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03 julho 2013

Passes: Energia e Amor - Marcis Paterra

 

PASSES: ENERGIA E AMOR


Quando vamos á uma instituição espírita, é normal recebermos os “passes”, a fora o fato de após o receber sentirmo-nos bem, poucos são os que sabem suas origens ou suas aplicações.

Conforme Herculano  Pires : “O passe nasceu nas civilizações da selva como um elemento de magia selvagem, um rito das crenças primitivas. A agilidade das mãos em fazer e desfazer as coisas, sugeria a existência, nelas, de poderes misteriosos, praticamente comprovados pelas ações cotidianas da fricção que acalmava a dor, da pressão dos dedos estancando o sangue ou expulsando um espinho ou o ferrão de uma vespa ou o veneno de uma cobra.”[1]

A arte de curar através dos passes era prática normal desde os tempos antigos, sobretudo no tempo de Jesus, quando os seus seguidores exercitavam a técnica da cura através das mãos. Encontramos no  Novo Testamento o momento histórico: E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da lepra. ".

“O socorro, através de passes, aos que sofrem do corpo e da alma, é instituição de alcance fraternal que remonta aos mais recuados tempos.”[2]

Seja magnético ou mediúnico, o passe sempre é um manuseio benéfico das energias sutis do paciente. No caso de Passe Magnético (ou anímico), esse manuseio é feito pelo passista magnético sempre com as suas próprias energias. O Passe Mediúnico é feito por um espírito benfeitor com o emprego das suas próprias energias, em conjunto ou não com as energias do médium-passista no qual está conectado no momento do Passe Mediúnico.

 "[...] a fazer passes o médium curador infiltra um fluido regenerador pela simples imposição das mãos, graças ao concurso dos Espíritos, mas esse concurso só é conhecido à fé sincera e a pureza de intenção."[3]

Herculano Pires enfatiza: “Os passes têm por finalidade a transmissão de fluidos, de energias vitais e espirituais para fortificar a sua resistência. Não confie em passes de gesticulação excessiva e outras fantasias. O passe é simplesmente a imposição das mãos, ensinada por Jesus e praticada por Ele.[4]

Em resumo o passe é a passagem de uma pessoa para outra de uma certa quantidade de energia fluídica, porem as influencias do pensamento do médium é ponto fundamental para que o passe seja bem sucedido, a prece é pensamento e, quando sincera e feita para beneficiar alguém, não deixa de ser um tipo de passe, que também depende da nossa vontade, elevando sempre o padrão vibratório da criatura.

A prece possui outro papel também muito importante, que é o da higienização do ambiente em que se encontra aquele que a faz. No momento da oração, recebe-se fluidos de qualidade superior, pelo processo de sintonia com espiritualidade, afastando os fluidos inferiores do ambiente, os quais são progressivamente substituídos pelos que estejam sendo recebidos.

"A faculdade de curar pela imposição das mãos tem sem dúvida alguma o princípio numa força excepcional de expansão, suscetível de ser aumentada por vários motivos, entre os quais predomina a pureza de sentimentos, desinteresse, benevolência, desejo ardente de aliviar, prece e confiança em Deus."[5] André Luiz complementa :-

“A oração é prodigioso banho de forças, tal a vigorosa corrente mental que atrai. Por ela, Clara e Henrique (médiuns) expulsam do próprio mundo interior, os sombrios remanescentes da atividade comum que trazem do círculo diário de luta e sorvem do nosso plano as substâncias renovadoras de que se repletam, a fim de conseguirem operar com eficiência, a favor do próximo. Desse modo, ajudam e acabam por ser firmemente ajudados.”[6].

Pode-se questionar, se o médium passista não perde energias quando aplica o passe, sobre essa questão Raul Teixeira esclarece:
 “Quando aplicamos passes, antes de atirarmos as energias sobre o paciente, nos movimentos ritmados das mãos, ficamos envolvidos por essas energias, por essas vibrações que nos chegam dos amigos espirituais envolvidos nessa atividade, o que indica que, antes de atendermos aos outros, somos nós, a princípio, beneficiados e auxiliados para que possamos auxiliar, por nossa vez.”[7]

Os passes têm percorrido um extenso caminho desde as origens da humanidade, como prática terapêutica eficiente, e, modernamente, estão inseridos no universo das chamadas Terapêuticas Fluídicas e/ou Magnéticas; constituindo-se, na atualidade, excelente terapia praticada largamente nas Instituições Espíritas.

Artigo publicado pela revista RIE em Junho de 2013

BIBLIOGRAFIA:
 
[1] PIRES, J. Herculano.  Obsessão - O Passe – A Doutrinação. Cap. II  Magia e religião. P.9. Ed. Paidéia.
[2] PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade. Cap. 26-Passes. Rio de Janeiro. FEB.
[3] KARDEC, Allan. Revista Espírita, Janeiro de 1864, pag. 7.
[4] PIRES, J. Herculano.  Obsessão - O Passe – A Doutrinação. Cap. VIII/ITEM 11 - Ed. Paidéia
[5] KARDEC, Allan, Obras Póstumas. Item 52. Médiuns curadores. Rio de Janeiro. FEB. 2005
[6] XAVIER, Francisco C. Nos Domínios da Mediunidade. Cap. 17.  Serviços de Passes. Rio de Janeiro. FEB.
[7] FRANCO, Divaldo P.  e  TEIXEIRA, J. Raul. Diretrizes de Segurança. Cap.80. Rio de Janeiro. FEB.



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