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04 março 2014

Visão Espírita do Carnaval - José Couto Ferraz


VISÃO ESPÍRITA DO CARNAVAL

Sensibilizado pela necessidade crescente de notícias objetivas, oriundas da dimensão espiritual, e que venham induzir o gênero humano a buscar o caminho da espiritualização, o benfeitor espiritual Manoel Philomeno de Miranda escreveu um livro especial pela psicografia do médium Divaldo Franco, intitulado “Nas Fronteiras da Loucura”, editado pela LEAL, Salvador – Bahia, cujo conteúdo se recomenda a sua leitura, pelos seus aspectos cultural e doutrinário.

Procurando retratar numa visão espírita as ocorrências mais importantes durante o transcorrer momesco em terras brasileiras, presta um relevante serviço informativo para todos os que se encontram envolvidos pela indumentária carnal.

Nestes dias que antecedem o rebuliço desta festa popular no Brasil, sentimos um grande apelo íntimo para extrair da obra em questão alguns tópicos, com o intuito de sugerir aos interessados na temática focalizada, lerem ou relerem este livro, de cunho tão realístico e oportuno, a fim de reavivar na própria mente indecisa, a necessidade de se afastarem destes locais de orgias e loucura.

Pesquisando os arquivos do Grande Lar, o Amigo Espiritual, encontrou os seguintes dados sobre o carnaval: “Originário das bacanalia, da Grécia, quando se homenageava o deus Dionísio, os trácios e a maioria dos povos antigos já se atiravam aos infrenes prazeres coletivos.

“Posteriormente, estas festas ocorriam em Roma, como saturnalia, e nessa ocasião sacrificava-se uma vida humana em louvor aos gozos sensuais que iriam ser procedidos, numa demonstração bem característica da fria crueldade do sentimento pagão.

“No entanto, foi a partir da Idade Média que ficou estabelecida uma comemoração anual, quando era lícito a todas as pessoas, práticas e atos censuráveis sem qualquer constrangimento.

“Nos tempos modernos este costume foi oficializado, particularmente no Brasil, durante três ou mais dias, justificado como uma necessidade para que sejam descarregados os recalques e tensões, acumulados no transcorrer do ano. Surgiu então neste comenos a palavra Carnaval, formada das silabas iniciais dos vocábulos carne nada vale.”

A visão do plano espiritual desdobra-se em cores vivas e chocantes, descreve o nosso Miranda: “Enquanto no plano físico a multidão sequiosa de divertimentos e prazeres carnais se movimentava pelas vias públicas principais de determinada cidade brasileira, numa crescente excitação da sensualidade, a psicosfera nessas áreas carregava-se de vibrações escuras e pestilenciais, fomentando a atração de Espíritos desencarnados vivendo em idêntica volúpia, que se atiravam a desmandos de orgias escabrosas, difíceis de serem descritos do ponto de vista terreno.

“Misturando-se com as pessoas em perfeita sintonia mental, os seres desencarnados, aglomerados pelos desejos desenfreados, agrediam os transeuntes, atingindo-lhes os centros do discernimento com ideias infelizes, nefastas, colocadas imediatamente em prática de conformidade com as tendências de cada indivíduo.

“Formas invisíveis de aspecto vampiresco buscavam as suas vítimas para sugar os plasmas vitais, notadamente o genésico, induzindo-as aos descalabros de toda ordem, inclusive iniciando quadros obsessivos de consequências imprevisíveis.

“As cenas se sucediam em seus aspectos deprimentes e constrangedores, demonstrando que uma faixa expressiva das criaturas humanas ainda se encontra nos limites do instinto, comandada pelos impulsos das sensações animalizantes, sem qualquer sensibilidade pelas emoções superiores.

“Justamente nesse clima de excessos lastimáveis, dois casais que tinham ingressado recentemente nas hostes espíritas resolveram, a pretexto de se despedirem da vida profana e para não sentirem frustrações futuras, pular e dançar nesse verdadeiro caldeirão de sentimentos malsãos.”

Os detalhes da trama vingadora feita contra os filões, por uma Entidade de aspecto patibular e inimiga de uma das senhoras que por sinal estava com a faculdade mediúnica desabrochando, são contados pelo Amigo espiritual com sutilezas doutrinárias portentosas.

O episódio da jovem espírita, que ao retornar para o lar, depois de prestar assistência caridosa a uma pessoa necessitada, sendo alvo da sanha criminosa de delinquentes juvenis, possibilita elucidações preciosas a respeito do motivo das aflições e o valor da oração quando ditada pelo coração.

Todos os fatos narrados nas páginas deste excelente livro espírita atestam a realidade doutrinária a respeito das “relações existentes entre o mundo corporal e o espiritual” a que se reporta Allan Kardec definindo o que é o Espiritismo em “O Livro dos Médiuns.”

Conhecedor profundo dos fenômenos mediúnicos e em praticar da obsessão, o nosso Miranda adverte-nos com insistência sobre a presença do “dedo da treva” nos dramas humanos.

Lendo as suas explicações minudentes, encontramos as razões dos acontecimentos lamentáveis dentro do próprio Movimento Espírita, quando aqueles que se dizem espíritas agridem-se mutuamente, utilizando os próprios Órgãos de divulgação doutrinária, num atestado evidente da falta de amor pela causa do bem.

Completando estas rápidas considerações, abrimos espaço para noticiar a opinião do Venerando Bezerra de Menezes sobre as atividades nos Centros Espíritas durante as festas carnavalescas, constante da obra comentada.

“Nestes dias, nos quais são maiores e mais frequentes os infortúnios, os insucessos, os sofrimentos, é que se deve estar a postos no lar da caridade, a fim de poder-se ministrar socorro. Por fim, quanto as vibrações serem mais perniciosas em dias deste porte, não há dúvida. A providência a ser tomada deve constituir-se de reforço de valor e de energias salutares para enfrentar-se a situação.”

 José Couto Ferraz
(Trabalhador Espírita da Mansão do Caminho em Salvador-BA e membro do Projeto Manoel Philomeno de Miranda)

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