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29 agosto 2014

O suicídio de Robin Williams - Wellington Balbo


O SUICÍDIO DE ROBIN WILLIANS

O suicídio do ator Robin Williams deixa a mostra esse flagelo que se chama suicídio. É um assunto grave, sério e que infelizmente não é corriqueiro. O número de pessoas que exterminam a própria vida todos os dias em nosso planeta é imensurável. Sim, imensurável porque não se tem todos os registros de pessoas que pedem demissão da vida, porquanto dados são escamoteados. 

E  para ajudar  mídia e sociedade tratam de atirar o tema para debaixo do tapete não o abordando com a seriedade devida, ocultando estimativas a viver num mundo de ilusões... Entendem que falar sobre o suicídio gerará suicídios em massa. Entretanto, consideremos que há formas e formas de abordar o tema. É  a informação sobre alguma coisa  que abrirá os olhos das pessoas para saberem onde estão pisando.

Portanto, desnecessário falar sobre suicídio mostrando como as pessoas se autoexterminaram, fazendo sensacionalismo, mas fundamental falar sobre como superar os dilemas existenciais, real causa do suicídio. 

Jesus ensinou: “No mundo tereis aflições”. É bem por ai. Devemos entender que a vida na Terra tem seus altos e baixos, dias que são noites chuvosas e densas. São as aflições a que Jesus se referiu. Nem só de alegrias se faz nossa existência e saber disso já é um bom caminho percorrido para não se desesperar diante dos problemas. 

Enfermidade, grana curta, o amor que nos abandonou, o familiar que partiu, a maré que não está lá grande coisa. Todas essas citadas fazem parte de nosso rol de provação neste mundo. O que fazer? Desistir? Suicidar-se? Ora, jamais! Melhor treinar e aprender a ser “infeliz”. Sim, caro leitor, entenda que quando digo aprender a ser “infeliz” estou falando sobre treinar a viver neste mundo cheio de curvas sinuosas.

Levo uma pancada, levanto. Levo outra, caio, mas vou devagar me acertando, e assim vamos vivendo...
O espiritismo nesse particular desempenha papel fundamental ao mostrar que continuamos vivendo, apesar dos pesares, dos problemas e das dificuldades. Extingue-se o corpo, mas fica o espírito, agora em situação mais complicada em virtude do gesto de desespero.

Lembro-me de um amigo orador espírita que foi intuido a modificar sua palestra da noite que realizaria em um determinado centro de nosso país. A tarde toda ficou com a palavra suicídio rondando sua mente. Ele não queria trocar o tema, mas a voz insistia ecoando em sua alma. Porém, de tanto que os Espíritos “cochicharam” em seus ouvidos que ele resolveu naquela noite mudar a programação e falar sobre o suicídio. Qual não foi sua surpresa quando uma mulher o abordou ao final da exposição dizendo que desesperada dirigia-se para uma ponte a fim de atirar-se quando teve enorme vontade de entrar no centro espírita. Para o espanto da mulher o orador falava sobre o suicídio. Ela nunca havia escutado nada parecido. 

As informações transmitidas pelo orador despertaram na mulher a “vontade de prosseguir”. Ele até então não havia compreendido a razão pela qual passou o dia todo com “alguém” soprando em seus ouvidos para mudar o tema da noite. Graças as suas informações aquela mulher não levou ao fim o seu objetivo. Séculos de tormento evitados por conta de uma simples, mas preciosa informação: A vida não acaba com a morte do corpo.

Outro pontoa refletir é a pressão social que recebemos para sermos felizes. Ah, quanta confusão isto causa na cabeça das pessoas.

Prega-se a felicidade a qualquer custo e não se ensina como lidar com frustrações tão comuns de um planeta em desenvolvimento como o nosso.

O resultado está ai para todos constatarem, uma sociedade infeliz pela busca insana e irracional pela felicidade. Parece um paradoxo, mas não é. O caminho para “exterminar o suicídio” não é esconder dados, deixar de falar ou pedir para que as pessoas sejam felizes na marra... Encarar de frente é o caminho. Penso que só assim deixaremos de ver todos os dias notícias tristes a mostrar que alguém não conseguiu suportar suas provações e desistiu de si mesmo. Posso dizer que é muito melhor um “infeliz” vivo do que alguém que buscou livrar-se dos seus problemas mas está morto.

Mídia e sociedade podem fazer muito para ajudar neste flagelo denominado suicídio. Basta encarar de frente, informar as pessoas e mostrar que aqui temos, sim, problemas e estes servem para serem resolvidos. Uma boa dose de realidade vai colaborar com o mundo. Que tal?



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