ARTRITE REUMATÓIDE NA VISÃO ESPÍRITA
Iniciando o artigo de hoje, importante mencionar o conceito médico da patologia. A medicina estabelece que se trata de uma inflamação crônica de pequenas articulações como mãos e pés, causando um inchaço muito doloroso que pode ter como consequência a erosão óssea e a deformidade articular. É tida como uma doença autoimune, ou seja, o sistema imunológico do portador ataca a si mesmo por engano.
A doença tem maior frequência entre as mulheres e suas causas são diversas, desde a carga genética transmitida do pai para o filho, até infecções bacterianas e virais, bem como tabagismo.
Seus sintomas também são variáveis, como dores nas articulações dos dedos das mãos e dos pés, dos joelhos e tornozelos, dos cotovelos e ombros; dor no quadril; dor, inchaço e aumento da temperatura das articulações; rigidez matinal que pode se estender por horas; nódulos sob a pele dos braços; fadiga, febre e perda de peso não intencional.
Espiritualmente falando, o livro a Doença como Caminho demonstra que as pessoas que são acometidas por essa enfermidade possuem dentro de si um grande sentimento de raiva, necessidade de controle de outras pessoas e uma agressividade que não foi trabalhada dentro de si própria. Os sentimentos citados são de anos, não é um simples sentimento por determinada situação recente.
Segundo o livro, a energia dessas pessoas fica acumulada, não é descarregada, estagnando-se na musculatura de braços e pernas, articulações e acaba se transformando em dor e inflamação.
André Luiz e Emmanuel, no livro Estude e Vida, inserem a doença no rol que chamam de “doenças fantasmas”, e de forma muito elucidativa, nos presenteiam com o texto abaixo:
Somos defrontados com frequência por aflitivo problema cuja solução reside em nós. A ele debitamos longas fileiras de irmãos nossos que não apenas infelicitam o lar onde são chamados à sustentação do equilíbrio, mas igualmente enxameiam nos consultórios médicos e nas casas de saúde, tomando o lugar de necessitados autênticos.
Referimo-nos às criaturas menos vigilantes, sempre inclinadas ao exagero de quaisquer sintomas ou impressões e que se tornam doentes imaginários, vítimas que se fazem de si mesmas nos domínios das moléstias-fantasmas.
Experimentam, às vezes, leve intoxicação, superável sem maiores esforços, e, dramatizando era demasia pequeninos desajustes orgânicos, encharcam-se de drogas, respeitáveis quando necessárias, mas que funcionam à maneira de cargas elétricas inoportunas, sempre que impropriamente aplicadas.
Atingido esse ponto, semelhantes devotos da fantasia e do medo destrutivo caem fisicamente em processos de desgaste, cujas consequências ninguém pode prever, ou entram, modo imperceptível para eles, nas calamidades sutis da obsessão oculta, pelas quais desencarnados menos felizes lhes dilapidam as forças.
Depois disso, instalada a alteração do corpo ou da mente, é natural que o desequilíbrio real apareça e se consolide, trazendo até mesmo a desencarnação precoce, em agravo de responsabilidade daqueles que se entibiam diante da vida, sem coragem de trabalhar, sofrer e lutar.
Precatemo-nos contra esse perigo absolutamente dispensável. Se uma dor aparece, auscultemos nossa conduta, verificando se não demos causa à benéfica advertência da Natureza.
Se surge a depressão nervosa, examinemos o teor das emoções a que estejamos entregando as energias do pensamento, de modo, a saber, se o cansaço não se resume a um aviso salutar da própria alma, para que venhamos a clarear a existência e o rumo.
Antes de lançar qualquer pedido angustiado de socorro, aprendamos a socorrer-nos através da autoanálise, criteriosa e consciente.
Ainda que não seja por nós, façamos isso pelos outros, aqueles outros que nos amam e que perdem, inconsequentemente, recurso e tempo valiosos, sofrendo em vão com a leviandade e a fraqueza de que fornecemos testemunho.
Nós que nos esmeramos no trabalho desobsessivo, em Doutrina Espírita, consagremos a possível atenção a esse assunto, combatendo as doenças-fantasmas que são capazes de transformar-nos em focos de padecimentos injustificáveis a que nos conduzimos por fatores lamentáveis de auto obsessão.
Sendo assim, diante de tais explicações que dispensam demais comentários, há que se mencionar, derradeiramente, que o tratamento médico é sim indispensável, e é composto pelo uso de anti-inflamatórios e fisioterapia. Entretanto, que nos lembremos de que o tratamento espiritual deve ser concomitante, e nesse caso, demanda que se exercite e ponha em prática a reforma íntima, que é o remédio que irá nos mostrar nossos erros e sentimentos negativos enraizados, melhorando nossa qualidade de vida.
Rafaela Paes de Campos
Fonte: Espiritismo na Rede