HEROÍSMO
Quanto maior a evolução, maior a necessidade de se viver sob regras. Tudo pede método, disciplina, orientação. A fé não escapa. Ordenou você o esquema das convicções.
O Espírita só é feliz quando já elegeu a plataforma de realizações, definindo a prática de seu ideal, escolhendo o posto onde serve e servirá na Seara do Senhor.
Ação a esmo, esforço caótico não adiantam; vitória reclama diretriz, construção exige planejamento. Todos podemos produzir vinculados ao roteiro do Espiritismo e ao programa da caridade.
Mais dinheiro, menos dinheiro; mais prestígio, menos prestígio terrestre, que importam se a empresa é de cunho espiritual; moeda não os faz humildes, a influência não adiciona um dia sequer de existência ao cardápio da morte.
Farrapos não denunciam virtude, doença visível não conta sublimação. Impraticável confundir o transitório com o imperecível.
Não anquilose suas forças em lazeres sucessivos, amenizando faculdades e atributos. Acostume-se a fortaleza de vontade, ressuscite, a cada golpe da luta, o ardor da esperança.
Dissabores de alguém assemelham-se a problemas de mil. Problemas surgem por laços naturais da obra evolutiva, possibilitando a superação de nós mesmos.
Diligência na libertação — eis a tentativa de raros.
Fuja à tragédia dos lábios fecundos que carregam mãos inermes numa tetratologia moral. Suor no bem significa igualmente freio para o mal. Quem persiste servindo consolida a defesa contra impulsos inferiores.
Edificante não será revelar sangue frio ante a vida. Mais que isso será fornecer sangue novo à lides maiores.
Não existe heroísmo espírita, nem mesmo para aqueles que respiram à testa das equipes gigantes de planejamento de trabalho.
Há cumprimento de dever, execução de encargos que nos competem. E ninguém aniversaria melhor que a criatura triunfante nos prélios da consciência, quando comemora a própria morte nos confins do Sem Fim.
De “Técnica de Viver”
De Waldo Vieira
Pelo Espírito de Kelvin Van Dine
Nenhum comentário:
Postar um comentário