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05 outubro 2013

Rigidez - Hammed


RIGIDEZ

Quando agimos erroneamente é porque não sabemos como fazer melhor. 

Ninguém, de forma deliberada, tem o desejo de ser infeliz; portanto, ninguém escolhe o pior. 

Os feitos e as atitudes peculiares de cada criatura estão intimamente ligados a seu desenvolvimento físico, mental, social e moral. 

Nossa maturidade espiritual é adquirida através das experiências evolutivas no decorrer de todos os tempos, seja na atualidade, seja no pretérito distante. 

Tudo o que fazemos está relacionado com nossa idade astral. Inquestionavelmente, fazemos agora o que de melhor poderíamos fazer, porque estamos agindo e pensando conforme nossas convicções interiores; aliás, ela (a idade astral) é gradativa, pois está vinculada às nossas percepções evolutivas. As criaturas que agem com austeridade em determinada circunstância acreditam que aquela é a melhor opção a tomar. 

Porém, quando o amadurecimento conduzi-las a ter uma melhor noção a respeito dos relacionamentos humanos, elas assimilarão novas maneiras de se comportar e passarão a agir de forma coerente com seu novo entendimento. 

A concepção de bem se amplia de acordo com nosso desenvolvimento espiritual. 

A proposta cristã “pagar o mal com o bem” sugere: castigar por castigar não transforma a criatura para o bem, mas somente o amor é capaz de sublimar e educar as almas. 

A pena de morte é uma rigidez dos costumes humanos. 

Propõe matar o corpo físico como punição pelas faltas cometidas, com o esquecimento, porém, de que somente transfere a problemática para outras faixas da vida e cria revolta e desarmonia no ser em correção. 

A dor apenas terá função dentro dos imperativos da vida, enquanto os homens não aceitarem que somente o amor muda e renova as criaturas. O projeto da Vida Maior é conscientizar-nos, não sentenciar. 

Nosso planeta está repleto de criaturas intelectualizadas e influentes, mas nem por isso sábias e habilitadas para todas as coisas. Por mais inteligente que seja o ser humano, sempre haverá um universo de coisas que ele desconhece. 

Muitas pessoas matam, roubam e mentem sem vacilação alguma, mas será que sabem perfeitamente que isso não é certo? Estar no intelecto não é a mesma coisa que estar na profundeza da alma. 

Ter informações e receber orientações não é a mesma coisa que integralizar o ensinamento, ou mesmo, saber por inteiro. “(…) O homem julga necessária uma coisa, sempre que não descobre outra melhor.

À proporção que se instrui, vai compreendendo melhormente o que é justo e o que é injusto e repudia os excessos cometidos, nos tempos de ignorância, em nome da justiça.*

Os erros são quase que inevitáveis para quem quer avançar e crescer. São acidentes de percurso, contingências do processo evolutivo que todos estamos destinados a vivenciar. 

Em vez de repelirmos nossos erros, deveríamos analisá-los atentamente como se fossem verdadeiros objetos de arte, evitando, assim, futuros comprometimentos. Deus permite que o erro integre o nosso caminho. 

Aliás, ele faz parte das nossas condições evolutivas, para que possamos aprender e assimilar as experiências da vida. 

Os erros são ocorrências consideradas admissíveis pela legislação do Criador. Deus não condena ou castiga ninguém, mas o oposto: instituiu leis harmoniosas e justas que nos conduzirão fatalmente à felicidade plena, apesar de nossas faltas e desacertos. Por que então usar de rigidez perante os acontecimentos da vida? 

* O Livro dos Espíritos, Questão 762: A pena de morte, que pode vir a ser banida das sociedades civilizadas, não terá sido de necessidade em épocas menos adiantadas? Necessidade não é o termo. O homem julga necessária uma coisa, sempre que não descobre outra melhor. À proporção que se instrui, vai compreendendo melhormente o que é justo e o que é injusto e repudia os excessos cometidos, nos tempos de ignorância, em nome da justiça. 

Livro: As Dores da Alma, item Rigidez
Espírito Hammed
Psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto


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