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15 janeiro 2016

Solidão - Ricardo Orestes Forni


SOLIDÃO


"A neurose da solidão é doença contemporânea, que ameaça o homem distraído pela conquista dos valores de pequena monta, porque transitórios." - Joanna de Angelis.

Vamos realizar alguns destaques de determinadas colocações para podermos confrontá-las com os ensinamentos da Doutrina dos Espíritos.

Geralmente os afetados pela solidão - diz a reportagem - não gostam de falar sobre ela. Sentem vergonha, ficam sem graça ou, simplesmente, não têm com quem discutir a questão.

Portanto, os números sobre a extensão do problema só revelam parte do quadro.

Em alguns casos, mães de crianças pequenas se sentem isoladas, ao passo que pais se sentem solitários em função da dedicação das mães aos bebês.

Continua informando a reportagem da referida revista que outros grupos que também correm risco de sentir solidão são formados por desempregados, deficientes, pessoas com poucos recursos financeiros, imigrantes, moradores dos grandes centros urbanos e idosos.

Destaca também que na vida moderna atual, em que os componentes da família estão cada vez mais ausentes na relação dentro do lar, dando ênfase a relações virtuais, proporcionam uma tendência ao individualismo e um estímulo às ações solitárias, resultando na solidão.

Mesmo crianças são vítimas desse sentimento. Não empregam a palavra específica - solidão, mas manifestam a sensação de se sentirem sozinhas e rejeitadas pela família.

Outro mecanismo da solidão se encontra desenhado pelas vítimas do denominado bullying. O agredido ou a agredida, para escapar a esse mecanismo de ataque emocional, acaba se isolando cada vez mais e agravando a situação caso não receba o devido apoio de pais e professores.

Com esse breve resumo podemos afirmar que a solidão existe e atinge pessoas nas mais variadas faixas etárias. Infelizmente trata-se de uma realidade.

E essa realidade é muito preocupante porque se relaciona, em muitos casos, à fuga enganosa através do suicídio.

O interessante é que a própria reportagem relata a cura para a solidão. Joanna de Angelis afirma que só é solitário quem não é solidário.

Um caso revelado na mesma revista sobre uma senhora viúva que se sentiu solitária após a partida do marido comprova essa afirmativa. Ela administrou por mais de trinta anos uma cantina escolar com o companheiro.

Com a partida dele, sentiu um grande vazio. Recomendaram-na começar a costurar. Aprendeu, comprou uma máquina, mas a solidão continuava.

Vivia entediada, até que resolveu auxiliar uma senhora bem mais velha que havia caído na rua e estava abandonada pela família. Funcionou tanto que ela criou o "programa do cuidador voluntário" em um portal da terceira idade, que hoje conta com cerca de 2.000 participantes espalhados pelo Brasil.

Encontrou no auxílio em favor daqueles que precisavam mais o remédio para a sua solidão e dividiu a "receita" com outras pessoas. E funcionou. Não somente com ela, mas com cerca de duas mil pessoas! Por enquanto.

Conforme nos ensina Joanna, há terrível ânsia para ser-se amado, ri para conquistar o amor e amar. Continua Joanna: Jesus, o Psicoterapeuta Excelente, ao sugerir o "amor próximo como a si mesmo", apóia "amor a Deus " como a mais importante conquista do homem, conclando a amar-se, a valorizar-se, a conhecer-se, de modo a plenificar com o que é e tem, multiplicando esses recursos em implementos de vida eterna, . saudável companheirismo, sem a preocupação de receber resposta equivalente. O homem solidário jamais se encontra solitário. O egoísta, contrapartida, nunca está solícito,; isto, sempre atormentado. Possivelmente, o homem que caminha a sós encontre mais sem solidão do que outros que, no tumulto, inseguros, estão cercados, mimados, padecendo disputas, todavia sem paz nem fé interior fé no futuro, a luta por conseguir a paz intima - eis os recursos mais valioso, para vencer-se a solidão, saindo do arcabouço egoísta e ambicioso par realização edificante onde quer que esteja, (destaque nosso)

Quanto mais não enxergamos outro em maiores dificuldades, mais cegos ficamos em relação a nós mesmos, o que nos leva à solidão, que a ausência do ser perante ele mesmo.

Joanna de Angelis ensina que quando optamos por Jesus e não pelo mundo, sentimo-nos solitários para que nos tornamos incompreendidos por esse mesmo mundo, mas e solidão é a presença Dele em nós se estamos com Ele trabalhando favor dos mais necessitados, e quem mais precisaríamos estar? A solidão resiste a tal medicação? Experimente a receita.


Ricardo Orestes Forni
O autor é escritor e expositor espírita na cidade de Tupã-SP. 
Também autor do livro O amor e a multidão dos pecados, Editora O Clarim.


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