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23 janeiro 2008

Fim do mundo - Abel Glaser

FIM DO MUNDO

Seja por fanatismo, seja em função de uma hecatombe nuclear, volta e meia fala-se em fim do mundo.

No primeiro caso, a “Folha de São Paulo” do dia 16 de novembro último, página A-17, noticia que russos esperam o fim do mundo em caverna. Trata-se de membros de uma seita cristã apocalíptica se entrincheirando em uma caverna, no centro desse país, para aguardar o fim do mundo; o grupo, formado por 29 adultos e 4 crianças, tapou a entrada do local, ameaçando cometer suicídio se as autoridades tentarem intervir. O grupo acredita que o mundo acabará em maio do próximo ano.

No segundo caso, o mesmo jornal, em sua edição do dia 24 de novembro seguinte, publica, à página A-28, a criação de uma nova “arca de Noé”, no arquipélago de Svalbard, Noruega, para o caso de uma hecatombe nuclear destruir a vida na Terra no futuro, entre outras hipóteses.

Diante do exposto, é oportuno lembrar a posição da Doutrina Espírita a respeito, colocada por Kardec:- No livro “A Gênese”, capítulo XVII, itens 47-58, o Codificador coloca que sob a alegoria dos “finais dos tempos”, enunciada por Jesus e escrita por João, Marcos e Mateus, cujos textos Kardec transcreve, grandes verdades se ocultam:-
Há, primeiramente, a predição das calamidades de todo gênero que assolarão e dizimarão a Humanidade, calamidades decorrentes da luta suprema entre o bem e o mal, entre a fé e a incredulidade, entre as idéias progressistas e as retrógradas;
Há, em segundo lugar, a predição da difusão, por toda a Terra, do Evangelho restaurado na sua pureza primitiva;
Depois, a predição do reinado do bem, que será o da paz e da fraternidade universais, a derivar do código de moral evangélica, posto em prática por todos os povos.

Não é racional, diz Kardec, se suponha que Deus destrua o mundo precisamente quando ele entra no caminho do progresso moral: devendo a prática geral do Evangelho determinar grande melhora no estado moral dos homens, ela, por isso mesmo, trará o reinado do bem e acarretará a queda do mal. É, pois, o fim do mundo velho, governado pelos preconceitos, pelo orgulho, pelo egoísmo, pelo fanatismo, pela incredulidade, pela cupidez, por todas as paixões pecaminosas, que o Cristo aludia.

Tratando da Regeneração da Humanidade, no livro “Obras Póstumas”, Kardec amplia e aprofunda o raciocínio lógico sobre a questão, do qual destacamos:-

A chave para compreender tais alegorias está nas descobertas da Ciência e nas leis dos mundo invisível que o Espiritismo vem revelar; daqui em diante, com o auxílio destes novos conhecimentos, o que era obscuro se tornará claro e inteligível.

Tudo segue a ordem natural das coisas e as leis imutáveis de Deus não serão subvertidas.
Para que na Terra sejam felizes os homens, preciso se faz que a povoem somente Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que unicamente ao bem aspirem. Como já chegou esse tempo, uma grande emigração se opera entre os que a habitam.

O Espiritismo é a senda que conduz à renovação, porque destrói os dois maiores obstáculos que se opõem a essa renovação: a incredulidade e o fanatismo, facultando uma fé sólida e esclarecida.
O Espiritismo sairá triunfante da luta, porquanto ele está nas leis da Natureza.

Surgirão aqueles que, com a autoridade de seus nomes e de seus exemplos o apoiarão, impondo silêncio aos detratores.

As artes se acercarão do Espiritismo como de uma mina riquíssima, traduzindo seus pensamentos e horizontes por meio da pintura, da música, da poesia, da literatura.

Mais subsídios sobre o tema, o leitor pelo encontrar na Revista Espírita de 1866, mês de outubro, ampliando seus conhecimentos a respeito do assunto.

Texto de Abel Glaser
Revista Internacional de Espiristimo
Edição - Janeiro/2008

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