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21 janeiro 2014

Por Que Sou Tão Infeliz? – Orson Peter Carrara


POR QUE SOU TÃO INFELIZ?
 
               O fim de ano acentua a tristeza e a melancolia em muitas pessoas, nas recordações de perdas variadas coincidentes com o período em outras épocas ou com a saudade dolorida de um ser querido que já partiu. Ou mesmo nas frustrações e decepções que se acumulam sob variadas formas.

               À costumeira pergunta que explode no coração deprimido, que se desencantou ou busca razões para entender a própria vida, permito-me transcrever pequeno trecho, ainda que parcial, em treze itens:

1 – “(...) a felicidade se encontra onde cada qual coloca o coração (...)”;

2 – “(...) se você situa as aspirações no prazer fugidiço, no ouro mentiroso e nas paixões que ardem e se apagam breve, a sua ausência produz a desdita (...)”;

3 – “(...) se pensa em paz de consciência, retidão moral e dever corretamente cumprido, como metas de dignidade e honradez, a ventura se estabelecerá no coração tranquilo (...)”;

4 – “(...) Quem deseja usufruir sem merecer, receber sem dar, colher sem haver semeado é obrigado a furtar e converter-se em indigno beneficiário da vida, que lhe impõe recomeços difíceis (...)”;

5 – “(...) Todos podemos conseguir a felicidade se soubermos e quisermos bem conduzir nossas aspirações (...)”;

6 – “(...) Muitos desejariam um pomar referto, um jardim de messes. Por não consegui-los, desalentam-se, esquecidos de que também poderiam tornar-se um arbusto verde ao caminho pedregoso, adornando a estrada adusta (...)”;

7 – “(...) Felicidade é o bem que fazemos, não o gozo que fruímos (...)”;

8 – “(...) A felicidade não resulta do que se tem e do que se frui, mas do que se é e do que se faz (...)”;

9 – “(...) Não nos queixemos! A reclamação reflete insatisfação pelo que temos, a traduzir a revolta de que nos consideramos defraudados e, em consequência, injustiçados por Deus (...)”;

10 – “(...) Cada um recebe, não como julga merecer, (...), mas de acordo com o que nos seja melhor para o bem estar real (...)”;

11 – “(...) Não se lamente mais e saia do egoísmo vexatório, insatisfeito, fator de sua inquietação, aprendendo a descortinar belezas e esperanças (...)”;

12 – “(...) se fecharmos a janela, campeiam as sombras neste recinto. Se as abrirmos, reinará a claridade (...)”;

13 – “(...) A forma como se encontrarem as janelas das nossas intenções espirituais, morais e mentais, dirá do que preferimos: luz ou sombra, alegria ou dissabor (...)”.

               Os itens transcritos estão no capítulo 19 do livro Tramas do Destino, de Manoel Philomeno de Miranda, por Divaldo Pereira Franco. Eles fazem parte da longa e notável resposta à pergunta de um dos personagens da bela história. Abstenho-me de resumir a história para não tornar longa a presente abordagem, indicando o excelente livro ao leitor. O leitor encontrará com facilidade referida obra, que foi lançada em 1981 e possivelmente deve estar disponível na net, pois não cheguei a pesquisar esse detalhe.

               Notará o leitor que cada item é material de farta reflexão. Pensando nos abatidos pela melancolia e agora, diante do ano novo, sempre é tempo de renovar os pensamentos e alterar os modelos de comportamento. Se algo não vai bem, isso indica necessidade de mudança. O extraordinário capítulo é fonte de ampla orientação e motivação extensa para a alegria de viver, com gratidão e disposição para agir corretamente. Esforcemo-nos, pois, pelas mudanças que se fazem essenciais.


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