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04 abril 2020

A cura pela fé - Altamirando Carneiro



A CURA PELA FÉ


No capítulo 14 (Os fluidos), item 31 – curas – do livro A Gênese, Allan Kardec explica: “A cura se opera pela substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã”.

Podemos classificar as curas em curas materiais e curas espirituais. As curas materiais são proporcionadas pela Medicina, pelos remédios; as espirituais são as que se realizam com a participação dos médiuns. Neste ponto, o tratamento espiritual não dispensa o tratamento médico e vice-versa.

Quanto às curas de Jesus, no capítulo 15 de A Gênese, Allan Kardec observa:

“Nas curas que operava, (Jesus) agia como médium? Pode-se considerá-lo como um poderoso médium curador? Não, pois o médium é um intermediário, um instrumento do qual se servem os Espíritos desencarnados. Ora, o Cristo não tinha necessidade de assistência, ele que assistia e auxiliava os demais, agia por si mesmo, em vista de seu poder pessoal, tal como o podem fazer os encarnados em certos casos, e na medida de suas forças. Aliás, qual seria o Espírito que ousaria insuflar-lhe seus próprios pensamentos e encarregá-lo de os transmitir? Se ele recebesse um influxo estranho, não poderia ser senão de Deus; segundo a definição dada por um Espírito, era o médium de Deus”.

O tempo para a obtenção da cura pode variar, dependendo de cada caso. Temos de considerar que cada um de nós está submetido à Lei de Causa e Efeito; por isso, não obtemos a cura de todos os nossos males, nesta vida. Jesus, por certo, não curou a todos.

O indispensável nas curas é que tenhamos fé. No capítulo 19 (A fé transporta montanhas) de O Evangelho segundo o Espiritismo, item 12 – a fé humana e a divina –, a mensagem de um Espírito Protetor (Paris, 1863) elucida:

“A fé é humana e divina, conforme o homem aplica suas faculdades à satisfação das necessidades terrenas, ou de suas aspirações celestiais e futuras. O homem de gênio, que se lança à realização de algum grande empreendimento, triunfa se tem fé, porque sente em si que pode e há de chegar ao fim colimado, certeza que lhe faculta imensa força. O homem de bem que, crente em seu futuro celeste, deseja encher de belas e nobres ações a sua existência, haure na sua fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e ainda aí se operam milagres de caridade, de devotamento e de abnegação. Enfim, com a fé, não há maus pendores que se não chegue a vencer.

O Magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé colocada em ação. É pela fé que ele cura e produz esses fenômenos singulares, qualificados outrora de milagres.

Repito: a fé é humana e divina. Se todos os encarnados se achassem persuadidos da força que em si trazem, e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o que, até hoje, eles chamaram prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas”.

Por isso, Jesus disse que se tivermos fé do tamanho de um grão de mostarda removeremos todas as montanhas dos nossos erros e imperfeições.

No item 3 (O poder da fé), do capítulo que estamos analisando, Kardec diz:

“A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado. A fé vacilante sente a sua própria fraqueza; quando a estimula o interesse, torna-se furibunda e julga suprir, com a violência, a força que lhe falece. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo”.

No item 4, Allan Kardec nos chama a atenção para que não confundamos a fé com a presunção:

“A verdadeira fé se conjuga à humildade; aquele que a possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, por saber que, simples instrumento da verdade divina, nada pode sem Deus. Por essa razão é que os bons Espíritos lhe vêm em auxílio. A presunção é menos fé do que orgulho, e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos malogros que lhe são infligidos”.


Altamirando Carneiro
Fonte: O Consolador

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