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13 fevereiro 2022

Nada como se Amar - Adriana Machado


 
NADA COMO SE AMAR

Para quem está com problemas consigo mesmo, nada como começar a se perguntar o porquê.

Por muitos anos eu acreditei que me amava. Depois, comecei a colocar em dúvida esse amor por ter descoberto que o meu comportamento não condizia com alguém que se dizia amar. Daí, buscando respostas, descobri, ainda insatisfeita, que me amo, mas de uma forma que poderia melhorar.

Hoje, meu olhar se iluminou, pois sei que me amo, mas com a condição imperfeita de uma filha perfeita de um Pai que é todo Perfeição. Sendo assim, me vejo fazendo enormes progressos, mas engatinhando nesta trajetória. Diante disso vem a pergunta: isso me desanimará? E quanto a você?

PERFEIÇÃO DIVINA

Somos filhos de Deus e temos em nós a Sua essência, o Seu DNA. Somente por isso diria que somos perfeitos, mas somos perfeitos enquanto Suas criaturas.

Essa nossa perfeição nos dá condições de, por meio de nosso próprio esforço, chegarmos a um estado que nos elevará espiritualmente degrau a degrau, mas, para isso, precisamos querer subi-los. Estão se perguntando como?

Bem, somos seres criados perfeitos, mas que precisamos buscar a nossa perfeição íntima e, por mais que tentemos deixar para depois, ninguém consegue fugir a essa determinação divina. Esse objetivo está grafado em nosso ser.

Se é uma meta divina que não temos como dela fugir, então temos que relembrar que Deus jamais nos impulsionaria a uma expedição por paisagens desconhecidas sem nos dar o equipamento essencial para atingirmos o nosso objetivo. Portanto, indagando qual seria essa ferramenta eficaz para o nosso progresso, chegaríamos, sem sombra de dúvidas, naquilo que germina o tempo todo em nós, das mais diversas formas: a semente do amor.

AMOR X AMAR

Amor é um substantivo masculino transcrito como um sentimento, segundo os mais diversos dicionários. Amar, por sua vez, é um verbo.

Se amor é um sentimento e este é também “a ação de sentir, de perceber através dos sentidos, de ser sensível”, então não estaríamos errados em afirmar que amar e amor são duas ações que se completam, e que podem nos elevar ao mais alto grau de satisfação ou nos rebaixar ao pior estado d’alma vivenciado.

Esse antagonismo se dá porque tudo isso dependerá de como escolhermos agir com o amor que já sabemos amar.

Bem, sendo um verbo e tendo, cada um de nós, a condição de escolhermos como queremos amar, isso só significa que, para amarmos e como amarmos, só depende de nós.

Imagino que está havendo um burburinho em seu coração quando pensa que existem pessoas em sua vida que são impossíveis de serem amadas. Isso somente é uma verdade quando fazemos a vinculação do amar com a nossa satisfação pessoal.

Se o nosso desejo é amar, não podemos vincular o nosso amor a condições de exclusão estipuladas unilateralmente por nós. Devemos amar sem exigirmos do outro posturas que ele não seria capaz de sustentar, mesmo que isso não nos satisfaça… e isso deve ser aplicado, principalmente, a nós mesmos.

Como podemos amar, se a cada instante colocamos empecilhos para nos vermos alvos de nosso próprio sentimento sublimado?

AMAR TEM QUE SER UMA AÇÃO LIVRE DE COBRANÇAS

Começando a responder a pergunta que fiz sobre como nos elevaremos espiritualmente, degrau a degrau, normalmente usamos o nosso próximo para podermos enxergar o que há em nós.

Não entendeu? Quando não queremos ver em nós algo que nos incomoda, sem percebermos, acabamos o enxergando no outro e, por não nos agradar, o criticamos infindavelmente até que, por circunstâncias da vida, percebemos que o que está nele, e nos desagrada, é o que está em nós. Nos surpreendemos, nos ressentimos conosco, até que, vendo que não há como mudar tal situação sem o nosso próprio esforço, nos damos a chance de nos trabalhar intimamente, nos libertando gradativamente daquilo que estava nos trazendo desconforto e até sofrimento.

O ponto crucial é que, se acreditarmos que o nosso próximo, portador de suas “deficiências”, não merece uma segunda chance para mudar, estaremos nos condenando a um futuro de sofrimentos, porque, inconscientemente, não aceitaremos que merecemos essa chance também. Estaremos, indubitavelmente, nos julgando e condenando, sem a análise de qualquer atenuante, e sem a possibilidade de impetrar qualquer recurso que nos libertaria deste juiz maquiavélico que estamos sendo para nós mesmos.

Se depende de nós como amarmos, então precisamos acreditar que, apesar de todas as dificuldades que o outro porta, ele estará sempre dando um passo mais à frente para se depurar de suas mazelas, principalmente se ele assim desejar. Se essa é uma verdade pura e simples no processo de crescimento individual, como nos isentarmos de participar deste mesmo processo?

TODOS SOMOS CAPAZES DE NOS SUPERAR PELO AMOR REDENTOR

Mais do que nunca, precisamos desejar enxergar o quanto nos esforçamos para nos depurar, mesmo que ainda estejamos enfrentando inúmeras dificuldades íntimas para a nossa própria superação.

Sem o nosso olhar amoroso diante de nossas tentativas de progresso individual, jamais conseguiremos compreender que o que nos impulsiona ante os passos vacilantes de nossa imaturidade é a misericórdia e a justiça divinas que se pautam no amor sublime do Pai Criador.

A cada momento, vamos amadurecendo e compreendendo que nos redimiremos perante a nossa consciência através desse amor divinal que faz parte do nosso ser, e que podemos esbanjá-lo aplicando-o sem avareza em nossa existência, porque a semente que o germina é uma fonte inesgotável em cada um de nós.

Tudo isso nos leva para mais perto dos seres angelicais embrionários que somos, e que o Pai, ao nos criar, somente nos deu uma incumbência que foi a nossa transformação íntima por meio das experiências conquistadas e vivenciadas.

NADA COMO NOS AMAR

Tudo isso é o reflexo da empatia que nos leva mais próximo à compreensão de nosso irmão em dificuldade e, por consequência, de nós mesmos; é o amor colocado em ação que se expande para toda a humanidade sem qualquer distinção.

Diante de todos esses novos entendimentos, compreendemos que o que mais precisamos é nos amar, e adotando uma postura de nos ver imperfeitos, compreenderemos a imperfeição alheia e nos daremos as mãos para podermos juntos alcançar um patamar mais elevado de entendimento sobre quem desejamos nos tornar.

Disse eu acima:

“Para quem está com problemas consigo mesmo, nada como começar a se perguntar o porquê. (…)”

E continuei:

“Hoje, meu olhar se iluminou, pois sei que me amo, mas com a condição imperfeita de uma filha perfeita de um Pai que é todo Perfeição. Sendo assim, me vejo fazendo enormes progressos, mas engatinhando nesta trajetória. Diante disso vem a pergunta: isso me desanimará? E quanto a você?”

Acho que agora todos poderemos nos dar uma resposta.

Adriana Machado
Fonte:
Blog Dufaux

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