O SUICÍDIO DE ROBIN WILLIANS
O suicídio do ator Robin Williams deixa a
mostra esse flagelo que se chama suicídio. É um assunto grave, sério e
que infelizmente não é corriqueiro. O número de pessoas que exterminam a
própria vida todos os dias em nosso planeta é imensurável. Sim,
imensurável porque não se tem todos os registros de pessoas que pedem
demissão da vida, porquanto dados são escamoteados.
E para ajudar mídia e sociedade tratam de
atirar o tema para debaixo do tapete não o abordando com a seriedade
devida, ocultando estimativas a viver num mundo de ilusões... Entendem
que falar sobre o suicídio gerará suicídios em massa. Entretanto,
consideremos que há formas e formas de abordar o tema. É a informação
sobre alguma coisa que abrirá os olhos das pessoas para saberem onde
estão pisando.
Portanto, desnecessário falar sobre
suicídio mostrando como as pessoas se autoexterminaram, fazendo
sensacionalismo, mas fundamental falar sobre como superar os dilemas
existenciais, real causa do suicídio.
Jesus ensinou: “No mundo tereis
aflições”. É bem por ai. Devemos entender que a vida na Terra tem seus
altos e baixos, dias que são noites chuvosas e densas. São as aflições a
que Jesus se referiu. Nem só de alegrias se faz nossa existência e
saber disso já é um bom caminho percorrido para não se desesperar diante
dos problemas.
Enfermidade, grana curta, o amor que nos
abandonou, o familiar que partiu, a maré que não está lá grande coisa.
Todas essas citadas fazem parte de nosso rol de provação neste mundo. O
que fazer? Desistir? Suicidar-se? Ora, jamais! Melhor treinar e aprender
a ser “infeliz”. Sim, caro leitor, entenda que quando digo aprender a
ser “infeliz” estou falando sobre treinar a viver neste mundo cheio de
curvas sinuosas.
Levo uma pancada, levanto. Levo outra, caio, mas vou devagar me acertando, e assim vamos vivendo...
O espiritismo nesse particular desempenha
papel fundamental ao mostrar que continuamos vivendo, apesar dos
pesares, dos problemas e das dificuldades. Extingue-se o corpo, mas fica
o espírito, agora em situação mais complicada em virtude do gesto de
desespero.
Lembro-me de um amigo orador espírita que
foi intuido a modificar sua palestra da noite que realizaria em um
determinado centro de nosso país. A tarde toda ficou com a palavra
suicídio rondando sua mente. Ele não queria trocar o tema, mas a voz
insistia ecoando em sua alma. Porém, de tanto que os Espíritos
“cochicharam” em seus ouvidos que ele resolveu naquela noite mudar a
programação e falar sobre o suicídio. Qual não foi sua surpresa quando
uma mulher o abordou ao final da exposição dizendo que desesperada
dirigia-se para uma ponte a fim de atirar-se quando teve enorme vontade
de entrar no centro espírita. Para o espanto da mulher o orador falava
sobre o suicídio. Ela nunca havia escutado nada parecido.
As informações
transmitidas pelo orador despertaram na mulher a “vontade de
prosseguir”. Ele até então não havia compreendido a razão pela qual
passou o dia todo com “alguém” soprando em seus ouvidos para mudar o
tema da noite. Graças as suas informações aquela mulher não levou ao fim
o seu objetivo. Séculos de tormento evitados por conta de uma simples,
mas preciosa informação: A vida não acaba com a morte do corpo.
Outro pontoa refletir é a pressão social
que recebemos para sermos felizes. Ah, quanta confusão isto causa na
cabeça das pessoas.
Prega-se a felicidade a qualquer custo e
não se ensina como lidar com frustrações tão comuns de um planeta em
desenvolvimento como o nosso.
O resultado está ai para todos constatarem,
uma sociedade infeliz pela busca insana e irracional pela felicidade.
Parece um paradoxo, mas não é. O caminho para “exterminar o suicídio”
não é esconder dados, deixar de falar ou pedir para que as pessoas sejam
felizes na marra... Encarar de frente é o caminho. Penso que só assim
deixaremos de ver todos os dias notícias tristes a mostrar que alguém
não conseguiu suportar suas provações e desistiu de si mesmo. Posso
dizer que é muito melhor um “infeliz” vivo do que alguém que buscou
livrar-se dos seus problemas mas está morto.
Mídia e sociedade podem fazer muito para
ajudar neste flagelo denominado suicídio. Basta encarar de frente,
informar as pessoas e mostrar que aqui temos, sim, problemas e estes
servem para serem resolvidos. Uma boa dose de realidade vai colaborar
com o mundo. Que tal?
Email: wellington_balbo@hotmail.com
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