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16 março 2012

Adoração, sentimento inato x Ateísmo - Simão Pedro de Lima


Adoração, sentimento inato x Ateísmo

Ao estudar a questão 650 do livro dos espíritos em que os Espíritos afirmam que "a adoração é um sentimento inato como o da Divindade", ficou-nos uma dúvida: como explicar o Ateu? A pessoa que afirma que Deus não existe? Onde está este sentimento inato nele?

Vamos à resposta, que, claro, está sujeita a erros de interpretação de minha parte e, por isso, deixo aos companheiros a liberdade de corrigi-la ou melhorá-la.

O sentimento é inato, pois é do Espírito. Vejamos que parte da resposta da questão 650 diz que "A consciência de sua fraqueza, leva o homem a se curvar diante daquele que o pode proteger". Isso quer dizer que, mesmo sendo um sentimento inato, depende do nível de consciência do indivíduo. Os que, pela arrogância e vaidade materialistas, colocam o “Ser Humano” como o limite de todas as coisas, logicamente, por obinubilação de pensamento, têm a consciência diminuída e, portanto, não querem se curvar diante de tal ideia.

A título de comparação basta ver as atitudes das pessoas diante do bem. Todos nós sabemos (e os malfeitores também) que fazer o bem alegra as pessoas e é o melhor para uma boa convivência. Entretanto, alguns praticam o mal, agridem os outros, matam, roubam... O sentimento do bem é sabido por eles, mas refutam-no, em benefício próprio. Isso é questão de consciência. Se conhecimento levasse a nova postura de consciência, não teríamos tantas pessoas malévolas; sabem, mas não agem em conformidade com o que sabem.

Os Espíritos (bons ou maus) sabem da existência de Deus, mas refutam tal conhecimento pelo orgulho e vaidade. Tola vaidade! Em reuniões mediúnicas, quantas vezes já ouvimos relatos de Espíritos que, quando encarnados, se diziam ateus, e, agora, estão desiludidos com suas ideias ao verem-se "mortos vivos"? E quantos Espíritos, mesmo na erraticidade, ainda se mostram endurecidos em favor do materialismo e do ateísmo, mesmo sabendo que já passaram pela morte?. Preferem negar a morte a aceitar a vida espiritual.

Segundo os Espíritos, a adoração é um ato de contrição, de contato íntimo com Deus, e não com o deus apregoado pelos religiosos. O ateísmo, salvo melhor juízo, se coloca contrário a esses deuses.

Os ateus repudiam o deus feito pelos homens e, por isso, são contrários, de fato, às religiões. Vejamos o que disse Feuerbach, materialista hegeliano do século 18, no livro a Essência do Cristianismo: "está escrito que Deus fez o homem à sua imagem e semelhança; eu, porém, digo que o homem fez deus à sua imagem e semelhança, pois o deus dele, tem mais defeitos humanos do que qualidades divinas". Esse é o deus repudiado e negado. Um deus mal explicado, que possui sentimentos mesquinhos, humanos; muito distante da ideia de Deus, inteligência suprema e causa primária de todas as coisas.

Com outros nomes ou outras formas todos (inclusive os ateus) fazem uso da adoração: quando meditam, por exemplo, é um ato de adoração; quando se mostram reflexivos em relação à humanidade, estão em ato de adoração. Como bem disseram os Espíritos (LE 653), a adoração não é um ato exterior, das religiões, mas sim um ato interior, da consciência.

Diria que, por força de expressão, em vez de serem ateus, estão mais para agnósticos. Veja o que disseram os benfeitores espirituais na questão 651 de O livro dos Espíritos: "todos acreditam que há, acima deles, um ser supremo". Esse Ser supremo pode receber vários nomes: Deus, deus, consciência cósmica, verdade, ideia universal, ordem universal, ciência natural, força interior, pensamento positivo, força estranha, dinâmica universal e por aí vai... Os ditos ateus, quando diante de uma situação difícil, apelam para alguma força superior (interna ou externa), com esses nomes ou outros, porque, no íntimo se sentem impotentes para certas situações.

Podem os ateus não quererem saber da existência de Deus, porém Deus sabe da existência e deles.

Um fraternal abraço, com votos de paz.

Simão Pedro

SIMÃO PEDRO DE LIMA – Professor universitário, historiador e contabilista, com Mestrado em Educação Superior e três Especializações em Administração (na área de Gestão Empresarial), História Moderna e Economia Contemporânea. Atualmente, é membro da “Sociedade Espírita Casa do Caminho” em Patrocínio (MG), onde exerce as atividades administrativas e doutrinárias e membro do Conselho Regional Espírita do Alto Paranaíba - MG, onde auxilia na área de assuntos da mediunidade.


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