O trabalho constitui-lhe estímulos aos
valores que lhe dormem latentes, aguardando despertamento, ampliação,
desdobramento. (O Homem Integral, pg. 17)
Este alvitre desmantela as fantasias e ilusões da imaturidade humana, tais como:
o conseguir o que se deseja com jeitinho
o lei do menor esforço
o omissão
o preguiça
A evolução espiritual não funciona do mesmo modo que algumas atividades humanas, onde predomina o jogo de interesses motivados pelo orgulho e pela vaidade. Neste âmbito a autocorrupção e a corrupção é recurso para atender aos interesses do ego infantil que acredita que se completa pelo ter em detrimento do ser, passando por cima dos outros e da natureza.
Ninguém evolui por osmose, manipulação e falta de esforço pessoal. Estas características são próprias da mente que acredita que o mundo gira ao seu redor, que os outros estão aí para servi-la – ela quer privilégios. Não é possível manipular a Divindade e a si próprio para se tornar mais evoluído. Uma pessoa não consegue fingir que é lúcida, serena e possui auto-domínio. Estas qualidades não são improvisadas, são conquistadas através de muitos exercícios para se fixarem e integrarem na personalidade.
Entendemos o trabalho proposto por Joanna de Angelis como o auto-enfrentamento e o enfrentamento da existência. O auto-enfrentamento é o contato consigo sem dissimulação e sem repúdio pelas imperfeições temporárias, compreendendo que elas são naturais no processo evolutivo, como também o reconhecimento das virtudes e das aptidões. Identificado as imperfeições: orgulho, vaidade, destrutividade, inveja, etc., busquemos supera-las. O enfrentamento da existência é aquilo que se apresenta, sem fuga: estudar, trabalhar, se relacionar com pessoas difíceis e com pessoas legais, fazer o bem, buscar se realizar, e, principalmente, a busca de Deus... Fugir da existência é se isolar, beber, fumar, usar drogas, se fingir de coitado, buscar lazer em excesso, dedicar muitas horas em academias...
O trabalho exige que a pessoa utilize seus conhecimentos para desincumbir-se dele, assim fazendo, exercita e melhora seus conhecimentos. Como também desdobra potenciais latentes no desafio com o insólito, que exige outras respostas além do conhecido e habitual. Como consta no Livro dos Espíritos no comentário sobre a pergunta 754 “Todas as faculdades existem no homem em condição rudimentar ou latente. Elas se desenvolvem conforme as circunstâncias lhes são mais ou menos favoráveis. O desenvolvimento excessivo de uma faz cessar ou neutraliza o das outras. A superexcitação dos instintos materiais sufoca, por assim dizer, o senso moral, como o desenvolvimento do senso moral enfraquece, pouco a pouco, as faculdades puramente selvagens.” Como vemos a direção que damos à vida resulta em realizações construtivas e edificantes ou na conservação dos estágios inferiores da imaturidade. Por isso, mãos à obra! No reino hominal não são mais os instintos que nos guiam, como no reino animal que não tem consciência e responsabilidade para fazer escolhas, ao contrário, nós escolhemos e podemos otimizar nossa evolução. A Divindade nos possibilita com suas Leis Magnânimas ao progresso! O que fazemos com nosso livre arbítrio?
Mario Mas
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