VOCÊ E O JOVEM
Muito necessário vigiar os impulsos juvenis.
A imaturidade, que decorre da falta de vivência das realidades humanas, inspira aos jovens falsos conceitos em torno da vida, facultando-lhes uma visão distorcida sobre os valores morais e espirituais.
Sofrendo a constrição dos feixes nervosos sobrecarregados de energia e de vitalidade, o jovem supõe-se sábio por saber-se forte.
Inexperiente, acredita que a força é fator decisivo, comprometendo-se, não raro, em face do mau uso que faz das possibilidades que tem.
Facilmente se deixa arrastar ao prazer imediato, reagindo contra os deveres que, embora resultem em colheita de alegrias, não produz, de pronto, gozo e lazer.
Crê-se sem tempo, defrontando um largo tempo.
Deseja fruir agora, a fim de não perder a oportunidade, que supõe todos estão a desfrutar, e perde-se na exaustão do abuso.
Reage ao bom senso, faz-se violento, agressivo ou frustrado, porque não se permite agir com equilíbrio, o que lhe facultaria gozo real e saúde integral.
Se se lhe fala de experiência, sorri, complacente, leviano, supondo-se detentor do conhecimento.
Tem em mente que os seus ascendentes foram ingênuos, quando não se fizeram responsáveis pelos gravames que experimenta a sociedade hodierna.
Exime-se à responsabilidade, quando é surpreendido pelo insucesso, no entanto, aponta erros em tudo, acusa, deblatera.
Paciência com o jovem!
Ele não se furtará à severa aprendizagem que a vida lhe imporá.
A experiência sedimentará nele a excelência dos valores legítimos, obrigando-o a discernir.
Algum chegará à maturidade orgânica sem madureza moral. É principiante espiritual.
Inobstante, ajude-o a disciplinar a impulsividade, submetendo-o desde cedo a tarefas dignificantes, sem os largos espaços de tempo para a ociosidade e o relaxamento demorado.
Sem o agredir, não o tema.
Educação é obra demorada, cujos frutos tardam em aparecer.
Assim, não se coloque contra a juventude.
Não lhe fale que no seu tempo era diferente. Em verdade a vida,
também, era diferente.
Você já transitou por aquele caminho.
O jovem de hoje chegará à compreensão que agora lhe faz discernir o correto do errado.
O jovem é tentativa. Favoreça-o com a oportunidade da realização.
Se ele agride, não revide com violência. Demonstre a utilidade das suas forças morais de tal modo, que no conflito em que ele se debate, nasça-lhe o desejo de possuir a paz que você desfruta.
Trabalhe-o, porém, sem precipitação a fim de fazer uma boa obra.
Marcelo Ribeiro
De “Terapêutica de Emergência”
De Divaldo P. Franco – Diversos Espíritos
Nenhum comentário:
Postar um comentário