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22 fevereiro 2022

As seis condições do espírito imortal - Antônio Carlos Navarro,


AS SEIS CONDIÇÕES DO ESPÍRITO IMORTAL

O grande estudioso e pensador espírita Cosme Massi desenvolveu uma forma muito peculiar para interpretarmos as condições existenciais do espírito imortal, tornando, com sua didática, mais fácil nosso entendimento em relação às condições experimentadas pela entidade espiritual.

Em primeiro lugar, o espírito é situado no Mundo Espiritual, que segundo a Codificação Espírita é a primeira na ordem natural, portanto de onde se origina e onde permanecerá definitivamente no fim de seu desenvolvimento.

No intervalo entre uma reencarnação e outra experimenta a realidade espiritual segundo suas crenças e cultura, interesses e vontades, e poderá progredir muito, segundo nos ensinam os Benfeitores Espirituais, buscando esclarecimento e trabalho, mas também poderá dar prosseguimento às suas viciações e tendências menos felizes.

No outro extremo tem-se a condição de encarnado, sem a qual o espírito não poderá experimentar o progresso efetivo, proporcionado pelas conquistas morais diante das situações e condições da materialidade, que acontecem segundo as necessidades particulares de cada espírito.

Encarnado, o espírito corrigirá os erros do passado e produzirá novas conquistas rumo à perfeição.

O terceiro estado é o trânsito entre o mundo espiritual e o mundo físico.


O processo reencarnatório tem certa duração, desde os preparativos na espiritualidade, até a consumação do processo por volta dos sete anos de existência física. Em geral, há certa perturbação mental no espírito antes de sua ligação com a matéria, decorrente do quanto a sua consciência já se desenvolveu, e também de sua confiança e determinação para a consecução do que foi planejado. No período infantil poderá ter lampejos de mediunidade, porque o espírito ainda não está totalmente envolvido pela nova vestimenta física.

Uma quarta condição é inversa ao processo de reencarnação. Trata-se do processo da desencarnação, e não há desencarnações idênticas. Cada individualidade experimenta o desencarne segundo suas condições e necessidades particulares, vinculadas que são ao grau de espiritualidade alcançado, ao apego material, e principalmente ao bem que se praticou em vida. Por mais que saibamos sobre a mecânica do espírito, o que mais influencia nas condições de chegada ao mundo dos espíritos é a prática desinteressada do bem.

A quinta e a sexta condições são as influências possíveis de serem perpetradas entre os dois planos. Desencarnados e encarnados se influenciam mutuamente, e interferem na vida de um e de outro.

As influências benéficas são oriundas das preces e bons pensamentos endereçados e do trabalho de orientação, esclarecimento e consolação que se dão entre os planos, quase sempre através de atos mediúnicos.

Chama-se obsessão a influência negativa do desencarnado sobre o encarnado, e vice-versa, e pode ocorrer com os mais variados motivos. Por iniciativa do desencarnado, desde a influência motivada tão somente pela irreverência e irresponsabilidade do obsessor, passando pela satisfação das viciações que o espírito ainda carrega no mundo espiritual, até a obsessão causada pelo desejo de vingança decorrente do mal praticado por aquele que agora se encontra encarnado.


Por iniciativa do encarnado, quando este endereça seu pensamento, de qualquer matiz menos feliz, a um espírito desencarnado, seja por não abrir mão da dependência daquele que lhe foi companheiro em vida, e que agora se encontra no mundo espiritual, seja por desejo de vingança não alcançada também em vida. O inconformismo diante das separações causadas pelas desencarnações também interfere na vida dos que retornaram ao mundo espiritual, porque estes se ressentem dos desequilíbrios emocionais dos que ficaram. Se não estiverem preparados intimamente poderão se desequilibrar e serem atraídos para junto dos que os “chamam” com seus pensamentos em desalinho.

As condições apresentadas nos remetem à imortalidade do espírito, que transita entre uma condição e outra sempre buscando seu desenvolvimento rumo à perfeição. Como as condições dos espíritos são particulares, mas que visam o mesmo fim, convém nos posicionarmos de tal forma diante da vida, para que em cada experiência e em cada situação se possa dar um passo no sentido certo, e isto só acontecerá se unirmos a prática constante do bem e o estudo sistemático das lições trazidas a lume pelo Consolador prometido pelo Senhor Jesus e que se encontram nas lições da Doutrina Espírita.

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro
Fonte: Kardec Rio Preto
 

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