O CENTRO ESPÍRITA
O
Centro Espírita é importante núcleo educativo na vasto instituto da família
humana,
recolhemos sublimes inspirações que nos induzem ao auto-aperfeiçoamento e
nos ensejam o dever do auxílio mútuo no plantio do amor.
Imaginemo-lo na complexidade da usina e laboratório, hospital e escola,
núcleo de pesquisas e células de experiências valiosas, onde o coração e o
cérebro se entregam à inadiáveis tarefas de abnegação e fraternidade, de
equilíbrio e união, de estudo e luz.
Abençoado lar de nossas almas, recorda-nos a efetiva integração na família
universal.
Sentindo-lhe a missionária participação na atualidade de nossos destinos,
abracemos responsabilidades e encargos na Casa Espírita, evitando, quanto
possível, que a instituição cresça ao sabor da casualidade, relembrando à
inspiração de benfeitores espirituais zelos e providências inerentes aos
encarnados.
Findas as primeiras emoções no contato com as verdades espirituais, deixemos
que a razão nos governe os sentimentos, a fim de que o Centro Espírita se
alteie, disciplinado e nobre, conservando seu potencial de atividades
futuras, à feição de semente exuberante de esperanças entremostrando nos
terrenos os gérmens que organizarão os diversos departamentos do vegetal
superior, transformadores da seiva nutris em frutos sazonados.
Evitemos as improvisações na sementeira da fé. Dois mil anos de experiência
no Cristianismo são preciosas lições que não se pode desprezar.
A
casa Espírita guardará, por certo, a simplicidade do templo de corações, mas
não poderá fugir às destinações de educandário de almas.
Adequar-lhe a ambiência física, com vistas às suas finalidades precípuas, é
conseqüência inadiável de nossa vivência à luz do bom senso, que jamais se
compadece com a inoperância de tudo relegar à determinação única dos
Espíritos.
Observemos , em breves comparações, os valores da cultura terrestre
determinando eficientes orientação para o progresso geral, criando, nos
bastidores de suas conquistas, ambientes propícios ao desenvolvimento de
suas atividades. Aqui, reconhecemos que os redutos de instrução pedem salas
adequadas, do pré-escolar ao estudo de nível superior; ali verificamos que
os laboratórios médicos exigem implementos próprios, em meio asséptico;
adiante, anotamos os engenhos da cibernética reclamando da tecnologia
crescente compartimentos especiais para que funcionem a contendo, amparando
o progresso...
Se as conquistas transitórias da mente reclamam tempo e espaço adequados às
manipulações do estudo digno, estipulando em média quinze anos no labor
ininterrupto com os livros para que os diplomas rotulem o conhecimento
especializado, que não dizer das aquisições perenes do espirito.
No trato com a moral sublime onde a religião reserva à fé seu galardão de
luz?!
Contemplemos o recanto de terra trabalhada pelo agricultor. Após o primeiro
instante do êxtase sob a força do ideal, o lidador do solo entrega-se,
afanoso, a arrotear o campo, dividindo a área cultivada em compartimento
destinados a este ou aquele cultivo.
O
Centro Espírita não deve crescer, igualmente, ao influxo de nosso puro
sentimentalismo, que nem sempre reflete amadurecimento, segurança ou
equilíbrio.
Entendemos, assim, a importância do movimento unificador da Doutrina, cujas
instituições mais experientes orientarão o crescimento equilibrado dos novos
núcleos, ainda carentes de previsão e segurança.
A
família cuidadosa edificará o domicilio acolhedor, prevendo, para melhor
prover, departamentos nos quais acolherá a prole querida, nos quais
atenderá às obrigações, sociais e montará o indispensável laboratório da
alimentação e saúde. Similarmente, a Casa Espírita há de surgir, crescer e
desenvolver-se, considerando suas definições próprias nos cenários humanos.
É
indispensável a sala de orações onde nos entregamos de igual modo aos
estudos públicos do Evangelho e da Vida ou à conversação discreta com
irmãos enfermiços do plano espiritual. Contudo, bem maior é a
responsabilidade, ainda não percebida por todos os espíritas, de mobilizar
todos os recursos possíveis à instrução, orientação, alertamento e educação
dos encarnados, seja na infância, na mocidade, na madureza ou velhice, a fim
de que se desincumbam com êxito de suas tarefas.
O
Centro Espírita será, antes de tudo, estabelecimento educativo para
encarnados, de vez que o plano espiritual não se abstém de organizar a
ambiência adequada ao amparo dos desencarnados.
Atentos, pois, à organização jurídico-social de nossas instituições, sem nos
descurarmos dos encargos econômicos impostos pelo cotidiano, observemos, com
singular ênfase, sua adequação física com vistas ao funcionamento ideal os núcleos doutrinários
vigilantes no conhecimento de que o Centro Espírita, ainda que singelo e
pequenino, exigirá de cada um de nós dignidade de convicção e fé, bem como
disciplina e elevação no sublime sacerdócio que nos cabe no santuário de
nossa renovação espiritual.
Espírito
Guillon Ribeiro
Mensagem psicografada por Júlio Cezar Grandi Ribeiro) Jornal Aliança Espírita Ano III - No 31 - Novembro/Dezembro 1999
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