CIÚME
O ciúme é a inquietação mental causada por suspeita ou receio de rivalidade nos
relacionamentos humanos. É uma distorção, um exagero, um desequilíbrio do sentimento
de zelo.
Adentrando na intimidade deste sentimento, vamos descobrir que ele é “medo”,
medo de algum dia ser dispensável à pessoa com a qual se relaciona; é o medo de
ser abandonado, rejeitado ou menosprezado; medo de não mais ser importante; medo
de não ser mais amado, enfim, é, de certa forma, medo da solidão.
O psiquiatra e psicoterapeuta Eduardo Ferreira Santos, revela que tal sentimento
é totalmente voltado para si mesmo, egocentrado no indivíduo, e por esta afirmação
podemos entender o porquê da frase do personagem “lago”, de Shakespeare, dizendo
que o ciúme não precisa de causas exteriores, que se gera em si mesmo.
Suas causas interiores, segundo Joanna de Ângelis, Espírito, são encontradas
principalmente na insegurança psicológica, na baixa autoestima, no orgulho avassalador
que não suporta rivalidades, e no egoísmo, que ainda nos faz ver aqueles que estão
à nossa volta como posses.
O ser inseguro transfere para o outro a causa desta insegurança, dizendose vítima,
quando apenas é escravo de idéias absurdas, fantasias, ilusões, criadas em sua mente,
que ateia “incêndios em ocorrências imaginárias”.
Agravado este sentir leva a psicoses, a problemas neuropsiquiátricos, como diversos
tipos de disritmias cerebrais, sendo causador de agressões físicas e crimes passionais.
Além disso, não podemos esquecer que sua existência é sempre uma porta aberta
para a obsessão, uma oportunidade de sermos influenciados por aqueles que desejam
nosso mal.
O ciúme é um sinal de alerta mostrando que algo não vai bem, que algo precisa
ser reparado, repensado. Sua erradicação de nossos viveres somente será realizada
com a análise íntima constante, com o vigiar dos pensamentos, dos atos, lembrando
sempre que “ninguém é de ninguém”, que não possuímos as pessoas, e que o verdadeiro
amor LIBERTA e CONFIA.
O ciúme “insegurança” precisa ser substituído pela CONFIANÇA “certeza”, que é
sim uma real prova de amor.
Andrey Cechelero
Jornal Mundo Espírita de Março de 2001
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