Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim, nunca mais terá fome e o que crê em mim nunca mais terá sede. JOÃO 6:35.
A assistência social é um meio, não o objetivo principal a que se propõe a tarefa espírita.
Necessária
e valiosa é a comida e a vestimenta para acalmar os sentidos
fisiológicos; no entanto, magnífico e excelso é o suprimento que atende
às necessidades do espírito imortal.
Muitos
advogam que a criação e a manutenção de obras sociais compete
unicamente ao Estado.
Outros acreditam, de forma radical, que os objetivos do movimento espírita devam assentar-se na assistência social, esquecendo que a Doutrina proclama como primordial a educação das almas, e não apenas simplesmente a sustentação do corpo, que é perecível. Para este o prato de sopa é muito bem-vindo, sem dúvida, mas a alma aspira ao verdadeiro pão da vida.
A
seara do Bem envolve diversos trabalhos em benefício dos carentes do
corpo e da alma. Pode parecer, no entanto, que as necessidades
essenciais e imediatas residam no corpo denso, mas, na realidade, se
encontram no íntimo das criaturas.
Não
basta construirmos lares ou abrigos que fazem do prato nutriente, da
perpetuação da espécie e da maneira simplória de ver a vida as únicas
razões da existência humana.
Urge, sim, estabelecermos noções de valores imortais e bases educacionais para preparar as almas para a grandeza espiritual a que estão destinadas.
Toda
congregação espírita na Terra tem como finalidade maior esclarecer pelo
estudo, promover o amadurecimento emocional pelo trabalho e desenvolver
as virtudes em potencial. Eis a atividade prudente e prioritária dos
aprendizes do Evangelho.
A
ação caritativa e a boa vontade do Movimento Espírita prestam
inestimáveis serviços à sociedade e ao Estado, conquanto não devam
assumir de maneira simplista e com espírito salvacionista as funções do
serviço social, que cabe à administração pública.
A solidariedade pode surgir como anseio da alma, acompanhada das seguintes características:
a.. Responsabilidades abandonadas em existências passadas; b.. Despertamento devido a uma nova visão do mundo e das pessoas; c.. Terapia salutar para superar problemas e conflitos; d.. Problemas de consciência por estar vivendo no fausto e na ociosidade; e.. Felicidade em servir voluntariamente. O companheiro interessado em ingressar no celeiro do alimento celeste deve buscar, antes de tudo, a sua iniciação espiritual. Por iniciação, devemos entender o início da experiência da verdade sobre si mesmo. Ao buscarmos o alimento invisível em nossas potencialidades divinas, poderemos produzir por nós mesmos o pão da vida e reparti-lo com nossos companheiros de jornada.
Somente uma criatura iniciada poderá realmente induzir os outros à busca ou produção do próprio alimento.
Não
devemos esperar que as organizações governamentais venham realizar a
tarefa que compete ao Espiritismo, ou seja, levar a toda humanidade a
mensagem de Jesus Cristo, através de Kardec, a fim de que nunca mais as
almas tenham fome ou sede.
Todavia,
enquanto o poder público não conseguir eliminar os horrores da miséria,
é justo que cooperemos com o pão material em nossos empreendimentos
assistenciais.
Tomemos
o cuidado, porém, de não manter nossos assistidos tão dependentes e
retrógrados quanto no primeiro dia em que puseram os pés no grupo de
auxílio. Sem estudar, sem progredir, sem alargar a visão diante da vida e
da sociedade. E nada fazendo para aprender a buscar por si mesmos a
completa saciedade: a pérola no fundo do mar (Mateus 13: 45 e 46), o
tesouro oculto no campo (Mateus 13:44), o grão de mostarda (Mateus 13:31
e 32) - o reino de Deus.
Batuíra
Texto psicografado por Francisco do Espírito Santo Neto. Extraído do livro "Conviver e Melhorar". |
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22 dezembro 2012
Na Área Social - Batuíra
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