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12 março 2008

Jesus e Decisão - Joanna de Ângelis

JESUS E DECISÃO

A um jovem, que parecia disposto a ingressar na Nova Era, candidatando-se a segui-Lo, Jesus propôs o convite direto, sem preâmbulos.

Apesar do interesse que se refletia na face ansiosa, o moço, receoso, esquivou-se sob a justificativa de que iria antes sepultar o genitor que havia morrido.

Diante da resposta que parecia justa, o Mestre foi, no entanto, contundente, informando-o: "Deixa aos mortos o cuidado de sepultar os seus mortos; mas tu, vem construir no coração o reino de Deus."

Pode causar estranheza a atitude e proposta de Jesus a um filho que pretendia cumprir com o seu dever imediato: no caso, enterrar o pai desencarnado. É provável que esse fosse o seu direito real, adiando o engajamento na tarefa da vida eterna.

Todavia, é possível que o moço ocultasse alguma outra intenção.

O desejo de estar presente ao velório e à inumação do cadáver talvez significasse a preocupação de ser visto como um filho cuidadoso e fiel, merecedor da herança que lhe cabia.

Alguma disposição testamentária, provavelmente, exigia-lhe o cumprimento desse dever filial, sob pena de perder o legado. Então, a sua presença não significaria um ato de amor, mas um ato de interesse subalterno.

Os bens materiais, não obstante, possuam utilidade, favorecendo o conforto, o progresso, a paz entre os homens quando bem distribuídos, são, às vezes, de outra forma, algemas cruéis que aprisionam as criaturas, e que, transitando de mãos, são coisas mortas, que não merecem preferência ante as verdades eternas.

Igualmente se pode pressupor que o rapaz, ainda cioso de sua juventude, não estivesse disposto a renunciá-la, encontrando, na justificativa, uma forma nobre para evadir-se do compromisso.

Os gozos materiais são cadeias muito vigorosas que jugulam os homens às paixões primitivas que deveriam superar a benefício próprio, mas que quase sempre os levam à decomposição moral, à morte dos ideais libertadores.

Quiçá a preocupação a respeito da nova responsabilidade causasse no candidato um receio injustificado, levando-o à escusa com o argumento apresentado.

O medo de assumir compromissos graves impede o desenvolvimento intelecto-moral do indivíduo, mantendo-o estacionado na rotina despreocupada e monótona do seu dia-a-dia.

O convite de Jesus faz-se acompanhar de um programa intenso, iniciando-se na renovação íntima para melhor, e prosseguindo na ação construtiva do bem em toda parte.

O medo é fator dissolvente da individualidade humana, responsável por graves desastres e crimes que poderiam ser evitados. É força atuante que conduz à morte das realizações dignificantes e das próprias criaturas.

Por fim, suponhamos que o sentimento filial prevalecesse na resposta e ele estivesse preocupado com o pai desencarnado. Ainda assim, qualquer pessoa poderia sepultá-lo, mas ninguém, exceto ele mesmo, poderia encarregar-se da sua iluminação.

Jesus era a sua oportunidade única.

Jesus penetrou-o e sabia o motivo real de sua recusa.
Porém, deixou-o livre para decidir-se.

Ele foi sepultar o progenitor e não voltou. Perdeu a oportunidade. Muitos ainda agem assim.

Observa o que elegeste para tua atual existência: seguir a vida e vivê-la ou acumular tesouros mortos para sepultá-los no olvido.

Desnuda-te interiormente e contempla-te que possuis de real, que a morte não te arrebatará, e o que seguirá contigo?

Usa de severidade neste exame de consciência e toma o lugar do jovem convidado.

Que responderias a Jesus nesse momento?

Queixa-te dos problemas que te aturdem e os relacionas, ignorando ou tentando desconhecer que estás na Terra para aprender, resgatar, reeducar-te.

Olha ao teu redor e compreenderás o quanto é urgente que te decidas pelo melhor e duradouro para ti como ser imortal que és.

Postergando a decisão, quando então a tomar, provavelmente as circunstâncias já não serão as mesmas e a tua situação estará diferente, talvez complicada.

O momento é este. Deixa-te permear pela presença d Ele e, feliz, segue-O. Com tal atitude os teus problemas mudarão de aparência, perderão o significado afligente, contribuirão para a tua felicidade.

Renascerás dos escombros e voarás no rumo da Grande Luz, superando a noite que te aturde.

De "Jesus e Atualidade", de Divaldo P. Franco
pelo espírito Joanna de Ângelis

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