita” - Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira
Espíritos Emmanuel e André Luiz - Cap. VII - Item 1

26 outubro 2006

Entre Falsas Vozes - Emmanuel


Entre falsas vozes

Se a preguiça te pede:-
“Descansa!”, responde-lhe com algum acréscimo de esforço no trabalho que espera teu concurso.

Se a vaidade te afirma:-
“Ninguém existe maior que tu!”, retribui com a humildade, reconhecendo que não passamos de meros servidores da vida, entre os nossos irmãos de luta.

Se o orgulho te diz: -
“Não cedas!”, aprende a esquecer-te, auxiliando sempre.

Se o ciúme te segreda aos ouvidos: -
“A posse é tua!”, guarda silêncio em tua alma e procura entender que o amor e o bem são bênçãos do Céu, extensiva a todos.

Se o egoísmo te aconselha: -
“Retém!”, abre as tuas mãos e distribui a bondade com os que te cercam.

Se a revolta te assevera: -
“Reage e reivindica os teus direitos!”
, aguarda a Justiça Divina, trabalhando e servindo com mais abnegação.

Se a maldade te sugere: -
“Vinga-te!”
, considera que mais vale amparar constantemente o companheiro, quanto temos sido auxiliados por Jesus, a fim de que o amor fulgure em nossas vidas.

Os falsos profetas vivem nos recessos de nosso próprio ser.

Surgem, cada dia, invariáveis, na forma da intriga e da maledicência, da leviandade ou da indisciplina, induzindo-nos a cerrar o coração contra a consciência.

Se aceitamos Jesus em nosso roteiro, ouçamos o que nos diz o seu ensinamento e apliquemo-nos à prática de Suas lições sublimes.

Olvidemos as insinuações da ignorância e da treva, da crueldade e da má fé, que nos enrijecem o sentimento e, de coração unido à Vontade do Mestre, vendo a vida por seus olhos e ouvindo os nossos irmãos, através de seus ouvidos, estaremos realmente habituados à posição de intérpretes do seu infinito Amor, em qualquer parte.

Livro: “Levantar e Seguir” - Emmanuel - F.C.Xavier

25 outubro 2006

Ritos & Doutrina Espírita - Ademir L. Xavier Jr.

Ritos & Doutrina Espírita

"(...) Será que vocês poderiam me explicar a enquadrarão de alguns ritos como: Nascimento, Morte, Casamento, Puberdade, Oração e Libertação na pratica da religião espírita.
Poderiam me ajudar?" - Marcos Inacio

A respeito da questão que você propôs, avanço aqui algumas considerações muito breves. Informações mais detalhadas você pode conseguir na literatura espírita especializada (que você pode consultar posteriormente).

De uma maneira bastante geral, o Espiritismo é uma doutrina filosófica de implicações científicas, religiosas e filosóficas (principalmente éticas). Não há, assim, dentro dele uma "enquadrarão de ritos" como você se refere abaixo.

Na verdade, o que o Espiritismo procura fazer é compreender a vida humana em seus múltiplos aspectos dentro de um ponto de vista espiritualista, isto é, aquele que prevê a sobrevivência do ser ao fenômeno da morte corporal e sua existência antes do ingresso nele, ou seja, do nascimento. O objetivo fundamental do Espiritismo (assim como o de qualquer doutrina do pensamento, ao menos em suas origens) é a felicidade do ser humano.

Assim, a doutrina espírita prevê que essa felicidade é conseguida na razão direta em que conhecemos as coisas importantes ao nosso redor, bem como soubermos aplicar esse conhecimento em favor de nós e de nossos semelhantes. As fases a que você se referem são, assim, simplesmente estágios da existência humana que devem ser compreendidos plenamente dentro de uma visão do mundo (o que inclui todo o Universo) e não "ritualizados".

O nascimento é o regresso da alma à vida corporal, regresso esse que não é único mas apenas um entre muitos já ocorridos e que estão para ocorrer.

A morte é o regresso dessa mesma alma à vida espiritual, fenômeno igualmente comum na vida maior do Espírito.

A puberdade é entendida dentro do conhecimento fisiológico atual, bem como uma fase de amadurecimento do ser recém encarnado e vivendo seus primeiros estágios de adaptação à difícil realidade do mundo.

O casamento de forma alguma constitui uma instituição dentro da prática espírita. Trata-se apenas da união, segundo as consciências de cada um, de dois seres que se reconheçam como devendo mútuas responsabilidades por se amarem. Essa união, também, de maneira alguma deve ser obrigatória já que a liberdade de consciência é um princípio fundamental, e ninguém deve tê-la violada em nome de qualquer outra idéia secundária.

A oração é uma prática saudável de relacionamento da criatura (que já dispõe de semelhante conhecimento para tal) com seu criador e com outros seres (os Espíritos), mais próximos, visando o equilíbrio do corpo espiritual que é fundamental para o equilíbrio e sucesso da vida do ser. Esse equilíbrio é conseguido não somente pela prece mas igualmente pelo ajuste das atividades do indivíduo segundo as práticas do bem.

Não existe nenhuma fórmula explícita para a oração, nem número ou extensão, mas tem como quesito fundamental que seja praticada com o coração acima de tudo. Isto quer dizer que o indivíduo deve estar consciente de suas responsabilidades perante as faltas que houver cometido contra os outros (se as tiver) antes de procurar qualquer ajuda divina.

Não existe, também, "troca de favores" entre os homens e os Espíritos ou Deus. Os que assim pensam agir estão mal informados a respeito da verdadeira relação que deve existir entre os homens, Deus e os espíritos.

Finalmente, para dizer alguma coisa sobre a "libertação" vou fazer uma interpretação pessoal dessa palavra. Libertar significa restituir a liberdade aquele que se lhe foi subtraída. Se tratamos aqui da liberdade do ser, esta se encontra em sua liberdade de ir e vir, pensar e agir. Essa liberdade implica em certas Responsabilidades, já que ela tem um limite traçado no lugar onde começa a liberdade alheia.

O ser (ou Espírito) adquire liberdade a medida que ele evolui. Coincidentemente, ele também adquire felicidade. A evolução espiritual da criatura é, assim, sinônimo desse ganho de liberdade. O Espiritismo prescreve que isso é conseguido tão só (como disse) pelo ajuste dos atos da criatura à regras do bem, da ética e da felicidade dos semelhantes.

Toda moral espírita resume-se, portanto, àquela prescrita por Jesus em seus evangelhos e que foram resumidas pela regra áurea de "não fazer aos outros aquilo que se não gostaria fosse feito a si mesmo" acrescida do "amar aos outros como assim mesmo". Por "outros" ou "próximos" o Espiritismo entende todas as criaturas que estão próximas, ou seja, em contato com o ser (e não aquelas que lhe são caras).

Como Jesus ainda tenha acrescentado o "assim como eu vos amei", a prática desse amor tem como modelo o próprio Jesus.

O ponto fundamental da regra áurea trazido por Jesus está na misericórdia que deve guiar os atos do indivíduo, princípio enunciado no "amar aos seus inimigos", de ainda muito difícil aceitação na atualidade. Finalmente o Espiritismo entende que essa "libertação" espiritual se estende a todos os indivíduos na Terra, não há condição para que eles pertençam a essa ou aquela denominação religiosa (nem mesmo ao próprio Espiritismo).

Essas regras ou leis que cito acima são leis naturais, assim como as leis da Física, Química etc e, portanto, regem e julgam os atos de todos os seres. É claro que o conhecimento facilita o avanço evolutivo e isso é a razão de existir de todas as religiões da Terra, a refletir parcelas do conhecimento divino entre nós.

(Publicado no Boletim GEAE Número 337 de 23 de março de 1999)
Ademir L. Xavier Jr

24 outubro 2006

Pensando na Doutrina - Orson Peter Carrara


Pensando na Doutrina

Pense comigo, amigo! A Doutrina tem especial significado em nossas vidas. Todo seu conteúdo doutrinário tem sido verdadeiro ponto de apoio para que nossos desequilíbrios e dificuldades não sejam maiores, pois em todos os momentos seus ensinamentos falam alto dentro de nós, convidando-nos a uma postura de coragem, determinação e muita confiança em Deus.

Ao mesmo tempo, convida-nos a algo fazer em favor da coletividade. Por esta razão, aí estão as inumeráveis instituições inspiradas pela Doutrina Espírita, oferecendo-nos oportunidade de servir à Causa. O conhecimento trazido pelos livros, através dos estudos feitos e ou proporcionados pelas Casas Espíritas tem proporcionado que muitas pessoas encontrem caminhos novos e diferentes em suas trajetórias, ao invés de transitarem pelo vício ou pelo crime, pelo desespero ou pela descrença.

Sim, porque a Doutrina Espírita significa paz e harmonia. Embora vivamos os conflitos do saber versus fazer, ela está sempre a nos orientar, consolar, esclarecer.

Pensando, pois, nos benefícios morais e espirituais recebidos da Doutrina Espírita, das alegrias incomparáveis experimentadas em seu nome, fico sempre a pensar no que estamos fazendo por ela...

Temos à nossa frente, ao nosso lado, uma humanidade desorientada, sedenta de paz e em busca de fundamentos que expliquem as razões, os porquês do sofrimento e das dificuldades presentes, época dura de transição para melhor. Tal desorientação tem fomentado a violência, apresentando desafios novos a cada dia, seja dentro do lar, seja na vida em sociedade.

Por outro lado, aí está a Doutrina Espírita. É com alegria que verificamos quanto esclarecimento ela tem proporcionado às pessoas que a conhecem ou estão a conhecer. É admirável a sede com que buscam tais conhecimentos e como eles injetam coragem e confiança nessas almas aflitas, que se deslumbram com a notícia nova da sobrevivência natural, da possibilidade do intercâmbio com os chamados mortos, com a justiça e possibilidades da reencarnação e para muitos a profundidade e lógica dos ensinamentos trazidos sobre todas as questões humanas. E isto tudo de maneira muito coerente com as conquistas científicas da atualidade. Tudo isso explica o crescimento e expansão do pensamento espírita.

Mas, e nós os espíritas? O que verdadeiramente temos feito pela divulgação?

Deixamos ainda em nossas Casas os livros trancados? Esquecemos de distribuir a mensagem, de comentar sobre determinadas lições que nós mesmos vibramos ao ler? Temos criado oportunidades para que o público do Centro conheça os boletins, jornais, revistas e publicações (todas fruto de esforço do ideal espírita) à disposição?

Achamos ainda que a função do Centro é só oferecer o passe e dispensar o público?

Achamos mesmo que ir ao Centro significa sentar, ouvir, receber o passe e sair?

Temos valorizado as palestras e delas extraído as motivações ao trabalho?

E o fenômeno mediúnico, temos dado a ele mais valorização do que ao estudo?

Dirigentes e freqüentadores, todos temos imensas responsabilidades com a divulgação, com o semear de esperanças. E este semear está no conhecimento, que precisa estar espalhado, jamais retido.

O público do Centro não pode estar dependente de seu dirigente. Precisa criar asas por si mesmo. Aprender a compreender. Assumir responsabilidades, atuar na sociedade espírita e fora dela, como espírita consciente. Consciência que só o estudo e o envolvimento com o Movimento vai trazer.

Numa cidade, quais são os espíritas? Se perguntarmos numa cidade, onde estão os espíritas?

Quais vão se posicionar e aparecer? Os que trabalham e assumem tarefas ou os que apenas freqüentam os grupos?

Pensemos no direcionamento que estamos dando aos freqüentadores de nossas Casas. Mais que informar, temos que formar espíritas conscientes. Isto se dá com os estímulos que a Casa oferece, em termos de participação e entrosamento com o Movimento. Afinal, o Espiritismo não está numa Casa, está no conjunto delas. Uma Casa pode perder-se. Várias saberão discernir quando cairem em erro. Daí a importância do espírita estar bem informado, assinar publicações da imprensa, participar. Formará seu próprio referencial e não ficará eternamente a perguntar se isto é certo ou errado, se posso ou não fazer isso ou aquilo.

A Doutrina pede raciocínio. Este depende da iniciativa individual, mas pode ser estimulado pela participação coletiva. Ninguém precisa brigar para isso acontecer. Basta interessar-se em buscar. E aos que já perceberam isto, o dever de levar àqueles que ainda não descobriram. Afinal, a solidariedade deve ser nosso instrumento de trabalho, não é mesmo?

Orson Peter Carrara

23 outubro 2006

Uma passagem entre dois mundos - Amílcar Del Chiaro Filho


Uma passagem entre dois mundos

Conan Doyle teve uma feliz expressão ao comentar em seu livro, A História do Espiritismo, a proeza extraordinária do espírito Charles Rosma, estabelecendo comunicação contínua com o mundo dos encarnados. Conan Doyle disse que Charles Rosma abriu uma passagem entre os dois mundos, e por ela precipitaram-se os anjos.

Sim! Embora em todas as épocas da humanidade os espíritos tenham se comunicado com os homens, foi a partir de Charles Rosma que as comunicações tiveram continuidade e foram sistematizadas. A expressão, que os anjos se precipitaram por essa abertura, significa que os espíritos superiores começaram a se comunicar, primeiramente nos Estados Unidos, e depois na Europa, culminando com o Espírito Verdade, que liderou uma equipe maravilhosa de espíritos, e juntamente com Kardec e seus colaboradores, implantaram no mundo o Espiritismo.

Com ele veio a prova da imortalidade. Já não é mais um dogma ou artigo de fé, mas as almas dos homens que viveram na Terra, retornam para contar como vivem, e as suas condições de felicidade ou infelicidade, de conformidade com o modo que viveram na Terra. A notícia correu célere por todas as partes: a morte morreu! Sim. A morte com o seu cortejo fúnebre, morreu, e a causa mortis foi a vida. Vida plena, abundante. Vida que procura a vida.

Os espíritos contaram aos homens que não estão nem no céu, nem no inferno. Estão no espaço infinito. Céu e inferno estão no íntimo de cada espírito. Pouco a pouco, dogmas religiosos e dogmas materialistas foram sendo derruídos. As fortalezas começam a ceder ante o rocio da verdade, e se desesperaram, e se uniram para dar combate à nascente Doutrina Espírita.

Usaram-se todas as armas, do ridículo à calúnia. Espalharam que o Espiritismo desunias as famílias, pregava a desobediência dos filhos aos pais, incentivava o divórcio, o adultério e o aborto. Apelaram para o demônio, queimaram livros, e nos púlpitos, sermões virulentos anatematizavam os espíritas. Os livros de Kardec foram colocadas no Índex do Vaticano. Tudo em vão.

Sim! Tudo em vão porque as raízes do espiritismo espalharam-se pelo mundo. Duas guerras mundiais que abalaram a Europa, e a falta de lideranças fizeram o Espiritismo fenecer no continente europeu, entretanto ele germinava fortemente nas Américas, especialmente no Brasil. O academicismo inicial com os grandes investigadores europeus, cedeu lugar a sentimentalidade latina e a religiosidade brasileira. Se a Doutrina Espírita perdeu em relação ao racionalismo, ao espírito científico, aos laboratórios experimentais, ganhou no aspecto consolação, caridade, amor ao próximo.

Contudo, essa condição de sentimentalidade não dispensa a lógica, o raciocínio, o estudo, porque o Espiritismo é uma Doutrina para as pessoas que pensam.

Amílcar Del Chiaro Filho

22 outubro 2006

Se Jesus já ensinou as Leis de Deus.... - André Luiz Formiga

Se Jesus já ensinou as Leis de Deus,
qual a utilidade do Espiritismo?

É pergunta muito pertinente ! Se pudermos analisar o Novo Testamento, com facilidade veremos que este é um repositório de sabedoria dos mais profundos.

Certa vez, Mahatma Ghandi, ainda na Inglaterra, foi persuadido a comprar a Bíblia. Ao ler o Sermão da Montanha ficou deleitado, as palavras foram ao fundo do seu coração. Então, declarou que amava Jesus, sendo acusado até de ser um cristão “secreto”. Ghandi era hindu e, neste século ainda, lutou pela independência da Índia contra a opressão britânica, com sucesso.

Kardec perguntou aos espíritos quem era o tipo mais perfeito para servir de guia e modelo ao homem. A resposta foi curta, Jesus.

Se Ele é, então, o exemplo de homem de bem, qual a contribuição que os espíritos podem nos oferecer ? De que maneira o Espiritismo poderá contribuir para o progresso ?

Toda religião ocidental se baseia nas revelações de Moisés e Jesus. A figura do Cristo surgiu numa era da Humanidade onde o Império Romano triunfava com violência sobre outros povos, dentre eles, o povo judeu, onde nasceu Jesus. Este povo guardava em suas convicções religiosas, a idéia de um Deus único, revelado por Moisés, mas que era muito temido por castigar aqueles que não seguissem suas instruções. Desta forma, Deus, para os judeus, era imbuido das paixões e dos vícios humanos.

Jesus surge tomando a antiga lei, abandonando a idéia de um Deus tirânico, revelando ao homem o Deus de Amor e Justiça para todos, imparcial, independente de raça ou condição social, acima das paixões transitórias. Vem revelar a vida futura e o que aguarda o homem depois de sua morte. Vem mostrar que para conseguir a verdadeira paz, basta somente que amemos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, o caminho da fraternidade.

O ponto capital da revelação do Cristo é a iminente transformação nas relações humanas. Estes, encarando a vida presente como secundária, deveriam “guardar tesouros no Céu”, abandonando o orgulho e o egoísmo. Infelizmente, é deste ponto que a Humanidade mais se afasta. Entretanto, Jesus já havia imaginado que isto ocorreria:

- “Muitas das coisas que vos digo ainda não as compreendeis e muitas outras teria a dizer, que não compreenderíeis; por isso é que vos falo por parábolas; mais tarde, porém enviar-vos-ei o Consolador, o Espírito de Verdade, que restabelecerá todas as coisas e vo-las explicará todas.” (Jo 14,16 - Mat 17)

Ao povo a quem falava, faltavam conhecimentos que só poderiam ser adquiridos com o tempo e sem os quais não entenderiam diversas coisas. Por isso usava as parábolas. A Democracia, a liberdade de expressão, a Física e a Química não existiam, assim, não pôde desenvolver seus ensinos de maneira completa, pois eles os achariam absurdos.

Jesus falou de um Consolador que restabeleceria todas as coisas pois já sabia que suas alegorias seriam mal interpretadas; explicaria e desenvolveria as que Ele não pôde dizer, pois sabia que com o tempo os homens progrediriam em Ciência e em Filosofia.

Depois de 18 séculos de conquistas, surge no mundo uma Ciência que revela o mundo dos Espíritos. O Espiritismo, partindo das próprias palavras do Cristo, como este partiu das de Moisés, é conseqüência direta da sua doutrina.

O Espiritismo amplia a idéia de uma vida futura mostrada por Jesus, com a revelação do mundo dos espíritos, dá a esta consistência, tornando-a realidade inconteste. A Doutrina dos Espíritos revela ao homem, os laços entre o mundo corpóreo e o espiritual, o objetivo real de sua existência na matéria e este pode vislumbrar a Justiça Divina por toda a parte.

A revelação da vida antes e depois da morte e a doutrina da reencarnação são, em si, tudo o que o Espiritismo vem somar aos ensinos de Jesus, a esperança numa vida futura é o próprio Consolador prometido.

O Espiritismo vem elucidar os pontos obscuros do ensino cristão no momento em que a razão atinge seu apogeu. Essa a contribuição do Espiritismo, a luta, através do esclarecimento, pelo fim do materialismo !

André Luiz Formiga

21 outubro 2006

Sempre Melhor - André Luiz

Sempre o Melhor
  • Em todos os caminhos da vida, encontraras obstáculos a superar. Se assim não fosse, como provarias a ti mesmo a sinceridade de teus propósitos de renovação?
  • Aceita as dificuldades com paciência, procurando guardar contigo as lições de que se façam portadoras.
  • Com todos temos algo de bom para aprender e em tudo temos alguma coisa de útil para assimilar.
  • Nada acontece por acaso e, embora te pareça o contrario, ate mesmo o mal permanece a serviço do bem.
  • A resignação tem o poder de anular o impacto do sofrimento.
  • Se recebes criticas ou injurias, não te aflijas pela resposta verbal aos teus adversários. Muitas vezes, os que nos acusam desejam apenas distrair-nos a atenção do trabalho a que nos dedicamos, fazendo-nos perder preciosos minutos em contendas estéreis.
  • Centraliza-te no dever a cumprir, refletindo que toda semente exige tempo para germinar.
  • Toda vitória se fundamenta na perseverança e sem espírito de sacrifício ninguém concretiza os seus ideais.
  • Busca na oração coragem para superar os percalços exteriores da marcha e humildade para vencer os entraves do teu mundo interior.
  • Aceita os outros como são a fim de que te aceitem como es, porquanto, de todos os patrimônios da vida, nenhum se compara a paz de quem procurar fazer sempre o melhor, embora consciente de que esse melhor ainda deixe muito a desejar.

Xavier, Francisco Candido; Baccelli, Carlos A.. Da obra: Brilhe Vossa Luz.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
Araras, SP: IDE, 1987.

20 outubro 2006

Além-Tumulo - Emmanuel


Caridade, A Meta

Guarda, na mente, que a caridade em teus atos deve ser a luz que vence a sombra.

Enquanto não compreendas que a caridade é sempre a bênção maior para quem a realiza, ligando o benfeitor ao necessitado, estarás na fase primária da virtude por excelência.

Poderás repartir moedas, a mãos-cheias; todavia, se não mantiveres o sentimento da amizade em relação ao carente, não terás logrado alcançar a essência da caridade.

Repartirás tecidos e agasalhos com os desnudos; no entanto, se lhes não ofertares compreensão e afabilidade, permanecerás na filantropia.

Atenderás aos enfermos com medicação valiosa; entretanto, se não adicionares ao gesto a gentileza fraternal, estarás apenas desincumbindo-te de um mister de pequena monta.

Ofertarás o pão aos esfaimados; contudo, se os não ergueres com palavras de bondade, não alcançaste o sentido real da caridade.

Distribuirás haveres e coisas com os desafortunados do caminho; não obstante, sem o calor do teu envolvimento emocional em relação a eles, não atingiste o fulcro da virtude superior.

A caridade é algo maior do que o simples ato de dar.

Certamente, a doação de qualquer natureza sempre beneficia aquele que lhe sofre a falta. Todavia, para que a caridade seja alcançada, é necessário que o amor se faça presente, qual combustível que permite o brilho da fé, na ação beneficente.

A caridade material preenche os espaços abertos pela miséria sócio-econômica, visíveis em toda parte.

Além deles, há todo um universo de necessidades em outros indivíduos que renteiam contigo e esperam pela luz libertadora do teu gesto.

A indulgência, em relação aos ingratos e agressivos;

a compaixão, diante dos presunçosos e perversos;

a tolerância, em favor dos ofensores;

a humildade, quando desafiado ao duelo da insensatez;

a piedade, dirigida ao opressor e déspota;

a oração intercessória, pelo adversário;

a paciência enobrecida, face às provocações e à irritabilidade dos outros;

a educação, que rompe as algemas da estupidez e da maldade que se agasalham nas furnas da ignorância gerando a delinqüência e a loucura...

A caridade moral é desafio para toda hora, no lar, na rua, no trabalho.

Exercendo-a, recorda também da caridade em relação a ti mesmo.

Jesus, convivendo com os homens, lecionou exemplificando todas as modalidades da caridade, permanecendo até hoje como o protótipo mais perfeito que se conhece, tornando-a a luz do gesto, que vence a sombra do mal, através da ação do amor.

Caridade, pois, eis a meta.

Da obra: Vigilância- Divaldo Pereira Franco
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
1a edição. Salvador, BA: LEAL, 1987.

19 outubro 2006

Além do Sono - Calderaro

Além do Sono

De passagem por nosso templo, rogo vênia para ocupar-lhes a atenção com alguns apontamentos ligeiros, em torno de nossas tarefas habituais.

Dia e noite, no tempo, simbolizam existência e morte na vida.

Não há morte libertadora sem existência edificante.

Não há noite proveitosa sem dia correto.

Vocês não ignoram que a atividade espiritual da alma encarnada estende-se além do sono físico; no entanto, a invigilância e a irresponsabilidade, à frente de nossos compromissos, geram em nosso prejuízo, quando na Terra, as alucinações hipnogógicas, toda vez que nos confiamos ao repouso.

É natural que o dia mal vivido exija a noite mal assimilada.

O espírito menos desperto para o serviço que lhe cabe, certamente encontrará, quando desembaraçado da matéria densa, trabalho imperioso de reparação a executar.

Por esse motivo, grande maioria de companheiros encarnados gasta as horas de sono exclusivamente em esforço compulsório de reajuste.

Mas, se o aprendiz do bem atende à solução dos deveres que a vigília lhe impõe, torna-se, como é justo, além do veículo físico, precioso auxiliar nas realizações da Esfera Superior.

Convidamos, assim, a vocês, tanto quanto a outros amigos a quem nossas palavras possam chegar, à tarefa preparatória do descanso noturno, através do dia retamente aproveitado, a fim de que a noite constitua uma província de reencontro das nossas almas, em valiosa conjugação de energias, não somente a benefício de nossa experiência particular, mas também a favor dos nossos irmãos que sofrem.

Muitas atividades podem ser desdobradas com a colaboração ativa de quantos ainda se prendem ao instrumento carnal, principalmente na obra de socorro aos enfermos que enxameiam por toda parte.

Vocês não desconhecem que quase todas as moléstias rotineiras são doenças da idéia, centralizadas em coagulações de impulsos mentais, e somente idéias renovadoras representam remédio decisivo.

Por ocasião do sono, é possível a ministração de amparo direto e indireto às vítimas dos labirintos de culpa e das obsessões deploráveis, por intermédio da transfusão de fluidos e de raios magnéticos, de emanações vitais e de sugestões salvadoras que, na maior parte dos casos, somente os encarnados, com a assistência da Vida Superior, podem doar a outros encarnados.

E benfeitores da Espiritualidade vivem a postos, aguardando os enfermeiros de boa-vontade, samaritanos da caridade espontânea, que, superando inibições e obstáculos, se transformem em cooperadores diligentes na extensão do bem.

Se vocês desejam partilhar semelhante concurso, dediquem alguns momentos à oração, cada noite, antes do mergulho no refazimento corpóreo.

Contudo, não basta a prece formulada só por só.

É indispensável que a oração tenha bases de eficiência no dia bem aproveitado, com abstenção da irritabilidade, esforço em prol da compreensão fraterna, deveres irrepreensivelmente atendidos, bons pensamentos, respeito ao santuário do corpo, solidariedade e entendimento para com todos os irmãos do caminho, e, sobretudo, com a calma que não chegue a ociosidade, com a diligência que não atinja a demasiada preocupação, com a bondade que não se torne exagero afetivo e com a retidão que não seja aspereza contundente.

Em suma, não prescindimos do equilíbrio que converta a oração da noite numa força de introdução à espiritualidade enobrecida, porque, através da meditação e da prece, o homem começa a criar a consciência nova que o habilita a atuar dignamente fora do corpo adormecido.

Consagrem-se à iniciação a que nos referimos e estaremos mais juntos.

É natural não venham a colher resultados, de imediato, nas faixas mnemônicas da recordação, mas, pouco a pouco, nossos recursos associados crescerão, oferecendo-nos mais alto sentido de integração com a vida verdadeira e possibilitando-nos o avanço progressivo no rumo de mais amplas dimensões nos domínios do Universo.

Aqui deixamos assinalada nossa lembrança que encerra igualmente um apelo ao nosso trabalho mais in¬tensivo na aplicação prática ao ideal que abraçamos, porque a alma que se devota à reflexão e ao serviço, ao discernimento e ao estudo, vence as inibições do sono fisiológico e, desde a Terra, vive por antecipação na sublime imortalidade.

Livro: Instruções Psicofônicas - Calderaro - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

18 outubro 2006

Acorda e Vive - Emmanuel

Acorda e Vive

Espiritualmente falando, a Terra, para os grandes seres que já se evangelizaram, oferece o espetáculo de berçário imenso onde o espírito humano continua dormindo na infantilidade que lhe caracteriza a evolução iniciante.

Os homens, quase todos, estáticos ou cristalizados na ignorância, imitam os sonâmbulos hipnotizados pelas próprias criações.

Aqui, alguém sonha ostentando ilusório manto de dominação, acolá, alguém passa, á maneira de autônomo infeliz, acreditando-se mendigo.

Além, um homem comum, que apenas consegue realizar magra refeição por dia, estabelece imensos monopólios de farinha ou de azeite, vitimado pela loucura de amontoar utilidades sem proveito justo; mais além, uma criatura vulgar, que somente vestirá um costume de cada vez, açambarca o mercado de algodão ou o comércio de lã, supondo-se capaz de consumir sozinho o suprimento destinado a milhões.

Há quem administre os bens públicos, julgando-se exclusivo senhor deles, e há quem desperdice as próprias forças, deliberadamente, presumindo na saúde um caminho para a própria destruição.

É por isso que quase todos, enquanto na Terra, centralizamos a atenção no próximo, olvidando a nós mesmos.

Quando nos desvencilhamos, porém, das teias da ociosidade mental que nos anestesia, observamos que a vida apenas pede visão, a fim de descerrar-nos o luminoso roteiro para os cimos que nos compete atingir e, então, se nos dispomos realmente a ver, identificamos em derredor de nós, a sementeira e a seara de luz, à espera de nosso esforço no bem para conferir-nos paz e sublimação.

Se a dor te visita, se a indagação te convoca ao conhecimento, se a curiosidade te convida à reforma íntima e se o mundo te solicita renovação, recorda que o Senhor terá reconhecido o teu amadurecimento para ávida que nunca morre e te procura ao necessário despertamento.

Acorda e vive para a realidade que nos rodeia.

Acorda e serve e servindo, encontrarás a ti mesmo em nível mais alto, entretecendo as próprias asas para o vôo excelso no rumo da imperecível libertação.

Livro: Mais Perto - Emmanuel - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

17 outubro 2006

Oração De Um Morto Pelos Mortos - Irmão X

Oração De Um Morto Pelos Mortos

Senhor Jesus: muita vez o trabalhador do campo da vida interromperá o serviço do arado, não para olhar atrás, misturando saudades da esfera inferior com aspirações do plano sublime, mas para fixar as zonas mais altas e rogar-Te o auxilio imprescindível!

Mestre de Sabedoria e Bondade, não Te venho pedir hoje pelos que ainda se prendem à luta da carne! O faminto, que se arrasta no mundo, na maioria das vezes encontrará uma côdea de pão; o doente, quase sempre, achará remédio salutar. Venho pedir-Te por todos aqueles que a morte arrebatou ao corpo físico, inesperadamente, quando seus corações navegavam em pleno mar de ilusão; por aqueles que deixaram os afetos mais caros, que abandonaram o ninho doméstico entre angústias e lágrimas, que desertaram compulsòriamente dos serviços materiais em que punham a esperança!... Muitos deles, Jesus, acordaram em regiões que supunham não existir; outros amparam-se ainda com os familiares do mundo, tentando restaurar uma situação que a Divina Lei considera encerrada, em definitivo; outros ainda, Mestre, se conservam apegados ao sepulcro que lhes guarda os despojos, procurando inutilmente renovar as exaustos energias orgânicas!...

Senhor, porque não pedir por eles ao Teu amor que nos legou a doutrina do túmulo vazio?

É verdade que a maioria deles, pobres espíritos infelizes e perturbados, menosprezaram-Te o nome, esquecendo as obrigações que lhes competiam na Terra... Inegàvelmente, criaram dolorosos infernos de remorso e sofrimento para si mesmos, que a Tua própria complacência não pode remover, nem destruir, em virtude das soberanas e indefectíveis Leis do Eterno, mas nós Te rogamos um raio de luz que os esclareça, uma gota do bálsamo de Teu infinito amor que lhes alivie os inomináveis padecimentos!... Ensina-lhes ainda, por intermédio de Teus mensageiros abnegados, o desprendimento dos derradeiros laços que os escravizam aos enganos do passado cruel! São míseros paralíticos do coração, que perderam o movimento fácil, por haverem desprezado os raciocínios nobilitantes, e cegos que subtraíram a visão a ai mesmos, viciando os olhos na contemplação ele fantasias sem número, no círculo das sombras terrestres! Sabemos, Jesus, que os paralíticos e cegos voluntários dificilmente encontrarão a cura precisa; entretanto, ousamos suplicar Tua bênção divina para todos esses infortunados que, em desespero, vagueiam sem rumo na Crosta Planetária!

Ajuda-os por compaixão, a se desfazerem das ilusões que os prendem à inquietação e ao tormento íntimo, auxilia-os no aprendizado da arte difícil de dizer adeus! dá-lhes a noção de que a existência última da corpo se lhes fechou à alma, como se cerra um livro de contas do mundo, e ampara-lhes o coração oprimido para que se ponham a caminho da liberdade espiritual! que possam reconhecer, ao influxo de Teu amor, a cessação de todos os direitos transitórios da Terra, em face da morte renovadora, e que troquem os títulos convenciona,is, que lhes uniam o espírito na carne aos seres queridos, pelos títulos gloriosos da fraternidade imortal, sem limitações e sem fronteiras! Reconhecemos que todos eles, como nós outros, estão assina-lados por débitos vultosos perante a Tua misericórdia e sabemos que é impossível fugir ao resgate. Todavia, nós Te suplicamos a bênção de luz, a fim de que se desfaçam as sombras que nos cercam.

Jesus, compadece-Te dos novos Lázaros sepultados no túmulo da,a ilusões e ajuda-os para que sejam desenfaixados e ressuscitem, de fato, ao clarão da verdade eterna! Senhor, Tu que iluminaste os caminhos da vida, atende-nos a súplica e clareia também os caminhos da morte!...

Livro: “Lázaro Redivivo” - Irmão X - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

16 outubro 2006

Médiuns e Mensageiros - Batuíra

 
MÉDIUNS E MENSAGEIROS

Em torno dos médiuns e dos encargos que lhes dizem respeito recorramos a imagens simples da vida para considerar a importância do burilamento mediúnico ante as manifestações espirituais:

o escritor mais emérito não comporá sequer uma página atirando a esmo as letras do alfabeto;

o navegador mais experiente não realizará a travessia do oceano numa embarcação de papel;

o professor mais sábio não conseguirá fornecer ao discípulo qualquer diploma, em determinado setor profissional, de uma semana para outra;

o engenheiro mais competente não erguerá construção sólida sobre areias movediças.

Assim também na área dos Mensageiros da Vida Superior e dos medianeiros amigos encarnados na Terra.

Incentivaremos a descoberta e a formação de médiuns para enriquecer os sistemas de intercâmbio entre o Plano Espiritual e o Plano Físico, mas não nos esqueçamos de que, se os médiuns não estudam, melhorando as próprias condições de receptividade; se não adquirem fortaleza para suportarem valorosamente os golpes da crítica; se não entesouram paciência a fim de se adestrarem no serviço mediúnico, dia por dia, mês a mês e ano a ano; e se não largam o terreno falso da dúvida sem proveito é muito difícil a execução da tarefa de elevação a que foram chamados, de vez que sem recursos de trabalho e preparo, abnegação e aperfeiçoamento, a obra da educação em qualquer lugar se faz praticamente impossível.

Livro: “Mais Luz” - Batuíra 
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

15 outubro 2006

Animais em Sofrimento - Emmanuel

Animais Em Sofrimento

Se os animais estão isentos da lei de causa e efeito, em suas motivações profundas, já que não têm culpas a expiar, de que maneira se lhes justificar os sacrifícios e aflições?

Assunto aparentemente relacionado com injustiça, mas a lógica nos deve orientar os passos na solução do problema.

Imperioso interpretar a dor por mais altos padrões de entendimento.

Ninguém sofre, de um modo ou de outro, tão-somente para resgatar o preço de alguma coisa. Sofre-se também angariando os recursos precisos para obtê-la.
Assim é que o animal atravessa longas eras de prova a fim de domesticar-se, tanto quanto o homem atravessa outras tantas longas eras para instruir-se.

Que mal terá praticado o aprendiz a fim de submeter-se aos constrangimentos da escola?
E acaso conseguirá ele diplomar-se em conhecimento superior se foge às penas edificantes da disciplina?

Espírito algum obtém elevação ou cultura por osmose, mas sim através de trabalho paciente e intransferível.

O animal igualmente para atingir a auréola da razão deve conhecer benemérita e comprida fieira de experiências que terminarão por integrá-la na posse definitiva do raciocínio.

Compreendamos, desse modo, que o sofrimento é ingrediente inalienável no prato do progresso.

Todo ser criado simples e ignorante é compelido a lutar pela conquista da razão, e atingindo a razão, entre os homens, é compelido igualmente a lutar a fim de burilar-se devidamente.

O animal se esforça para obter as próprias percepções e estabelecê-las.
O homem se esforça avançando da inteligência para a sublimação.

Dor física no animal é passaporte para mais amplos recursos nos domínios da evolução.
Dor física, acrescida de dor moral no homem, é fixação de responsabilidade em trânsito para a Vida Maior.

Certifiquemo-nos, porém, de que toda criatura caminha para o reino da angelitude, e que, investindo-se na posição de espírito sublime, não mais conhece a dor, porquanto o amor ser-lhe-á sol no coração dissipando todas as sombras da vida ao toque de sua própria luz.

Livro: Aulas da Vida - Emmanuel - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

14 outubro 2006

Viveremos Sempre - Neio Lúcio


Viveremos Sempre

Filho, não humilhes os ignorantes e os fracos.

Todos somos viajores da vida eterna.

Do berço ao túmulo atravessamos apenas um ato do imenso drama de nossa evolução para Deus.

Por vezes, o senhor veste o traje pobre do operário humilde para conhecer-lhe as duras necessidades, e o operário humilde veste o suntuoso traje do senhor para conhecer-lhe as duras obrigações na tarefa administrativa.

Quando um homem menospreza as oportunidades de tempo e dinheiro que o Céu lhe confia, volta ao mundo em outro corpo, experimentando a escassez de tudo.

Não escarneças do aleijado. Tua boca poderá cobrir-se de cicatrizes.

Não recolhas os bens que te não pertencem. Teus braços são suscetíveis de caírem paralíticos, sem que possas acariciar o que é teu, provisoriamente.

Não caminhes ao encontro do mal, porque o mal dispõe de recursos para surpreender-te, talvez com a perturbação e com a morte.

Ajuda e passa adiante, expandindo um coração compassivo para com todas as dores e cheio de amor e perdão para todas as ofensas.

Quando não puderes louvar, cala-te e espera, porque a língua viciada na definição dos defeitos alheios regressa ao mundo em plena mudez.

Quem chega através de um berço risonho, na maioria dos casos é alguém que torna ao campo da carne, a fim de restaurar-se e aprender.

Assim como a flor se destina ao fruto que alimenta, o teu conhecimento deve produzir a bondade que constrói e santifica.

Lembra-te de que longo é o caminho e que necessitaremos trocar de corpo, na direção da vitória final, tantas vezes quantas forem pre¬cisas, até que a indispensabilidade da vestimenta física se desvaneça com as encarnações sucessivas...

Colheremos da sementeira que fizermos.

Não desprezes, assim, os menos felizes.

O malfeitor e o vagabundo que se deixaram escravizar pelos demônios da preguiça são igualmente nossos irmãos. Ajudemo-los, através de todos os meios ao nosso alcance.

Nem sempre o verdadeiro infortunado éaquele que se debate num leito de sofrimento. Não olvides o infeliz bem trajado que cruza as avenidas da ignorância, sem paz e sem luz.

Filho meu, voltaremos ainda à Terra, provàvelmente, muitas vezes...

O serviço de redenção assim o exige.

Ama a todos.

Auxilia indistintamente.

Semeia o bem, à margem de todas as estradas.

Recorreremos ao amparo de muitos. É da Lei do Senhor que não avancemos sem os braços fraternos uns dos outros.

Prepara, desde agora, a colaboração de que necessitarás, a fim de prosseguirmos, em paz, montanha acima! Sê irmão de todos, para que te sintas, desde hoje, no centro da grande família humana, e o Senhor Supremo te abençoará.


Livro: Alvorada Cristã- Neio Lúcio - Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

13 outubro 2006

Ante A Morte Violenta - Emmanuel

Ante A Morte Violenta

Em verdade, no mundo, o túmulo imposto à pressa é daquelas provas terrenas que mais dilaceram o coração.

Diante das vidas nobres que se interrompem, de improviso, dolorosas indagações são endereçadas ao Céu.

Não raro, à frente da morte súbita, outras existências promissoras começam a fenecer.

São almas que ficam na retaguarda, carregando consigo o esquife dos sonhos mortos ou algemados ao rochedo da angústia, sem coragem de romper os grilhões que as encarceram no sofrimento.

Muitas vezes desvairadas, recusam a oração ou renegam a fé.

Asseveram-se sozinhas no temporal das próprias lágrimas e, por vezes, descem, desavisadas, nos mais graves desequilíbrios do pensamento.

Entretanto, é preciso que o entendimento que nos caracteriza no mundo se submeta aos juízos soberanos e sábios da morte, para que a nossa temporária permanência no corpo físico não fuja à condição de aprendizado.

Imprescindível lembrar que na engrenagem da civilização de agora, comumente reparamos os próprios erros de ontem.

Entre as máquinas que lhe reduzem as lides e obrigações, muita vez encontra o homem o corretivo e o reajuste, a paz e a liberação da própria alma.

Auxilia aos entes queridos que partiram da Terra, em luta repentina, ofertando-lhes à estrada o bálsamo precioso da consolação e da prece.

Recorda que a Misericórdia Celeste adoça todos os processos da justiça universal e reconforta-lhe na certeza de que Deus faz sempre o melhor.

Contempla as vítimas dos hábitos infelizes, tantas vezes mergulhados nas sombras da obsessão.

Observa os que choram nos sepulcros da consciência culpada e que se debatem no inferno do remorso e do arrependimento, sem comiseração para consigo mesmos!

Reflete nos quadros tristes a se erguerem das provas necessárias e conserva contigo a paciência e a esperança de quem recebe na dor inesperada o socorro oculto da Providência Divina.

Se o gládio da morte violenta te busca o lar, faze silêncio e confia-te ao tempo, o médico invisível que nos restaura as energias do coração.

Não blasfemes, nem desesperes.

Aguarda o Amparo Celestial, mantendo a certeza de que tudo aquilo que hoje ignoras, amanhã saberás.

Livro: Mais Perto - Emmanuel - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

12 outubro 2006

Mensagem do Homem Triste - Meimei

Mensagem do Homem Triste

Passaste por mim com simpatia, mas quando me viste os olhos parados, indagaste em silêncio
por que vagueio na rua.
Talvez por isso estugaste o passo e, embora te quisesse chamar, a palavra esmoreceu-me na boca.
É possível tenhas suposto que desisti do trabalho, no entanto, ainda hoje, bati, em vão, de oficina em oficina....
Muitos disseram que ultrapassei a idade para ganhar dignamente o pão, como se a madureza do corpo fosse condenação à inutilidade, e outros, desconhecendo que vendi minha roupa melhor para aliviar a esposa doente, despediram-me apressados, acreditando-me vagabundo sem profissão.
Não sei se notaste quando o guarda me arrancou à contemplação da vitrine, a gritar-me palavras duras, qual se eu fosse vulgar malfeitor...
Crê, porém, que nem de leve me passou pela mente a idéia do furto, apenas admirava os bolos expostos, recordando os filhinhos a me abraçarem com fome, quando retorno à casa.
Ignoro se observaste as pessoas que me endereçavam gracejos, imaginando-me embriagado, porque eu tremesse encostado ao poste; afastaram-se todas, com manifesto desprezo, contudo, não tive coragem de explicar-lhes que não tomo qualquer alimento há três dias...
A ti, porém, que me fitaste sem medo, ouso rogar apoio e cooperação.
Agradeço a dádiva que me estendas, no entanto, acima de tudo, em nome do Cristo que dizemos amar, peço me restituas a esperança, a fim de que eu possa honrar, com alegria, o dom de viver.
Para isso, basta que te aproximes de mim, sem asco, para que eu saiba, apesar de todo o meu infortúnio, que ainda sou teu irmão.

Meimei - Psicografia de Chico Xavier

11 outubro 2006

Amando os Inimigos - Emmanuel

Amando Os Inimigos

"Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem..."
Jesus. (Mateus, 5:44)



Sem liberdade é impossível avançar nas trilhas da evolução, mas fora do entendimento que nasce do amor, ninguém se emancipa nos caminhos da própria alma.

Seja onde seja e seja com quem for, deixa que a simpatia e a compreensão se te irradiem do ser.

Em qualquer parte onde palpite a vida, eis que a vida para crescer e aperfeiçoar-se roga o alimento do amor, tanto quanto pede a presença da luz.

De muitos recebes o apoio da bondade e outros muitos aguardam de ti semelhantes auxílio.

Da faixa dos benfeitores recolhes a bênção para transmiti-lo na direção dos que te não aceitam ou desajudam.

Nessa diretriz, os adversários, quaisquer que eles sejam, nunca te prenderão a desespero ou ressentimento.

Se surgem e atacam, abençoa-os com a justificativa fraterna ou com o pronto-socorro da oração. Entretanto, pensa, acima de tudo, na condição infeliz em que se colocam e compadece-te em silêncio.

Esse, por enquanto, não consegue desalojar-se do ergástulo da opinião individual; aquele, acomoda-se no azedume sistemático; outro descambou para equívocos dos quais, por agora, não sabe se afastar; aquele outro sofre sob a hipnose da obsessão; e aquele outro ainda está doente e talvez exija tempo longo, a fim de recuperar-se.

Entregarmos-nos à mágoa diante dos que perseguem e caluniam, é o mesmo que nos ajustarmos voluntariamente à onda de perturbação a que encadeiam.

Sob o granizo da ignorância ou da incompreensão, segue trabalhando, a servir sempre.

Observa os inimigos do bem e os agressores da renovação e, em lhes percebendo a sombra, condoer-te-ás de todos ele.

Faze isso e sempre que te pretendam agrilhoar ao desequilíbrio, a compaixão te libertará.

Livro: Mais Perto - Emmanuel - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

10 outubro 2006

Filhos Casados - Emmanuel

 
FILHOS CASADOS

Tema que provavelmente se nos afigurará corriqueiro, mas sempre da mais alta importância nas questões de relacionamento – os filhos casados.

Muito comum na Terra, quando na mordomia do lar, esquecermo-nos de que os nossos filhos cresceram em tamanho físico e em responsabilidades espirituais. E quase sempre, conquanto involuntariamente, passamos a influenciá-los, de modo negativo, para lá da órbita do apreço que lhes devemos.

Reflitamos nisto, aprendendo a liberá-los de nossas exigências fantasiadas de amor.

Estejamos decididos a auxiliá-los, doando-lhes a oportunidade de serem eles mesmos nas escolhas que façam e nas experiências que busquem.

É preciso recordar que nem sempre conseguirão afinar-se com as nossas inclinações e propósitos.

Desejarão outras companhias e outros hábitos. Estimarão tentar outro tipo de existência, diverso daquele em que nos acostumamos a trabalhar e a viver.

Decerto que nos amam, tanto quanto os amamos, entretanto, aspiram a seguir por vias diferentes das nossas.

Agradeçamos àqueles que se harmonizem conosco, reconfortando-nos com a ternura da presença constante, mas saibamos agradecer também o esforço daqueles outros que procuram ser bons e retos sem nós. Muitas vezes, quando alguns deles se nos afastam da convivência é porque permanecem atendendo a dificuldades e provas, nas quais a nossa intervenção resultaria simplesmente em ação indébita, complicando as questões em foco ao invés de resolvê-las.

Compadece-te de teus filhos casados, procurando respeitá-los na desvinculação de que necessitem para serem felizes.

O amor verdadeiro não cria problemas.

Recordemos, nós todos, os espíritos encarnados ou desencarnados, que os nossos filhos no mundo, qual nos ocorre, são, acima de tudo, filhos de Deus e precisam, tanto quanto nós, de apoio na liberdade para conseguirem efetivamente viver.

Livro: “Na Era do Espírito” - Emmanuel/Espíritos Diversos.
Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires

09 outubro 2006

O Mais Importante - André Luiz

O Mais Importante

Provavelmente você estará atravessando longa faixa de provações em que o ânimo quase que se lhe abate.

Crises e problemas apareceram.

Entretanto, paz e libertação, esperança e alegria dependem de sua própria atitude.

Se veio a colher ofensa ou menosprezo, você mesmo pode ser o perdão e a tolerância, doando aos agressores o passaporte para o conhecimento deles próprios.

Se dificuldades lhe contrariaram a expectativa de auto-relização, nesse ou naquele sentido, a sua paciência lhe fará ver os pontos fracos que precisa anular a fim de atingir a concretização dos seus planos em momentos mais oportuno.

Se alguém lhe impôs decepções, o seu entendimento fraterno observará que isso é uma benção de vida imunizando-lhe o espírito contra a aquisição de pesados e amargos compromissos futuros.

Se experimenta obstáculos na própria sustentação, o seu devotamento ao trabalho lhe conferirá melhoria de competência e a melhoria de competência lhe elevará o nível de compensações e recursos.

Se você está doente, é a sua serenidade, com a sua cooperação, que se fará base essencial de auxílio aos médicos e companheiros que lhe promovem a cura.

Se sofre a incompreensão de pessoas queridas, é a sua bondade, com o seu despreendimento, que se lhe transformará em arrimo para que os entes amados retornem ao seu mundo afetivo.

Evite as complicações de rebeldia e inconformidade, ódio e inveja, egoísmo e desespero que apenas engrossarão o seu somatório de angústia.

Mudanças, aflições, anseios, lutas, desilusões e conflitos sempre existiram no caminho da evolução.

Por isso mesmo, o mais importante não é aquilo que aconteça e sim o seu modo de reagir.

Livro: Na Era do Espírito - Cap. 11 - André Luiz
Psicografia : Francisco Cândido Xavier

07 outubro 2006

Carta Paterna - Neio Lúcio

Carta Paterna

Meu filho, não tinhas razão em favor da cólera.

Vi, perfeitamente, quando o velhinho se aproximou para servir-te.

Trazia um coração amoroso e atento que não soubeste compreender

Deste uma ordem que o pobrezinho não ouviu tão bem, quanto desejavas. Repetiste-a e, porque novamente te perguntasse qualquer coisa, proferiste palavras feias, que lhe feriram as fibras mais íntimas.

Como foste injusto!...

Quando nasceste, o antigo servidor já vencera muitos invernos e servira a muita gente.

Enfraqueceram-se-lhe os ouvidos, ante as imperiosas determinações alheias.

Nunca refletiste na neblina que lhe enevoa o olhar? Adquiriu-a trabalhando à noite, enquanto dormias, despreocupado.

Sabes porque traz ele as pernas trêmulas? Devorou muitas léguas a pé, solucionando problemas dos outros.

Irritas-te, quando se demora a movimentar-se a teu mando. Contudo, exiges o automóvel para a viagem de dois quilômetros.

Em muitas ocasiões, queixas-te contra ele. É relaxado aos teus olhos, tem as mãos descuidadas e a roupa não muito limpa. Entretanto, nunca imaginaste que o apagado servidor jamais encontrou oportunidades iguais às que recebeste. Além disto, não lhe ofereces o ensinamento amigo e nem tempo para cogitar das próprias necessidades espirituais.

Reclamas longos dias para examinar pequenina questão, referente ao teu bem-estar; todavia, não lhe consagras nem mesmo uma hora por semana, ajudando-o a refletir...

Respondes, enfadado, quando o velho companheiro te pede alguns níqueis, mas não vacilas em despender pequenas fortunas com amigos ociosos, em noitadas alegres, nas quais te mergulhas em fantasioso contentamento.

Interrogas, ingrato: que fizeste do dinheiro que te dei?

Esqueces que o servo de fronte enrugada não dispôs de tempo e recurso para calcular, com exatidão, os processos de ganhar além do necessário e não conseguiu ensejo de ilustrar o raciocínio com o refinamento que caracteriza o teu.

Ah! meu filho, quando a impaciência te visita o espírito, recorda que o monstro da ira indesejável te bate à porta do coração. E quando a ele te entregas, Imprevidente tuas conquistas mais elevadas tremem nos alicerces. Chego a desconhecer-te porque a fúria dos elementos interiores te alteram a Individualidade aos meus olhos e eu não sei se passas a condição de criança ou de demônio!...

Se não podes conter, ainda, os movimentos impulsivos de sentimentos Perturbadores, chegado o instante do testemunho cala-te e espera.

A cólera nada edifica e nada restaura... Apenas semeía desconfiança e temor, ao redor de teus passos.

Não ameaces com a voz, nem te insurjas Contra ninguém.

É provável que guardes alguma reclamação contra mim, teu pai, Porque eu também sou ainda humano. No entanto, filho, acima de nós ambos permanece o Pai Supremo, e que seria de ti e de mim, se Deus, um dia, se encolerizasse contra nós?

Livro: Alvorada Cristã - Neio Lúcio - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

06 outubro 2006

A Chave da Reencarnação - Irmão Saulo

A CHAVE DA REENCARNAÇÃO

O princípio da reencarnação é a chave que nos abre a compreensão para todos os problemas humanos. Sem ele tudo é mistério e confusão em nossos destinos e a justiça de Deus nos parece absurda. Essa chave foi perdida a partir do IV século da nossa era. As religiões cristãs, adaptando-se aos formalismos pagãos e judaicos, perderam a chave que Jesus lhes havia deixado em seus ensinos, como ainda hoje podemos ver de maneira inegável nos Evangelhos. O Cristianismo aturdido não pôde encontrá-la nos caprichosos labirintos da Teologia, formulada pelos novos doutores da lei.

Dezoito séculos depois de Cristo os cristãos se veriam desarmados diante do desafio da razão esclarecida pela evolução cultural. O mundo convertido ao Cristianismo voltaria então às fontes esquecidas da cultura pagã. Essa apostasia, como a do Imperador Juliano, o lançaria de novo nos dilemas insolúveis da razão desprovida de luz espiritual. Há dois séculos nos debatemos nesse torvelinho de loucuras, mas há mais de um século o Espírito da Verdade, prometido por Jesus, vem renovando na Terra o ensino do Mestre, graças ao restabelecimento da comunicação mediúnica permanente e natural que nos devolve a chave perdida da reencarnação.

A liberdade para a vida afetiva, que procuramos nas ilusões do corpo carnal, está na realidade do espírito, onde somos, como Jesus ensinou, semeadores que saíram a semear. A semeadura que fizermos determinará a nossa colheita, pois as leis naturais nos escravizam aos seus resultados inevitáveis. Quem planta joio não pode colher trigo. Se semeamos desequilíbrios afetivos em nosso caminho, como queremos colher os frutos do equilíbrio?

Por outro lado, se a semeadura do passado foi má, como corrigi-la, se continuarmos a semear as mesmas sementes? A chave da reencarnação nos abre as portas do entendimento. Temos de renovar as nossas sementeiras. Mas se dermos ouvido às teorias loucas da razão pagã, desprovida de luz, que pretendem considerar como normais as anomalias sexuais, justificando-as com a falsa plenitude dos gozos materiais, não sairemos do círculo vicioso da escravidão sensorial.

Livro: “Na Era do Espírito” - Irmão Saulo
Psicografia de Francisco C. Xavier e Herculano Pires. Espíritos Diversos

05 outubro 2006

Trabalhe, Trabalhe... - Meimei

Trabalhe, Trabalhe...

Não se deixe abater aos golpes da incompreensão.

Trabalhe, trabalhe...

Se a dificuldade nos visita, busquemos servir com mais desassombro e o obstáculo desaparecerá.

Se a tentação de ordem inferior nos procura, aceleremos a nossa atividade no bem, porque o suor digno é o antídoto de todos os tóxicos mentais que atacam sutilmente os tecidos da alma.

Se a incompreensão nos apedreja, devotemo-nos à construção do amor, em torno de nós, porque em semelhante edificação encontraremos paz e agasalho.

Se a dor efetua arremetidas contra nós, transformemo-la num vaso de auxílio aos que sofrem mais que nós, usando a humildade que nos eleva sempre.

Se o desânimo nos assalta, abriguemo-nos, ainda e sempre, no trabalho incessante da fraternidade e do conhecimento, na certeza de que os mananciais da coragem fluirão, de mais alto, para o nosso coração e para as nossas mãos.

O trabalho é a bênção que Jesus nos oferece no santuário do espaço e do tempo e, por isto mesmo, aceitá-la e desenvolvê-la, aperfeiçoando-o, constantemente, com a nossa atuação, é descobrir para nós próprios a estrada de acesso à glória celestial.

Livro: “Cartas do Coração” -Meimei/Espíritos Diversos
Psicografia de Francisco Cândido
Xavier

04 outubro 2006

Nota de Falecimento - Sonia Parrela

Nota de Falecimento
Desercarnou ontem, nossa colaboradora, companheira e amiga Sonia Parrela, dedicamos esta pequena homenagem a ela.

Onipotente Deus, que a tua misericórdia se derrame sobre a alma de Sonia, a quem acabaste de chamar da Terra. Possam ser-lhe contadas as provas que aqui sofreu, bem como ter suavizadas e encurtadas as penas que ainda haja de suportar na Espiritualidade!

Bons Espíritos que a viestes receber e tu, particularmente, seu anjo guardião, ajudai-a a despojar-se da matéria; dai-lhe luz e a consciência de si mesmo, a fim de que saia presto da perturbação inerente à passagem da vida corpórea para a vida espiritual. Inspirai-lhe o arrependimento das faltas que haja cometido e o desejo de obter permissão para as reparar, a fim de acelerar o seu avanço rumo à vida eterna bem-aventurada.

Sonia, acabas de entrar no mundo dos Espíritos e, no entanto, presente aqui te achas entre nós; tu nos vês e ouves, por isso que de menos do que havia, entre ti e nós, só há o corpo perecível que vens de abandonar e que em breve estará reduzido a pó.

Livro: Evangelho Segundo Espiritismo - Capitulo XXVIII - Item IV - Allan Kardec

Até Breve

Adversários do Espiritismo - Amílcar Del Chiaro Filho


Adversários do Espiritismo

O Espiritismo, desde o seu aparecimento na metade do século 19, levantou contra si adversários poderosos e renitentes. Logicamente, porque incomodou e continua incomodando, pelo seu pensamento lógico e lúcido.

Os inimigos principais, foram os religiosos dogmáticos, porque só tinham a perder com o esclarecimento do povo, e o orgulho acadêmico, que via com desconfianças, qualquer manifestação de cultura, fora dos seus dogmas científicos. Muito mais do que os micróbios patogênicos de Pasteur, invisíveis fora das lentes do microscópio, que suscitaram tantas discussões, os espíritos, que não são visíveis, nem mesmo ao microscópio eletrônico, que aumenta a imagem 300 mil vezes, tem suscitado até hoje, muitos adversários.

Na primeira metade do século, aqui no Brasil, os grandes adversários do Espiritismo eram, os padres e os médicos psiquiatras. Vários destes, se tornaram célebres, pelas acusações de insanidade dos seguidores do Espiritismo, e a grave acusação de que os espíritas mantinham os manicômios cheios. O delírio espírita era comum na visão deles, bastando que um paciente, tivesse ido, uma única vez a um centro espírita, mesmo depois do surto de loucura ter se desencadeado, certamente, engrossaria as estatísticas do que denominavam loucura espírita.

Logicamente não queremos generalizar, pois existiram na época, profissionais da saúde mental que não adotavam essas idéias, e alguns até foram espíritas.

Quanto aos sacerdotes católicos, e pastores protestantes, também não generalizamos, porque sempre houve muitas e belas exceções.

A tônica dos religiosos, no combate ao Espiritismo, era a manifestação diabólica. Para eles, somente os anjos e os demônios podiam se manifestar aos homens, como os anjos eram proibidos de fazer isso, sobravam os demônios.

Hoje, os adversários diversificaram suas atuações. Há o interesse de algumas igrejas evangélicas, em fazer acreditar que os fenômenos do sincretismo, são manifestações espíritas. Por outro lado, alguns sacerdotes católicos, a exemplo do sacerdote que é estrela de um show de televisão, não negando os fenômenos, também não culpam mais o diabo, e sim, a mente, o cérebro, o inconsciente.

Abordamos esse assunto porque alguns espíritas estão incomodados com a atuação de um padre na televisão. Aliás, o maior propagandista do Espiritismo na segunda metade deste século. Mistura ele, o dogmatismo religioso, com a vaidade acadêmica, passando por um forte treinamento de ilusionismo.

Tanto na época de Kardec, como agora, são muitos os que procuram conhecer a Doutrina Espírita, exatamente porque é atacada, achincalhada por adversários, não raro, desleais.

Esses adversários não nos preocupam, pois são externos. Contudo, nos preocupa muito mais, aqueles que estão dentro do Espiritismo, e são intolerantes, sectários, vaidosos, ou convencidos de um missionarismo salvacionista. Os ataques externos nos despertam para a defesa, mas os conflitos e rachaduras internas solapam as bases, especialmente quando são feitas com aparente espírito caritativo, mas que não aceitam qualquer observação crítica, ou que alguém reze por outra cartilha, que não seja a sua

Amílcar Del Chiaro Filho
(Jornal Verdade e Luz Nº 171 de Abril de 2000)

03 outubro 2006

Usar e Abusar - Emmanuel

Usar e Abusar

Alguém já disse que Deus criou os homens, oferecendo-lhes as ferramentas com que possam construir, por si mesmos, os caminhos da própria evolução.

Esses recursos são aqueles de que todos dispomos, quando na Terra, a fim de realizar o nosso aperfeiçoamento individual e empreender a conquista de nossa própria felicidade.

Usar e não abusar de semelhantes concessões são as alavancas simbólicas que se nos fazem necessárias ao equilíbrio.

Recorramos aos ensinamentos vivos da Natureza.

O homem dispõe do arado para o amanho do solo, não para investir conta a existência dos outros. Conta com o auxílio da tesoura, a fim de cortar, construtivamente, não para ferir a quem quer que seja.

Ocorre o mesmo quanto ao corpo físico que nos serve no mundo por temporária moradia.

A criatura usufrui as energias mentais de modo a criar o bem, não para planear o mal.

Possui o mecanismo da voz com o objetivo de falar educando e construído, não para suscitar a perturbação e o sofrimento nas sendas alheias.

Detém o prodígio dos olhos para ver e discernir, não a fim de vasculhar os detritos e amargores que, porventura, se mostrem na estrada de alguém,

Carrega o estômago por auxiliar da própria sustentação, não para recheá-lo com alimentos desnecessários, estabelecendo desequilíbrios no campo orgânico.

Todas as possibilidades da existência são concedidas ou emprestadas por Deus à pessoa humana, habilitando-a a promover a solução de suas próprias necessidades, mas não a armando para lesar os interesses e os sentimentos de pessoa nenhuma.

Em síntese. O Criador estabelece os meios de elevação, em auxílio a todos na aprendizagem da escola terrestre. Por isso mesmo, usar as concessões do Senhor ou abusar delas significa problema pertinente a cada um.

Escolhas são opções.

Decerto, por esse motivo, resumindo as leis do Universo que nos governam em toda parte, asseveram as informações de procedência divina que, nos caminhos da vida, “a cada um de nós será dado, conforme as nossas próprias obras”.


Livro: Confia e Segue - Emmanuel - Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

02 outubro 2006

Abrindo a Porta da Prisão - Amilcar Del Chiaro Filho

Abrindo a Porta da Prisão

Allan Kardec afirmou que a Doutrina Espírita alarga os horizontes da humanidade. Só tomamos conhecimento dessa verdade aos poucos, quando, num dado momento, percebemos que tudo aquilo que pensávamos ser a nossa liberdade, não passava de uma prisão dourada.

Por muitos e muitos anos vivemos prisioneiros, mas isso não nos espantava, porque convivíamos com outros prisioneiros, e todos aparentávamos estar livres. O corpo era nossa prisão. As convenções humanas e as ilusões eram outras tantas prisões. Na verdade, para muitos, é uma prisão dourada, porque ilude com o brilho das posses, da fama, da glória. Era uma prisão palácio, pintado com as cores do arco-íris.

Vivemos a individualidade, e enriquecemos a prisão-corpo com a inteligência, e orgulhamo-nos da nossa cidadania terrestre, esquecidos que a nossa destinação é a cidadania cósmica.

O que nos tirou dessa ilusão foi uma voz que soava, a princípio, estranhamente, falando de coisas estranhas, como Deus, preexistência da alma, imortalidade dinâmica, comunicação entre vivos e mortos, reencarnação, influência dos espíritos em nossas vidas...

Essa voz estranha veio alargar os horizontes humanos. Essa voz, incute em nossas mentes, que somos espíritos imortais, destinados a perfeição, livres como a brisa que traz em seu bojo o perfume do campo, isentos do pecado original, invenção humana para encobrir a nossa ignorância. É a voz da verdade que liberta. É a voz da vida em abundância.

Não se espante! Se você ainda não ouviu essa voz, faça silêncio e apure o sentido da audição, mas não dos ouvidos convencionais, mas daquele outro, o de ouvir, conforme ensinou Jesus de Nazaré.

Essa mensagem que amplia os horizontes se chama espiritismo. Ele tem a grande mensagem, a mais bela e libertadora, a mais pura e profunda. Ao entendê-la, passamos a ter um enorme respeito pela prisão em que vivemos. Percebemos o seu valor e a sua beleza, mas já não existem mais paredes ou grades que possam nos deter. Viajamos pela amplidão do cosmos em busca de realizações maiores, como poder dizer um dia, como Jesus de Nazaré: EU E O PAI SOMOS UM.

Assim como as trombetas de Josué derrubaram as muralhas de Jericó, o cântico sublime da imortalidade, dinâmica porque nos conduz a perfeição, derrubaram para sempre as grades das nossas prisões emocionais. Mas com ela aprendemos, que somos mais livres, quando nos algemamos aos deveres, e muito mais livres, quando o dever é motivado pelo nosso querer.

Amílcar Del Chiaro Filho

01 outubro 2006

A Antevisão de Kardec - Amilcar Del Chiaro Filho

A Antevisão de Kardec

Allan Kardec afirmou que a descoberta do mundo dos espíritos era mais importante do que a descoberta das Américas, pois, nem todos viajariam para o Novo Mundo, em contrapartida todos viajarão para o mundo espírita, porque a morte é inerente ao ser humano.

Ao assistir pela primeira vez fenômenos mediúnicos na residência da Sra. Planamaison, ele analisou demoradamente, e concluiu que uma nova era começava para a humanidade. Era a antevisão de alguém com um profundo bom senso.

Os fenômenos assistidos por ele, eram bizarros, estranhos. Eram mesas que giravam, dançavam, batiam com um pé no chão, e respondiam perguntas, adivinhavam pensamentos.

Pouco depois, ele vê fenômenos de uma ordem mais elevada, a psicografia, embora indireta, ou seja, com o lápis atravessando o fundo de uma cestinha de vime, equilibrada em suas bordas pelas mãos de duas meninas, Julie e Caroline Baudin.

Daí para frente a mediunidade entrava numa nova fase, deixando definitivamente os arraiais da superstição, do maravilhoso e do sobrenatural. Uma das primeiras e importantes descobertas de Allan Kardec, foi constatar que o mundo espiritual é habitado por espíritos de todas as categorias, que viveram como homens na Terra, e o seu saber é limitado ao seu adiantamento.

Todos eles podem se comunicar com os homens, portanto, é preciso estar prevenido contra as mentiras, os embustes, e as maldades, assim também, com os pseudo-sábios. Kardec não poupou esforços para advertir, sobre essas peculiaridades, a todos aqueles que lidam com espíritos.

Ele fez mais do que isso: como os espíritos podem influenciar os homens através do pensamento, Kardec advertiu para que cuidássemos da qualidade dos nossos pensamentos habituais, para que não houvesse a ligação com mentes maldosas, depravadas ou ociosas.

Para isso ele construiu de forma didática, a Escala Espírita, esclarecendo o tipo de influências dos espíritos, de acordo com a sua categoria. Aprendemos com Kardec que os espíritos estão por toda a parte.

Acotovelam-nos constantemente, pois estão em nossas casas, nas ruas, nas calçadas, nas lojas, nas casas de diversões, não raro, em conluio com as mentes humanas, ou em agrupamentos espirituais no espaço, onde criam organizações, convivências, sociedades, de acordo com os objetivos e a escala moral que ocupam.

Tudo isso pode parecer estranho para quem esperava encontrar, depois da morte, o nada, ou moradas fixas representadas pelo céu, para os bons, e o infernos para os pecadores. Nas descobertas constantes, motivadas pela investigação, Kardec descobriu que existem espíritos vivendo entre nós, com a ilusão de que ainda estão revestidos de corpos físicos. Ilusão que dura, as vezes, muito tempo.

Como é fácil de verificar, existe uma certa complexidade doutrinária que exige algum preparo para lidar com os espíritos. Não se trata de exigência de intelectualidade, mas sim de compreensão, entendimento dos postulados espíritas. Para conseguir isso é preciso estudar, e a base desse estudo é a obra Kardequiana.

Amílcar Del Chiaro Filho