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04 julho 2014

Crítica - Maria Nunes


CRÍTICA

Crítica que se principia por nós é a melhor de todas (Camilo Castelo Branco)

A crítica tem duas cores, onde se pode constatar seus caminhos, bons ou maus.

Existe a crítica educativa, aquela em que censuramos a nós mesmos, fazendo ver o mal que ainda se encontra em nós, corrigindo-o, usando todos os processos cabíveis a uma consciência cristã.

Existe igualmente a crítica aos outros, em que a maledicência é o instrumento, que não convém à criatura fazê-la, pois gera a intriga e por vezes a violência. Criticar a outrem é inspiração das sombras, partindo de Espírito cheio de paixões inferiores, que mostra o que é pelo que faz. Todo julgamento que fazemos dos outros escurece os sentimentos de caridade, põe em jogo a nossa tranquilidade e escurece o nosso procedimento.

A apreciação que deve ser feita, com todo cuidado, sem perder as intenções de corrigir-se, é aquela em que o criticado somos nós mesmos; ganhamos tempo nesta observação, principalmente quando alguém nos critica e que vamos à verificação se este alguém tem razão. Se tem, agradeçamos a Deus e trabalhemos no auto-aprimoramento, agradecendo também a quem nos apontou os nossos defeitos. É razoável que se entenda o quanto o próximo nos ajuda, fazendo-nos ver o que nos incomoda o coração. Se deixarmos por nós mesmos esse trabalho, vamos demorar a encontrar os nossos erros.

Existe igualmente o maldizente, o que sobremaneira fala o que não existe. Esse é o escandaloso, que merece o nosso perdão, o esquecimento da ofensa. Para esse, já se pronunciou Jesus no Evangelho: “É necessário o escândalo, mas ai daquele que for motivo dele”. O injurioso responde pelas suas mentiras, sem que o ofendido faça justiça com as próprias mãos. Não precisamos nos preocupar com quem nos ofende ou calunia, porque a justiça divina se encarrega dele, pelo método correção-lição.

Devemos nos lembrar do nosso próximo, exaltando o bem que ele faz, estimulando seus valores, sem com isso despertar a vaidade. A vida nos convida, a todos os instantes, para trabalhar na nossa intimidade, onde existe muito o que fazer: muar a preguiça em trabalho, o ódio em amor, a guerra em paz, a discórdia em amizade, as dúvida em fé, a tristeza em alegria... Neste comportamento, avançar mais, com o Cristo no entendimento, que a vitória é certa. O homem de bem não é levado à crítica aos outros; ele cuida de si mesmo, na certeza de que a virtude vem de Deus. Respeite seu irmão, seja ele quem for e onde estiver, porque todos somos irmãos, com os mesmos destinos.

Se você tem tendências para ajudar, é muito bom, mas deve fazer também pelo exemplo. Abrace a caridade, porque somente ela, bem dirigida, lhe faz bem ao coração, mostrando-lhe Deus em todos os seus caminhos.

De João Nunes Maia
Pelo Espírito Maria Nunes
De Sabedoria — A Lei de Deus no Pensamento dos Homens


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