RESISTE À TENTAÇÃO
Enquanto nosso barco espiritual navega nas águas da inferioridade,
não podemos aguardar isenção de ásperos conflitos interiores. Mormente
na esfera carnal, toda vez que empreendemos a melhoria da alma,
utilizando os trabalhos e obstáculos do mundo, devemos esperar a
multiplicação das dificuldades que se nos deparam, em pleno caminho do
conhecimento iluminativo.
Contra o nosso anseio de claridade, temos milênios de sombra.
Antepondo-se-nos à mais humilde aspiração de crescer no bem, vigoram os
séculos em que nos comprazíamos no mal.
É por isto que, de permeio com as bênçãos do Alto, sobram na senda dos discípulos as tentações de todos os matizes.
Por vezes, o aprendiz acredita-se preparado a vencer os dragões da
animalidade que lhe rondam as portas; todavia, quando menos espera, eis
que as sugestões degradantes o espreitam de novo, compelindo-o a
porfiada batalha.
Claro, portanto, que nem mesmo a sepultura nos exonera dos atritos
com as trevas, cujas raízes se nos alastram na própria organização
espiritual. Só a morte da imperfeição em nós livrar-nos-á delas.
Haja, pois, tolerância construtiva em derredor da caminhada humana,
porque as insinuações malignas nos cercarão em toda a parte, enquanto
nos demorarmos na realização parcial do bem.
Somente alcançaremos libertação, quando atingirmos plena luz.
Entendendo a transcendência do assunto, impossível, por agora,
qualquer referência ao triunfo absoluto, porque vivemos ainda muito
distantes da condição angélica; entretanto, bem-aventurados seremos se
bem sofrermos esse gênero de lutas, controlando os impulsos do
sentimento menos aprimorado e aperfeiçoando-o, pouco a pouco, à custa do
esforço próprio, a fim de que não nos entreguemos inermes às sugestões
inferiores que procuram converter-nos em vivos instrumentos do mal.
Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
lição 101 – Pão Nosso - FEB
Nenhum comentário:
Postar um comentário