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11 janeiro 2011

Vaidade - Espírito Carlos

VAIDADE

A vaidade, quando passa dos limites, é como tempestade no deserto: não destrói nada, por que não tem nada para destruir. No entanto, não deixa ninguém passar.

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A vaidade é igual ao sal: se não se o põe fica insípido; se se o põe muito, o sabor se torna insuportável.

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Ela é semelhante a um parafuso: se não ficar na medida não segura a porca.

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A alma pretensiosa faz muito barulho, e realiza pouca coisa.

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Se tu fizeste alguma coisa, não desmereças a tua obra, falando muito dela.
Deixa essa tarefa para os outros. A auto-educação é trabalho nobre, todavia a autovalorização é papel dos néscios.

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A vaidade pode ser até um alimento, que, muito quente estraga o paladar, e bem morninho agrada a consciência.

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E o pior é falar muito do que não fizemos ainda: o amor próprio se transforma em desespero, e passa a acreditar nas piores das mentiras, aquelas mais ou menos conscientes das ilusões afirmadas. E a alma fica torturada pela consciência.

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O gabo em boca própria é jardim sem flores, é casa sem habitação.
É teoria sem prática, é tribuno sem ouvintes.

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Só resta uma coisa para o que fala muito de si mesmo: é que algum dia venha ele a fazer tudo o que diz.

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A nossa mente pode ter uma grande fertilidade de criação, fornecida pela inteligência. Entretanto, a sabedoria nos mostra comedimento até no pensar.
Em muitos casos estamos sujeitos a criar ilusões, que tomam formas mentais, a nos perseguirem, pelo que prometemos a nós mesmos, e não fizemos.

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A imodéstia é edifício levantado na areia: pode cair a qualquer hora.

A decepção maior é a do mentiroso, e não a dos que ouvem as suas lorotas. E a cegueira mais forte dos que não falam a verdade ocorre quando eles passam a acreditar nas suas próprias ilusões.

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Quem promete muitas coisas e se esquece de cumpri-las, é como nuvens e ventos que não trazem chuva, é como papagaio que repete o que ouve. É como o cão que ladra para a sua própria sombra.

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A vaidade não é uma beberagem comum, deve ser tomada como doses homeopáticas.

De “Tuas Mãos”
De João Nunes Maia
Pelo Espírito Carlos

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