JOVENS SEM REGRAS E SEM LIMITES
Por que uma grande parcela de nossa
juventude é intolerante, desafiadora e não acata regras para o bom
convívio social? Especialistas em Psicologia e Pedagogia juvenil apontam
a falta de um código ético e moral que estabeleça uma ideologia
existencial capaz de modelar um novo caráter, com base na disciplina e
na responsabilidade pessoal desses jovens rebeldes.
Obviamente faz-se necessário a presença
dos pais no processo educativo dos filhos, principalmente na vida
daqueles com tendência a caminhar na contramão dos bons costumes. O
papel da escola, neste contexto, é secundário.
Os filhos que não recebem aconchego
afetivo, carinho e orientação, dificilmente vão entender o que seja
solidariedade, tolerância e amor ao próximo. Acabam desenvolvendo
valores contrários e a incapacidade de suportar as diferenças. Tornam-se
pessoas extremamente egoístas, narcisistas e violentas.
Só enxergam o outro como um “inimigo
natural” por ele pensar, falar e viver diferente de sua “tribo”. Esses
jovens, sem regras e sem limites, estão entre todas as classes
socioeconômicas do País. Sobrevivem de sentimentos que deformam a
natureza espiritual humana: ciúme, inveja, intriga, maledicência, ódio e
indiferença à dor e ao sofrimento dos outros.
A educação tem um papel regulador no
comportamento e na conduta de jovens que vivem em crises existenciais
profundas. Os pais, atentos e solidários, devem estabelecer o diálogo
como uma ponte segura de entendimento com seus filhos insatisfeitos com a
vida que levam.
Os pais devem dialogar com seus filhos
com franqueza e respeito, permitindo aos jovens a livre manifestação de
seus confusos sentimentos em relação à vida, à sua família e a si
próprios. Erros devem ser reconhecidos de ambas as partes, sem nenhum
constrangimento. O perdão sincero não pode ser esquecido.
No mundo conturbado em que vivemos, tão
saturado de materialismo, estresse, desigualdade, preconceito,
ansiedade, medo e má vontade, o ser humano experimenta um processo
assustador de animalidade brutal. Parece cada vez mais distante de
conhecer a si mesmo, de desenvolver o bom senso e fazer uso da
racionalidade para entender os princípios elementares da civilidade e do
amor que enobrece a alma quando se propõe a amar e amar-se
incondicionalmente.
Os nossos filhos trazem o frescor da
juventude física na vida presente, mas são espíritos experimentados em
tantas provas que viveram em outras encarnações. Se apresentam caráter
fraco e leviano decerto não souberam vencer as provas as quais se
submeteram no passado.
Carecem certamente do nosso reforço
moral para um ajustamento espiritual que os faça enxergar a oportunidade
que estão recebendo sem mérito próprio. Amá-los é o remédio mais
indicado para ajudar na cura do orgulho e do egoísmo que os enfraquecem,
moralmente, diante dos desafios da vida terrena.
Carlos Antônio de Barros
Fonte: Agenda Espírita Brasil
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