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01 fevereiro 2022

Convém praticar o que já sabemos! - Francisco Rebouças


CONVÉM PRATICAR O QUE JÁ SABEMOS!

“Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo.” Paulo. (2ª Epístola a Timóteo, 2:7.)

Quanto maior é o entendimento da Lei Divina a Alma reflete nas pequenas atividades do dia a dia o quanto é importante servir, e o quanto isso muito eleva e engrandece, pois nem sempre os atos de heroísmo se referem às atitudes tomadas nas grandes calamidades públicas.

São incontáveis os exemplos de trabalhadores que com suas pequenas contribuições impulsionam o homem e a sociedade em que se movimenta em direção do bem e do progresso, através do trabalho e dos sacrifícios que nem sempre são percebidos, mas sem os quais, o caos se estabeleceria avassalador. “É necessário saibamos comungar a esperança e o sofrimento, a provação e a dificuldade dos outros, abençoando os irmãos que nos partilham a marcha e ensinando-lhes, pela cartilha de nossas próprias ações, o caminho renovador, suscetível de oferecer-lhes a bênção da paz.” (1)

Muitos indivíduos possuidores de notáveis conteúdos intelectuais preferem estabelecer domínio sobre os outros através de discussões improfícuas, onde exibem seus dotes intelectuais, desperdiçando tempo que poderia ser utilizado de forma útil aplicado nas ações de relevante necessidade para o bem e o crescimento de todos.

Aquele que ainda não pode mostrar-se capaz de realizações grandiosas por falta de recursos, terá sempre à sua disposição inúmeras oportunidades de exercer a caridade nas pequenas e necessárias ações de valor inestimável para quem as recebe.

Se não pode matar a fome de todos os famintos que conhece, pode atender perfeitamente a um ou dois de tantos necessitados; se não possui dinheiro para comprar o remédio para o doente, pode socorrê-lo com sua companhia e ajuda no que for possível; não sendo possível acabar com a miséria, é sempre possível a quem desejar minorá-la.

“Sede bons e caridosos: essa a chave dos céus, chave que tendes em vossas mãos.

Toda a eterna felicidade se contém neste preceito: “Amai-vos uns aos outros.” Não pode a alma elevar-se às altas regiões espirituais, senão pelo devotamento ao próximo; somente nos arroubos da caridade encontra ela ventura e consolação. Sede bons, amparai os vossos irmãos, deixai de lado a horrenda chaga do egoísmo. Cumprido esse dever, abrir-se-vos-á o caminho da felicidade eterna. Ao demais, qual dentre vós ainda não sentiu o coração pulsar de júbilo, de íntima alegria, à narrativa de um ato de bela dedicação, de uma obra verdadeiramente caridosa? Se unicamente buscásseis a volúpia que uma ação boa proporciona, conservar-vos-íeis sempre na senda do progresso espiritual. Não vos faltam os exemplos; rara é apenas a boa-vontade. Notai que a vossa história guarda piedosa lembrança de uma multidão de homens de bem.

Não vos disse Jesus tudo o que concerne às virtudes da caridade e do amor? Por que desprezar os seus ensinamentos divinos? Por que fechar o ouvido às suas divinas palavras, o coração a todos os seus bondosos preceitos? Quisera eu que dispensassem mais interesse, mais fé às leituras evangélicas. Desprezam, porém, esse livro, consideram-no repositório de palavras ocas, uma carta fechada; deixam no esquecimento esse código admirável. Vossos males provêm todos do abandono voluntário a que votais esse resumo das leis divinas. Lede-lhe as páginas cintilantes do devotamento de Jesus, e meditai-as…” (2)

As possibilidades de ser útil e auxiliar ao próximo são infinitas e sábios são todos aqueles que aproveitam os parcos recursos de que são portadores para dividir com seus irmãos de caminhada evolutiva contribuindo para a sua felicidade. Todo aquele que se conscientiza dessa realidade, vive conforme as condições que a vida lhe apresenta, conquistando tesouros morais, que nem a ferrugem, nem os ladrões, nem as traças podem subtrair-lhe os benefícios para sua plenitude.

Francisco Rebouças
Fonte: Agenda Espírita Brasil

Referências:

(1) Xavier, Francisco Cândido, pelo Espírito Emmanuel, livro Antologia da Caridade, cap. III; e
(2) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, FEB 112ª edição. Cap. XIII, item 12.


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