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27 julho 2014

Corpo presente, pensamento ausente... - Wellington Balbo

 

CORPO PRESENTE, PENSAMENTO AUSENTE


Gustavo estava no centro espírita, porém seu pensamento caminhava pelo escritório, o que fez com que perdesse as partes mais interessantes abordadas pelo orador na palestra da noite. Mariana fazia o almoço em sua casa, mas sua cabeça andava muito longe dali, mais precisamente no trabalho que executaria na faculdade horas mais tarde, por isso não percebeu quando o arroz queimou. Jonas reunira-se com os amigos, mas não prestara atenção em nada do que fora conversado aquela noite, isso ocorreu porque a tela mental de Jonas viajava por uma outra roda de amigos, totalmente diferente daquela em que ele se encontrava.

Três pessoas diferentes, três situações semelhantes: corpo presente, pensamento ausente.

Quantas vezes isto ocorre conosco? Quantas vezes estamos num local mas nosso pensamento está em outro a milhares de quilômetros dali?

São questões que muitas vezes nos passam despercebidas e não paramos para refletirna importância de estarmos de corpo e alma onde quer que estejamos. Para efeito de estudo ampliemos um pouco mais o tema. Não estaremos mais sozinhos, mas integrados num ambiente onde várias pessoas se reúnem para objetivos comuns.Vejamos: imaginemos que numa reunião mediúnica, por exemplo, não apenas um indivíduo, mas a metade deles está ali só de corpo presente, com o pensamentoem descompasso dos objetivos da reunião. Será que a reunião obterá o mesmo êxito do que se todos estiverem conectados e vibrando no mesmo diapasão? A resposta está fácil: Não! A reunião não terá o mesmo sucesso porque parte de seus integrantes está ali apenas de corpo presente, mas o pensamento ausente.

A força do pensamento é ampliada sempre pelo número de pessoas que o alimentem e sustentem. Logo, quanto mais pessoas estiverem comungando os mesmos propósitos,mais força ele terá.

Observemos que este comentário foi feito em relação à reunião mediúnica, todavia podemos aplicá-lo dentro de qualquer campo de atuação em que uma assembléia de pessoas se reúne para tratar de determinado tema.

Kardec,na Revista Espírita de dezembro de 1868 tece valiosos comentários sobre a importância da comunhão de pensamentos, ou seja, sobre a relevância de estarmos sintonizados com os propósitos a que se propõe o grupo que nos ligamos.

E, como sempre, o Codificador constrói uma interessante analogia ao comparar uma assembléia de pessoas a uma orquestra em que cada integrante é responsável por uma nota, de modo que se os integrantes da orquestra produzirem um som harmônico a impressão será agradável, todavia se os sons forem discordantes a impressão será penosa. O mesmo, pois, ocorre com o pensamento. Se o pensamento do grupo está afinado os objetivos serão atingidos, porém se os pensamentos estiverem viajando por terras estranhas o sucesso não virá.

Compreendemos,então, a importância de estarmos de corpo e alma num local para que a harmonia reine e obtenhamos resultados melhores não apenas em termos individuais, mas também sob o aspecto coletivo.

Seja na reunião mediúnica, no escritório, em casa ou qualquer outro local é fundamental mantermos nosso pensamento junto ao corpo, a fim de que sozinhos ou em grupo consigamos atingir os objetivos que foram traçados.

Pensemos nisso. 


Wellington Balbo
Artigo publicado originalmente no Jornal Momento Espírita, do Centro Espírita Amor e Caridade – Bauru SP – www.radioceac.com.br

 

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