Muitas são as entidades que se
manifestam durante as reuniões mediúnicas ainda presas ao seu vício e ao
desencarne prematuro, sejam os mesmos provocados pelo uso de drogas ou
de vícios abusivos de bebidas alcoólicas, fumo, sexo, gula etc.
Muitos
espíritos continuam perseguindo e vampirizando seres encarnados,
viciosos e invigilantes, através da empatia entre eles. O diálogo com
estes espíritos é difícil porque eles sempre têm suas justificativas
para odiarem e perseguirem viciados ou aqueles que foram seus desafetos
no passado e estão de conformidade com a lei que diz: “semelhante atrai
semelhante”. O tratamento espiritual do viciado está baseado no
arrependimento e mudança de comportamento, tanto do espírito
desencarnado como do encarnado. Não adianta um espírito obsessor se
afastar do obsediado se não houver modificação de seu comportamento.
Será sempre substituído por outro e assim sucessivamente...
Lembremos
que todo vício deve ser acompanhado de um tratamento psicológico ou
psiquiátrico e de uma evangelhoterapia, para que o reequilíbrio e a
auto-estima sejam alcançados. O diagnóstico, o tratamento médico ou
alternativo (terapia ocupacional, acupuntura, homeopatia etc.) e o
espiritual (diálogo, oração e o passe magnético/espiritual), devem
caminhar juntos, um dando apoio ao outro.
Observamos também que o
vício obsessivo e suas consequências físicas e morais, encontram na
mediunidade uma porta aberta para a influência de entidades viciosas, e
muitos irmãos chegam a casa espírita pensando que estão loucos,
esquizofrênicos ou epiléticos; outros são espíritas que perderam o
controle de sua mediunidade, estando obsediados ou fascinados,
necessitando de um amparo especial para o seu reequilíbrio.
" O tratamento espiritual do viciado está baseado no arrependimento e
mudança de comportamento, tanto do espírito desencarnado como do
encarnado"
Conforme
publicação da revista Época, um jovem de classe média alta foi preso
como traficante pela policia federal num condomínio de luxo do Rio. Seu
pai, revoltado com a prisão, declarou para a imprensa que seu filho era
um bom menino e consumidor de maconha com permissão médica, porque sofre
de dislexia e fobia; no entanto ele foi visto num ponto do morro, não
muito distante de sua casa, portando um fuzil e traficando cocaína. Este
é um bom exemplo de um jovem que extrapolou o vício da bebida e das
drogas toleradas, como a maconha, para o uso e tráfico pesado de drogas
como o crack e cocaína. Este jovem é fruto de uma sociedade consumidora,
protegido por um pai alienado e conivente com o vício e a violência do
filho. Muitos jovens são frequentadores de boates e baladas da noite,
cujos ambientes favorecem a presença de entidades viciosas, além de
serem presas fáceis das drogas e vícios morais, podendo, assim, serem
facilmente induzidos ao alcoolismo, à agressividade, à depressão, à
morte prematura, através do suicídio, ao coma alcoólico, à overdose e ao
crime para sustentarem seu vício.
O tratamento do viciado
crônico deve ser conduzido, através de uma desintoxicação química e de
um tratamento espiritual, às oficinas com diálogos fraternos para ambos
os espíritos, encarnados e desencarnados. Muitos jovens procuram o
Centro Espírita desesperados e com uma vontade incontrolável de se
suicidar, precisando de amparo e ajuda, porém, muitas vezes, falhamos
nesta tarefa. É necessário termos grupos preparados para amparar, tratar
e encaminhar estes irmãos necessitados. Segundo um trabalho sobre a
“Intervenção religiosa na recuperação de dependentes de drogas”, às
quais foram conduzidas 85 entrevistas com ex-usuários de drogas
(evangélicos, católicos e espíritas), o que os manteve na abstinência de
drogas foi mais do que a fé religiosa; foi o acolhimento e o apoio do
grupo à reestruturação de suas vidas.
Outro interessante trabalho
científico sobre “O adolescente e o uso de drogas”, informa que a
adolescência é um momento especial da vida em que o jovem não aceita
orientações de adultos e, naturalmente, se afasta da família
aproximando-se de seu grupo de iguais. Se este grupo estiver usando
drogas ele é pressionado para também usar. Cerca de 80% dos jovens
relacionados ao uso de drogas foram tratados em ambulatório,
aplicando-se modelos variados, podendo ser feito com internação parcial
(hospital-dia) ou integral, utilizando-se a psicanálise, terapia
cognitivo-comportamental e outras técnicas associadas.
O trabalho
é fundamentado no diagnóstico, classificação e tratamento, conforme a
organização mundial de saúde (WHO, CID-10), referente ao capítulo sobre
transtornos mentais e comportamento, decorrente do uso de substâncias
psicoativas (F10 a 19). A pesquisa demonstrou que, qualquer que seja o
modelo teórico, o tratamento para a clientela deve ser reaplicado, pois
os resultados não são muito animadores. A conclusão deste trabalho
demonstrou que os adolescentes de risco apresentaram algumas
características que podem auxiliar no trabalho preventivo para amenizar
este problema, tais como: acompanhar as alterações de comportamento,
adequar a legislação, melhorar a atitude da família junto ao viciado e
ao uso precoce de drogas.
"O tabaco mata 5 milhões, o álcool 2,5 milhões, e as drogas ilícitas matam 200 mil pessoas por ano"
Concluindo,
reafirmamos a necessidade do apoio a estes jovens, esclarecendo,
recomendando o tratamento médico associado ao espiritual, como também
sua reforma comportamental. Entretanto, enfatizamos que é indispensável a
ajuda da família e de grupos de apoio, religiosos ou leigos, como os AA
(alcoólicos anônimos), NA (narcóticos anônimos) e o GAS (grupo de ajuda
a sobriedade). Gostaríamos também de alertar que o vício iniciado pelas
drogas, ditas licitas/toleradas, como o álcool, fumo, solventes é o
caminho para as ilícitas como a maconha e as mais pesadas, como cocaína,
crack, heroína, LSD e Êcstase. Muitos atingiram o fundo do poço através
do uso de drogas mais baratas como crack, cola de sapateiro e álcool
puro, muito comum entre crianças e mendigos de rua, e que provocam danos
irreparáveis no organismo (debilidade, alucinações, taquicardia,
cirrose hepática etc.). O vício de bebidas alcoólicas, fumo, maconha
(baseado) e o químico é muito comum entre adolescentes desestruturados,
depressivos e psicopatas; é uma porta aberta para graves consequências
morais e comprometimento cármico, assim como à violência, ao abuso
sexual, à prostituição e à pedofilia.
O relatório Mundial de
drogas da UNODC de 2008 mostra que aproximadamente 5% da população
mundial é viciada ou usou drogas ilícitas nos últimos 12 meses, ou seja,
26 milhões de pessoas (entre 12 e 64 anos), destes, 5 milhões (0,6%)
são dependentes químicos. O tabaco mata 5 milhões, o álcool 2,5 milhões,
e as drogas ilícitas matam 200 mil pessoas por ano.
Amigos e
companheiros de jornada espírita: vamos combater a legalização de drogas
e vícios, e lutar contra a impunidade de traficantes e viciados
inconsequentes (criminosos do trânsito, agressores etc.). Vamos ajudar,
amparando e esclarecendo os viciados arrependidos, diminuindo, assim, o
sofrimento de nossos irmãos encarnados e desencarnados, através de uma
luta incessante contra as aberrações viciosas e dependência química, tão
comum entre jovens ainda indecisos, rebeldes e vacilantes na fé.
Henri B.F.Barreto
Fonte: Revista Internacional de Espiritismo (Maio 2009)
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