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16 setembro 2013

A Pena de Morte - André Sobreiro


A PENA DE MORTE

Há vários países em nosso orbe, como sabemos, que adotam a pena de morte como forma de punição para os cidadãos que infligem  as leis humanas. Em nosso país, como também não é segredo, essa prática não é adotada, não sendo permitida pelo nosso código civil.

Nosso objetivo, na presente reflexão, é contextualizar essa forma de punição, aferindo o quanto a mesma pode (ou não) ser útil, e possíveis fatores pró e contra a pena de morte.

Essa prática consiste em provocar a morte (física) do chamado criminoso, e cada país (ou cada estado, dentro de um mesmo país) adota técnicas diferentes para consumá-la. Antigamente, a forca era muito usada como forma de levar o condenado à morte. A guilhotina também foi prática bastante usual, no passado.

Modernamente, temos mais referências sobre a injeção letal (que consiste na injeção de quantidade letal de substância líquida que paralisa o coração e/ou o diafragma do condenado), a cadeira elétrica (imobilização do condenado em uma cadeira e eletrocução do mesmo, com o uso de tensões elétricas de dois mil volts) e, em algumas regiões, ainda ouve-se a respeito do fuzilamento, principalmente em regiões e épocas de guerras.

Vários irmãos usam a superlotação dos presídios para justificar a pena de morte. Alegam que, com a execução do criminoso, o problema estaria “resolvido”, diminuindo inclusive os investimentos públicos feitos em pessoas que, na opinião deles, “não valem a pena”. Evitar-se-ia, com a punição máxima, as rebeliões, as fugas em massa, etc.

Vamos observar, desse ponto da reflexão em diante, a pena de morte pela ótica espírita.

Em vários pontos da chamada “Codificação” Espírita, Kardec e o “Espírito da Verdade” deixam claro que a desencarnação consiste apenas da separação do espírito, em relação ao corpo, e que esse processo de libertação não nos redime, isto é, não nos liberta das nossas imperfeições.

Por consequência, a pena de morte não resolve problema algum... A “ovelha perdida” que sofre essa punição retorna ao plano espiritual com as mesmas tendências e imperfeições continuando sua prática por lá. Muitas vezes, o irmão assassinado, ao adentrar o plano dos imortais, continuando com suas tendências más, forma ali grandes organizações para a prática do mal, liderando-as ou delas participando. Usam toda a sua inteligência e capacidade de organização, montando várias equipes para que não percam seu poder e domínio, aumentando-s até.

Como também nos é relatado na “Codificação” e nos livros confiáveis da nossa doutrina, o corpo físico serve de limitador vibratório e, ao mesmo tempo, funcional. A ele ligado (encarnado, portanto), o espírito encontra-se limitado, pela necessidade de conduzi-lo. Usando conhecida metáfora: estamos nós (os encarnados)  encarcerados a esse corpo que nos possibilita o progresso.

Portanto, levar o “criminoso” à desencarnação (pela pena de morte) significa libertá-lo da limitação corporal, dando a ele liberdade consideravelmente maior, inclusive para penetrar nosso mundo mental. Estando encarnado, as trancas de porta e as grades e cadeados nas janelas nos manteriam seguros... Desencarnado o malfeitor, só a moral nos manteria imunes às suas investidas invisíveis.
 
Mas, como somos devedores...

Na 1ª obra da “Codificação”, Kardec questiona os Imortais da seguinte forma:

760. Desaparecerá algum dia, da legislação humana, a pena de morte?

“Incontestavelmente desaparecerá e a sua supressão assinalará um progresso da Humanidade. Quando os homens estiverem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida na Terra. Não mais precisarão os homens de ser julgados pelos homens. Refiro-me a uma época ainda muito distante de vós”.

Nossas considerações tentam reforçar o “não julgueis” sugerido por Jesus, uma vez que nossa consciência ainda encontra-se enodoada de nossos erros pretéritos... E também porque só devemos oferecer ao próximo, aquilo  que queremos para nós mesmos.

Por André Sobreiro

 

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