A rigor, não há povo à face da terra que não creia na ação de espíritos desencarnados sobre o homem em trânsito pela Terra. A origem dessa crença remonta aos primórdios da civilização e é a herança cultural das coletividades indígenas, primeiros conglomerados humanos a habitarem o planeta, que a cerca de 40.000 anos lidam com a inteligência, segundo o cálculo de estudiosos.
No Brasil, os registros mais antigos sobre o assunto estão na obra “Viagem ao Brasil”, do alemão Hans Stadem, lançada em Frankfurt no ano de 1555.
Capturado pelos índios Tupinambás, quando esteve em nosso País, o aventureiro Stadem pôde fazer ampla observação sobre os nativos. A certa altura do livro comenta: “Acreditam na imortalidade da alma e são afligidos durante a vida por um espírito maligno a que chamam “Kaagere” que lhes surge sob a forma de quadrúpede, ou ave, ou qualquer estranha figura. Crendo na imortalidade da alma, no trovão e nos espíritos malignos que os atormentam, tenho que uma semente de religião brotaria neles, não obstante as trevas em que vivem.”
Se a crença na imortalidade possa ser, para os selvagens, reflexo da saudade dos antepassados, por que as formas monstrualizadas? E por que na condição de perseguidores cruéis?
Em sendo criaturas primárias, donde tirariam essas imagens de seres torturadores e deformados, se não conheciam na vida que levavam qualquer coisa que sugerisse tal comportamento?
Pode-se concluir que, se não tinham razões para formação desse tipo de cultura, realmente viam e sofriam a ação de espíritos, também primários, que os atacavam em bandos ferozes e perispiritualmente animalizados pela mente em desalinho.
Somente o Espiritismo aprofunda a questão, em especial nas obras mediúnicas de André Luiz. O autor espiritual, que retrata quadros emocionantes da vida noutra dimensão, através da fidelidade psicográfica de Chico Xavier, é constante em afirmar que pululam junto à crosta terrena bilhões de almas alucinadas e ignorantes que se devotam à prática do mal.
Em “Evolução em Dois Mundos”, o consagrado benfeitor escreve: “Inúmeros infelizes, obstinados na idéia de fazerem justiça pelas próprias mãos ou confiados a vicioso apego (...) acabaram em deplorável fixação monoideística fora da noção de espaço e tempo, acusando passo a passo, enormes transformações na morfologia do veículo espiritual (...)”.
A fixação do ódio, em qualquer nível, desequilibra a mente. A mente desequilibrada perde o controle motor dos centros psicossomáticos. Descontrolados, estes centros deixam paulatinamente o comando das formas e possibilitam, nas estruturas plásticas de que se compõem, a instalação do processo degenerativo das células perispirituais.
Jornal Mundo Espírita OnLine
Federação Espírita do Paraná
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