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20 janeiro 2020

Sobre a liberdade de expressão – Porta dos fundos - Antônio Carlos Navarro



SOBRE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO
PORTA DOS FUNDOS


Não é “politicamente correto” que se fale, ou se satirize, quem não tem meios, se o quiser, de se defender.

Em tempos onde todos temos o direito de se defender e reclamar retratação, ou ainda cobrar compensação financeira por assédio moral, referir-se a alguém, mesmo que seja um vulto histórico não presente fisicamente é, no mínimo, antiético, e a exposição midiática a que foi exposto Nosso Senhor Jesus Cristo se enquadra nesse contexto.

A percepção e uso da liberdade é uma das necessidades básicas dos seres vivos, e muito mais dos seres humanos – ensina o notável psicanalista Erich Fromm. No entanto, a liberdade deve vir acompanhada de respeito, responsabilidade e limites, e tanto mais quanto mais atinge, direta ou indiretamente, os que estão vinculados ao personagem focado, pelos laços sagrados do sentimento e da crença.

Assim como se tolhe a liberdade das crianças em seu processo de aprendizado, a bem delas próprias, “crianças espirituais” também necessitam de contenção e vigilância em função de suas cegueiras morais.

A necessidade de se manter na mídia, em evidência, e a falta de criatividade moralmente sadia, inteligente, levam a aberrações morais que denotam a ignorância em relação ao sagrado, e ao Senhor Jesus e Sua mensagem de esclarecimento libertador.

Não se pode tudo em nome da liberdade. Sempre haverá prejuízos de monta.

Mas o Senhor Jesus não tem necessidade de defensores. Para quem sofreu a traição de um amigo muito próximo, a negação de outro, e a deserção de outros tantos, culminando com a coroa de espinhos, o flagelamento e a ignominiosa cruz, ser retratado como foi é “café pequeno”.

Trabalhando com e para Deus, o Pai Maior, amorosamente o Senhor Jesus espera que lobos se transformem em ovelhas, alertando, no entanto, que a vida não premia e não castiga, apenas conduz a consequências – à cada um segundo suas obras, ensinou-nos – e que cegos que conduzem cegos acabam por cair ambos no precipício. Não há uma só imperfeição moral que não resulte em sofrimento, ensina a Doutrina Espírita.

Mas, atenção, cristãos. É preciso tomar cuidado com nossas reações. Não nos cabe outra conduta senão a indicada pelo próprio Mestre Jesus – para nós, Espíritas, o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo:

“Perdoai setenta vezes sete vezes; orai pelos vossos inimigos e por aqueles que vos perseguem e caluniam; oferece a face esquerda ao que te bate na direita; não resistais ao mal”.

Nada de violência, portanto, de nenhum tipo, em hipótese alguma.

Evidentemente, pode-se, e deve-se, se posicionar a respeito dos fatos aberrantes, e externar esse posicionamento, mas não de forma equivalente moralmente. Que nos expressemos educando, aconselhando, mas sobre tudo exemplificando as lições que temos aprendido junto ao Evangelho do Senhor Jesus.

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro


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