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26 agosto 2008

Chegou a Hora? - Richard Simonetti

CHEGOU A HORA?

"Só peru morre na véspera!" - diz o adágio popular, fazendo referência ao fato de que ninguém desencarna antes que chegue seu dia.

Na realidade ocorre o contrário. Poucos cumprem integralmente o tempo que lhes foi concedido. Com raras exceções, o homem terrestre atravessa a existência pressionando a máquina física, a comprometer sua estabilidade.

Destruímos o corpo de fora para dentro com os vícios, a intemperança, a indisciplina... O álcool, o fumo, o tóxico, os excessos alimentares, tanto quanto a ausência de exercícios, de cuidados de higiene e de repouso adequado, minam a resistência orgânica ao longo dos anos, abreviando a vida física.

Destruímos o corpo de dentro para fora com o cultivo de pensamentos negativos, idéias infelizes, sentimentos desequilibrantes, envolvendo ciúme, inveja, pessimismo, ódio, rancor, revolta...

Há indivíduos tão habituados a reagira com irritação e agressividade, sempre que contrariados, que um dia "implodem" o coração em enfarte fulminante.

Outros "afogam" o sistema imunológico num dilúvio de mágoas e ressentimentos, depressões e angústias, favorecendo a evolução de tumores cancerígenos.

Tais circunstâncias fatalmente implicarão em problemas de adaptação, como ocorre com os suicidas.

Embora a situação dos que desencarnam prematuramente em virtude de intemperança mental e física, seja menos constrangedora, já que não pretendiam a morte, ainda assim responderão pelos prejuízos causados à máquina física, que repercutirão no perispírito, impondo-lhes penosas impressões.

Como sempre, tais desajustes refletir-se-ão no novo corpo, quando tornarem à experiência reencarnatória, originando deficiências e males variados que atuarão por indispensáveis recursos
de reajuste.

Não somos proprietários de nosso corpo. Usamo-lo em caráter precário, como alguém que alugasse um automóvel para longa viagem um programa a ser observado, incluindo roteiro, percurso, duração, manutenção.

Se abusamos dele, acelerando-o com indisciplinas e tensões, envenenando-o com vícios, esquecendo os lubrificantes do otimismo e do bom ânimo, fatalmente ver-nos-emos às voltas com graves problemas mecânicos.

Além de interromper a viagem, prejudicando o que fora planejado, seremos chamados a prestar contas dos danos provocados num veículo que não é nosso.

No futuro, em nova "viagem", provavelmente teremos um "calhambeque" com limitações variadas, a exigir maior soma de cuidados, impondo-nos benéficas disciplinas.

De "Quem tem medo da morte?",
de Richard Simonetti

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